Em rara iniciativa, Temer anunciou os dados,
durante uma fala no Planalto. Sul puxou a criação de novas vagas no país
Por Agência
Brasil
O
presidente Michel Temer comemorou nesta quinta-feira (16) o retorno da criação
de empregos em fevereiro depois de 22 meses seguidos de queda. Ao convocar a
imprensa para comentar dados positivos da economia brasileira, Temer informou
que foram criados 35.612 empregos formais no mês passado. O presidente disse
também poder "garantir" que a inflação fechará este ano abaixo do
centro da meta, que é 4,5% ao ano. Em uma rara iniciativa, o próprio presidente
anunciou os dados de emprego, durante uma fala no Palácio do Planalto. Os
números geralmente são divulgados pelo Ministério do Trabalho.
Mencionando
a vida "indigna" dos brasileiros que ainda estão desempregados, Temer
reconheceu que o dado é apenas "um começo". "Nós temos muitos
milhões de brasileiros que dependem de empregos, mas é preciso começar. E o
começo veio com essa notícia que estou dando a vocês", destacou. De acordo
com ele, o "otimismo deve guiar" os passos do governo e da economia.
"Mais que nunca, eu verifico interesse de investimentos estrangeiros no
nosso país", disse, citando as reformas e medidas de ajuste que o Planalto
vem implementando ao longo dos últimos meses.
Em um
elogio ao apoio do Congresso na aprovação das propostas, Temer disse que as
medidas reforçam a estabilidade das instituições. "Estamos num clima de
estabilidade política e social. [Sobre] a reforma da Previdência, é claro
que há observações, que serão examinadas pelo governo", afirmou.
Dados
A criação de 35.612 postos formais de trabalho em fevereiro foi puxada pelo
setor de serviços, informou o coordenador de Estatísticas do Ministério do
Trabalho, Mário Magalhães. Ele também ressaltou que o emprego aumentou em três
das cinco regiões do país: Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Na distribuição por
setores, os serviços foram responsáveis pela geração de 50.613 empregos com
carteira assinada em fevereiro, seguidos pela administração pública (8.280),
pela agropecuária (6.201) e pela indústria de transformação (3.949). O serviços
industriais de utilidade pública – que inclui estatais de água e de energia –
gerou 1.108 postos de trabalho no mês passado. Os setores que mais demitiram do
que contrataram foram o comércio (-21.194), a construção civil (-12.857) e a
indústria extrativa mineral (-488).
De acordo
com o coordenador do Ministério do Trabalho, os números mostram o início da
recuperação do emprego. Em relação ao setor de serviços, ele destacou que,
apesar de a educação tradicionalmente puxar a criação de vagas em fevereiro,
diversos subsetores apresentaram reversão da tendência e passaram a contratar
mais do que demitir, como os de alojamento, de alimentação, de manutenção e os
ligados à área da saúde.
Em
relação à agropecuária, Magalhães citou a safra de soja e as culturas
permanentes de frutas como principal fator para a criação de empregos em
fevereiro. Na administração pública, ele citou a contratação temporária nas
prefeituras e nos governos estaduais. Apesar de o comércio ter continuado a
registrar perdas de postos de trabalho, ele ressaltou que o comércio varejista
criou 2.430 vagas no mês passado, o que, segundo ele, indica início da retomada
econômica.
Regiões
Na comparação por regiões, o Sul puxou a criação de empregos em fevereiro, com
35.422 novos postos de trabalho, seguido pelo Sudeste (24.188) e pelo
Centro-Oeste (15.740). Somente o Nordeste (-37.088) e o Norte (-2.730)
registraram perdas. Segundo o coordenador do Ministério do Trabalho, o
desempenho do Sudeste foi puxado pela recuperação da indústria em São Paulo e
Minas Gerais. No Sul e no Centro-Oeste, ele atribuiu a criação de empregos à
agricultura e à indústria. A redução do emprego no Nordeste, explicou, é sazonal
e deve-se ao fim do ciclo da colheita da cana-de-açúcar. Na comparação por
Estados, São Paulo liderou a criação de empregos, com 25.412 novas vagas,
seguido de Santa Catarina (14.858) e Rio Grande do Sul (10.602). Os estados que
mais cortaram postos de trabalho no mês passado foram Pernambuco (-16.342),
Alagoas (-11.403) e Rio de Janeiro (-8.172).
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