sexta-feira, 5 de maio de 2017

O Brasil está à beira de uma recuperação


Date : 2017-05-05 14:45:20

Alexander Busch
Correspondente da América do Sul para os jornais Handelsblatt, Wirtschaftswoche e Neue Zürcher Zeitung
SWISSCAM
O ano de 2016 foi um ano difícil para o Brasil tanto na política quanto na economia. A presidente Dilma Rousseff foi destituída do seu cargo por um impeachment, mas seu sucessor, Michel Temer, também não é popular. Cada vez mais, novos políticos e empresários emaranham-se no escândalo de corrupção em torno da estatal Petrobras, cujo fim perdeu-se de vista.

Nesses quase três anos de recessão, a economia retraiu 8 por cento. Desde 2014, os brasileiros perderam aproximadamente 15 por cento do poder aquisitivo e os investimentos diminuíram quase um terço. Entretanto, parece que a economia do Brasil superou a pior fase; ela deve estabilizar-se este ano e iniciar um ciclo de ascensão e há diversas indicações de que isso ocorrerá.

Nos mercados financeiros, já por algum tempo está claro que os investidores confiam em uma recuperação do Brasil: a bolsa de São Paulo está se aproximando dos 70.000 pontos, o recorde até agora, que foi distintamente ultrapassado somente em 2008. No ano passado, o índice Bovespa subiu 38 por cento e, como resultado, São Paulo foi um dos vencedores entre os mercados mundiais de ações em 2016. O real também ganhou força apesar da crise. Até o final do ano, a moeda cresceu 24 por cento em relação ao franco suíço desde a baixa em janeiro do ano passado. Portanto, o real foi uma das moedas mais resistentes do mundo no ano anterior.

Os investidores estrangeiros também não se deixaram deter pela recessão: com cerca de 80 bilhões de dólares, o Brasil possui um capital adquirido no exterior como nunca antes. No ano passado, grupos internacionais privados e estatais investiram em petróleo, química, energia, mineração e na indústria alimentícia. No primeiro estágio, porém, mudaram somente os proprietários das empresas e marcas; ainda não tinham sido criados novos empregos ou capacidades. Todavia, a entrada de capital do exterior é um bom sinal. Os investidores esperam que o Brasil se recupere em médio prazo. Eles investem agora porque o preço para empresas brasileiras está baixo. O Banco Central espera também para este ano uma entrada contínua de capital estrangeiro.

A recuperação econômica do país da Amazônia parece realmente estar mais perto: as tendências da inflação, do crescimento, do saldo comercial e de conta corrente, bem como do orçamento nacional são positivas. O Banco Central poderá reduzir os juros de forma muito mais rápida do que esperado pouco tempo atrás. Dessa maneira, será possível diminuir os custos de dívidas de empresas e de créditos ao consumidor e estimular a atividade econômica.

É também possível que impulsos positivos surjam do ambiente geopolítico alterado. O presidente dos EUA, Donald Trump, acelerará a integração com a sua política econômica protecionista na América Latina - o que se aplica para dentro da região, mas também para fora. Pela primeira vez após muito tempo, os países estão começando a fazer negociações a respeito de uma integração e da economia mundial - sem a participação dos EUA. Portanto, o Mercosul, liderado pelo Brasil e pela Argentina, está discutindo ligações mais intensas tanto com os países vizinhos no Pacífico quanto com a Europa.

Em março, os principais negociadores querem trocar ofertas. O interesse de ampliar mutuamente o acesso ao mercado após o fracassado Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento cresceu não somente na Europa mas também na América do Sul. O México iniciou negociações com a UE para expandir o acordo comercial existente.

Também a Suíça poderia lucrar com o novo interesse de integração: a EFTA (Suíça, Noruega, Liechtenstein e Islândia) e o Mercosul discutiram este ano durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, pela primeira vez acerca de um acordo.

Por outro lado, o Brasil também não precisa temer uma política protecionista dos EUA. Segundo a avaliação do banco UBS, o Brasil faz parte das economias nacionais que potencialmente têm pouco a perder com a política econômica futura do país norte-americano, porque o país sul-americano está relativamente fechado. Além disso, os grupos empresariais brasileiros são grandes empregadores nos EUA, como, por exemplo, na siderurgia, na química e no processamento de alimentos.

Para as empresas, um Brasil mais fortemente integrado na América do Sul e no mundo seria atrativo - com isso, crises futuras podem ser equilibradas de forma melhor e cadeias de valor industriais na região podem ser expandidas. Com a forte crise do país, as empresas no Brasil tomaram consciência de que devem focar mais na exportação do que na América do Sul no futuro. Com mais exportações, as capacidades em fábricas subutilizadas no Brasil ou na Argentina podem ser mais bem aproveitadas e crises podem ser equilibradas em individuais mercados internos. Considerando as graves crises econômicas no Brasil - mas também na Argentina e na Venezuela - ficou comprovado na América do Sul ser arriscado focar somente nos mercados locais.

A América do Sul também está se aproximando novamente no aspecto político: nos países mais fortes, houve uma mudança de governo, o que envolveu uma transformação fundamental das políticas econômicas. Isto se aplica principalmente ao Brasil, à Argentina e ao Peru, onde a liderança foi agora assumida por políticos que exercem suas economias novamente orientadas à economia de mercado.

Assim, o governo brasileiro impôs medidas importantes no congresso para economizar no orçamento público e, portanto, evitar que as dívidas crescessem de forma tão rápida como nos últimos dez anos. O governo também aplicou um congelamento das despesas que deve ficar em vigor por 20 anos. O setor petrolífero foi aberto para investimentos privados. Uma reforma da Previdência foi introduzida. 

As investigações em relação ao escândalo brasileiro de corrupção "Lava Jato" também fomentou a confiança de investidores estrangeiros. Pela primeira vez, empreendedores, políticos e funcionários públicos que pagaram ou aceitaram subornos são condenados a altas penas de prisão. Como muitos réus depõem como testemunha-chave em troca de pena reduzida, o escândalo atingiu grandes proporções e outras esferas. Agora, alguns dos empreendedores e políticos mais poderosos do Brasil estão na prisão. Ainda pouco tempo atrás, eles tinham certeza de que permaneceriam impunes.

O escândalo de corrupção desencadeou uma mudança fundamental no comportamento empresarial brasileiro: os grupos corporativos focam agora no Compliance, tentando, portanto, evitar a corrupção também internamente. Em setores como o de construção, de fornecedores de petróleo e de construção naval, oportunidades são dadas a novas empresas, que até então não conseguiram competir com os grupos corporativos locais dominantes. Por causa das investigações judiciais e pagamentos de sanções pecuniárias, muitos desses líderes de mercado anteriores estão fora por enquanto.

A mudança de tendências aconteceu principalmente no que se refere a contratos federais, estaduais e municipais, onde a corrupção era antes comum; também políticos e funcionários públicos preferem hoje cada vez mais empresas que trabalham de forma limpa. O risco de enfrentar problemas por causa de irregularidades tornou-se demasiado grande.

Os efeitos do escândalo de corrupção "Lava Jato" devem ser positivos para o Brasil no longo prazo. Porém, o escândalo possui também o potencial no curto prazo de paralisar o governo e, consequentemente, o progresso das reformas econômicas: novas investigações podem incapacitar o governo, porque os ministros, os líderes políticos no congresso e possivelmente também o próprio presidente estão envolvidos no caso. Entre a justiça e o governo, bem como o congresso, começou um "braço-de-ferro", cujo resultado não se conhece. Portanto, também em 2017, a política permanece imprevisível. Ainda assim, uma recuperação econômica mais rápida e uma boa atmosfera entre as empresas e os consumidores são capazes de desarmar a crise política. 

 http://www.swisscam.com.br/o-brasil-esta-a-beira-de-uma-recuperacao.html

Cteep adquire fatia da Isolux e da Cymi na Ienne por R$ 96,75 mi


A empresa detalhou que a participação da Isolux na Ienne é de 163.642.000 ações ordinárias, equivalente a 50% do capital social da IENNE

 




São Paulo – A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) informa que exerceu seu direito de preferência para aquisição da totalidade da participação acionária que a Isolux possui na Interligação Elétrica Norte e Nordeste (IENNE).

A empresa também acertou a aquisição da participação da Cymi na Ienne. O valor total da operação é de R$ 96,750 milhões, podendo ser ajustado por ocasião do fechamento da operação.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa detalha que a participação da Isolux na Ienne é de 163.642.000 ações ordinárias, equivalente a 50% do capital social da Ienne. Já a participação da Cymi é de 81.821.000 ações ordinárias, equivalente a 25% do capital social da Ienne

Segundo a empresa, a conclusão da operação e a efetiva aquisição estarão sujeitas a determinadas condições aplicáveis ao respectivo contrato de compra e venda, como a aprovação prévia da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para a transferência das ações e a anuência de determinados terceiros.

A aquisição também será submetida a análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

Como resultado da operação, a companhia passará a ser detentora de 327.284.000 ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, equivalentes a 100% do capital social da Ienne.

O conselho de administração da Cteep, na mesma reunião que aprovou a aquisição, deliberou sobre a captação de recursos.

O colegiado aprovou a captação de recursos de curto prazo – empréstimo externo na modalidade da lei federal nº 4131/62 – no valor máximo de R$ 200 milhões, prazo máximo de 36 meses e data limite de 31 de dezembro de 2017.
 

Via Varejo comunica reorganização societária com a família Klein


Foram transferidas para Natalie Klein todas as ações que estavam em poder de empresas da família sediadas na Nova Zelândia





A Via Varejo comunicou nesta quinta-feira que foi realizada uma operação de reorganização societária que envolveu o Goldentree Fundo de Investimento em Ações, administrado pela BRL Trust, e a família Klein.

Foram transferidas para Natalie Klein todas as ações que estavam em poder de empresas da família sediadas na Nova Zelândia.

Os papéis representam 10,48% do capital da Via Varejo. Depois de receber as ações, Natalie Klein as transferiu para a Goldentree.

Assim, a BRL Trust, por meio deste fundo, passou a deter 10,48% do capital da Via Varejo. O comunicado ressalta que as operações foram realizadas fora do ambiente da Bolsa de Valores.

E que em decorrência dessa participação, o Goldentree passa a deter participação direta, enquanto Natalie Klein passa a ter participação indireta no capital da companhia.

Além disso, o fundo aderiu aos termos do Acordo de Acionistas da Via Varejo.

No comunicado que detalha a operação, a Goldentree afirma que o objetivo é reorganizar as participações detidas pela família Klein na Via Varejo, e que não se trata de aquisição de controle ou alteração na administração.


Cade recomenda aprovação de fusão Dow Chemical/DuPont


Órgão emitiu parecer recomendando a aprovação após aceitar a proposta de desinvestimentos a serem feito pelas companhias

 






São Paulo – A Superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informou nesta sexta-feira que recomendou aprovação da fusão entre as gigantes da área química e de produtos agrícolas Dow Chemical e DuPont.

Apesar de considerar que “a operação geraria elevada concentração nos mercados de defensivos agrícolas, especialmente inseticidas e herbicidas utilizados em diversas culturas … e sementes de milho”, o órgão emitiu parecer recomendando a aprovação após aceitar a proposta de desinvestimentos a serem feito pelas companhias.


Warren Buffett vende um terço de participação na IBM, diz CNBC

Investidor detinha cerca de 81 milhões de ações no final de 2016 e vendeu cerca de um terço desse volume entre o primeiro e segundo trimestres deste ano




O investidor bilionário Warren Buffett vendeu cerca de um terço da participação detida por sua Berkshire Hathaway na IBM, publicou a CNBC no final da quinta-feira, reduzindo aposta que surpreendeu muitos e que ainda não se mostrou bem sucedida.

A ação da IBM atingiu valor de 180 dólares em 14 de fevereiro, mas encerrou na quinta-feira a 159,05 dólares.

Representantes da Berkshire não comentaram o assunto de imediato.

Buffett detinha ao redor de 81 milhões de ações da IBM no final de 2016 e vendeu cerca de um terço desse volume entre o primeiro e segundo trimestres deste ano, publicou a CNBC citando o investidor.

“Eu não avalio a IBM da mesma forma que avaliava seis anos atrás quando comecei a comprar … Eu reavaliei isso para baixo”, disse Buffett, em entrevista à CNBC.

O investimento da Berkshire na IBM foi considerado como uma surpresa pelo mercado diante da conhecida resistência de Buffett em investir em negócios que ele considera mais complexos de entender.


Magazine Luiza vende chocolates e peças de carro em marketplace


No mês de abril, a companhia ultrapassou a marca de 100 parceiros em seu marketplace, com mais de 220 mil itens diferentes

 




São Paulo – Magazine Luiza ganhou mais espaço no mercado e viu seu lucro crescer, com foco na integração entre os canais físico e digital. Além disso, pela primeira vez desde a sua fundação, o Magazine Luiza vendeu chocolates nessa páscoa com a expansão de seu marketplace.

A Mondelez é um dos novos vendedores do marketplace da companhia, onde vende de ovos Lacta a caixas de Bis Oreo. Os chocolates são alguns dos novos produtos que estão a venda no site da empresa, em operações controladas por parceiros.

No mês de abril, a companhia ultrapassou a marca de 100 parceiros em seu marketplace, como Spicy, Avon, ClimaRio, Havan, Connectparts, Onofre,  MadeiraMadeira, Drograria SP, Drogaria Pacheco, entre outros.

Com esses novos parceiros, a empresa tem mais de 220 mil itens diferentes em seu shopping virtual.
Cosméticos, alimentos e até produtos para carros divergem bastante do catálogo tradicional da empresa, mas esses produtos fazem parte da sua estratégia para reforçar o marketplace e as vendas online.

Praticamente todos os produtos vendidos por terceiros são complementares aos oferecidos pelo Magazine Luiza: 98% dos itens do marketplace não concorrem com a companhia. Por enquanto, a estratégia é apenas ampliar o leque de produtos oferecidos a clientes e não sair das categorias que vende.

A velocidade de integrar esses novos parceiros veio depois da aquisição da startup Integra, especializada na gestão lojistas e marketplaces e cujo sistema é usado por mais de 200 empresas.

 

Resultado


As vendas da varejista deram um salto e garantiram à companhia o seu maior Ebitda, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, da história.

O lucro líquido foi de R$ 59 milhões e margem de 2,1% no primeiro trimestre do ano, contra R$ 5 milhões e margem de 0,2% no ano passado.

As vendas totais cresceram 23% no primeiro trimestre do ano, atingindo R$ 3,4 bilhões.

 

No virtual, crescimento real


O comércio eletrônico foi o grande destaque da varejista e já representa 28% das vendas totais. O faturamento desse segmento cresceu 56,2% em relação ao ano passado.

Já faz alguns trimestres que a varejista declarou ser uma “empresa digital com pontos físicos”. As mais de 800 lojas físicas atuam como centros de distribuição e podem funcionar como ponto de coleta para as vendas on-line, sem que o consumidor precise pagar frete, serviço chamado Retira Loja.

Agora, a meta da empresa é entregar os produtos nas lojas até 48 horas depois da compra nesta modalidade.

Além da redução de prazo de entrega, a integração entre canais também ajudou a diminuir o tempo de estoque para 66 dias, de 73 dias no início do ano passado.

A companhia vem investindo em vendas pelo smartphone e seu aplicativo já tem mais de 5,4 milhões de downloads.

 

Preços racionais


Além da estratégia multicanal, de integrar lojas físicas e online, o crescimento do comércio eletrônico também se deve a preços mais racionais no mercado, afirmou Frederico Trajano, presidente do Magazine Luiza.

“Os players perdiam muito dinheiro e queimavam caixa com suas operações on-line. Num momento bom da economia já era difícil sustentar, mas com a crise, liquidez baixa e juros altos, a situação se tornou insuportável”, disse.

Ele afirma que os competidores estão praticando preços mais racionais e, com isso, a Magazine Luiza se beneficia e aumenta sua taxa de conversão.


CVC faz acordo para adquirir maior parte de grupo Trend


A CVC afirmou que vai comprar 90% das ações da Check In Participações, que faz parte da Trend

São Paulo – A operadora de turismo CVC anunciou nesta quarta-feira acordo para adquirir a maior parte das operações do grupo de turismo Trend por até 258,8 milhões de reais.

A CVC afirmou que vai comprar 90 por cento das ações da Check In Participações, que faz parte da Trend e vai consolidar todos os negócios relevantes do grupo, após uma reorganização societária.

Segundo a CVC, o Grupo Trend tem cerca de 800 funcionários, atua na intermediação de hotéis nacionais e internacionais e é voltado para negócios e lazer. Em 2016, as reservas confirmadas somaram 1,2 bilhão de reais.

“A aquisição da Check In constitui uma excelente oportunidade estratégica, complementar às operações da companhia (CVC), fortalecendo, assim, sua posição de liderança no setor de viagens no Brasil”, afirmou a empresa em comunicado ao mercado.

A CVC afirmou ainda que o executivo Luís Paulo Luppa de Oliveira Couto permanecerá como presidente e acionista minoritário da Check In.