quarta-feira, 7 de junho de 2017

Tesouro: melhorias regulatórias trazem atratividade às concessões


A secretária do Tesouro Nacional também atribuiu a atratividade às mudanças de governança já aprovadas

 




A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi
Brasília – A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, disse nesta quarta-feira, 7, que o governo acompanha de perto o cronograma de concessões deste ano e avaliou que o que traz atratividade aos investimentos em infraestrutura são as mudanças regulatórias e de governança já aprovadas.

Questionada se a crise política pode prejudicar o andamento dos leilões, ela respondeu que há um trabalho rigoroso na confecção dos editais e afirmou que se tratam de projetos de longo prazo.

No último relatório de receitas e despesas, a equipe econômica acrescentou R$ 7,035 bilhões na arrecadação esperada com as concessões e permissões em 2017.

Questionada também sobre eventuais dificuldades de aprovação das medidas provisórias editadas no mês passado pelo presidente Michel Temer sobre renegociação de dívidas, que também têm o objetivo de reforçar o caixa do governo, Ana Paula respondeu apenas que a meta de déficit de R$ 139 bilhões este ano está mantida.

“Não haverá qualquer mudança na meta fiscal”, enfatizou a secretária ao deixar reunião com os parlamentares da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.

A secretária disse ainda que estratégia no governo para a aprovação das reformas da Previdência e trabalhista no Congresso continua.

Por fim, perguntada sobre críticas que a nova metodologia de cálculo das notas de rating dos Estados tem recebido, Ana Paula afirmou que sugestões à consulta pública aberta no mês passado são bem-vindas e serão avaliadas.

Ela rebateu, no entanto, afirmando que a proposta de nova metodologia é segura para a concessão de garantias. “Há toda uma institucionalidade para que o sistema de garantias seja seguro.

O programa de ajuste fiscal dos Estados é um verdadeiro instrumento de mitigação de riscos no futuro”, concluiu.

Maior avião de passageiros da Embraer pode ser campeão de vendas


Uma versão maior do E195, com novo motor, que entrará em atividade no começo de 2019, tem atraído um novo patamar de interesse

 





Cancún – O maior avião de passageiros já construído pela Embraer pode se tornar seu modelo campeão de vendas, emergindo das sombras de aeronaves menores e apresentando assentos extras e asas grandes que mudaram seu modelo econômico, disse um alto executivo à Reuters.

A primeira geração do E195, de 116 lugares, recebeu três vezes menos encomendas do que o E190, de 100 assentos. Mas uma versão maior, com novo motor, que entrará em atividade no começo de 2019 — parte da linha chamada E2 — tem atraído um novo patamar de interesse.

“É justo dizer que o E195 aparece em peso em quase todas as conversas sobre a família E2”, disse o vice-presidente do negócio de aviação comercial da Embraer, John Slattery, em entrevista na noite de segunda-feira durante um encontro anual do setor de transporte aéreo no México.

“Há uma real possibilidade para a E2 de que o E195 vá superar as vendas do E190.”

A possível reviravolta salienta como três fileiras adicionais de assentos, além de asas mais largas, forçaram muitas companhias aéreas a reconsiderarem o maior modelo da empresa brasileira, que agora busca concorrer diretamente com a nova CSeries da Bombardier.

Para a Embraer, terceira maior fabricante de aviões do mundo, depois da Airbus e da Boeing, o E195 representa a maior mudança na família E2, a qual tem se concentrado em mercados de aviação regional, em um momento no qual a Bombardier entra em brigas maiores.

Embora a Bombardier venda aeronaves maiores na CSeries, competindo com versões menores fabricadas por Boeing e Airbus, a Embraer tem reafirmado que não há planos para aviões de passageiros maiores do que o novo E195.

Na semana passada, a Embraer ampliou a autonomia do E195-E2 para cerca de 4.200 quilômetros, ante cerca de 4.000 anteriormente, por conta de melhorias na aerodinâmica de um protótipo que começou a voar em março.

O CS100 da Bombardier, em comparação, tem uma autonomia máxima de cerca de 5.000 quilômetros.

Slattery disse que o verdadeiro ponto de venda do novo E195 é seu custo operacional, que concorre com o de aeronaves de um corredor das rivais Airbus e Boeing, ao passo que custa 20 por cento menos por viagem.

Assentos extras e asas mais finas tornaram a nova aeronave uma “caçadora de lucros”, disse o executivo.

Santander compra Banco Popular Español por 1 euro


De acordo com o Santander, o plano é levantar 7 bilhões de euros para financiar uma faxina no balanço do Banco Popular

 



Madri – O Banco Santander comprou o Banco Popular Español num leilão durante a madrugada pelo valor simbólico de 1 euro.

O Banco Central Europeu (BCE) já havia afirmado que o Popular, sexto maior banco da Espanha em ativos, estava a caminho da falência.

De acordo com o Santander, o plano é levantar 7 bilhões de euros para financiar uma faxina no balanço do Banco Popular.

Enquanto os maiores credores espanhóis estão numa base financeira estável, o Banco Popular vinha sendo o elo fraco, com um balanço negativo de cerca de 37 bilhões de euros em execuções de hipotecas e outros ativos de liquidação duvidosa, acumulados durante a crise imobiliária no país. Só na semana passada, o valor das ações do banco despencou mais de 50% com preocupações dos investidores de que não seria possível vender ativos, levantar capital ou encontrar um comprador.

“A deterioração significativa da liquidez do banco nos últimos dias levou à determinação de que a entidade se tornaria, num futuro próximo, incapaz de pagar suas dívidas e outras obrigações quando elas vencerem”, afirmou o BCE em nota enviada à imprensa nesta quarta-feira.

“Consequentemente, o BCE estipulou que o banco estava falindo, ou com probabilidade de falir, e prontamente informou o Conselho Único de Resolução, que decidiu por uma solução que implica a venda do Banco Popular Español ao Banco Santander”.
  
 
 

Incluir Odebrecht em processo é dever do TSE, afirma relator


Dólar e bolsa se mantiveram estáveis sinalizando que o mercado segue cauteloso com os desdobramentos da crise política

 

Da Redação, com Agência Brasil

 

redacao@amanha.com.br
Incluir Odebrecht em processo é dever do TSE, afirma Herman Benjamin


Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) interromperam no início da tarde desta quarta-feira (7) o julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições presidenciais de 2014. O tempo de hoje foi ocupado principalmente pela manifestação do relator da ação, Herman Benjamin (foto), sobre três questões preliminares interpostas pelas defesas de Dilma Rousseff e de Michel Temer. Todas contestam a validade dos depoimentos de executivos da Odebrecht ao TSE.

Dessas três questões preliminares trazidas ao plenário, os ministros rejeitaram uma, na qual os advogados de Dilma e Temer argumentava que trechos dos depoimentos de alguns executivos ao TSE não poderiam servir como provas, por terem sido vazados para a imprensa, tornando-se ilegais. A decisão pela legalidade das provas foi unânime. O relator também rejeitou as outras duas preliminares, defendendo a validade dos depoimentos e provas da empreiteira Odebrecht juntados ao processo. O julgamento teve início na noite de terça (veja mais detalhes aqui). 

Durante toda a manhã, dólar e bolsa se mantiveram estáveis dando sinais que os agentes econômicos seguem cautelosos com os desdobramentos da crise política. “O mercado está estável por causa da crise política e aguardando novos dados da economia. A estabilidade também está atrelada a incerteza das reformas, se vão ou não ter a aprovação”, opina Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital.


Odebrecht
 

Benjamin afirmou que não há na ação nenhum conteúdo vazado pela imprensa, mas somente testemunhos e provas colhidos por ele mesmo, após ter se tornado público e notório o fato de que os executivos da Odebrecht haviam assinado acordo de colaboração premiada com a Justiça. “Só os índios isolados da Amazônia não sabiam”, disse. Benjamin destacou que os depoimentos de executivos da Odebrecht ao TSE foram autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

As defesas questionaram também a inclusão dos depoimentos de João Santana e Mônica Moura, casal de publicitários responsável pela campanha presidencial de 2014. Os advogados de Dilma e Temer alegam que houve um indevido “alargamento da causa de pedir”, pois as supostas irregularidades suscitadas pelas testemunhas não constavam nos 21 itens contestados inicialmente pelo PSDB. Benjamin afirmou que, para ele, as irregularidades estão englobadas nos itens contestados inicialmente. Mesmo que não estivessem, argumentou o relator, a legislação eleitoral impõe ao magistrado o dever de determinar, por conta própria, o esclarecimento de fatos suspeitos, ainda que não questionados anteriormente pelas partes e revelados somente em estágio tardio da ação. “O juiz que não o fizer está prevaricando”, afirmou.

O ministro citou o Artigo 23 da Lei de Inelegibilidade, no qual está escrito: “O tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios, presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público de lisura eleitoral”.

Durante a sustentação de Benjamin, o ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, rebateu o raciocínio. “A persistir essa perseguição à verdade ideal, Vossa Excelência teria que pedir à corte a reabertura da instrução para incluir as delações da JBS, e muito provavelmente teremos que esperar na próxima semana as informações que vêm de Curitiba sobre o [ex-ministro da Fazenda, Antonio] Palocci”, disse Gilmar Mendes, citando recentes negociações de delação premiada na Lava Jato.

Após a manifestação de Benjamin, que tomou praticamente toda a manhã desta quarta-feira, os outros seis ministros do TSE devem se manifestar sobre a validade ou não dos depoimentos da Odebrecht na ação contra a chapa Dilma-Temer. A sessão de julgamento deve ser interrompida no início da tarde, sendo retomada amanhã às 9h e, caso seja necessário, será estendida até sexta ou sábado, caso nenhum ministro faça um pedido de vista. 


terça-feira, 6 de junho de 2017

Prumo faz negociação para assumir projeto de termelétrica


Companhia negocia com a Bolognesi para assumir o projeto vencedor de um leilão de energia promovido pelo governo em 2014

 




São Paulo – A Prumo Logística disse que está em negociações preliminares e ainda não vinculantes com a Bolognesi para assumir os direitos para construção e futura operação de uma termelétrica de 1,2 gigawatt em capacidade, projeto vencedor de um leilão de energia promovido pelo governo em 2014.

“A companhia confirma que está em negociações… para a transferência dos direitos da Bolognesi no contrato de venda de energia oriundo do leilão de energia nova A-5 de 2014”, disse a Prumo em fato relevante nesta terça-feira, ressaltando que ainda não há contrato definitivo ou qualquer documento vinculante assinado.

Acionistas da BR Malls e Aliansce negociam fusão


Se o plano prosseguir, dará origem a uma corporação com liderança absoluta no setor, que será dona de 61 shopping centers no País

 




São Paulo – Os principais acionistas da BR Malls e da Aliansce têm mantido conversas sobre uma potencial fusão das companhias, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

Se o plano prosseguir, dará origem a uma corporação com liderança absoluta no setor, que será dona de 61 shopping centers no País, com 1,4 milhão de m² próprios de áreas destinadas à instalação de lojistas e um valor de mercado de R$ 13 bilhões.

A BRMAlls é maior companhia do ramo, com participação em 41 empreendimentos, enquanto a Aliansce possui 20.

O Broadcast apurou que as conversas ainda estão em estágio inicial. A maior entusiasta do plano de fusão é o fundo de pensão canadense CPPIB (Canadian Pension Plan Investment Board), que vê a possibilidade de consolidar sua atuação no mercado brasileiro de shoppings.

Os canadenses são o maior acionista da Aliansce, com 38,2%. Além disso, o CPPIB tem fatia de 5,1% na BRMalls, o segundo maior acionista, atrás da gestora de recursos Dynamo, com 5,9%.

Esta, por sua vez, tem demonstrado simpatia à potencial fusão. Outra sócio da BR Malls é a Squadra, que já estabeleceu parceria com o CPPIB em outros investimentos.

Analistas acreditam que a fusão resultaria em um forte ganho de escala para as empresas, uma vez que ambas têm portfólios semelhantes, voltados para as classes B e C.

A BRMalls e o CPPIB não comentaram. A Aliansce negou que haja negociações e disse que avalia permanentemente alternativas de alocação de capital. A Dynamo não retornou os pedidos de entrevista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
  
 
 

RenovaBio deve ser definido em 90 dias





Programa prevê elevar para 18% a participação dos biocombustíveis na matriz energética nacional.
Legenda: Para cumprir meta do Acordo do Clima, será preciso produzir 50 bilhões de litros de biocombustíveis.

O RenovaBio, programa que pretende elevar a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira a 18% até 2030 para atender uma das metas propostas no Acordo do Clima vai ser definido nos próximos 90 dias, afirmou nesta segunda-feira (5/06), o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Felix. Ele se reuniu em São Paulo com representantes dos setores de biocombustíveis para debater as propostas do programa, elaboradas a partir de consulta pública e estudos técnicos.

“As diretrizes finais do RenovaBio serão discutidas a partir do dia 8 de junho e possivelmente em 90 dias teremos o programa pronto”, disse Felix. "O prazo oficial é de 120 dias, mas o ministro das Minas e Energia [Fernando Coelho Filho] quer antecipar".

Um grupo de trabalho – Conselho Nacional de Políticas Energéticas - composto por representantes de todos os ministérios envolvidos (Meio Ambiente, Fazenda, Minas e Energia, Cidades, Comercio Exterior), da sociedade civil e dos setores de etanol e biodiesel acompanharão os trabalhos. Plínio Nastari, que representa a sociedade civil neste grupo, apresentou estudos técnicos que apontam como o programa poderia beneficiar o país.

“O Brasil é o terceiro maior consumidor de combustíveis para transportes, segmento responsável por 43% das emissões de CO² na atmosfera, mas também somos líderes na utilização e energias limpas (26,8%) e somos o segundo maior produtor de etanol e biodiesel do mundo”, disse Nastari. “Temos totais condições de elevarmos o consumo de energias limpas”, afirmou. Segundo ele, o país tem duas opções: aprovar o RenovaBio ou futuramente, precisar gastar anualmente R$ 20 bilhões para importar mais gasolina. “Se nada for feito, o Brasil vai perder toda a estrutura instalada que já possui”.

Nastari ainda reforçou na reunião que a indústria automobilística do mundo inteiro vem discutindo estratégias de novos motores, menos poluentes e que utilizem combustíveis limpos, como o etanol. “Estudos já comprovaram que um automóvel que utiliza o etanol de cana-de-açúcar é menos poluente que um carro elétrico. Ele só não é ainda mais eficiente, mas a indústria está empenhada em solucionar esse problema”, disse. “As montadoras estão de olho em motores de alta octanagem, que permitem taxa de compressão mais elevada. Buscam por eficiência, economia e menos impacto ambiental”.

Jacyr Costa, presidente do Conselho Superior do Agronegócio (COSAG), da Fiesp, alertou que a definição do RenovaBio é uma medida urgente, que tem gerado bastante otimismo dentro do setor. “A elaboração de uma política pública para o setor de biocombustíveis pode trazer de volta ao Brasil investimentos e a geração de emprego nas cidades do interior”, afirmou. 

Segundo ele, para cumprir a meta do acordo, o que obrigaria o país a produzir 50 bilhões de litros de biocombustíveis (etanol, biodiesel ou bioquerosene) um planejamento tímido já implicaria em investimentos na ordem de US12 bilhões, mas a expectativa é que pelo menos US 40 bilhões possam ser captados. “O Brasil tem todas as condições para desenvolver esse setor, produzir 50 bilhões de litros e ser líder, só que ninguém vai investir se não houver uma política pública, a segurança jurídica” 

(Globo Rural, 5/6/17)