segunda-feira, 12 de junho de 2017

Mercado segue preocupado com a agenda de reformas

Para analistas, Temer focará mais em sua defesa do que efetivamente no andamento das votações no Congresso

 

Da Redação

 

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Para analistas, presidente focará mais em sua defesa do que efetivamente no andamento das votações no Congresso


Os investidores estão cautelosos com o andamento das reformas e os desdobramentos da crise política. Tanto é que na manhã desta segunda-feira (12), o Ibovespa iniciou o dia em alta, mas já passou a operar em baixa de 0,6% perto do meio-dia. Os agentes econômicos calculam que Temer terá de enfrentar várias barreiras, mesmo sendo sido absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (leia mais detalhes aqui) – entre elas a denúncia da Procuradoria-Geral da República. No mesmo horário, o dólar comercial tomava caminho inverso subindo 0,1%, sendo cotado a R$ 3,2977. 

O maior dos problemas, no entanto, para o mercado, será a aprovação das reformas. Analistas afirmam que o presidente focará mais em sua defesa do que efetivamente no andamento das votações no Congresso. A consultoria Eurásia calcula, mesmo assim, que será difícil destituir Temer a partir de uma votação na Câmara, pois seria necessário o apoio de dois terços dos deputados.

“Desde as delações da JBS, ninguém sério acredita mais que seja possível aprovar o pacote proposto, mesmo com todas as concessões. Um eventual presidente ‘tampão’ tampouco vai conseguir entregar a reforma da Previdência. A tendência macroeconômica é que, com a economia estagnada, a inflação siga em forte queda e, com isso, os juros vão continuar caindo de forma expressiva”, estimou André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, em reportagem publicada pelo UOL. 


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sexta-feira, 9 de junho de 2017

CVM altera regras de governança para empresas de capital aberto


A regra estabelecida pela autarquia se aplica às empresas que estão habilitadas a emitir ações 

 





São Paulo – A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) editou nesta quinta-feira, 8, a Instrução 586, com alterações nas regras de governança corporativa para as empresas de capital aberto.

Segundo a autarquia, as empresas terão que divulgar informações sobre a aplicação das práticas de governança previstas no Código Brasileiro de Governança Corporativa – Companhias Abertas.

A regra se aplica às empresas que estão habilitadas a emitir ações.

A CVM explica que o Código, lançado em novembro do ano passado, segue o modelo “pratique ou explique”, e foi elaborado pelas 11 entidades de mercado que integram o Grupo de Trabalho Interagentes.

“O Código contém um conjunto de práticas recomendadas, abordando questões chaves de governança como a estrutura acionária, composição da administração e controles internos”, diz a CVM em comunicado.

“A assimilação do Código à Instrução 480 prevê o dever das companhias de esclarecer e explicar aos investidores o seu grau de aderência às práticas, de forma completa, verdadeira, consistente e sem induzi-los a erro. Caberá aos próprios investidores avaliarem se a estrutura de governança é ou não adequada, com base nessas informações”, afirma Leonardo Pereira, presidente da CVM.

A CVM decidiu ainda manter a criação de um novo documento periódico para a divulgação dos comentários das empresas sobre o Código, denominado “Informe sobre o Código Brasileiro de Governança Corporativa”, em vez de incluir esses comentários no formulário de referência.

A audiência pública que resultou na Instrução 586 traz outras alterações.

O prazo de entrega do informe foi aumentado de 6 para 7 meses após o final do exercício social.

A autarquia ainda excluiu a obrigatoriedade de atualização do informe no momento da apresentação de pedido de registro de oferta pública, para evitar a divulgação de informações não sujeitas à diligência da instituição líder da operação.

Ficou definida também a redução da abrangência das informações prestadas sobre a estrutura administrativa do emissor no formulário de referência, que passa a requerer as informações relativas ao conselho de administração, órgãos e comitês permanentes que se reportam ao conselho de administração, e à diretoria estatutária.


Natura compra Body Shop da L´Oreal por € 1 bilhão


Companhia terá um faturamento consolidado de R$ 11,5 bilhões e presença em 70 países. Negócio passará pelo conselho da L´Oreal e órgãos de concorrência

 






São Paulo – São Paulo – A Natura deu hoje um grande passo para cravar definitivamente sua presença no mercado internacional. A fabricante de cosméticos brasileira anunciou hoje a compra da rede de lojas The Body Shop, da francesa L’Oréal, por 1 bilhão de euros.

A proposta foi entregue ao conselho de administração da empresa ontem e ainda está sujeita à consulta ao seu Conselho de Colaboradores e à aprovação de autoridades concorrenciais, o que deve acorrer ainda este ano.

Com o negócio, a Natura deverá atingir números grandiosos: o faturamento salta para 11,5 bilhões de reais, contará com 17.000 funcionários, 3.200 lojas e um portfólio de mais de 2.000 produtos – além das 1,8 milhão de consultoras independentes que já possui.

A marca The Body Shop seguirá atuando de forma independente nos 70 países onde atua. No Brasil a rede possui 133 lojas.

Em teleconferência com jornalistas nesta manhã, o presidente da empresa João Paulo Ferreira explicou que a relação das duas empresas acontece desde 2001.

“Mas para este negócio, fomos procurados pela L´Oreal no início do ano”, disse.

O pagamento do negócio será feito por meio de capital de terceiros, em uma estrutura financeira já traçada para quando a conclusão acontecer.

“A dívida será bem estruturada, com parte dos recursos tirados do caixa, parte alavancada em reais e dinheiro internacional, buscando reduzir o custo de capital e manter a geração de caixa da empresa”, afirmou José Roberto Lettiere, vice-presidente de Relações com Investidores da Natura.

 

Caminhos cruzados


A companhia foi fundada em 1969 em São Paulo por Luiz Seabra, ainda hoje seu maior acionista e se transformou na maior fabricante brasileira de cosméticos calcada em imagens e iniciativas de sustentabilidade empresarial.

A rede inglesa The Body Shop foi criada poucos anos depois, em 1976, e uma das primeiras do mundo a decretar o fim do teste de produtos em animais. Anos depois, em 2006, foi comprada pelo grupo francês L’Oréal, maior empresa de cosmética do mundo.

O encontro das duas ocorre em um momento em que a Natura repensa o negócio, com a diversificação dos canais de vendas e também o plano para o avanço da marca fora do país. Ao mesmo tempo, a rede inglesa precisa da renovação da marca para voltar a crescer, em especial em países de maior potencial de crescimento do setor, como o Brasil, dominado pela Natura. Os fluxos da internacionalização: Veja com o Mundo Corporativo por que a conexão é o grande motor da nova globalização Patrocinado

Em 2016, as vendas da The Body Shop foram 4,8% menores em 2016 e fecharam em 920,8 milhões de euros.

“Natura e The Body Shop sempre percorreram caminhos paralelos que hoje se encontram. A complementariedade da presença internacional, o uso da biodiversidade, a ética na gestão, o relacionamento justo com as comunidades e o uso intenso da inovação são dimensões dessa jornada que se inicia”, afirma Guilherme Leal, co-presidente do conselho de administração da Natura por comunicado.


Aos gritos de “golpista”, Meirelles é interrompido em Paris


O ministro da Fazenda falava sobre o trabalho realizado pelo governo Temer para aprovar reformas no País quando uma manifestante o interrompeu

 






Paris – Alguns minutos após o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, iniciar sua participação em um seminário sobre América Latina, em Paris, enfatizando o trabalho das reformas no País, ele foi interrompido por gritos, em português, de uma manifestante da plateia: “Golpista! Golpista! Corrupto! Você tem dinheiro na Suíça!.”

Ela não parou também por alguns minutos até que foi retirada do local por seguranças do evento: “Vai ser derrubado seu governo no Brasil”, continuou, em protesto.

Enquanto a manifestante ainda gritava no meio da plateia, Meirelles insistia em continuar seu discurso sobre as reformas, no palco do evento. Ao ser retirada do local, a manifestante se apresentou ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) como brasileira e disse que seu nome era Josette de Lima.

Ao sair do evento, mas ainda dentro do prédio do Ministério de Economia e Finanças, ela disse aos seguranças, ainda em português, que era militante do PT.

Depois, correspondentes brasileiros tentaram abordar a manifestante ainda nas instalações do prédio, mas os seguranças não permitiram e a retiraram do local. Meirelles fez sua apresentação em “portunhol”, atendendo a pedidos da organização, já que a maioria dos participantes é de países de língua espanhola. Mesmo antes do episódio, o ministro já consultava periodicamente e escrevia em seu telefone celular.

Ele participou do Fórum Econômico Internacional América Latina e Caribe 2017: “Repensar a Globalização para o Desenvolvimento Inclusivo e a Juventude”, realizado no Ministério de Economia e Finanças da França, em Paris. Especificamente, Meirelles falou no painel: “América Latina e Caribe, enfrentando os novos desafios da globalização”.


Sede da JBS é alvo de busca e apreensão pela PF


Ação acontece três semanas depois da deleção feita pelo principal executivo da companhia, Joesley Batista






São Paulo – Desde as 10 horas desta manhã, a Polícia Federal está na sede da JBS, em São Paulo, onde policiais vasculham documentos pelos departamentos da empresa. A busca ocorre, em especial, na sala da Tesouraria, onde funcionários fazem monitoramento de ações e dólar.

Em comunicado, a CVM confirmou que está colaborando com a PF na operação batizada de Tendão de Aquiles, que visa a apurar suposto uso indevido de informações privilegiadas em operações de ações da JBS no mercado à vista e futuro de dólar, feitas entre abril e maio.

Ainda segundo a CVM, o inquérito policial foi instaurado em 19 de maio, quando cinco processos administrativos foram instaurados para apurar indícios de crime ao Ministério Público Federal.

A operação acontece três semanas depois da deleção feita pelo principal executivo da companhia, Joesley Batista, envolvendo diversos políticos e o presidente Michel TemerEle também documentou a entrega de R$ 500 mil em uma mala ao deputado Rocha Loures.

No mesmo dia em que o empresário entregou à Procuradoria Geral da República (PGR) uma fita com uma conversa comprometedora dele e do presidente, em maio, a companhia investiu na compra de dólares para proteger os negócio do iminente colapso na Bolsa que a situação geraria.

Desde então, as operações cambiais da empresa passaram a ser alvo de investigação da CVM. Nesta manhã, as ações da JBF caem em torno de 4%.

No acordo de delação premiada, combinado com a Procuradoria Geral da República, Joesley recebeu o benefício de não ser preso em troca das informações que forneceu. O acordo causou perplexidade em vários setores do Judiciário, inclusive no próprio STF.



quinta-feira, 8 de junho de 2017

Neoenergia vai incorporar Elektro e Iberdrola será majoritária

 

Após a implementação da operação, a Iberdrola terá 52,45 por cento da Neoenergia, contra 39 por cento atualmente


São Paulo – O grupo de energia elétrica Neoenergia firmou acordo de acionistas que o permitirá incorporar a Elektro Holding, da espanhola Iberdrola Energia, que passará a ser majoritária no negócio após a associação, informou a companhia em fato relevante nesta quinta-feira.

Após a implementação da operação, a Iberdrola terá 52,45 por cento da Neoenergia, contra 39 por cento atualmente.

Os demais sócios da elétrica, Previ e BB Banco de Investimentos, ficarão com 38,2 por cento e 9,35 por cento, respectivamente, ante 49 por cento e 12 por cento hoje.

A Neoenergia atua em geração, transmissão e comercialização de eletricidade, além de controlar distribuidoras de energia na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Já a Elektro, que pertence 99,9 por cento à Iberdrola, controla operações de distribuição de energia em São Paulo e Mato Grosso do Sul, além de possui ativos de geração renovável.

“A operação resultará no surgimento de uma companhia líder no setor elétrico na América Latina, com sede e centro de operações no Brasil, e com sócios relevantes… o que assegura o compromisso da companhia combinada em desenvolver o setor elétrico brasileiro”, disse a Neoenergia em seu comunicado ao mercado.

O negócio está sujeito à aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
 

Fusão entre Neoenergia e Elektro cria maior empresa de energia


A fusão das duas companhias de distribuição de energia elétrica trará um faturamento próximo de R$ 20 bilhões





São Paulo – A fusão das companhias Neoenergia e Elektro, que deverá ser anunciada nesta quinta-feira, 8, vai criar a maior empresa de distribuição de energia do Brasil, com faturamento próximo de R$ 20 bilhões.

A nova companhia – formada a partir da combinação dos ativos das duas elétricas, que têm como sócio comum a espanhola Iberdrola – pretende abrir o capital nos próximos meses, segundo fontes a par do assunto. A transação que está sendo costurada prevê troca de ações das companhias.

Conforme antecipada pelo Estado, a operação começou a ser discutida nos últimos meses, quando os principais acionistas das companhias sentaram para negociar a união dos ativos.

A Neoenergia ainda tem como sócios a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) e o Banco do Brasil. Fontes a par do assuntos afirmaram que tanto o fundo de pensão como o Banco do Brasil pretendem aos poucos sair do negócio, após a nova empresa ir à Bolsa.

Pessoas familiarizadas com o assunto afirmaram ainda que o grupo Iberdrola tentou alinhar a união das duas empresas em 2011, quando adquiriu o controle da Elektro, mas as conversas não avançaram.

À época, o grupo desembolsou US$ 2,4 bilhões pelo ativo.

A fusão entre as duas empresas sempre foi vista como um caminho natural, uma vez que o grupo Iberdrola é acionista comum das companhias.

Neste ano, a multinacional espanhola fechou o escritório no Rio de Janeiro e todas as decisões da empresa passaram a ser tomadas na Elektro, que fica em Campinas, no interior de São Paulo – o que já indicava uma movimentação no grupo de que a fusão estava em curso.

“Com o negócio, a nova empresa se tornará a maior em distribuição em volume de energia. Até agora, essa posição era ocupada pela AES”, afirma o presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello. Além de três distribuidoras que abastecem 770 municípios nos Estados da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, a Neoenergia detém 50% de participação na Hidrelétrica Teles Pires, de 1,8 mil megawatts (MW), e 10% de Belo Monte, de 11 mil MW. No ano passado, o grupo faturou R$ 14,8 bilhões.

Já a Elektro encerrou o ano com receita líquida de R$ 4,7 bilhões. A empresa detém uma concessionária de energia que abastece 223 municípios paulistas e cinco cidades do Mato Grosso do Sul, além de uma comercializadora e ativos de geração. No último leilão de transmissão, a companhia arrematou 600 km de linhas para serem construídas.

“A Elektro tem uma qualidade muito boa e pode melhorar o perfil dessa nova empresa”, afirma Mello. Isso porque a Neoenergia tem elevado endividamento. De acordo com o balanço do primeiro trimestre deste ano, a dívida do grupo estava em R$ 11,6 bilhões, sendo R$ 4 bilhões no curto prazo.

 

Saída


A fusão também é vista como a porta de saída do BB da Neoenergia. O banco já tinha sinalizado que não pretendia ficar em setores que não faziam parte do seu principal negócio.

No caso da Previ (que soma fatia de 49%, incluindo um dos fundos de investimento), eles serão diluídos e podem sair de uma vez, em um futuro IPO, disse outra fonte ao Estado.

No passado, a Iberdrola tentou comprar o controle da Neoenergia, mas as negociações não avançaram por entraves com os sócios. Em 2012, os espanhóis mudaram de estratégia e colocaram sua parte à venda na empresa.

Chegaram a ter boas propostas de investidores chineses, como a State Grid, mas não fecharam um acordo por causa da interferência do governo, que não queria o avanço dos asiáticos na área de energia (hoje os chineses têm comprado vários ativos no setor).

Além do aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a transação também deverá ser apreciada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Procuradas, Previ e BB não comentam. A Neoenergia informou que “não tem informação a respeito (do assunto). Elektro e Iberdrola não retornaram os pedidos de entrevista.

 As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.