terça-feira, 13 de junho de 2017

Vigor é oferecida a Danone, Lactalis e Lala, dizem fontes


Segundo fontes, o processo de venda está em fase inicial e é assessorado pelo Santanter Brasil e pelo Bradesco

 






São Paulo – A Vigor está sendo oferecida a cerca de meia dúzia empresas, incluindo a Lactalis e a Danone, conforme os donos da produtora de produtos lácteos tentam captar recursos para pagar multas e outras dívidas, duas fontes com conhecimento do assunto disseram nesta terça-feira.

O processo de venda, que Santander Brasil e Bradesco estão assessorando, está em fase inicial, disseram as fontes, que não detalharam os termos da transação.

Além das duas empresas francesas, outras empresas que foram convidadas a analisar o negócio incluem o grupo mexicano Lala e a suíça Emmi, disseram as fontes.

Até agora nenhum preço ou prazo para ofertas foi definido, e não é certo que um acordo será alcançado, disseram as fontes. A assessoria de imprensa da Danone não quis comentar.

J&F, Lala, Lactalis, Emmi e os bancos não comentaram o assunto de imediato. As fontes pediram anonimato para falar livremente sobre o processo.

O plano vem duas semanas após a J&F, o holding que controla a Vigor, aceitar pagar uma multa de 10,3 bilhões de reais de reais dentro de um acordo de leniência.

A J&F também precisa de dinheiro para pagar cerca de 14 bilhões de reais em empréstimos que vencem nos próximos 12 meses, a Reuters informou no início de junho.

Membros da família Batista, da J&F, fecharam acordos após terem admitido subornar políticos para ganhar vantagens para os suas empresas, incluindo a JBS.
  

Carta aberta ao presidente Temer – Por Israel Klabin


Permita-me Vossa Excelência juntar minha voz à de milhões de brasileiros que estão alarmados com os perigos que ameaçam a nossa espécie, oriundos da degradação ambiental e do aquecimento global.
 
Há 25 anos, o tema ganhou forma de políticas mundiais, quando o Brasil hospedou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco 92.
 
Desde então, o senso de urgência aumentou, bem como as propostas de soluções. O Brasil tem tido papel central nesse processo, inclusive no recente Acordo de Paris.
 
O protagonismo brasileiro não é casual. O país possui um ativo ambiental único no planeta: seus ecossistemas e sua biodiversidade. Além disso, é um dos maiores produtores de alimento e detentor de avançadas tecnologias agropastoris e florestais.
 
Nossa cobertura vegetal é um escudo não apenas quanto aos efeitos de mudanças climáticas, mas também como resguardo de água, fauna e tradições culturais.
 
Neste momento, o ceticismo daqueles que negam as evidências científicas vem acompanhado de um aumento na irracionalidade e cegueira das decisões políticas.
 
Vozes destoantes organizam um ataque sistemático à natureza que o país ostenta, com propostas que favorecem o desmatamento, em particular da Amazônia. A importância desse bioma com relação à biodiversidade, ao ciclo de carbono e ao ciclo de água dá ao nosso povo uma imensa responsabilidade sobre esse ativo -vital à região, ao país e ao mundo.
 
Senhor presidente, não deixe essa riqueza ser destruída por ações que procuram tirar vantagens de curto prazo em detrimento das futuras gerações.
 
Assim, solicito a Vossa Excelência que use a prerrogativa constitucional de veto em relação às modificações ilegítimas introduzidas pelo Congresso Nacional nas seguintes medidas provisórias: 1) a MP 756 de 2016, que reduz dramaticamente áreas de vários parques nacionais; e 2) a MP 758 de 2016, que reduz áreas de fundamental importância na Bacia Amazônica, tais como a de Proteção Ambiental do Tapajós.
 
Outras agressões, como a MP 759 de 2016, que facilita a grilagem e a ocupação de terras públicas, significam o fim de conceitos que a sociedade brasileira tão dificilmente conseguiu transformar em bem público.
 
Somadas, essas medidas subtraem 1,1 milhão de hectares de proteção no território nacional. O impacto negativo dessa ação em nossos compromissos globais firmados seria dramático.
 
Finalmente, estamos consternados pela volta da violência no campo, um retrocesso ambiental acompanhado de sérias consequências sociais. Senhor presidente, impedir essa ruína está ao seu alcance.
 
Não estou sozinho nesse pleito. Em abril último, o Observatório do Clima lançou carta apontando esses problemas. A coalizão Brasil Clima, Agricultura e Florestas também já enviou à Vossa Excelência uma carta aberta solicitando a não ratificação das MPs 756 e 758.
 
A demonstração de que o desenvolvimento humano é consequência direta e imediata da proteção do nosso acervo florestal e ambiental vem do fato de os avanços na conservação no Brasil terem se dado em paralelo a um forte crescimento econômico nacional, a safras recorde na agricultura e geração de emprego.
 
Senhor presidente, o mundo está nos observando. O Brasil não é mais o país do futuro: é o país do presente. Nossa nação tem demonstrado seu empenho em conciliar conservação da natureza com desenvolvimento socioeconômico, e com isso se tornado um exemplo para o mundo. Não há espaço para retrocesso.

Na certeza que Vossa Excelência é sensível aos nossos argumentos, subscrevo-me (Israel Klabin, empresário e ambientalista, é presidente da FBDS.

 (Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável); Folha de S.Paulo, 12/6/17)

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Indústria pretende investir mais nos próximos 12 meses

Esse saldo positivo não ocorria desde o primeiro trimestre de 2015

 

Por Agência Brasil 

 

redacao@amanha.com.br
Indústria pretende investir mais nos próximos 12 meses

O Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas, avançou 7,9 pontos no segundo trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior. Com o resultado, o indicador atingiu 107,9 pontos, em uma escala de zero a 200, o maior patamar desde o terceiro trimestre de 2014 (109,3 pontos). Quando o indicador fica acima de 100 pontos, indica otimismo.

A proporção de empresas prevendo investir mais nos 12 meses seguintes (25,6%) superou o percentual daquelas que projetam investir menos (17,7%). Esse saldo positivo não ocorria desde o primeiro trimestre de 2015, quando os percentuais haviam sido de 28,5% e 27,7%. No trimestre anterior, esses percentuais haviam se igualado em 19,9%.

Em relação à execução de seu plano de investimentos, 25% das empresas estão certas de que o farão, enquanto 21,3% estão incertas. No trimestre anterior, os resultados haviam sido de 29,2% e 22,7%, respectivamente.


Macquarie comprará negócio da Cargill na América do Norte


A operadora de commodities Cargill tem simplificado seus negócios no último ano após um declínio de três anos nos preços do petróleo

 




Houston – O banco australiano Macquarie vai comprar os negócios de energia elétrica e gás da Cargill na América do Norte por um valor não divulgado, disseram as companhias nesta sexta-feira.

O acordo ocorre meses após a Macquarie concordar em comprar o negócio global de petróleo da Cargill. Essa venda deverá ser concluída na segunda metade deste ano.

A operadora de commodities Cargill tem simplificado seus negócios no último ano após um declínio de três anos nos preços do petróleo.

A companhia disse que continuará ativa em energia por meio de diversos negócios, incluindo gerenciamento de risco financeiro, biocombustíveis e navios tanque.

A Cargill tem operações de comercialização, armazenamento e transporte de energia e gás natural.

BASF e Syngenta fazem ofertas por ativos Bayer-Monsanto


A Bayer planeja vender ativos para conseguir aprovação regulatória para a aquisição da gigante de sementes Monsanto por US$ 66 bilhões

 


Londres/Frankfurt – A BASF e a Syngenta estão entre as companhias que apresentaram ofertas preliminares pelos ativos que a Bayer planeja vender para conseguir aprovação regulatória para a aquisição da gigante de sementes Monsanto por US$ 66 bilhões, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

As duas companhias mostraram interesse preliminar na aquisição dos negócios, que incluem canola, sementes de algodão e a linhagem resistente a herbicidas LibertyLink e seu herbicida de glufosinato, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as deliberações são privadas.

A Bayer também poderá vender as operações de alho e sementes de pimenta separadamente ou como parte do pacote completo, disseram as pessoas. No total, as operações vendidas poderão chegar a US$ 2,5 bilhões a US$ 3 bilhões, disseram.

Executivos da BASF e da Syngenta haviam dito anteriormente que buscariam apresentar ofertas pelos ativos que a Bayer está vendendo para concluir a fusão com a Monsanto neste ano.

As discussões estão em fase inicial e as disposições ainda poderão demorar alguns meses para serem concluídas, disseram as pessoas. Nenhuma decisão final foi tomada e as companhias ainda poderiam decidir não avançar com as propostas, disseram.

Representantes da BASF, da Syngenta e da Bayer preferiram não comentar.

A Bayer colocou os ativos à venda no início do ano e convidou os interessados a apresentarem ofertas pelo pacote completo ou por negócios individuais, possivelmente se antecipando às preocupações das autoridades antimonopolistas em meio à consolidação dos setores de sementes e de pesticidas, disseram anteriormente pessoas com conhecimento do assunto.

A BASF não tem participado da onda de compras da indústria agroquímica até o momento, mas a Syngenta passa por um processo de venda para a China National Chemical Corp., um negócio de US$ 43 bilhões.

A DuPont fechou acordo para venda de seus ativos de proteção de safras à FMC em março para conseguir a aprovação da fusão com a Dow Chemical pelos órgãos reguladores.

Para a BASF, a decisão de adquirir os ativos de sementes da Bayer também seria um distanciamento em relação a sua estratégia atual, focada na proteção de lavouras.

A unidade de soluções agrícolas da companhia registrou 5,57 bilhões de euros (US$ 6,25 bilhões) em receita no ano passado, 4,3 por cento menos que no ano anterior.

A Bayer está reforçando seu balanço antes da aquisição planejada da Monsanto. Neste mês, a empresa levantou cerca de 2,1 bilhões de euros vendendo ações e títulos conversíveis da fabricante de produtos químicos Covestro, lucrando com o rápido aumento do preço das ações desde a separação da unidade, em 2015.


Embraer negocia venda de 5 jatos KC-390


O Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira a resolução que autoriza o encaminhamento do futuro contrato

 






São Paulo – O governo de Portugal iniciou ontem as negociações finais para comprar cinco jatos cargueiros KC-390, da Embraer, com opção de aquisição para mais um avião. O pacote inclui o fornecimento de um simulador de voo para instrução das tripulações, mais peças, componentes, documentação técnica e treinamento de equipes de suporte em terra. O Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira a resolução que autoriza o encaminhamento do futuro contrato.

O valor da encomenda e os prazos de entrega serão definidos nas próximas semanas, de acordo com o ministro português da Defesa, Azeredo Lopes. As aeronaves vão substituir a frota de seis C-130H Hércules, americanos, operados pela Força Aérea do País em missões de transporte pesado, resgate e socorro. Os valores da compra não foram revelados, mas são estimados entre 350 milhões e 480 milhões, com financiamento de longo prazo. A operação faz de Portugal o primeiro cliente internacional da Embraer no programa do novo KC-390. Ontem, a Embraer Defesa e Segurança (EDS) não comentou a operação comercial.

Em Lisboa, analistas destacaram que a aquisição promoverá um salto de qualidade na aviação militar, mas terá dificuldades para superar as restrições orçamentárias: os recursos destinados à Defesa em 2017 são de 218 milhões. As compras totais de material militar estão limitadas a 250 milhões.

Segundo Lopes, os gastos serão feitos em parcelas, durante vários anos, o que permitirá a compatibilização com o orçamento. O ministro revelou que o governo considera um modelo por meio do qual os custos podem ser rateados entre diversos serviços de administração pública interessados no avião. A Embraer tem instalações industriais em Alverca, e em Évora. Seções inteiras da aeronave sairão dessas fábricas.
Porte. Com 35,2 metros de comprimento, duas turbinas, 4.815 km de alcance e capacidade para transportar até 23 toneladas de carga, o KC-390 é o maior avião já desenvolvido no Brasil. Mais de 50 empresas brasileiras participam do projeto, que conta ainda com a parceria da Argentina, de Portugal e da República Checa.

O compartimento de carga do avião tem 18,54 metros de comprimento, 3,45 metros de largura e 2,95 de altura. O espaço é suficiente para acomodar equipamentos de grandes dimensões, além de, no viés militar, blindados, peças de artilharia, lançadores de foguetes e aeronaves leves semimontadas.

O avião também pode transportar até 80 soldados equipados ou 64 paraquedistas em uma configuração de transporte de tropa. O peso máximo para cargas é de 23 toneladas. Como reabastecedor, o KC-390 será capaz de transferir combustível em voo para aviões e helicópteros.

O voo inaugural, em fevereiro de 2015, marcou o início da fase de testes dos dois protótipos, prevista para durar até 2018, quando começam as entregas, informou a Embraer. Em maio de 2014, a Força Aérea Brasileira assinou o pedido de aquisição de 28 aeronaves.

As 28 unidades para a FAB serão entregues ao longo de doze anos. Com valor total de R$ 7,2 bilhões, o contrato prevê o fornecimento de um pacote de suporte logístico, que inclui peças sobressalentes e manutenção.

“O KC-390 será a espinha dorsal da aviação de transporte da Força Aérea Brasileira”, disse o comandante da Aeronáutica, tenente brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato.

Na FAB, os cargueiros KC-390 deverão cumprir todas as missões atualmente realizadas pelos C-130 Hércules, como transporte de tropas e de carga, lançamento de paraquedistas, busca e combate a incêndios, remoção de feridos e ações humanitárias. Para isso, o avião deverá ser capaz de pousar em pistas sem asfalto e operar em ambientes que vão do frio glacial da Antártica até o calor da Amazônia. O uso de turbinas a jato permitirá alcançar uma velocidade de até 870 km/h. O C-130 Hércules alcança até 671 km/h.


Por que o fim da corrupção no Brasil começa no seu trabalho?

 

Cansado de ouvir falar em esquemas, desvios e subornos? Acredite: você tem o poder de disseminar a ética no país, a começar pelo seu ambiente de trabalho

 

 






São Paulo — Assombrado quase diariamente por escândalos de corrupção envolvendo empresas e governos, o brasileiro corre o risco (compreensível) de acreditar que o desrespeito generalizado à lei é um problema insolúvel. Não é.

E tem mais: cada indivíduo pode contribuir para disseminar práticas éticas no país, a começar pelo seu próprio ambiente de trabalho, diz Mercedes Stinco, diretora de auditoria da Natura e coordenadora da Comissão de Gerenciamento de Riscos do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).

É claro que, para que a semente da corrupção não germine e dê frutos, a empresa precisa fazer a sua parte. Daí a necessidade de políticas definidas e executadas pelo departamento de compliance — que, não à toa, virou uma das carreiras mais quentes do momento no Brasil.

No entanto, explica Stinco, o movimento não deve vir apenas de cima para baixo, mas também de baixo para cima. Devidamente amparadas por medidas institucionais, as pessoas que compõem uma organização também podem (e devem) colaborar.

“Uma andorinha só não faz verão, ou seja, um funcionário sozinho não vai conseguir resolver os problemas éticos de uma empresa sem ter por trás uma estrutura”, diz ela. Mesmo assim, cada um pode sim afetar o sistema com pequenas atitudes.

Afinal, a corrupção não existe sem pessoas, sejam elas corruptas ou corruptoras. Com um detalhe fundamental, que proíbe falsos moralismos: não se trata de um comportamento isolado de alguns “vilões”, mas sim de um traço da cultura brasileira, afirma João Marques Fonseca, presidente da consultoria em mobilidade global EMDOC.

“Vejo muitos profissionais brasileiros destruírem suas carreiras internacionais justamente por essa questão cultural, pelo hábito de tirar vantagem nas pequenas coisas”, diz ele. “O que é prática comum aqui não é aceito lá fora”. Ele diz que não é incomum encontrar executivos nascidos aqui envolvidos em problemas jurídicos no exterior por “pura estupidez”.

Mentalidade, cultura, visão de mundo — a única maneira de você alterar isso “sozinho” é incorporar atitudes éticas no cotidiano, de forma reiterada e insistente, para que se transformem em exemplo para os demais.

“O chefe, em particular, precisa ser um modelo para seus liderados”, diz Fonseca. Isso porque a postura moral do líder costuma ser espelhada pela equipe: se ele for correto, essa atitude tende a se multiplicar; assim como o seu exato oposto.

Além de dar o exemplo, o gestor precisa cobrar diretamente comportamentos éticos dos seus funcionários. Não se trata de vigilância ou patrulha, explica o presidente da EMDOC, mas da criação de um ciclo virtuoso de integridade.

Quando um liderado cometer um desvio dessa natureza, a punição precisa ser imediata. A reação do chefe à corrupção de um liderado costuma ditar se ela continuará sendo praticada no futuro por ele próprio e também pelos demais.

 

Pequenas ações, grandes resultados


E se você não for chefe? Stinco garante que ações de impacto podem partir de profissionais de qualquer nível hierárquico.

Do estagiário ao CEO, todo mundo pode abandonar uma empresa que não respeita a lei, por exemplo. É a resposta mais radical à corrupção no meio corporativo — bem mais difícil de implementar em tempos de crise e desemprego —mas, ainda assim, possível.

Vale pensar em empresas como a Odebrecht, por exemplo. Elas quase não escapam à associação com os escândalos de corrupção que marcaram sua história recente. Essa “aura” acaba se estendendo aos funcionários que passaram por lá, diz Fonseca, mesmo àqueles que não têm nada a ver com os crimes que levaram seu ex-presidente para a cadeia.

“Se você consegue perceber a tempo que existem coisas estranhas acontecendo na sua empresa, saia o quanto antes, se for possível”, recomenda ele. “Às vezes é melhor partir para um emprego com salário mais baixo do que correr o risco de manchar a sua reputação profissional por ter uma empresa com nome estigmatizado no currículo”.

O seu empregador respeita as leis? “Se a resposta for negativa e você não pode ou não quer buscar um novo emprego, busque evidências concretas e faça algo para mudar o que está errado”, recomenda Stinco.

Mais uma vez, é preciso que a empresa compareça com a parte que lhe cabe: a existência de canais de denúncia anônima é indispensável para que um funcionário possa chamar a atenção para ilegalidades de forma segura e eficiente.

Stinco também diz que o funcionário pode exigir mais treinamentos e materiais sobre combate à corrupção na empresa. Se esses recursos não existirem ou forem insuficientes, também é importante se engajar diretamente na sua elaboração. “Os melhores manuais de conduta sempre são aqueles formulados por várias mãos”, explica a coordenadora do IBGC.

 

O crime não compensa — nem o mais “inocente” deles


Muita gente esquece que os malfeitos não ocorrem apenas nos contratos com governos e agentes públicos, como o brasileiro se acostumou a ver nos noticiários. A corrupção está presente em toda forma de desrespeito à legislação, seja ela ambiental, trabalhista, tributária ou de qualquer outra natureza.

Essa constatação abre caminho para uma conclusão importante, diz o presidente da EMDOC: profissionais de qualquer área ou cargo estão todos os dias diante de uma escolha moral.

Um operador da área de compras, por exemplo, está contribuindo para a ética no país quando não aceita uma fatura maquiada feita por um fornecedor.

Um analista de RH está agindo de forma cidadã quando não faz vistas grossas a um atestado médico falso entregue por um funcionário. Analista de Recursos Humanos: Aprenda mais sobre a profissão com a Xerpa Patrocinado

Um gerente está ajudando a combater a impunidade quando denuncia não apenas o assédio moral que praticam contra ele, mas também contra o estagiário.

Qualquer profissional está construindo um país mais sério quando não bate o ponto e sai para dar uma volta.

“Cada um de nós precisa se perguntar: essa ‘vantagenzinha’ realmente vale a pena? Será que esses pequenos crimes vão mesmo melhorar a minha vida? Se você parar para pensar, vai perceber que não”, diz Fonseca. Ser sincero e assumir responsabilidades é muito mais saudável para a sua carreira, para o seu empregador e para o país.