segunda-feira, 19 de junho de 2017

Irmãos Batista negociam diretamente venda de seus negócios

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Desde que as delações dos controladores da JBS vieram à tona o valor de mercado do grupo caiu 30%; além da Eldorado, companhia deve se desfazer de parte da empresa nos EUA, da Vigor e de Alpargatas.

Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo JBS, controlado pela holding J&F, estão negociando pessoalmente a venda de parte de seus ativos, apurou o ‘Estado’ com fontes a par do assunto. Com exceção da Vigor, que tem o Bradesco e o Santander contratados pela família, investidores interessados em outros negócios da companhia – que incluem desde Alpargatas até ativos da área de energia –, têm falado diretamente com os dois controladores do grupo.
 
Fontes próximas ao JBS ouvidas pelo Estado afirmaram que os irmãos Batista não descartam vender uma parte dos ativos do grupo nos Estados Unidos, onde estão concentradas as operações de carne. Mas, o objetivo, segundo essas mesmas pessoas, é preservar ao máximo essa divisão de negócio, que deu origem à companhia e responde por mais de 80% do faturamento do grupo, de R$ 170 bilhões em 2016.
 
Desde que vieram à tona as delações dos irmãos Batista, há um mês, o valor de mercado do JBS caiu 30%, para R$ 18 bilhões, de acordo com levantamento da Economática.
 

Troca de mensagens
 

Nas últimas semanas, Joesley Batista trocou mensagens e retornou ligações de banqueiros e executivos do mercado financeiro para dar o aval para a venda de algumas marcas de produtos da Flora, divisão de higiene e limpeza do grupo; e negociar a venda da Eldorado, divisão de papel e celulose da companhia, apurou a reportagem. Wesley também tem participado ativamente das conversas que envolvem a Eldorado, de acordo com fontes envolvidas nas negociações.

Na sexta-feira, a Eldorado e a chilena Arauco anunciaram ao mercado que assinaram contrato de confidencialidade para negociar o ativo. A Arauco contratou o Santander para assessorá-lo. As concorrentes brasileiras Fibria e a Suzano também têm interesse no ativo, cuja dívida beira R$ 8 bilhões, segundo pessoas próximas às duas companhias. 

A família tem pressa para vender esse negócio. Além de ter cerca de R$ 3 bilhões em dívidas que vencem no curto prazo, a companhia tem de levantar recursos para arcar com o acordo de leniência, fechado em R$ 10, 3 bilhões, segundo fontes.
 
Além da Eldorado, o grupo já está em conversas adiantadas para a venda da Vigor, segundo fontes. O grupo tinha recebido proposta no início do ano da americana Pepsico e da mexicana Lala, conforme publicou o Estado, mas as conversas não foram adiante. Avaliada em R$ 6 bilhões àquela época, fontes afirmaram que os irmãos Batista vão ter de rever esse valor para poder concluir a transação.
 
Um alto executivo de um banco de investimento informou ao Broadcast/Estadão que os desinvestimentos por parte da J&F podem movimentar mais de R$ 20 bilhões. O mercado brasileiro de fusões e aquisições movimenta por ano entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões de negócios concretizados. 

 
Alpargatas
 

No caso da Alpargatas, que a J&F adquiriu da Camargo Corrêa, por R$ 2,7 bilhões, os fundos Tarpon e Carlyle têm interesse de olhar o negócio – os dois já tinham conversado com a Camargo Corrêa no passado, mas foram preteridas pela J&F, que levou o negócio. Os dois fundos têm interesse em retomar as negociações, mas ainda não fizeram movimento nesse sentido. Ainda não há banco contratado para vender esse negócio, mas deve ser anunciado em breve. Procurados, os fundos Carlyle e Tarpon não comentaram o assunto.

Apesar de ter sido sondado para a venda de algumas marcas da empresa Flora, não há comprador firme para o negócio. O mesmo ocorre com o banco Original, segundo fontes.
 
Procurada, a J&F não comenta a venda de nenhum ativo e suas empresas seguem com as operações regulares, dentro do plano de negócios.

 (O Estado de S.Paulo, 17/6/17)

terça-feira, 13 de junho de 2017

Banco Central lança newsletter para comunicação com a sociedade


A publicação veiculará notícias durante toda a semana, sobre temas relacionados à atuação da instituição

 






Brasília – O Banco Central informou nesta terça-feira, 13, por meio de nota, o lançamento de um novo instrumento de comunicação, a newsletter “Conexão Real com o Banco Central”.

De acordo com o BC, o objetivo é estreitar o relacionamento com a sociedade.

“Em um primeiro momento, a publicação foi formatada para investidores, analistas de mercado, economistas, acadêmicos e pesquisadores”, informou a instituição.

“Mas qualquer cidadão também pode se cadastrar para receber a newsletter por e-mail, o que aumenta a transparência das ações do Banco Central para a sociedade. ”

O BC informou ainda que a publicação veiculará notícias durante toda a semana, sobre temas relacionados à atuação da instituição: decisões da autarquia, projetos, normas, indicadores, expectativas econômicas e a agenda da instituição.

“Além das mensagens encaminhadas durante a semana, haverá uma edição semanal às segundas”, acrescentou o BC. Ontem saiu a primeira edição semanal, com um resumo das notícias ligadas ao BC na semana anterior.

Os interessados em receber a newsletter devem pedir cadastramento pelo e-mail comunicacao@bcb.gov.br.

Vigor é oferecida a Danone, Lactalis e Lala, dizem fontes


Segundo fontes, o processo de venda está em fase inicial e é assessorado pelo Santanter Brasil e pelo Bradesco

 






São Paulo – A Vigor está sendo oferecida a cerca de meia dúzia empresas, incluindo a Lactalis e a Danone, conforme os donos da produtora de produtos lácteos tentam captar recursos para pagar multas e outras dívidas, duas fontes com conhecimento do assunto disseram nesta terça-feira.

O processo de venda, que Santander Brasil e Bradesco estão assessorando, está em fase inicial, disseram as fontes, que não detalharam os termos da transação.

Além das duas empresas francesas, outras empresas que foram convidadas a analisar o negócio incluem o grupo mexicano Lala e a suíça Emmi, disseram as fontes.

Até agora nenhum preço ou prazo para ofertas foi definido, e não é certo que um acordo será alcançado, disseram as fontes. A assessoria de imprensa da Danone não quis comentar.

J&F, Lala, Lactalis, Emmi e os bancos não comentaram o assunto de imediato. As fontes pediram anonimato para falar livremente sobre o processo.

O plano vem duas semanas após a J&F, o holding que controla a Vigor, aceitar pagar uma multa de 10,3 bilhões de reais de reais dentro de um acordo de leniência.

A J&F também precisa de dinheiro para pagar cerca de 14 bilhões de reais em empréstimos que vencem nos próximos 12 meses, a Reuters informou no início de junho.

Membros da família Batista, da J&F, fecharam acordos após terem admitido subornar políticos para ganhar vantagens para os suas empresas, incluindo a JBS.
  

Carta aberta ao presidente Temer – Por Israel Klabin


Permita-me Vossa Excelência juntar minha voz à de milhões de brasileiros que estão alarmados com os perigos que ameaçam a nossa espécie, oriundos da degradação ambiental e do aquecimento global.
 
Há 25 anos, o tema ganhou forma de políticas mundiais, quando o Brasil hospedou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco 92.
 
Desde então, o senso de urgência aumentou, bem como as propostas de soluções. O Brasil tem tido papel central nesse processo, inclusive no recente Acordo de Paris.
 
O protagonismo brasileiro não é casual. O país possui um ativo ambiental único no planeta: seus ecossistemas e sua biodiversidade. Além disso, é um dos maiores produtores de alimento e detentor de avançadas tecnologias agropastoris e florestais.
 
Nossa cobertura vegetal é um escudo não apenas quanto aos efeitos de mudanças climáticas, mas também como resguardo de água, fauna e tradições culturais.
 
Neste momento, o ceticismo daqueles que negam as evidências científicas vem acompanhado de um aumento na irracionalidade e cegueira das decisões políticas.
 
Vozes destoantes organizam um ataque sistemático à natureza que o país ostenta, com propostas que favorecem o desmatamento, em particular da Amazônia. A importância desse bioma com relação à biodiversidade, ao ciclo de carbono e ao ciclo de água dá ao nosso povo uma imensa responsabilidade sobre esse ativo -vital à região, ao país e ao mundo.
 
Senhor presidente, não deixe essa riqueza ser destruída por ações que procuram tirar vantagens de curto prazo em detrimento das futuras gerações.
 
Assim, solicito a Vossa Excelência que use a prerrogativa constitucional de veto em relação às modificações ilegítimas introduzidas pelo Congresso Nacional nas seguintes medidas provisórias: 1) a MP 756 de 2016, que reduz dramaticamente áreas de vários parques nacionais; e 2) a MP 758 de 2016, que reduz áreas de fundamental importância na Bacia Amazônica, tais como a de Proteção Ambiental do Tapajós.
 
Outras agressões, como a MP 759 de 2016, que facilita a grilagem e a ocupação de terras públicas, significam o fim de conceitos que a sociedade brasileira tão dificilmente conseguiu transformar em bem público.
 
Somadas, essas medidas subtraem 1,1 milhão de hectares de proteção no território nacional. O impacto negativo dessa ação em nossos compromissos globais firmados seria dramático.
 
Finalmente, estamos consternados pela volta da violência no campo, um retrocesso ambiental acompanhado de sérias consequências sociais. Senhor presidente, impedir essa ruína está ao seu alcance.
 
Não estou sozinho nesse pleito. Em abril último, o Observatório do Clima lançou carta apontando esses problemas. A coalizão Brasil Clima, Agricultura e Florestas também já enviou à Vossa Excelência uma carta aberta solicitando a não ratificação das MPs 756 e 758.
 
A demonstração de que o desenvolvimento humano é consequência direta e imediata da proteção do nosso acervo florestal e ambiental vem do fato de os avanços na conservação no Brasil terem se dado em paralelo a um forte crescimento econômico nacional, a safras recorde na agricultura e geração de emprego.
 
Senhor presidente, o mundo está nos observando. O Brasil não é mais o país do futuro: é o país do presente. Nossa nação tem demonstrado seu empenho em conciliar conservação da natureza com desenvolvimento socioeconômico, e com isso se tornado um exemplo para o mundo. Não há espaço para retrocesso.

Na certeza que Vossa Excelência é sensível aos nossos argumentos, subscrevo-me (Israel Klabin, empresário e ambientalista, é presidente da FBDS.

 (Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável); Folha de S.Paulo, 12/6/17)

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Indústria pretende investir mais nos próximos 12 meses

Esse saldo positivo não ocorria desde o primeiro trimestre de 2015

 

Por Agência Brasil 

 

redacao@amanha.com.br
Indústria pretende investir mais nos próximos 12 meses

O Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas, avançou 7,9 pontos no segundo trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior. Com o resultado, o indicador atingiu 107,9 pontos, em uma escala de zero a 200, o maior patamar desde o terceiro trimestre de 2014 (109,3 pontos). Quando o indicador fica acima de 100 pontos, indica otimismo.

A proporção de empresas prevendo investir mais nos 12 meses seguintes (25,6%) superou o percentual daquelas que projetam investir menos (17,7%). Esse saldo positivo não ocorria desde o primeiro trimestre de 2015, quando os percentuais haviam sido de 28,5% e 27,7%. No trimestre anterior, esses percentuais haviam se igualado em 19,9%.

Em relação à execução de seu plano de investimentos, 25% das empresas estão certas de que o farão, enquanto 21,3% estão incertas. No trimestre anterior, os resultados haviam sido de 29,2% e 22,7%, respectivamente.


Macquarie comprará negócio da Cargill na América do Norte


A operadora de commodities Cargill tem simplificado seus negócios no último ano após um declínio de três anos nos preços do petróleo

 




Houston – O banco australiano Macquarie vai comprar os negócios de energia elétrica e gás da Cargill na América do Norte por um valor não divulgado, disseram as companhias nesta sexta-feira.

O acordo ocorre meses após a Macquarie concordar em comprar o negócio global de petróleo da Cargill. Essa venda deverá ser concluída na segunda metade deste ano.

A operadora de commodities Cargill tem simplificado seus negócios no último ano após um declínio de três anos nos preços do petróleo.

A companhia disse que continuará ativa em energia por meio de diversos negócios, incluindo gerenciamento de risco financeiro, biocombustíveis e navios tanque.

A Cargill tem operações de comercialização, armazenamento e transporte de energia e gás natural.

BASF e Syngenta fazem ofertas por ativos Bayer-Monsanto


A Bayer planeja vender ativos para conseguir aprovação regulatória para a aquisição da gigante de sementes Monsanto por US$ 66 bilhões

 


Londres/Frankfurt – A BASF e a Syngenta estão entre as companhias que apresentaram ofertas preliminares pelos ativos que a Bayer planeja vender para conseguir aprovação regulatória para a aquisição da gigante de sementes Monsanto por US$ 66 bilhões, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

As duas companhias mostraram interesse preliminar na aquisição dos negócios, que incluem canola, sementes de algodão e a linhagem resistente a herbicidas LibertyLink e seu herbicida de glufosinato, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as deliberações são privadas.

A Bayer também poderá vender as operações de alho e sementes de pimenta separadamente ou como parte do pacote completo, disseram as pessoas. No total, as operações vendidas poderão chegar a US$ 2,5 bilhões a US$ 3 bilhões, disseram.

Executivos da BASF e da Syngenta haviam dito anteriormente que buscariam apresentar ofertas pelos ativos que a Bayer está vendendo para concluir a fusão com a Monsanto neste ano.

As discussões estão em fase inicial e as disposições ainda poderão demorar alguns meses para serem concluídas, disseram as pessoas. Nenhuma decisão final foi tomada e as companhias ainda poderiam decidir não avançar com as propostas, disseram.

Representantes da BASF, da Syngenta e da Bayer preferiram não comentar.

A Bayer colocou os ativos à venda no início do ano e convidou os interessados a apresentarem ofertas pelo pacote completo ou por negócios individuais, possivelmente se antecipando às preocupações das autoridades antimonopolistas em meio à consolidação dos setores de sementes e de pesticidas, disseram anteriormente pessoas com conhecimento do assunto.

A BASF não tem participado da onda de compras da indústria agroquímica até o momento, mas a Syngenta passa por um processo de venda para a China National Chemical Corp., um negócio de US$ 43 bilhões.

A DuPont fechou acordo para venda de seus ativos de proteção de safras à FMC em março para conseguir a aprovação da fusão com a Dow Chemical pelos órgãos reguladores.

Para a BASF, a decisão de adquirir os ativos de sementes da Bayer também seria um distanciamento em relação a sua estratégia atual, focada na proteção de lavouras.

A unidade de soluções agrícolas da companhia registrou 5,57 bilhões de euros (US$ 6,25 bilhões) em receita no ano passado, 4,3 por cento menos que no ano anterior.

A Bayer está reforçando seu balanço antes da aquisição planejada da Monsanto. Neste mês, a empresa levantou cerca de 2,1 bilhões de euros vendendo ações e títulos conversíveis da fabricante de produtos químicos Covestro, lucrando com o rápido aumento do preço das ações desde a separação da unidade, em 2015.