segunda-feira, 26 de março de 2018

O ataque do conquistador espanhol


Javier Hidalgo, herdeiro de um dos maiores grupos de turismo da Europa, planeja comprar hotéis, arrematar aeroportos e expandir sua empresa aérea no Brasil

Crédito: Claudio Gatti
Javier Hidalgo, CEO do Grupo Globalia: “O Brasil se tornará um novo Caribe no mapa mundial do turismo e nós estaremos muito bem posicionados quando isso acontecer” (Crédito: Claudio Gatti)
O empresário Javier Hidalgo, 45 anos, há mais de uma década é figura recorrente na mídia espanhola. Por suas aventuras amorosas, aparições em festas de gala ou baladas extravagantes em iates no Mediterrâneo, seu rosto estampa com frequência as primeiras páginas dos tablóides e as notas de destaque das colunas sociais. O estilo bon vivant lhe rendeu o título de “Casanova espanhol”, em referência ao lendário sedutor veneziano Giacomo Casanova (1725-1798). Desde outubro de 2016, no entanto, Hidalgo tem sido visto mais nos noticiários de economia e negócios do que nas seções de fofocas. Com razão. Ele é herdeiro de Juan José “Pepe” Hidalgo, dono de uma fortuna pessoal estimada em R$ 3 bilhões.

Com a bênção do pai, Javier recebeu a missão de multiplicar os resultados do Grupo Globalia, um dos maiores conglomerados de turismo da Europa, dono de um faturamento de € 4 bilhões. Sob seu guarda-chuva estão companhias como a aérea Air Europa e a hoteleira Grand Palladium. As duas irmãs, a primogênita Maria José e a caçula Cristina, também ganharam cargos de diretoria no grupo. 

“A ordem é investir em todas as oportunidades que forem atraentes”, disse Javier Hidalgo, em entrevista à DINHEIRO, em São Paulo. “Vamos comprar hotéis, disputar a concorrência na administração de aeroportos e fortalecer a operação da nossa companhia aérea, a Air Europa.”
Império ibérico: no detalhe, o patriarca Juan José “Pepe” Hidalgo, que passou a gestão do grupo para seu filho. À direita, Javier Hidalgo com o CEO da parceira Ryanair, Michael O’Leary (Crédito:Divulgação | Efe/ Emilio Naranjo)
A agressiva estratégia do bilionário espanhol explica sua turnê pelo Brasil, na semana passada. Como parte de um investimento de US$ 3,5 bilhões, em dois anos, para a aquisição de 26 novas aeronaves, modernização dos atuais 50 aviões da frota e a abertura de novas rotas, a Air Europa quer abocanhar parte do crescente mercado aéreo entre o Brasil e a Europa. A rota já é fortemente disputada pela Latam, pela portuguesa TAP, pela alemã Lufthansa e pela franco-holandesa Air France-KLM. 

“Sabemos como competir porque já disputamos espaço com gigantes no mercado aéreo mais ‘sangrento’ do mundo, o europeu”, afirmou Hidalgo, que destacou a recente parceria de codeshare firmada com a irlandesa Ryanair, a maior companhia de baixo custo do mundo, como um diferencial competitivo em relação às rivais que operam no Brasil. “Só o Nordeste brasileiro, com mais de 50 milhões de pessoas, possui população maior do que a da Espanha”, diz.
No ano passado, a Air Europa transportou 260 mil passageiros no Brasil, um aumento de 4% sobre 2016, com uma ocupação média de 90%. Esse percentual, nos 50 destinos da empresa no mundo, é de 78%. Em 2017, o País também se tornou o maior mercado global da Air Europa, fora da Espanha, embora apenas 6 milhões de turistas estrangeiros tenham desembarcado por aqui. Como comparação, o Chile recebeu 6,5 milhões de visitantes, e a Espanha 83 milhões. “Pode apostar, o Brasil se tornará um novo Caribe no mapa mundial do turismo e nós estaremos muito bem posicionados quando isso acontecer”, afirma Hidalgo. Essa confiança endossa parte do plano brasileiro do empresário espanhol.

A Air Europa estuda inaugurar, ao longo desse ano, as rotas diretas para Madri a partir de várias capitais brasileiras: Porto Alegre e Rio de Janeiro, por exemplo. Além de abrir novos trajetos, vai ampliar a frequência de voos partindo de São Paulo, Recife e Salvador, principal hub no Brasil e cidade onde opera desde 2003. Detalhe: a rota Cumbica-Barajas, a partir do domingo 25, será realizada com a aeronave Boeing 787-800 Dreamliner. O avião reduzirá em 40 minutos o tempo de viagem, e diminuirá em 20% as despesas com combustível. “A aposta da Air Europa no Brasil acontece em um bom momento, já que as perspectivas de aumento do fluxo de turistas entre os dois continentes e a possibilidade de um acordo de livre comércio deverão multiplicar exponencialmente a demanda por voos”, diz Mauro Reis, especialista em aviação, da Universidade Estácio de Sá.


Fora das disputas nos ares, Hidalgo afirma que espera vencer algumas das 13 privatizações de aeroportos previstas para este ano. O governo deverá passar para a iniciativa privada terminais de capitais importantes, como Vitória, Recife, Aracaju e Maceió. “Com recursos próprios, faremos os investimentos necessários para nos consolidar como um dos maiores operadores turísticos no Brasil e da América Latina”, afirma o CEO. Já no mercado hoteleiro, algumas negociações estão em andamento, segundo ele. A rede de resorts Palladium, que opera uma unidade na Praia de Imbassaí, na Bahia, faz parte do Grupo Globalia e poderá ser um pilar do plano de expansão da área de hotéis. “Não posso revelar detalhes, mas posso garantir que estamos de olho em hotéis urbanos, com foco corporativo, e em locais de grande potencial turístico no Nordeste”, diz Hidalgo.

Cade aprova venda de centrais hidrelétricas da Gerdau para mineradora Kinross



 Redação Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) - A superintendência geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a venda de duas centrais hidrelétricas da Gerdau para a mineradora canadense Kinross Gold. 

No mês passado, a siderúrgica brasileira informou o acordo para venda, por 835 milhões de reais, dos complexos hidrelétricos de Caçu e Barra dos Coqueiros, em Goiás. As usinas foram inauguradas em 2010 e têm capacidade instalada total de 155 megawatts. 

Em seu parecer, o Cade informou que após a conclusão da operação, a capacidade de geração de energia elétrica da Kinross subirá para 211,3 megawatts, ante os atuais 56,3 megawatts. 

“Apesar dessa elevação, a participação da Kinross não alcançará 1 por cento da capacidade de geração nacional”, diz o documento, acrescentado que, portanto, a operação não resulta em sobreposição horizontal significativa. 



Por Flavia Bohone

Syngenta anuncia acordo para aquisição da brasileira Strider




 Redação Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) - A gigante Syngenta anunciou nesta segunda-feira um contrato para adquirir a companhia brasileira de tecnologia agrícola Strider, informou a multinacional suíça em nota. 

Conforme a Syngenta, que não divulgou os valores do negócio, a aquisição está condicionada à aprovação de órgãos reguladores.

“A Strider é um importante player no mercado latino-americano de agricultura digital, e a transação aumentará a capacidade da Syngenta de agregar maior valor aos seus clientes, fornecendo soluções digitais inovadoras para o gerenciamento de informações agrícolas”, disse a companhia no comunicado. 

A Strider é uma empresa relativamente nova. Surgiu em 2013 e, entre suas atividades, estão o monitoramento de máquinas e controle de pragas, além de imagens via satélite das culturas agrícolas.



Por José Roberto Gomes, em São Paulo

BC vê mercado de crédito no Brasil crescendo mais em 2018, a 3,5%


Reuter
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BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central aumentou sua estimativa de crescimento para o mercado de crédito no país em 2018 a 3,5 por cento, acima da expectativa anterior de 3 por cento, afirmou nesta segunda-feira o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha. 

“A razão para este aumento é o desempenho do crédito livre, que tem sido bastante mais dinâmico nos últimos períodos”, disse Rocha, em coletiva de imprensa. 

Agora, a expectativa é que o avanço nesse segmento, em que as taxas de juros são livremente fixadas pelos bancos, seja de 6 por cento em 2018, sobre patamar de 4 por cento visto na última divulgação das expectativas, em dezembro. 

Segundo Rocha, colaboram para o maior otimismo as perspectivas de expansão da atividade econômica e também o ciclo de redução da política monetária. Na semana passada, o BC cortou a Selic em 0,25 ponto percentual, para a mínima histórica de 6,5 por cento ao ano, indicando claramente que deverá repetir a dose em maio. 

Para o crédito direcionado, a perspectiva segue de crescimento de 1 por cento neste ano. 

Refletindo o baixo apetite por crédito que ainda perdura no país, o estoque total de crédito caiu 0,2 por cento em fevereiro sobre o mês anterior, a 3,062 trilhões reais. Com isso, passou a responder por 46,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou o BC nesta tarde. 

No segmento de recursos livres, houve retração de 0,1 por cento no último mês, ao passo que no segmento de recursos direcionados o recuo foi de 0,3 por cento. 



Por Marcela Ayres; Edição de Patrícia Duarte


quinta-feira, 22 de março de 2018

Estamos a um passo de fechar acordo comercial Mercosul-UE, diz Temer


Estamos a um passo de fechar acordo comercial Mercosul-UE, diz Temer


Mercosul e União Europeia estão a um passo de fecharem um acordo comercial, disse nesta quarta-feira o presidente Michel Temer, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão.

Ele disse ainda que o bloco sul-americano está em negociações comerciais com a aliança para o Pacífico, assim como Canadá, Marrocos, Líbia, Tunísia e Coreia do Sul.

 (Reuters, 21/3/18)

Bayer recebe aval da UE para compra da Monsanto por US$62,5 bi



Bayer recebe aval da UE para compra da Monsanto por US$62,5 bi
A gigante alemã Bayer obteve nesta quarta-feira aprovação antitruste da União Europeia para a aquisição da Monsanto por 62,5 bilhões de dólares, a última de três megafusões que vai reformular a indústria agroquímica.


O acordo deve criar uma empresa com o controle de mais de um quarto do mercado mundial de sementes e pesticidas.

Impulsionada por mudança nos padrões climáticos, competição na exportação de grãos e uma economia rural global vacilante, a Dow e Dupont, e ChemChina e a Syngenta lideraram inicialmente a onda de consolidação no setor.

Grupos ambientalistas e de agricultura se opuseram aos três acordos, preocupados com seu poder e sua vantagem em dados de agricultura digital, que podem dizer aos agricultores como e quando plantar, semear, pulverizar, fertilizar e colher culturas com base em algoritmos.

    A Comissão Europeia disse que a Bayer mitigou as preocupações ao ofertar uma série de ativos para impulsionar a rival Basf, confirmando uma notícia da Reuters de 28 de fevereiro.

“Nossa decisão garante que haverá competição efetiva e inovação nos mercados de sementes, pesticidas e agricultura digital também após essa fusão”, disse Margrethe Vestager, comissária europeia da Competição, em comunicado.

A China já deu aprovação condicional ao acordo da Bayer e da Monsanto, que também ganhou luz verde no Brasil. Atualmente, o negócio está sendo revisado pelas autoridades antitruste dos Estados Unidos e da Rússia 

(Reuters, 21/3/18)






Pirelli vai investir 250 mi de euros na América Latina até 2020

Redação Reuters


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SÃO PAULO (Reuters) - A fabricante de pneus Pirelli anunciou nesta quinta-feira plano de investimento de cerca de 250 milhões de euros até 2020 na América Latina, em recursos que serão usados para modernizar instalações produtivas e ampliar a atuação da empresa em produtos de alto valor agregado. 

A Pirelli considera América Latina como a região formada por Brasil, Argentina e Venezuela e o valor do investimento é o mesmo aplicado pela companhia no plano anterior que envolveu os anos de 2013 a 2017. 

“Os investimentos permitirão satisfazer a demanda por pneus de alta gama, tanto dos mercados locais quanto, em particular, da área Nafta da qual o Brasil representa uma das fontes integradas de fornecimento”, afirmou a Pirelli em comunicado à imprensa. 

A companhia tem no Brasil mais de 2 mil pontos de venda de um total de 2.300 na América Latina e a expectativa é alcançar 3.300 totais até 2020. 

A empresa não divulga o valor a ser investido especificamente no Brasil. 




Por Alberto Alerigi Jr.


 https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN1GY2IK-OBRBS