Por Juliano Roberto de Oliveira, publicado pelo Instituto Liberal
Declarações de que Bolsonaro têm
assumido posturas homofóbicas e contrárias às posições das ditas
“minorias oprimidas” não são novidade para os que acompanham o
desenrolar do cenário desenhado pela corrida presidencial. Como, por
estas plagas, temas de tão pouca relevância para o debate político (tais
como a opção sexual de cada indivíduo) são facilmente elevados ao
status de temas de grande relevância, vez ou outra, temos que nos
entregar ao árduo ofício de refutar ideias que, por mais estapafúrdias,
podem ser decisivas num pleito cujas consequências não podem ser
desprezadas.
Num país que se orgulha de colocar em
pauta a banalização da sexualidade é praticamente um pecado mortal
assumir uma postura conservadora e alinhada aos princípios cristãos.
Se
um pai demonstra qualquer rejeição à possibilidade de ter um filho com
traços e comportamentos homossexuais, surge um forte motivador para uma
gritaria histriônica em torno desta postura “preconceituosa”. A turma
que vive enclausurada na sua bolha progressista realmente acha que um
pai não pode considerar que um comportamento homossexual do filho seja
anormal. Esta visão arcaica, jurássica, diriam os detentores da bondade,
seria reprovável, digna de execração. Mesmo em se tratando de um pai
cujos valores são provenientes de berço cristão. É neste momento que
paira sobre os defensores da liberdade de expressão a dúvida a respeito
da diversidade de opiniões preconizada pela esquerda.
Quando deixamos de focalizar o debate
que busca politizar a sexualidade (como se fosse esta a pauta que mais
deveria nos preocupar quando há tanto a ser feito nas arenas política e
econômica) e utilizar o estado como instrumento de coerção para a
banalização dos comportamentos declaradamente contrários aos princípios
familiares, cristãos e conservadores, percebemos uma lufada de luz sobre
os fatos, os quais se contrapõem de maneira contundente ao discurso
ideológico. Foram os princípios conservadores os responsáveis pelo
desenvolvimento civilizacional da porção ocidental do mundo. Temas como
diversidade sexual, aliás, não são debatidos livremente em estados cuja
democracia não dá o ar de sua graça. Estado este que, num paradoxo
incompreensível, é defendido de forma aguerrida pelos justiceiros
sociais que veem o mundo sob uma ótica de opressores versus oprimidos.
Aqueles que os defendem, fazem-no hasteando, por exemplo, bandeiras
contra uma suposta islamofobia praticada pelo ocidentalismo tacanho
(isto mesmo, cospem na civilização que lhes permite a elasticidade do
discurso plural).
Decisões e práticas de cunho
estritamente pessoal, tal como a sexualidade, só são possíveis em
estados que primam pela democracia e pela pluralidade de ideias (algo
que não existe no submundo em que estão enclausuradas as mentes à
esquerda). Outro discurso bastante apregoado pelas esquerdas seria o de
que Jair Bolsonaro estaria, supostamente, incutindo uma desunião ou
desagregação social entre os indivíduos através de uma pregação
moralista contra as mesmas “minorias oprimidas” (e neste combo estão
todas as minorias que o imaginário esquerdista puder aliciar). Tal
argumento não requer qualquer esforço de refutação. Basta analisar, e
não precisamos de tanta capacidade cognitiva para tal, que quem criou
todos os instrumentos que desagregaram e dividiram a sociedade foram
justamente as esquerdas (de Freixo, de Lula e seus asseclas) que
insistem no discurso do “nós contra eles”. Essa coisa de “negros contra
brancos”, “homossexuais contra heterossexuais”, “mulheres contra homens”
foi o que gerou tanta divisão e desunião.
O país está mesmo dividido, concordo,
mas esta divisão foi orquestrada pela longeva doutrinação marxista
presente nos discursos acadêmicos, na relativização e banalização do
hedonismo, no incentivo à criminalidade que encontra amparo nos
discursos dos artistas do projaquistão, na retórica vitimista dos
intelectuais de esquerda que, despidos de todo valor moral que nos
agraciou com o mínimo progresso desfrutado por um país genuinamente
capitalista, idealizam um mundo em que bandidos deixarão de sê-lo se tão
somente lhes oferecermos mais educação. Qual educação? Aquela, a
freireana, a qual já se mostrou um fracasso e nos colocou na rabeira do
ranking internacional em termos de conhecimento e desenvolvimento
tecnológico capazes de gerar produtividade (uma excelente alternativa
para aliviar as agruras das ditas minorias oprimidas).
O povo cansou. E o fenômeno do
crescimento de Bolsonaro nas pesquisas nada mais é do que a resposta aos
sofrimentos e dores aos quais as minorias (aquelas minorias reais, de
carne e osso, e não aquelas idealizadas e utilizadas como massa de
manobra) são expostas todos os dias e que essa galerinha cool, que acha
que o mundo seria mais colorido se tivéssemos mais igualdade e se os
malditos capitalistas não explorassem os miseráveis trabalhadores,
recusa-se a enxergar.
Tenho minhas discordâncias com o
candidato. Talvez devesse ser mais cuidadoso com as palavras. Talvez
devesse ser mais firme na defesa das ideias liberais. Mais convincente,
em suma, quando fala da necessidade de privatizações e de medidas de
cunho liberal para o avanço do país. Reconheço que dificilmente
conseguirá articular apoio no congresso para suas propostas. No entanto,
como estamos falando de Pindorama (para fazer uso de termo tão comum
nos artigos de João Luiz Mauad), em que qualquer coisa que não se pareça
com uma foice e um martelo é tachada de produto da direita xenófoba, é
preciso ser muito cauteloso para não cair na armadilha maniqueísta em
que só é do bem aquele cujas ideias e esforços estão concentrados na
defesa dos marginais.
Sobre o autor: Juliano
Roberto de Oliveira é administrador de empresas, professor e
palestrante. Especialista e Mestre em Engenharia de Produção, é
estudioso das ideias liberais.
Nota do blog: Veja também meu vídeo sobre como a esquerda caviar pariu a candidatura viável e competitiva de Bolsonaro: https://youtu.be/kl_DZ8LPalk