Ralphe Manzoni Jr.
Desde que decidiu unificar as operações online e offline, a varejista
americana Walmart convive com os rumores de que vai deixar o Brasil,
conforme antecipou a coluna MOEDA FORTE, da DINHEIRO.
Ao que tudo indica, ela está em busca de um sócio para o mercado brasileiro, segundo publicou a coluna Radar, do jornal O Globo, neste fim de semana.
O principal candidato, segundo a coluna, é o fundo de private equity Advent. O jornal Valor cita também os fundos Catterton, Carlyle e General Atlantic como interessados no ativo. Ninguém comenta o assunto.
Por que o Walmart busca um sócio no mercado brasileiro? A resposta é
simples. Desde que começou a operar localmente, nos anos 1990, o Walmart
nunca conseguir ser bem-sucedido.
“A situação do Walmart está complicada há muitos anos”, diz um
ex-executivo, que trabalhou na operação brasileira e tinha acesso aos
detalhes do negócio local.
Por complicada, entenda-se que a operação está no prejuízo há anos e
que a matriz de Bentonville, no Arkansas, perdeu a paciência com todos
esses anos de resultados negativos.
A visão desse ex-executivo é de que o Walmart cometeu muitos erros de
estratégia. Um deles é que os dirigentes locais precisam seguir as
regras da matriz americana. “A cabeça do americano tem um viés muito
equivocado sobre o varejo brasileiro”, diz essa fonte.
Um exemplo é a aposta do Walmart em hipermercados, em um momento que
os formatos de atacarejo e de supermercado de vizinhança são os modelos
mais bem-sucedidos da varejo local. “Eles estão apostando em um formato
que é o contrário do que todos os rivais estão fazendo no Brasil.”
Outro exemplo que, na visão desse executivo, ilustra a falta de
estratégia é a unificação da marca no Brasil. Uma delas é a Bompreço,
forte na região Nordeste, que está sumindo do mapa. “O Walmart patina,
patina, patina e não sai do lugar”, diz.
É cedo para saber se o Walmart conseguirá um sócio no Brasil, modelo
que só tem na China, onde conta com um parceiro minoritário. Com pouco
menos de 500 lojas e faturamento de R$ 29,5 bilhões, a varejista
americana nunca foi páreo para o Pão de Açúcar e o Carrefour. Para quem é
o maior do mundo, não se trata de um desempenho a ser comemorado.
https://www.istoedinheiro.com.br/por-que-o-walmart-busca-um-socio-para-sua-operacao-brasileira/
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