Grupo
familiar do interior paulista, antes considerado um ativo de pequeno
porte, ganhou relevância após opções de aquisição ficarem mais restritas
no País; gigante April agora é a favorita para levar a Lwarcel, que já
negociou com várias outras empresas.
O grupo asiático Asia Pacific Resources International Holdings
(April) está em negociações avançadas para comprar a companhia paulista
de celulose Lwarcel, do grupo Lwart, segundo apurou o ‘Estado’. O ativo,
avaliado em aproximadamente R$ 2 bilhões, é hoje um dos poucos
disponíveis para processos de aquisição no Brasil, na esteira da megafusão entre Fibria e Suzano, anunciada em março, e da compra da Eldorado pela Paper Excellence, no ano passado.
A Lwarcel, que era considerada pouco relevante no setor, mudou de
patamar após a fusão entre Fibria e Eldorado, que ainda depende de
aprovação, e a compra da Eldorado, que pertence ao grupo J&F, pela
Paper Excellence, a ser finalizada no segundo semestre.
Nos últimos meses, os donos da companhia de celulose chegaram a
conversar com diversos grupos, incluindo a Suzano – antes da fusão com a
Fibria – e as portuguesas Altri e Navigator. Após a redução das opções
disponíveis em celulose no País, a Lwarcel virou alvo de grupos
asiáticos, que querem garantir produto para abastecer o continente, em
especial a China.
Fundado em 1975, o grupo Lwart, do qual a Lwarcel faz parte, é também
proprietário de um negócio de rerrefino de óleo combustível, que
aproveita lubrificantes usados de automóveis e maquinários.
Mercado.
O momento é favorável para
o setor de celulose, segundo Carlos Farinha, vice-presidente da
consultoria Pöyry. “É um momento positivo para exportar a partir do
Brasil, tanto pelo preço do produto quanto pelo comportamento do
câmbio”, diz. O cenário de preço deve seguir positivo, diz o executivo,
porque não há previsão de inaugurações de fábricas de tamanho relevante
no horizonte.
O interesse em aquisições, explica Farinha, é alto porque os grandes
grupos não querem ter de reunir ativos florestais – o que, além de
custar dinheiro, leva tempo. O executivo diz que comprar uma unidade
acaba sendo mais barato do que construir uma fábrica do zero.
Procurada, a RGE informou que a companhia está sempre monitorando
oportunidades de negócio e que não falaria sobre especulações de
mercado. A Lwarcel disse que não comenta processos em andamento .
(O
Estado de S.Paulo, 12/5/18)
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