segunda-feira, 14 de maio de 2018

Grupo asiático ganha exclusividade para comprar brasileira Lwarcel



Grupo da família Trecenti tenta há anos atrair investidores para levar a cabo seu plano de expansão


Grupo familiar do interior paulista, antes considerado um ativo de pequeno porte, ganhou relevância após opções de aquisição ficarem mais restritas no País; gigante April agora é a favorita para levar a Lwarcel, que já negociou com várias outras empresas.

O grupo asiático Asia Pacific Resources International Holdings (April) está em negociações avançadas para comprar a companhia paulista de celulose Lwarcel, do grupo Lwart, segundo apurou o ‘Estado’. O ativo, avaliado em aproximadamente R$ 2 bilhões, é hoje um dos poucos disponíveis para processos de aquisição no Brasil, na esteira da megafusão entre Fibria e Suzano, anunciada em março, e da compra da Eldorado pela Paper Excellence, no ano passado.

A Lwarcel, que era considerada pouco relevante no setor, mudou de patamar após a fusão entre Fibria e Eldorado, que ainda depende de aprovação, e a compra da Eldorado, que pertence ao grupo J&F, pela Paper Excellence, a ser finalizada no segundo semestre.

Nos últimos meses, os donos da companhia de celulose chegaram a conversar com diversos grupos, incluindo a Suzano – antes da fusão com a Fibria – e as portuguesas Altri e Navigator. Após a redução das opções disponíveis em celulose no País, a Lwarcel virou alvo de grupos asiáticos, que querem garantir produto para abastecer o continente, em especial a China.

Fundado em 1975, o grupo Lwart, do qual a Lwarcel faz parte, é também proprietário de um negócio de rerrefino de óleo combustível, que aproveita lubrificantes usados de automóveis e maquinários.


Mercado.  


O momento é favorável para o setor de celulose, segundo Carlos Farinha, vice-presidente da consultoria Pöyry. “É um momento positivo para exportar a partir do Brasil, tanto pelo preço do produto quanto pelo comportamento do câmbio”, diz. O cenário de preço deve seguir positivo, diz o executivo, porque não há previsão de inaugurações de fábricas de tamanho relevante no horizonte.

O interesse em aquisições, explica Farinha, é alto porque os grandes grupos não querem ter de reunir ativos florestais – o que, além de custar dinheiro, leva tempo. O executivo diz que comprar uma unidade acaba sendo mais barato do que construir uma fábrica do zero.

Procurada, a RGE informou que a companhia está sempre monitorando oportunidades de negócio e que não falaria sobre especulações de mercado. A Lwarcel disse que não comenta processos em andamento .

(O Estado de S.Paulo, 12/5/18)

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