Ela e outras quatro tecnologias transformarão o mundo na próxima década
Já sabemos que a tecnologia
vive em constante transformação. A cada dia, novas máquinas, aparelhos
mais modernos e softwares mais sofisticados surgem para substituir seus
antecessores e tornarem a vida mais fácil pouco a pouco. Prever os
cenários futuros é parte natural do trabalho de quem atua com
desenvolvimento de tecnologia. Pesquisadores estimam que em 2020 haverá
50 bilhões de aparelhos conectados. Em 2030, esse número deve saltar
para 500 bilhões de dispositivos. Isso significa que essa progressão
aritimética precisará ser constantemente alimentada por tecnologias
disruptivas. Ainda assim, é muito difícil prever com exatidão qual tipo
de tecnologia e qual o efeito prático que ela trará para a sociedade ou
para os negócios. O empresário americano Peter Diamandis afirma que o
desafio das companhias é definir o seu modelo de negócio procurando
interceptar o estágio da tecnologia nos próximos dois ou três anos. Quem
desenvolve o seu produto em cima do que existe hoje, fatalmente estará
fora do mercado. Pensando nisso, eis cinco tecnologias que devem fazer a
diferença nos negócios durante a próxima década.
Robótica
Mesmo
que há muito tempo ouçamos falar em robótica, esta tecnologia atinge
uma maturidade cada vez maior com o passar dos anos. A antiga
preocupação das pessoas sobre as máquinas substituírem a mão de obra
humana vai se tornando realidade em muitos segmentos. Com a chegada da
Indústria 4.0 (ou quarta revolução industrial), a tendência é de que os
robôs assumam a execução de tarefas massivas e padronizadas.
Em
junho deste ano, a fabricante chinesa Foxcomm, responsável pela produção
de produtos Apple e diversas outras marcas, comunicou a intenção de
substituir 80% de seus funcionários por robôs em até dez anos. A
companhia, que hoje é uma das maiores empregadoras do mundo, já havia
divulgado corte de 400 mil colaboradores entre 2012 e 2016 por meio da
mecanização de processos e agora diminuirá ainda mais sua folha de
pagamentos. Essa realidade já está presente em diversas empresas com a
alegação de forte redução de custos operacionais. E contra fatos, não há
argumentos. Um leve e versátil braço robótico da Sawyer já está no
mercado por cerca de US$ 22 mil, o que representa um valor muito
inferior a um ano de salário.
As aplicações da robótica não se
limitam às fábricas. Os carros autônomos evoluem numa velocidade
impressionante, de modo que não será surpresa vermos alguns pelas ruas
já nos próximos anos. Nos Jardins de Infância da China, as crianças já
contam com um apoio em seu processo de formação: um robô chamado Keeko,
que se locomove por meio de pequenas rodas e “impõe” alguns desafios Às
crianças. Quando acertam, o robozinho exibe olhos em forma de coração.
Os efeitos práticos da robotização estão só começando a aparecer no
nosso dia a dia.
Redes e sensores
A velocidade com que o planeta está se interconectando está cada vez maior. A tecnologoa 5G, que possivelmente estará em operação a partir de 2020, deve aumentar em 1 milhão de vezes a velocidade de dados dos smartphones. Como mencionado anteriormente, o número de dispositivos deve crescer exponencialmente. “Essa rede gigantesca envolve drones, aparelhos celulares, sensores urbanos, balões atmosféricos de comunicação e mais milhares de satélites que estão em fase de desenvolvimento e lançamento por várias empresas diferentes no mundo. Entre as novas tecnologias revolucionárias estão as ‘smart dust’, um aparelho de 1 milímetro de diâmetro e memória de 4kb que é capaz de transmitir dados em sinais de 900 mghz. Essa ‘poeira digital’ passará a ser incorporada em todo tipo de material e equipamento, criando uma imensa infraestrutura de Internet das coisas (IoT)”, afirma Diamandis. Evidentemente, esta transformação trará um gigantesco impacto na economia mundial, pois se hoje somos cerca de 3,8 milhões de pessoas conectadas, entre 2022 e 2025 a expectativa é que a tecnologia conecte toda a população da Terra. Isso demandará dispositivos para mais de 4 bilhões de pessoas que até então estão ‘offline’.
Inteligência Artificial
O que antes aparecia apenas em filmes de ficção científica já está inserido no dia a dia e evolui de forma rápida e constante. Conforme a Inteligência Artificial vai entando em nosso cotidiano, mais a nossa vida vai se transformando. Já temos exemplos de assistentes como Siri, Alexa, Cortana, entre outras que podem mostrar parte do poder que a Inteligência Artificial possui. Estas tecnologias abrem novas perspectivas de produtos e serviços relacionados à AI.
“Cada ser
humano terá uma espécie de avatar, ou uma capa exterior de inteligência
artificial, que vai estender a nossa capacidade de raciocínio”, acredita
Diamandis. Isso elevaria o homem a um novo patamar. Um dos setores mais
impactados é o de serviços financeiros. Nos Estados Unidos, é cada vez
maior o número de empresas que oferecem produtos de investimento
baseados em análises de AI. A demanda por profissionais especializados
em Inteligência Artificial já é enorme no mundo. Entre 2010 e 2015, por
exemplo, aumentou em 100 vezes o número de estudantes de cursos de AI no
Udacity. Diamandis acredita que AI será a ferramenta para a solução dos
nossos maiores problemas, ou seja, quem estiver preparado para
trabalhar nesta área, sairá na frente na busca pelos melhores empregos.
Biotecnologia
A biotecnologia chega para romper a barreira entre homem e máquina. Isso abre infinitas possibilidades para a investigação de doenças e do comportamento humano, para o bem e para o mal.
Pesquisadores do MIT
anunciaram em março deste ano a criação de um chip que simula órgãos do
corpo humano para testes de remédios. O dispositivo é feito de tecidos
conectados por microfluidos, que trabalham em conjunto de minúsculas
bombas para imitar o fluxo sanguíneo em nosso corpo. Desta forma, os
desenvolvedores podem mapear todo o processo que as drogas percorrem em
nosso corpo, sendo capaz de identificar previamente possíveis efeitos
colaterais.
Diamandis crê que um dos negócios que mais crescerá
nos próximos anos é o armazenamento e “edição” do genoma humano, visando
a prevenção de doenças o aperfeiçoamento genético das pessoas. O uso
militar da biotecnologia também já é discutido. A Americana DARPA
(Defense Advanced Research Projects Agency) está desenvolvendo um
Sistema biotecnológico capaz de ajudar soldados no campo de batalha. O
programa Biostasis consiste em um conjunto de tratamentos para diminuir
as reações bioquímicas do corpo humano visando uma "suspensão" do estado
corporal até que a ajuda médica chegue ao local.
Há
ainda uma outra frente de investigação científica de tecnologias
exponenciais em que universidades e empresas estão avançando na
integração na tecnologia conhecida como Brain Computer Interface (BCI)
com o objetivo de conectar os conceitos mais avançados de neurologia com
processamento de dados e computação em nuvem. Atualmente existem
pesquisas de implantes que visam aumentar de 15% a 25% a capacidade de
armazenamento de memória no cérebro.
Computação Quântica
A Lei de Moore diz que a velocidade de um computador dobra a cada dezoito meses. Vivenciamos uma era em que o aumento desta velocidade foi constante e “imparável”. Entretanto, muitos cientistas acreditam que tal evolução terá um limite que, para ser superado, acarretará uma revolução significativa na computação. Na prática, isso já está acontecendo desde que o silício, principal componente utilizado na fabricação de processadores, começou a apresentar sinais de que está chegando ao seu limite inerente à própria estrutura do material. A Computação Quântica se encaixa neste cenário.
Os processadores
atuais podem ser entendidos pelo padrão de “zeros e uns” dos bits onde
cada um corresponde a um comando que permite que nossos computadores
realizem os cálculos para operarem da forma que estamos acostumados. Em
tese, os computadores quânticos rompem este padrão, podendo operar com
“zeros e uns” simultâneamente dentro do mesmo “quibit”, sua unidade
mínima de medida, tornando a capacidade de processamento exponencial.
Segundo Diamandis, a capacidade de processamento quântica é inimaginável
e vai acelerar o desenvolvimento da inteligência artificial, e o
machine learning, com impacto enorme no desenvolvimento de novas
moléculas na indústria farmacêutica. As grandes corporações como
Microsoft e Google estão na corrida para anunciar o primeiro modelo de
computador quântico 100% funcional. Isso deve representar uma enorme
revolução, pois os sistemas quânticos poderão executar novos tipos de
algoritmos para processar informações de forma mais holística.
http://www.amanha.com.br/posts/view/6315