segunda-feira, 27 de maio de 2019

O que a Natura viu na Avon?


Aquisição da multinacional pela brasileira cria o quarto maior grupo de beleza do mundo, com US$ 10 bilhões de faturamento e atuação em 100 países

 

O que a Natura viu na Avon?

Depois de um longo namoro, a brasileira Natura e a americana Avon — duas das maiores empresas de cosméticos do mundo — estão, enfim, casadas. Na quarta-feira 22, elas oficializaram a união que resultará em uma companhia com 76% de capital brasileiro. A operação representa a compra da Avon pela Natura por aproximadamente US$ 3,7 bilhões (R$ 15 bilhões), por meio de troca de ações. Juntas, as empresas são avaliadas em US$ 11 bilhões nas bolsas de valores, algo próximo a R$ 45 bilhões. As 13 cadeiras do conselho de administração serão ocupadas por dez brasileiros e três indicados pelos acionistas da Avon. “Por décadas, Natura e Avon navegaram em linhas paralelas, e agora estão no mesmo barco”, disse Guilherme Leal, fundador da Natura, em teleconferência na manhã da quinta-feira 23.  “Com o negócio, vamos fortalecer ainda mais nossa presença internacional, tendo 68% das vendas fora do Brasil.”
Na loja: desafio do grupo é ganhar relevância no varejo tradicional (Crédito:Divulgação)
O casamento, no entanto, não agradou a todos. Na quinta-feira, às 15h, as ações da Natura caíam 8,5% na B3, em São Paulo, enquanto os papeis da Avon subiam 7% nos Estados Unidos. “Embora sejam empresas semelhantes no modelo de negócio e no portfólio de produtos, elas são muito diferentes em qualidade da estrutura operacional”, diz o suíço Patrick Schelenbauer, especialista em varejo no Kantonalbank, de Zurique. “A Avon terá de aprimorar muito sua performance financeira e comercial para não se tornar um peso para a Natura dentro da nova holding.” No entanto, para consultor Maximiliano Tozzini Bavaresco, CEO da Sonne Consulting, os ajustes da Avon serão bem executados pela Natura com a criação do novo grupo. “Esta claro que a estratégia das duas empresas é gerar escala e fortalecer a companhia em todo o mundo. É só uma questão de tempo para a Natura equacionar esses ruídos.”

A despeito do receio dos investidores expresso nas ações da Natura — que nos últimos anos fez outras grandes aquisições, como a da australiana Aesop, em 2013, e da britânica The Body Shop, em 2017 —, a nova compra cria um colosso no mercado global da beleza. Além da tradicional venda porta a porta, o grupo solidifica suas estruturas de e-commerce e varejo físico, considerados os pontos fracos de ambas as empresas. A partir de agora, a nova companhia conta com um exército de 6,3 milhões de representantes e consultoras, vendas em 100 países, 3,2 mil lojas, faturamento de US$ 10 bilhões, mais de 40 mil funcionários e 200 milhões de clientes em todo o mundo. “Vamos, principalmente, fortalecer a venda direta, que ajuda a criar relações com as clientes através das nossas consultoras”, afirma o presidente do conselho da Natura, Roberto Marques. “Com a Avon, podemos agora atingir os diferentes perfis de consumidores, com maior alcance geográfico e diversificação dos canais de venda.”
Guilherme Leal, cofundador da Natura: “Por décadas, Natura e Avon navegaram em linhas paralelas, e agora estão no mesmo barco” (Crédito:Marisa Cauduro/Folhapress)
O ganho de escala, que irá permitir custos mais baixos e maior poder de barganha junto aos fornecedores, é justamente um dos benefícios destacados por Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). Ele ressalta, no entanto, que o plano de fortalecer a venda direta destoa da estratégia de integrar diferentes canais de venda, um conceito que está guiando não apenas os passos da Natura, mas de todo o setor. “Até que ponto um ativo depreciado como a Avon, que pouco avançou nessa direção, poderia contribuir nesse cenário?”, questiona.

Pelos cálculos da Natura, a combinação dos negócios resultará em sinergias estimadas entre US$ 150 milhões e US$ 250 milhões anuais. Parte desse dinheiro, segundo a empresa, será reinvestido em aumento da a presença nos canais digitais e mídias sociais, pesquisa e desenvolvimento e expansão da presença geográfica do grupo. “Esta combinação é o começo de um novo e animador capítulo na história de 130 anos da Avon. Com a Natura, teremos acesso mais amplo à inovação e a um portfólio de produtos, uma plataforma digital e de comércio eletrônico mais forte”, garante Jan Zijderveld, CEO da Avon.

Fiat Chrysler apresenta projeto de fusão à francesa Renault



Fiat Chrysler apresenta projeto de fusão à francesa Renault
Logotipos da Fiat e da Renault - AFP/Arquivos
A montadora Fiat Chrysler (FCA), de capital italiano e americano, apresentou nesta segunda-feira um projeto de fusão com a francesa Renault, o que criaria o terceiro maior grupo mundial do setor, um anúncio celebrado pelos investidores e o governo francês.

De acordo com a proposta da FCA para a Renault, o novo grupo pertenceria em 50% aos acionistas da empresa ítalo-americana e em 50% aos acionistas da montadora francesa. 

As ações teriam cotações nas Bolsas de Nova York e Milão, explica a Fiat Chrysler em um comunicado.

A Fiat Chrysler destacou que a fusão criaria o terceiro maior grupo automobilístico do mundo, com vendas anuais de 8,7 milhões de veículos e “uma forte presença em regiões e segmentos chave”.

As ações dos dois grupos operavam em alta após o anúncio. O título da FCA avançava 14,30%, a 13,094 euros, na Bolsa de Milão. A ação da Renault subia 13,65%, a 56,81 euros.
– França diz sim –


O governo francês é favorável à aliança, mas “é necessário que as condições da fusão sejam favoráveis ao desenvolvimento econômico da Renault e evidentemente aos funcionários da Renault”, afirmou a porta-voz do governo francês, Sibeth Ndiaye.

O vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini, líder da Liga (partido de ultradireita), chamou a operação de “brilhante”. “Se a Fiat cresce, esta é uma boa notícia”, afirmou. 

O conselho de administração da Renault se reuniu nesta segunda-feira e explicou que pretende “estudar com interesse a oportunidade desta aproximação”, que vai gerar um “valor adicional para a aliança” com Nissan e Mitsubishi.

Uma fonte próxima às negociações afirmou que não se espera uma decisão nesta segunda-feira, o que deve “demorar dias, até semanas”.
A Fiat Chrysler indicou que a linha de produção das duas empresas é “ampla e complementar, e daria uma cobertura completa ao mercado, do segmento de luxo até o segmento voltado para o grande público.

Fiat Chrysler e Renault produzem automóveis de nível intermediário e populares, o que significa que poderiam compartilhar os avanços tecnológicos, afirmam analistas.

A Renault poderia contribuir com sua tecnologia para o desenvolvimento de motores elétricos, enquanto a Fiat Chrysler entraria com sua conta no mercado norte-americano e seus veículos 4×4 e picape.

A FCA calcular que a fusão geraria sinergias anuais superiores a 5 bilhões de euros, que seriam adicionadas às já existentes no âmbito da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

De acordo com uma fonte que acompanha o processo, o anúncio seria o resultado de “negociações iniciadas com Carlos Ghosn”, o ex-presidente da montadora francesa, investigado no Japão por supostas fraudes financeiras.


– Superar a Volkswagen –


Ghosn foi detido no fim de novembro em Tóquio, o que provocou uma crise entre a Renault e a sócia japonesa Nissan, que estava por trás das revelações que desencadearam a investigação.

O projeto da FCA para a fusão com Renault deixa “a porta aberta a Nissan” para integrar a operação, afirmou outra fonte.

Com os aliados Nissan e Mitsubishi, a Renault constitui o maior grupo automobilístico mundial em termos de volume de vendas, com quase 10,76 milhões de unidades comercializadas ano passado, à frente de Vokswagen (10,6 milhões) e Toyota (10,59 milhões). 

Em caso de acréscimo dos números da Fiat-Chrysler, a aliança estabeleceria uma grande distância para os rivais, com quase 16 milhões de veículos.Uma aliança França-Itália-EUA mudaria profundamente a relação de forças dentro da união Renault-Nissan-Mitsubishi, reforçando a parte francesa.

A Renault pressionou nas últimas semanas para uma aliança fortalecida com a Nissan, com a criação de uma holding 50-50 para as duas empresas. Os japoneses rejeitaram categoricamente o plano, alegando que não levava em consideração seu peso maior que o da Renault.

A Renault (com marcas como Dacia, Lada, Alpine) vendeu no ano passado 3,9 milhões de veículos, a Nissan 5,65 milhões e a Mitsubishi Motors 1,22.

A Fiat Chrysler, que tem 13 marcas (incluindo Jeep, Alfa Romeo, Dodge, Ram ou Ferrari), vendeu 4,8 milhões de veículos em 2018.A Fiat-Chrysler (FCA), montadora americana que enfrenta dificuldades na Europa, entre outros motivos por seu atraso no desenvolvimento de veículos “limpos”, estava há várias semanas no centro dos boatos sobre uma possível aproximação.


 https://www.istoedinheiro.com.br/fiat-chrysler-apresenta-projeto-de-fusao-a-francesa-renault/

Governadores defendem nova Previdência e privatização do saneamento


Na Carta de Gramado, Consórcio de Integração Sul e Sudeste manifesta apoio na busca do equilíbrio fiscal 

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Na Carta de Gramado, Cosud manifesta apoio a reformas e à medida provisória do saneamento


Reunidos em Gramado (RS) neste sábado (25), os governadores dos sete Estados que compõe o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) assinaram uma carta aberta em que expressam apoio a reformas estruturais, em especial à da Previdência, na busca pelo equilíbrio fiscal, e prometem um esforço conjunto em prol de uma agenda de crescimento para o país.

“Reunimos 70% do PIB do país e mais da metade da população brasileira. Nossos Estados têm uma clara afinidade, completamos as ações uns dos outros e isso nos estimula a buscarmos coordenação de esforços. Isso não significa consenso absoluto e que não tenhamos espaços de competição e divergência, mas que compreendemos que vamos melhorar muito mais a vida da sociedade e dos Estados a partir desse processo de integração do Cosud”, destacou o anfitrião do evento, governador Eduardo Leite.

A chamada Carta de Gramado foi construída em conjunto pelos governadores Eduardo Leite (RS), Carlos Moisés (SC), Ratinho Júnior (PR), João Doria (SP), Renato Casagrande (ES) e Romeu Zema (MG) e pelo vice-governador Cláudio Castro, representando Wilson Witzel (RJ), no final da manhã deste sábado. Em coletiva de imprensa, Leite leu a íntegra do documento. A Carta inclui apoio do RS, SP, MG, RJ e SC à medida provisória 868, a MP do Saneamento. Caso aprovada, “permitirá modelagens financeiras robustas que irão de fato possibilitar ao país superar a profunda dívida com a sociedade na prestação de serviços essenciais ao bem-estar individual e coletivo”, destacam os governadores desses Estados.

Apesar de apresentar ressalvas à medida provisória, ES e PR expressam apoio a uma “maior participação do capital privado nos investimentos necessários para a universalização dos serviços. Todos concordam com a necessidade de atrair mais investimentos, aumentar a cobertura e melhorar a qualidade dos serviços”.

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, destacou a união dos Estados que têm pautas comuns para compartilhar experiências e avançar em conjunto. “Juntos teremos muito mais forças para que o interesse do cidadão esteja sempre acima de tudo”, afirmou. Moisés ainda lembrou da transformação pela qual passam as administrações estaduais, com critérios técnicos para nomeações e metas de resultados. “Sempre falamos muito bem dos exemplos da iniciativa privada, então precisamos trazer tudo isso para o poder público”, resumiu o governador, no início do encontro.

Ratinho Junior reafirmou o compromisso do Paraná com o equilíbrio fiscal, desenvolvimento sustentável e combate a desigualdades. Ele enfatizou a importância do trabalho em conjunto para atingir os objetivos. “No Paraná, os consórcios municipais funcionam muito bem. Os recursos públicos são otimizados e agilizam soluções para problemas regionais. Portanto, essas reuniões de governadores do Sul e Sudeste facilitarão a nossa busca por respostas na área de gestão”, projetou. Para Ratinho Junior, as mudanças na previdência são fundamentais para o País. “Nós estamos deixando claro nossa posição porque esse é um grande problema para o Brasil. Países europeus já tem o costume de repensar a previdência a cada 20 ou 30 anos. Essa medida é necessária para que o País volte a crescer e os estados a se desenvolver”, afirmou Ratinho Junior. 

De acordo com o governador de São Paulo, João Doria, há unanimidade entre os governadores em relação à vinculação da Reforma da Previdência aos estados. “A desvinculação não é adequada e não corresponde aos interesses dos estados de legitimidade e cidadania”, recordou.

A quarta reunião do Cosud foi marcada para o dia 13 de julho em Vitória (ES).


 http://www.amanha.com.br/posts/view/7576

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Projeção de crescimento da economia em 2019 cai pela 13º vez seguida

Projeção de crescimento da economia em 2019 cai pela 13º vez seguida

O mercado financeiro segue reduzindo a estimativa de crescimento da economia este ano. Pela 13ª vez seguida, caiu a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Desta vez, a estimativa foi reduzida de 1,24% para 1,23%. Para 2020, a projeção foi mantida em 2,50%, assim como para 2021 e 2022.

Os números são do boletim Focus, publicação semanal elaborada com base em perspectivas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos. O boletim é divulgado às segundas-feiras, pelo Banco Central (BC).

Inflação


A estimativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi mantida em 4,07% este ano, em 4%, em 2020, e em 3,75%, em 2021 e 2022.

A meta de inflação de 2019, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,25% com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.

A estimativa para 2020 está no centro da meta: 4%. Essa meta tem intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para 2021, o centro da meta é 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O CMN ainda não definiu a meta de inflação para 2022.

Para controlar a inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Para o mercado financeiro, a Selic deve permanecer no seu mínimo histórico de 6,50% ao ano até o fim de 2019.

Para o fim de 2020, a projeção permanece em 7,25% ao ano. Para o fim de 2021, a previsão foi mantida em 8% ao ano e para o final de 2022, segue em 7,50% ao ano.

A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada nas negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).

A manutenção da Selic este ano, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores nos juros básicos suficientes para chegar à meta de inflação.
Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo.

Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Dólar


A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar permanece em R$ 3,80 no fim de 2019 e de 2020.


 https://www.istoedinheiro.com.br/projecao-de-crescimento-da-economia-em-2019-cai-pela-13o-vez-seguida/

Empresa resultante de venda da Embraer se chamará Boeing Brasil – Commercial


A Embraer comunicou seus funcionários na tarde desta quinta-feira, 23, que a empresa resultante de sua fusão com a Boeing se chamará Boeing Brasil – Commercial. A venda de 80% da divisão de aviação comercial da fabricante brasileira de aviões para a americana foi fechada no começo de julho do ano passado e autorizada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

O governo detinha uma ação especial na companhia, resquício da época em que ela era estatal, que lhe dava poder de veto para decisões como venda.

Os segmentos de defesa e aviação executiva da empresa brasileira foram excluídos do acordo de US$ 5,26 bilhões e continuam se chamando Embraer. 

Uma joint venture entre as companhias, porém, foi criada para a comercialização do cargueiro militar KC-390, a maior aeronave já desenvolvida no Brasil.



Senado aprova adesão brasileira a sistema que facilita registro de marcas no exterior

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“O Senado aprovou nessa quarta-feira, dia 22 de maio, o Projeto de Decreto Legislativo nº 98/2019, que permite a adesão brasileira ao Protocolo de Madri. Este tratado internacional facilita e reduz custos para o registro de marcas de empresas brasileiras no exterior. A previsão é que o sistema comece a funcionar em outubro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Para o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos Da Costa, a iniciativa é mais um passo rumo à modernização do Sistema Brasileiro de Propriedade Industrial. “Investimos na modernização do INPI e sabemos que a convergência de todas essas ações colabora diretamente para a melhoria do nosso ambiente de negócios”, disse.

“A adesão do Brasil ao Protocolo de Madri representa a ‘abertura dos portos’ de 120 países e regiões às marcas brasileiras e do Brasil às desses países, que representam 80% do comércio global”, afirmou o presidente do INPI, Cláudio Vilar Furtado”…



Para ler a notícia completa acesse ECONOMIA 



Senado aprova adesão brasileira a sistema que facilita registro de marcas no exterior

Propriedade Intelectual

Protocolo de Madri reduções custos de depósito e de gestão de marcas em países signatários do tratado

O Senado aprovou nessa quarta-feira, dia 22 de maio, o Projeto de Decreto Legislativo nº 98/2019, que permite a adesão brasileira ao Protocolo de Madri. Este tratado internacional facilita e reduz custos para o registro de marcas de empresas brasileiras no exterior. A previsão é que o sistema comece a funcionar em outubro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Para o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos Da Costa, a iniciativa é mais um passo rumo à modernização do Sistema Brasileiro de Propriedade Industrial. “Investimos na modernização do INPI e sabemos que a convergência de todas essas ações colabora diretamente para a melhoria do nosso ambiente de negócios”, disse.

"A adesão do Brasil ao Protocolo de Madri representa a 'abertura dos portos' de 120 países e regiões às marcas brasileiras e do Brasil às desses países, que representam 80% do comércio global", afirmou o presidente do INPI, Cláudio Vilar Furtado.

Como regra do Protocolo, a análise do pedido precisa ser realizada em até 18 meses a contar da solicitação da marca. No mês passado, o tempo de espera até o exame de pedidos de marca no INPI era de nove meses, menos da metade do que foi registrado ao fim de 2017. A tendência de queda no tempo de registro se mantém com as melhorias implementadas pelo Instituto, de forma que o INPI está pronto para cumprir este requisito de tempo e as demais previsões do tratado.

Criado em 1989 e em vigor desde 1996, o tratado, administrado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), visa a facilitar o registro de marcas em 120 países que hoje são responsáveis por mais de 80% do comércio internacional. As principais vantagens do sistema são: as reduções dos custos de depósito e de gestão; a maior previsibilidade no tempo de resposta; a simplificação de todo o procedimento; e o monitoramento permanente para a gestão de marcas em todos os países em que estiver registrada.

O requerente passa a trabalhar com apenas um pedido internacional, uma data de prorrogação, uma moeda para os principais pagamentos e em um idioma. Cabe destacar que o exame do pedido de registro de marca segue as legislações nacionais de cada país.
http://www.economia.gov.br/noticias/2019/05/senado-aprova-adesao-brasileira-a-sistema-que-facilita-registro-de-marcas-no-exterior

Produtores de carne franceses vivem pânico por acordo UE-Mercosul


Produtores de carne franceses vivem pânico por acordo UE-Mercosul
(Arquivo) A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmstrom - AFP/Arquivos

 
Uma onda de pânico se alastra entre produtores de carne franceses após a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, afirmar que a União Europeia e o Mercosul se aproximam de um acordo de livre-comércio.
“Estamos nos aproximando”, disse Malmström nesta quarta-feira sobre este acordo com o bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O tratado é negociado há mais de 20 anos e sua última rodada de diálogos em março passado foi, para ela, “um sucesso”. 

O principal sindicato agrícola francês, a Federação Nacional dos Sindicatos Exploradores Agrícolas (FNSEA), reagiu imediatamente em um comunicado, no qual alertou sobre “as consequências catastróficas que este acordo teria na agricultura europeia e francesa”.

“Brasil e Argentina, onde os modelos de produção estão sujeitos a normas ambientais, sociais e fitossanitárias muito inferiores às vigentes na França, se beneficiam de custos de produção altamente competitivos”, afirma a FNSEA.

Para esta federação, os produtores franceses, que já têm dificuldades devido a uma profunda crise no setor “não sobreviverão durante muito tempo diante de importações maciças de açúcar, carne bovina, de frango, ou milho desses países”.
Malmström não descartou que as atuais discussões passem do nível dos negociadores ao político em julho. “É possível”, afirmou. Contudo, moderou seu “otimismo” ao lembrar que “há quase cinco anos disse que estávamos prestes a alcançá-lo”.


– ‘Produto sensível’ –


Até agora, um dos maiores obstáculos para a assinatura foi a abertura do mercado europeu à carne do bloco sul-americano, sobretudo na França. 

A Federação de Produtores Bovinos (FNB), que representa 82 mil pecuaristas franceses, está muito preocupada porque o acordo em discussão prevê que os quatro países do Mercosul exportem 99 mil toneladas de carne bovina à Europa anualmente sem tarifas. 

Esse volume se somaria às 270 mil toneladas de carne bovina que os países já podem exportar à Europa, indica a Federação.
Sua preocupação também vem do fato de acreditarem que as normas sanitárias nos países do Mercosul não são tão exigentes quanto na Europa. Eles denunciam que os produtores sul-americanos recorrer à utilização de hormônios de crescimento, antibióticos e pesticidas proibidos na UE. 

“Queremos alertar os futuros deputados europeus (…) que sob nenhum pretexto este acordo deve ser aceitado”, pediu Bruno Dufayet, presidente da FNB, em uma entrevista coletiva em Paris, poucos dias antes das eleições para o Parlamento Europeu.

Segundo esta federação, a carne, que é um “produto sensível” deve ser “eliminada” por completo de todos os acordos de livre-comércio que estão sendo negociados pela UE. 


– ‘Impacto catastrófico’ –


A preocupação com a iminência deste acordo não atinge apenas a França. A Coordenadoria de Organizações de Agricultores e Pecuaristas espanhóis (Coag) também alerta para os prejuízos que este tratado causaria a todo o bloco europeu.“Um acordo bilateral com o Mercosul teria um impacto catastrófico no setor agrícola da UE”, afirmam fontes da Coag. 

“Quase 80% da carne bovina importada pela UE é proveniente do Mercosul (…), de modo que consideramos que não são necessários contingentes adicionais livres de tarifas aduaneiras”, acrescentaram.

Os países da UE e do Mercosul tentam desde 1999 criar um espaço de livre-comércio de cerca de 760 milhões de pessoas dos dois lados do Atlântico. Os diálogos ficaram estagnados durante anos após uma troca de ofertas fracassada em 2004, mas foram retomados novamente em 2010.


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