terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Juiz da Paraíba cria robô de autoatendimento para acelerar demandas processuais


Juiz titular da comarca de Piancó, Pedro Davi Vasconcelos, desenvolveu chatbot para fazer triagem de solicitações


robô de autoatendimento
Crédito: Unsplash

Quando chegou há pouco mais de um ano para assumir a titularidade da 1ª Vara da Comarca de Piancó, município localizado a 340 quilômetros de João Pessoa, capital da Paraíba, o juiz Pedro Davi Vasconcelos encontrou o caos. A vara, que já estava há um tempo sem magistrado titular, enfrentava diversos desafios para organizar as demandas processuais e garantir o atendimento aos cidadãos e advogados.

Antes de mais nada, Vasconcelos colocou ordem em todo o acervo de processos, mas só isso não seria suficiente para aprimorar a produtividade do tribunal. Com um histórico de interesse por avanços tecnológicos e informatização, o magistrado se debruçou a aprender como desenvolver um modelo de chatbot, um robô de atendimento virtual.


Para produzir efeito, o programa precisava ser desenhado para atender as principais demandas da vara. Foram alguns meses de estudo por conta própria e dois meses para o desenvolvimento do sistema, que começou a realizar atendimentos no início de setembro.

O funcionamento é simples: o interessado em acessar alguma informação relacionada à vara envia uma mensagem para um número no WhatsApp, que responderá com um menu com todas as informações que podem ser colhidas por aquele canal de atendimento.

Hoje, está tudo programado no aplicativo. Antes era preciso pegar o telefone do servidor e entrar em contato individualmente. A demanda então ficava a critério de quem a recebia. Agora não. O procedimento é objetivo com todas as informações reunidas em um canal só”, diz Vasconcelos em entrevista ao JOTA

Dentre as solicitações que podem ser feitas por meio do robô estão marcar um atendimento diretamente com o juiz, solicitar a realização de despachos, marcar audiência, pagar custos processuais, negociar dívidas, entre outros.

Tanto advogados quanto cidadãos podem utilizar a ferramenta. Do canal de autoatendimento, o solicitante é direcionado para um formulário do Google, que por sua vez é remetido para o e-mail da vara e, de lá, é distribuído para os servidores analisarem. Desde setembro, segundo estatísticas que ficam armazenadas no próprio programa, já foram concluídas 46 solicitações.

“Nós moramos no sertão da Paraíba e, do meu ponto de vista, a criação desse robô foi um avanço que está muito além da nossa realidade e do que os jurisdicionados e advogados esperavam. A 1ª Vara trouxe a modernização para nós sertanejos, nos colocou no patamar dos grandes centros”, exalta o advogado Gefferson Miguel, do Gefferson Miguel Advocacia e Consultoria Jurídica, que atua com Direito Previdenciário no Vale do Piancó. 

Segundo ele, que tem utilizado com frequência a ferramenta, desde a implementação é possível perceber uma maior celeridade nos processos. “Em relação aos despachos, por exemplo, o canal tem trazido uma melhora grande, porque antes o magistrado, para se inteirar do processo, precisava ler todos os autos. Agora, é possível marcar uma conversa prévia tanto por parte do advogado quanto por parte do jurisdicionado. Despachos que levavam três, quatro meses, agora saem em semanas ou até dias”, diz Miguel.

De acordo com o juiz, até mesmo para solicitações que não podem ser atendidas, como por exemplo em processos que precisam respeitar o rito cronológico do Código de Processo Civil, há um retorno para a parte interessada que fez o pedido. “Não é tudo que se pode ser atendido. Tem alguns processos que dependem do tempo mesmo. Então a gente faz essa triagem e avisa”.

Modelo para outras varas

O autoatendimento desenvolvido em Piancó já ganhou projeção no Tribunal de Justiça da Paraíba, que está avaliando a possibilidade de replicar o chatbot em outras varas do estado.

Agora, Vasconcelos está escrevendo um ebook de treinamento para reproduzir o modelo desenvolvido por ele. “Para usar o programa, o próprio juiz das outras varas precisa identificar quais são as principais demandas locais. Porque é preciso adaptar o modelo para atender a outras realidades”, diz o magistrado.

Ele afirma que vem recebendo e-mails de todo o Brasil pedindo para compartilhar a ferramenta. “Ainda estou estudando como fazer isso, mas até escritório de advocacia está interessado”.

Essa não foi a primeira vez que Vasconcelos se destacou ao desenvolver tecnologias para digitalizar o Poder Judiciário brasileiro. Em 2018, quando atuava nas comarcas de Água Branca e Princesa Isabel, também na Paraíba, ele criou o “Fiscal PB”, um aplicativo exclusivo para uso policial.

O modelo consiste em um registro digital de todos os presos da região que cumprem pena em regime aberto. A intenção, de acordo com o magistrado, é fornecer aos policiais informações precisas para a fiscalização de detentos.

“Cidade pequena geralmente não tem estrutura de tornozeleira eletrônica, mas tem gente cumprindo pena no regime aberto que não pode frequentar bares ou tem que haver o recolhimento domiciliar a partir das 22h, por exemplo. E a polícia, quando fazia a fiscalização, não tinha controle nenhum. Às vezes eu via um calhamaço de papel na mão deles, desatualizado há mais de três anos”, conta.

Futuro

A onda de digitalização impulsionada pela pandemia da Covid-19 também chegou ao Poder Judiciário e só deve crescer, na visão de Vasconcelos. Além disso, o ministro Luiz Fux, que assumiu a presidência do Conselho Nacional de Justiça no mês passado, também frisou em seu discurso que fará investimentos em tecnologia e digitalização dos processos.

Para o magistrado, o maior desafio do Poder Judiciário será manter essa cultura de digitalização, bem como conhecer a ferramenta que “vai tomar conta de tudo, a Inteligência Artificial (IA)”. O juiz afirma que, agora, ele vai se dedicar para estudar programas de IA.

“Vai chegar um momento em que causas pequenas que não tenham muita complexidade vão ser julgadas por um robô. Ele vai sugestionar e começar a auxiliar o juiz. Acredito que nunca irá substituir a figura do magistrado, mas podemos melhorar o desempenho com essas tecnologias”.

O magistrado faz parte de grupos que desenvolvem tecnologia voltada para o Judiciário e diz que tem trocado experiências com o CNJ, que no final de 2018 criou a Comissão Permanente de Tecnologia da Informação e Infraestrutura.

“Para variar, no Brasil se cria as providências cada um do jeito que quer e depois alguém fala: ‘bora unificar’. É isso que o CNJ está estudando agora”.

 

 https://www.jota.info/coberturas-especiais/inova-e-acao/juiz-paraiba-robo-autoatendimento-16022021?utm_campaign=jota_info__ultimas_noticias__destaques__16022021&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

 

 

Hapvida diz que negociação para fusão com Notre Dame avança

NotreDame Intermédica

As empresas Hapvida e Notre Dame Intermédica informaram que as discussões para uma potencial combinação dos negócios continuam em andamento e ponderaram que, até o momento, não foi assinado nenhum documento para uma oferta vinculante. As informações constam em fatos relevantes publicados separadamente por cada uma das companhias no fim da noite de segunda-feira, dia 15.

A Hapvida incluiu em seu comunicado a avaliação de que “as negociações têm avançado adequadamente e que espera, em breve, chegar a um acordo vinculante quanto aos termos e condições finais da operação proposta à Notre Dame.

Por sua vez, a Notre Dame disse apenas que continua conversando sobre os pontos comerciais e de governança, mas não pode revelar mais detalhes porque os termos são sigilosos.

Maior operadora de planos de assistência médica e odontológica do Nordeste, a cearense Hapvida propôs, em janeiro, uma combinação de negócios com a Notre Dame Intermédica, outra peso-pesado do setor de planos de saúde.

A companhia fruto da fusão será formada por 300 clínicas e 70 hospitais e passará a ter 8,3 milhões de usuários de convênio médico e mais de 5,2 milhões de beneficiários de plano dental, com abrangência nacional.

No comunicado de hoje, as empresas informaram que, caso concluída a transação, o novo grupo resultante da combinação terá uma estrutura de copresidentes, postos que serão ocupados por Irlau Machado Filho e Jorge Pinheiro, atuais presidentes de cada uma. Elas acrescentaram ainda têm o objetivo de manutenção dos atuais administradores de ambas as partes.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/hapvida-diz-que-negociacao-para-fusao-com-notre-dame-avanca/

 

Governo assina contrato para 54 milhões de doses da Coronavac


Governo assina contrato para 54 milhões de doses da Coronavac

Somadas a outras 46 milhões de doses já contratadas, a estimativa da Pasta é de distribuir aos estados, ao longo do ano até setembro, 100 milhões da vacina

O Ministério da Saúde informou, por nota, que assegurou mais 54 milhões de doses da vacina Coronavac contra a covid-19, conforme contrato assinado na última segunda-feira (15/2), à noite, pela Fundação Butantan.

Somadas a outras 46 milhões de doses já contratadas, a estimativa da Pasta é de distribuir aos estados, ao longo do ano até setembro, 100 milhões da vacina.

Além da Coronavac, o País receberá até dezembro mais 42,5 milhões de doses de vacinas fornecidas pelo Consórcio Covax Facility.

Outro fornecedor de imunizantes contra o novo coronavirus é a Fundação Oswaldo Cruz, com quem estão contratadas mais 222,4 milhões de doses que começaram a ser entregues mês passado, segundo o Ministério da Saúde.

A Pasta informa ainda que deverá assinar nos próximos dias contratos de compra com a União Química, que deverá entregar 10 milhões de doses da vacina russa, a Sputnik V, entre março e maio.

Além disso, a Pasta destaca que também deve assinar com a Precisa Medicamentos, que poderá trazer no mesmo período ao Brasil mais 30 milhões de doses da Covaxin. 

O Ministério da Saúde garante, por nota, que negocia com outros laboratórios para ampliar, ainda em 2021, as 364,9 milhões de doses que o Brasil tem atualmente contratadas.

Cronograma de Entregas de vacinas, segundo o Ministério da Saúde:  

 

CONSÓRCIO COVAX FACILITY 

 

Entregas das 42,5 milhões de doses:
Março: 2,65 milhões de doses da AstraZeneca
até Junho: 7,95 milhões de doses da AstraZeneca

O consórcio, coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), funciona como um centro de distribuição internacional de vacinas. O Brasil receberá, ainda, aproximadamente mais 32 milhões de vacinas contra Covid-19 produzidas por laboratórios de sua escolha até o final do ano, conforme cronogramas estabelecidos exclusivamente por esse consórcio. 

 

FUNDAÇÃO BUTANTAN – CORONAVAC/SINOVAC 

 

Entregas das 100 milhões de doses:
Janeiro: 8,7 milhões – entregues
Fevereiro: 9,3 milhões
Março: 18,1 milhões
Abril: 15,93 milhões
Maio: 6,03 milhões
Junho: 6,03 milhões
Julho: 13,55 milhões
Agosto:13,55 milhões
Setembro: 8,8 milhões  

 

 FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – OXFORD/ASTRAZENECA 

 

Entregas das 222,4 milhões de doses:
Janeiro: 2 milhões – entregues
Fevereiro: 4 milhões
Março: 20,7 milhões
Abril: 27,3 milhões
Maio: 28,6 milhões
Junho: 28,6 milhões
Julho: 1,2 milhões

A partir da incorporação da tecnologia da produção do IFA, a Fiocruz deverá produzir e entregar mais 110 milhões de doses no segundo semestre de 2021. 

 

UNIÃO QUÍMICA – Sputnik V/Instituto Gamaleya 

 

Entrega das 10 milhões de doses (importadas da Rússia) – Previsão de assinatura de contrato esta semana.  

Março: 800 mil entregues 15 dias após a assinatura do contrato
Abril: 2 milhões entregues 45 dias após a assinatura do contrato
Maio: 7,6 milhões entregues 60 dias após a assinatura do contrato 

A partir da incorporação da tecnologia da produção do IFA, a União Química deverá passar a produzir mais 8 milhões de doses por mês.  

 

PRECISA MEDICAMENTOS – Covaxin/BHARAT BIOTECH 

  

Entrega das 20 milhões de doses, importadas da Índia – Previsão de assinatura de contrato esta semana.

Março: 8 milhões – 4 milhões + 4 milhões de doses entregues entre 20 e 30 dias após a assinatura do contrato
Abril: 8 milhões – 4 milhões + 4 milhões de doses entregues entre 45 e 60 dias após a assinatura do contrato
Maio: 4 milhões entregues 70 dias após a assinatura do contrato 

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/governo-assina-contrato-para-54-milhoes-de-doses-da-coronavac/


Escritórios disponíveis em São Paulo crescem 50% após devoluções

 


Crédito: Pixabay

JLL prevê um agravamento do cenário para este ano (Crédito: Pixabay)

A taxa de disponibilidade de espaços em edifícios corporativos de alto padrão em São Paulo saltou 50% do primeiro para o último trimestre do ano passado. O total de imóveis sem inquilino, que era de 13,6% entre janeiro e março, fechou 2020 com 22,4%.

Os dados fazem parte do levantamento da JLL, empresa especializada em imóveis corporativos, que prevê um agravamento do cenário para este ano.

Em São Paulo, além da adoção do home office, que deve permanecer, para 2021 estão previstos mais 208,2 mil m² de novos imóveis a serem entregues. O volume deve impactar a absorção e a taxa de vacância, que deve manter a tendência de aumento.

O valor pago por mês no aluguel ficou em R$ 85/m². O valor ficou estável na avaliação da JLL, mesmo com o aumento da vacância.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/escritorios-disponiveis-em-sao-paulo-crescem-50-apos-devolucoes/

CEO da Farfetch fala sobre como a pandemia impulsionou as vendas de moda online


Crédito: Divulgação - Farfetch

José Neves considera que a alteração para a compra online de itens de luxo é uma mudança de paradigma que tende a durar mesmo depois da pandemia (Crédito: Divulgação - Farfetch )


A pandemia da covid-19 causou retração na economia pelo mundo inteiro. A expectativa, de acordo com a Bain & Co., era que as vendas globais dos bens de luxo apresentariam queda de 23%, para US$ 258 bilhões, em 2020.

Contrariando as projeções, a Farfetch, plataforma de compras online que fornece acesso a muitas das marcas mais caras do mundo, incluindo Fendi, Gucci, Prada e Thom Browne, superou o desempenho da indústria com a nova disposição dos consumidores de comprar produtos de luxo online.

De acordo com a Time, a plataforma conquistou 900 mil clientes nos últimos dois trimestres e vendeu um conjunto de joias de ouro avaliado em US$ 1 milhão e tênis colecionáveis ​​por centenas de milhares de dólares.

A publicação avalia que um dos impactos da pandemia é que os ricos estão ficando mais ricos, mas com menos opções para gastar suas fortunas, já que o isolamento social e restrições de deslocamento se espalharam pelo mundo todo. Com isso, há ainda mais renda disponível para alguns itens de luxo e é aí que entra a operação da Fartech.

José Neves, CEO da Fartech, disse à Time que considera que a mudança para a compra online de itens de luxo é uma mudança de paradigma que tende a durar mesmo depois da pandemia. Para ele, as pessoas ficaram mais confortáveis ​​comprando roupas caras sem experimentá-las.

A tecnologia tem sido uma importante aliada para dar mais confiança nas compras virtuais. Os clientes da Farfetch na China, por exemplo, podem experimentar virtualmente um par de tênis usando algoritmos de geometria 3-D sofisticados, juntamente com redes neurais, que identificam a posição do sapato no espaço e a aplicam ao pés dos usuários.

As vendas online representam cerca de um terço de muitas categorias de varejo, um nível que Neves acredita que o luxo poderia atingir em cinco anos, contra cerca de 12% antes da pandemia.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/ceo-da-farfetch-fala-sobre-como-a-pandemia-impulsionou-as-vendas-de-moda-online/

 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Lewandowski autoriza mais diligências da PF no inquérito sobre gestão de Pazuello

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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, autorizou nesta segunda, 15, novas diligências no inquérito que mira a atuação do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, no colapso da rede pública de hospitais em Manaus. Entre as medidas estão a obtenção de informações sobre gastos com cloroquina e hidroxicloroquina e oitivas com servidores do Ministério da Saúde, do governo do Estado e da Prefeitura de Manaus que participaram de reuniões sobre a crise que abalou a capital do Amazonas.

O ministro também deu aval para a requisição de e-mails institucionais trocados pelo Ministério da Saúde com os governos estadual e municipal sobre o combate à pandemia, e também validou a requisição de informações sobre o transporte de oxigênio para Manaus.

Lewandowski validou a identificação e posterior oitiva de desenvolvedores do aplicativo TrateCov, disponibilizado pelo Ministério da Saúde a médicos de Manaus. A plataforma recomendava o uso de cloroquina e ivermectina para tratamento de sintomas de náusea, diarreia e até ressaca. A prescrição era feita sem qualquer controle sobre as informações dos pacientes, o que permitia a prescrição das medicações para bebês e recém-nascidos.

As diligências foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República. Segundo Lewandowski, a PGR busca obter ‘melhor compreensão da dinâmica segundo a qual transcorreram aos fatos, especialmente no tocante às comunicações entre os distintos órgãos da Administração Pública e ás medidas adotadas para o combate à pandemia’.

“Afirma [a PGR], ainda, que quanto à distribuição de medicamentos e demais ações prioritárias do Ministério da Saúde, é preciso obter dados sobre gastos com a aquisição e distribuição dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina”, narrou Lewandowski. “Aduz que se faz necessário reunir elementos acerca do aplicativo ‘TrateCov’, disponibilizado pela supracitada Pasta para auxiliar médicos no diagnóstico da doença causada pelo novo coronavírus”.

Omissão. O inquérito que mira a atuação de Pazuello no colapso do sistema de saúde de Manaus foi aberto em 25 de janeiro e tem 60 dias para ser concluído. A investigação mira como o Ministério da Saúde lidou com a falta de oxigênio hospitalar para atender pacientes internados com covid-19 na capital amazonense.

Com estoques de cilindros zerados em algumas unidades de saúde, pessoas morreram por asfixia e outras precisaram ser transferidas para receber atendimento médico em outros Estados.

A abertura de inquérito foi solicitada pelo procurador-geral da República Augusto Aras como uma resposta à representação feita por partidos políticos que acionaram a PGR sob a alegação de que Pazuello e seus auxiliares têm adotado uma ‘conduta omissiva’ em relação ao colapso em Manaus.

Na ocasião, Aras considerou ‘possível intempestividade’ nas ações de Pazuello, indicando que o ministro da Saúde pode ter demorado a reagir à crise em Manaus. O próprio governo já admitiu ao STF que a pasta sabia desde 8 de janeiro que havia escassez de oxigênio para os pacientes em Manaus, uma semana antes do colapso. O Ministério da Saúde, no entanto, iniciou a entrega de oxigênio apenas em 12 de janeiro.

Aras mencionou ainda que a pasta informou ter distribuído 120 mil unidades de hidroxicloroquina para tratamento da covid-19 no dia 14 de janeiro, às vésperas do colapso. O medicamento não tem eficácia comprovada contra a doença. Após o estouro da crise e declaração da própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a inexistência de tratamento comprovado contra a covid-19, Pazuello passou a negar que tenha recomendado a cloroquina para combater a doença.

Pazuello é o único que prestou depoimento à Polícia Federal até o momento no inquérito e tem negado omissão do Ministério da Saúde no caso. O general já disse que ‘fez tudo’ para evitar a crise e que cabe ao Ministério da Saúde apenas apoiar as ações de prefeitos e governadores.

AS DILIGÊNCIAS AUTORIZADAS POR LEWANDOWSKI:

1. Requisição, junto ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Saúde do Amazonas e de Manaus, dos e-mails institucionais trocados entre os órgãos relativos ao combate à pandemia;

2. Oitiva dos representantes da empresa White Martins sobre os fatos investigados3. Obtenção de informações sobre as tratativas de transporte de oxigênio para Manaus e de remoção de pacientes

de Manaus para os hospitais universitários federais administrados pela EBSERH;

4. Identificação e oitiva dos desenvolvedores do aplicativo ‘TrateCOV’;

5. Identificação de gastos de aquisição e distribuição dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina e dos testes do tipo RT-PCR;

6. Oitiva dos funcionários do Ministério da Saúde e das Secretarias de Saúde do Amazonas e de Manaus que participaram de reuniões e visitas, em especial daqueles eventualmente exonerados”.

 

https://www.istoedinheiro.com.br/lewandowski-autoriza-mais-diligencias-da-pf-no-inquerito-sobre-gestao-de-pazuello/

Lemann a ex-presidente Temer: “saudades do seu governo”


Em evento com a presença do ex-presidente Michel Temer, Lemann disse ainda que a ABInBev errou ao ficar "confortável" em sua posição, mas que voltará a crescer

O empresário Jorge Paulo Lemann, acionista da AB Inbev, mostrou confiança na recuperação da empresa após o choque da covid-19. “Depois da pandemia, que nos freou, vamos voltar a crescer”, declarou Lemann neste domingo, 7, em live com empresários.

O empresário ressaltou que a companhia vive processo de mudanças no conselho, como a substituição do CEO Carlos Brito. “Pessoas mais novas e modernas vão entrar”.

Lemann, contudo, fez uma espécie de mea culpa durante o evento virtual e evitou atribuir a perda de mercado da AB Inbev exclusivamente à crise econômica trazida pela covid-19.

“Nós ficamos confortáveis na posição em que estávamos. Não tínhamos as pessoas certas e não prestamos atenção ao mundo consumidor que se formava, com mais opções de escolha”, reconheceu. “Estamos em fase de adaptação a uma nova realidade. Empresas com muito sucesso tem dificuldades de se adaptar”, completou.

O ex-presidente Michel Temer participou da live e elogiou a atuação de Lemann dentro do empresariado brasileiro, que retribuiu o enaltecimento. “Saudades do seu governo. As coisas funcionavam naquela época”, declarou o empresário, que hoje mora na Suíça.

 

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