Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
A Pravaler, fintech que tem o Itaú Unibanco como um dos seus
principais acionistas, anunciou nesta sexta-feira, 5, que levantou R$
180 milhões em um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)
para financiar a estratégia de expansão da empresa nos próximos cinco
anos. A companhia responde por 75% dos alunos com financiamento no
ensino superior no País, já tendo beneficiado mais de 170 mil pessoas,
financiando cerca de R$ 4 bilhões. A empresa espera chegar à marca de um
milhão de beneficiados com R$ 10 bilhões financiados em 2025.Para o crescimento na graduação presencial, a Pravaler utilizará os
aportes em FIDCs para ofertar mais crédito e para a gestão e aquisição
de carteiras de financiamento próprio das universidades. Em novos
produtos, o fintech lança neste ano mais soluções que beneficiam alunos e
instituições de ensino, como o crédito para cursos livres. Em fusões e
aquisições, a companhia agora conta com uma equipe interna voltada
apenas para M&A, responsável por estudar o mercado e encontrar novas
oportunidades de crescimento. Ainda em 2021 a empresa espera fazer sua
primeira transação.
“Os próximos cinco anos serão de muito trabalho para alcançarmos a
nossa meta. Fizemos uma pesquisa em 2020 que mostrou que mais de 56,3%
dos alunos não estariam nas salas de aulas sem a opção do financiamento e
95,2% devem utilizar o recurso até o final da graduação. Temos um
mercado gigante onde 30 milhões de pessoas pagam por educação. Estamos
estruturados para crescer exponencialmente e transformar mais vidas
através da educação”, comenta Carlos Furlan, CEO do Pravaler, em nota.
A Pravaler, fintech de
financiamento para educação superior, levantou R$ 180 milhões em fundos
de direitos creditórios (FIDCs). A operação faz parte da estratégia de
crescimento da plataforma para os próximos cinco anos.
O objetivo, de acordo com matéria do Terra, é atingir 1 milhão de alunos e financiar R$ 10 bilhões.
A empresa quer ampliar a entrada na graduação presencial e criar mais produtos por meio de fusões e aquisições.
A fintech planeja também comprar carteiras próprias de financiamentos de universidades.
A empresa nascente quer lançar ainda neste ano crédito para cursos livres.
Em outra frente, a empresa criou uma
equipe para estudar o mercado e encontrar oportunidades de crescimento
não orgânicas e pretende fazer sua primeira aquisição em 2021.
Criada no fim de 2019, uma “confraria feminina” se
transformou em porto seguro para suas idealizadoras – cinco empresárias,
donas de negócios em setores distintos – neste momento de forte impacto
na economia provocado pela pandemia do novo coronavírus. O que as
aproximou foi o desejo de criar um ambiente próprio em que pudessem
compartilhar experiências sobre a administração de suas empresas e falar
também sobre o desafio de ser uma mulher empreendedora no Brasil.
“O lugar da empresária mulher é um lugar solitário com certa
frequência. Temos de tomar decisões difíceis, equilibrar muitos
conflitos. Nossas empresas são pequenas: não temos consultores e
conselhos robustos”, afirma Fabiana Caporal Sonder, cofundadora da
FabFoods Alimentos, dona da marca de pipocas gourmet Pipo.
As reuniões do grupo são, em geral, mensais. Além de discutirem as
“dores” de estar à frente de um negócio no Brasil, elas trocam dicas de
fornecedores e, periodicamente, trazem especialistas de fora para
exposições sobre assuntos que consideram cruciais para a condução do dia
a dia do negócio.
Ano passado, por exemplo, perceberam a necessidade de entenderem
melhor as mudanças trazidas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e
trouxeram para a mesa (ainda que virtual, em tempos de pandemia) o
advogado Ricardo Weberman. Para falar sobre saúde financeira e
governança corporativa, a convidada foi a empresária e consultora Denise
Damiani. Para tratar de inovação, o “palco” foi de Andrea Janer,
cofundadora da Oxygen, plataforma de experiências em inovação.
“No grupo, trocamos experiências sobre as melhores práticas de gestão
do negócio e também sobre nossas frustrações”, conta Renata Merquior ,
cofundadora do DryClub, rede de “salões express”, com serviços como uma
escova e maquiagem.
Com sua operação afetada pela pandemia, Renata foi buscar o apoio e
orientação das colegas para colocar de pé um novo projeto. Ela decidiu
ampliar o segmento de produtos de marca própria, mais uma fonte de
receita. O investimento em comércio online tem se mostrado promissor
para muitos empresários, diante da obrigatoriedade de fechar suas portas
por conta das medidas de isolamento social.
O propósito de Renata é atrair um investidor para injetar novos
recursos no projeto. Para isso, ela preparou uma apresentação,
enumerando o que considera como pontos fortes de seu negócio e as
vantagens da nova linha de produtos a ser criada. Antes de se sentar com
os potenciais interessados – o que está fazendo agora -, ela simulou
uma apresentação para as demais integrantes da confraria, que acabou
funcionando como um conselho de administração informal.
Com o DryClub, criado em 2017 e com duas lojas, Renata levou mais
recentemente para a mesa a discussão se um dos caminhos seria fechar uma
de suas lojas, no Itaim Bibi, região da cidade de São Paulo que
concentra grandes escritórios de empresas e de bancos – e que, em grande
parte, continua a adotar o trabalho remoto.
Assim como Renata, Flávia Terpins, dona de uma empresa de aluguel de
móveis para eventos, também teve seu negócio afetado pela pandemia. A
100% Eventos, que possui três galpões em São Paulo, viu seu quadro de
funcionários recuar em 80% na crise e ainda não há uma expectativa de
quando os eventos voltarão a ocorrer como antes, ainda mais neste
momento de aumento do número de casos de covid no País. E também foi do
grupo que Flávia recebeu a ideia de explorar um novo nicho na pandemia: o
de aluguel de móveis para temporadas, o que poderia render uma receita
extra para a empresa. A ideia surgiu diante da avaliação de que muitas
famílias decidiram passar a quarentena em espaços maiores e precisariam,
com isso, de um mobiliário por apenas um período definido.
Efeitos diferentes
O caráter de um “conselho de administração informal” da confraria
ganhou ainda maior peso quando se olha o efeito da crise nos pequenos
negócios. Logo nos primeiros meses de pandemia da covid-19, o Brasil
perdeu 716 mil empresas, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Quase a totalidade (99,2%) destes
negócios era de pequeno porte.
A atual crise afetou de maneira distinta diversos setores da economia
e isso também se refletiu no microcosmo da confraria. Enquanto as
demais companheiras tiveram de lidar com queda de receita e corte de
funcionários, Augusta Mafuz, que conduz a Touch Baby, loja de enxovais
para bebês aberta há mais de três décadas por sua mãe, viu seu
faturamento saltar 50% no ano passado em relação a 2019.
Com a dificuldade de viajar ao exterior por conta da pandemia, as
famílias que antes compravam todo o enxoval para os filhos lá fora
passaram a adquirir esses itens no mercado doméstico, o que impulsionou
os fabricantes nacionais. Aos 32 anos (é a mais nova do grupo) e formada
em economia e direito pela FGV, Augusta assumiu o leme do negócio da
mãe em 2015. Pensando em crescer, ela foi conhecer um dos galpões de
Flávia para ter uma visão de um espaço organizado, atrás de inspiração e
aconselhamento para uma futura expansão.
Agora, depois de completar seu primeiro aniversário e atravessando um
ano inteiro de pandemia, a própria confraria se prepara para crescer. A
ideia é trazer mais mulheres empreendedoras para a roda de discussão,
de forma a ampliar o escopo dos temas. A meta é ter mais diversidade no
grupo de setores de atuação, por exemplo.
“Temos negócios muito diferentes e temos muita troca de experiências.
Cada uma tem um perfil, mas as dores são parecidas. É muito rico ter o
olhar de quem está de fora”, conta a fundadora da Cau Chocolates, Renata
Feffer, que também está tendo de lidar com o fechamento de lojas. No
começo da pandemia, ela criou uma operação de drive thru e delivery,
além de turbinar sua venda online, o que vem rendendo frutos. Apesar dos
movimentos, conta, os números da companhia voltaram para os observados
em 2015.
Inclusão em conselhos
Já existe um selo especial para as companhias no Brasil com mais de
duas mulheres em seus conselhos de administração. A certificação é
concedida pela Women on Board (WOB), uma associação que reúne um grupo
de executivas, conselheiras, advogadas e empresárias engajadas na causa
da promoção da mulher a postos com tomada de decisão.
A WOB foi criada no fim de 2019 com o apoio da ONU Mulheres e, desde
então, já certificou 23 empresas de capital aberto, fechado e
organizações no Brasil. Duas delas acabam de entrar nessa lista: o Banco
Fibra e o IRB.
Todo processo é gratuito e sempre será, segundo compromisso firmado
no estatuto da associação. “Somos autofinanciadas e totalmente
independentes”, diz Christiane Aché, ex-executiva da Alstom e uma das
cofundadoras do WOB e especialista no assunto. Christiane também é
diretora do Advanced Boardroom Program for Women, da Saint Paul Escola
de Negócios, conselheira do Instituto Brasileiro de Executivos de
Finanças (Ibef) de São Paulo e de órgão de comércio exterior da França
(France’s Foreign Trade Advisor).
A associação certifica e monitora se as empresas mantêm depois as
duas conselheiras. Caso reduzam o número, as companhias com o selo WOB
precisam recompor o conselho em seis meses ou perdem a certificação.
Duas mulheres em um conselho – que muitas vezes tem mais de dez
integrantes – pode parecer pouco. Mas não é, considerando a realidade
das companhias que integram a atual carteira teórica do Ibovespa,
principal indicador do mercado acionário brasileiro. Apenas 19 das 78
grandes empresas são elegíveis a solicitar a certificação, segundo
levantamento feito pelo Estadão/Broadcast.
“Discutimos qual seria o número mínimo para fazermos a certificação”,
lembra Christiane. Estabelecer apenas uma conselheira seria muito pouco
e nem incentivaria as empresas a abrir espaço para mulheres nos
colegiados, comenta a co-fundadora da WOB. “Uma mulher em um conselho é
mais uma representante feminina do que uma pessoa que faz parte (das
tomadas de decisão)”, diz. “Mas, se fôssemos estabelecer mais de duas,
poucas empresas estariam aptas a receber a certificação,”
Ainda assim, ela é otimista. “Esse grande número de IPOs e mesmo de
follow-ons em que a empresa precisa ajustar o conselho é uma grande
oportunidade para mais mulheres serem chamadas”, diz a co-fundadora do
WOB.
Mulheres dispostas a assumir um posto como conselheira não faltam.
Christiane aponta vários bancos de talentos. Conta que a Women Corporate
Directors (WCD) no Brasil, organização da qual é embaixadora no País,
tem uma lista de 240 mulheres já capacitadas. Outra organização, a
Conselheiras 101, que advoga pelas mulheres negras, tem outras 20. O
programa de formação para conselhos da Saint Paul Escola de Negócios
soma mais 300 formadas. E o Programa de Diversidade em Conselhos (PDeC),
promovido por B3, IBGC, Spencer Stuart, IFC e WCD-Brasil, já formou
outras 140. “Não dá mais para usar como desculpa a falta de candidatas”,
afirma a especialista.
Além do IRB e do Banco Fibra, já receberam o selo WOB a Associação
Brasileira dos Bancos (ABBC), o grupo hospitalar Albert Einstein, Arezzo
&Co, Banco BMG, B3, Cetesb, Cia de Talentos, Colégio Santa Cruz,
Copel, Furnas, Great Place to Work, Grupo Baumgart, Grupo Fleury, IBGC,
Natura, PagSeguro, Pernambucanas, Lojas Renner, Santander, Ser+ e WWF.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O apresentador e empresário Luciano Huck disse, nesta
segunda-feira, dia 1º, que é preciso tirar “um entulho do meio da sala”,
ao se referir à atuação do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia
do novo coronavírus. Na fala, o potencial candidato à Presidência em
2022 não citou o nome do atual ocupante do Planalto.
Ao lado da ex-ministra Marina Silva (Rede) e da ex-deputada Manuela
D’Ávila (PCdoB), Huck participou nesta manhã do painel virtual Davos Lab
Brasil, iniciativa do Fórum Econômico Mundial preparatória para a
edição deste ano do evento, prevista para ocorrer em agosto.
Durante a transmissão, o trio foi uníssono ao criticar o negacionismo
do governo federal diante da pandemia e destacar a necessidade de união
em defesa da democracia. “A gente tem um entulho no meio da sala, neste
momento. E a gente tem de somar forças para tirar esse entulho do meio
da rua ou do meio da sala. O que a gente está vivendo hoje é um momento
de muita incompetência, de falta de planejamento, o negacionismo que
gerou mais de 250 mil mortes e a gente não vê, a curto prazo, a
perspectiva de solução. Não nos apresenta, esse momento do Brasil, hoje,
nenhum tipo de perspectiva de futuro, um monte de blábláblá que a gente
tá ouvindo. Eu não vejo nenhum tipo de perspectiva social, econômica,
de meio ambiente, nem segurança pública, muito menos de ética”, disse
Huck.
Na avaliação de Marina, por conta da política adotada pelo governo
federal, tanto na economia quanto no meio ambiente e saúde pública, o
Brasil está “trancado para o lado de fora” em relação aos principais
debates feitos no mundo em relação a esses temas.
“Nós precisamos conectar o Brasil com o ideal de País. E a base disso
não é a polarização, não é o nacionalismo primitivo e muito menos essa
visão neoliberal primitiva que está aí, que discute em plena pandemia,
com as pessoas morrendo e passando fome, que o mais importante é fazer
as reformas. As reformas são importantes, mas neste momento o mais
importante é resolver os problemas de saúde pública”, defendeu a
ex-senadora.
Segundo Manuela, neste momento, é necessário deixar diferenças
políticas de lado para colocar na mesa as pautas de afinidade, como a
defesa da democracia e a busca pela construção de um projeto de País. “O
nosso desafio é unir todos e todas aquelas que defendem a democracia, a
ciência, que dizem não ao negacionismo e à violência política”, disse.
“Nós temos uma primeira missão, e a nossa primeira missão é nos unirmos
todos para derrotar essa agenda de morte e violência que atenta contra a
democracia”, ressaltou.
Gigante
japonesa confirma o fechamento da fábrica brasileira neste mês e
engrossa a lista de multinacionais que desistem de um país em forte
deterioração do ambiente de negócios.
ATIVIDADE ENCERRADA A fábrica
da empresa em Manaus fechará as portas neste mês, depois de quase meio
século de produção no Brasil. (Crédito: Sandro Pereira)
Hugo Cilo
Gostem ou não de seu estilo de gestão, o ministro da
Economia, Paulo Guedes, é certeiro em suas profecias econômicas. Em
março do ano passado, o fiel escudeiro do presidente Jair Bolsonaro
afirmou que se o governo fizesse muita besteira, o dólar poderia ir a R$
5. Acertou. Naquela mesma época, disse que de câmbio a R$ 1,80, que
estimulava empregadas domésticas a viajar para a Disneylândia, “numa
festa danada”, era coisa do passado e que os brasileiros deveriam
passear em Foz do Iguaçu, no Nordeste e em Cachoeiro do Itapemirim,
cidade natal do cantor Roberto Carlos. Em partes, acertou de novo, não
fossem a pandemia e a crise que inibem a circulação de turistas. Na
semana passada, o ministro voltou a descrever sua visão sobre o Brasil,
afirmando que se o País fizer errado pode virar a Argentina em seis
meses e a Venezuela em um ano e meio.
A julgar pela debandada de multinacionais, a mais recente profecia de
Guedes é uma realidade já em curso. Na segunda-feira (1), a japonesa
Sony confirmou que encerrará até o final do mês a venda de aparelhos
televisores, câmeras e equipamentos de áudios no País. A fábrica na Zona
Franca de Manaus, com cerca de 300 empregados, será fechada após 48
anos. A empresa continuará a operar no Brasil nas áreas de videogames,
soluções profissionais, música e audiovisual, mas tudo sob o selo da
importação.
A decisão da Sony é uma entre muitas desde o ano passado, dentro de
um processo de desindustrialização e fuga de mais de US$ 300 bilhões em
investimentos estrangeiros. Apenas no ano passado, 5,5 mil fábricas
encerraram suas atividades, conforme levantamento realizado pela
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo a série histórica iniciada em 2002, até 2014, o número de
fábricas crescia, mesmo com a indústria de transformação perdendo
relevância na economia diante do avanço de outros setores. Há seis anos,
o País tinha 384,7 mil estabelecimentos industriais. No acumulado entre
2015 e 2020, Brasil perdeu 36,6 mil estabelecimentos industriais. Isso
equivale a quase 17 indústrias extintas diariamente. Além da Sony, a
Ford, a Mercedes-Benz e a Roche anunciaram o encerramento de atividades e
fechamento de fábricas no Brasil.
Sem capacidade e reputação de atrair novos investimentos, o País
segue os passos dos vizinhos sul-americanos. E o êxodo das empresas
mostra que, ao menos nas previsões econômicas, Guedes está certo.
Montadora
anuncia R$ 1,1 bilhão em recursos para o Brasil e condiciona futuros
aportes ao avanço das reformas e à melhora da competitividade.
APOSTA NO BRASIL Na fábrica de São José dos Pinhais serão produzidos cinco novos modelos e um motor . (Crédito: Luiz Costa)
Sérgio Vieira
Discretamente e na contramão do impacto negativo que a crise
provocada pela Covid-19 causou na indústria automotiva, a unidade
brasileira da gigante francesa Renault anunciou, no início da semana,
investimentos no parque fabril do Paraná para impulsionar as vendas nos
próximos 18 meses. O montante previsto é de R$ 1,1 bilhão, dinheiro que
será aplicado na produção de cinco modelos e na produção de um novo
motor 1.3. A companhia não revelou quais serão as mudanças nas linhas
que produz atualmente.
O curto ciclo de investimentos, que irá até o primeiro semestre de
2022, difere do modelo habitual, que gira entre seis e sete anos. Para
colocar a mão no bolso a partir de 2023, a montadora não esconde que
aguarda o caminho das reformas. Segundo o presidente da Renault no
Brasil Ricardo Gondo, “o que se discute é a complexidade da carga
tributária, além de altos custos logísticos e de fabricação. Como
indústria, estamos lutando contra tudo isso para aprovar novos
investimentos no País.”
Além dos cinco modelos, a companhia francesa também irá lançar no
mercado brasileiro dois veículos elétricos até o ano que vem. O primeiro
deles, a nova versão do Zoe, chega no fim do primeiro semestre. O
crescimento desse segmento, na avaliação do presidente da Renault
brasileira, também passa por mudanças na política econômica. “Na França e
Espanha, há incentivos fiscais. Isso ajuda a impulsionar e precisa
estar na pauta de prioridade do governo”, disse Gondo. “O mercado ainda é
pequeno e não há política pública para esse tipo de produto”, afirmou,
referindo-se aos veículos elétricos.
“O que se discute é a complexa carga tributária, além de
altos custos logísticos e de fabricação. Como indústria, estamos lutando
contra tudo isso” Ricardo Gondo, presidente da Renault no Brasil.
MEIO AMBIENTE Mesmo sem incentivos, a companhia
enxerga um aumento na procura desses modelos por clientes corporativos,
como Mercado Livre e DHL, principalmente pelo aumento de ações ligadas
ao impacto do meio ambiente. Segundo dados da Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), dos 162.587 automóveis e
comerciais leves licenciados em janeiro, 10.456 foram da montadora
francesa. Hoje a Renault tem 6,4 mil funcionários diretos e 25 mil
indiretos.
Gondo disse que o crescimento significativo do número de casos e de
mortes pela Covid-19 no Brasil preocupa, além do risco real de queda no
faturamento a partir da maior necessidade de restrição de circulação em
boa parte dos estados. “Isso impacta no curto prazo, porque algumas
concessionárias já não estão funcionando. O que a gente precisa agora é
monitorar, acompanhar e ter equipe capaz de se adaptar e tomar decisões
certas”, disse. À francesa, a Renault deixa claro que aposta no País.
Falta agora que o País faça a sua parte.
A Jacto, fabricante de máquinas agrícolas com base em
Pompeia, no interior paulista, anunciou nesta sexta-feira (5) a
construção de uma nova fábrica no município, que deverá ser concluída em
março de 2023. A planta terá uma área construída de 96 mil metros
quadrados, mais do que o dobro da área da fábrica atual de produtos
agrícolas da companhia, também em Pompeia, de 39 mil metros quadrados.
Com a expansão, a Jacto pretende atender à demanda crescente tanto por
produtos que já vinham sendo comercializados há anos como pelos
recém-lançados em 2020, segundo nota da empresa.
A nova unidade contará com tecnologias e instalações dentro dos
conceitos de “Indústria 4.0”, como sistemas automatizados de pintura e
de armazenagem, movimentação de materiais por veículos autônomos e um
centro avançado de treinamentos, de acordo com o comunicado. Também
haverá reúso de água, manufatura sem papel e painéis solares que
garantirão energia equivalente a todo o consumo da fábrica.
“O projeto faz parte de um conjunto de ações que tem como principal
objetivo oferecer excelência na experiência do agricultor. Lançamos uma
nova linha de produtos em agosto do ano passado com três modelos de
plantadeiras, uma colhedora de cana-de-açúcar e um pulverizador
autônomo, e agora estamos dando mais um grande passo, investindo em uma
fábrica moderna para sustentar o crescimento previsto para os próximos
anos”, afirmou no comunicado o diretor presidente da Jacto, Fernando
Gonçalves Neto.
No ano passado, Gonçalves Neto disse em entrevista ao Estadão/Broadcast
que a companhia pretendia duplicar seu faturamento de 2019, de R$ 1,650
bilhão, nos próximos três anos. Há expectativa também de que peso das
exportações no negócio cresça de 25% para cerca 35%, e de que empresa
ganhe participação no mercado brasileiro, subindo de 5% a 8% sobre sua
fatia atual, não revelada.