terça-feira, 16 de março de 2021

Processo "invisível" pode conter grampos ilegais, suspeitam advogados


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Nos diálogos em que citam um possível grampo envolvendo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, procuradores de Curitiba e o ex-juiz Sergio Moro fazem referência ao processo 50279064720184047000, em que estariam as conversas interceptadas. Estranhamente, porém, a ação não está registrada no site do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Segundo um juiz que atua no Paraná, só há uma explicação para isso: trata-se de um processo secreto. 

José Cruz/Agência Brasil e José Cruz/ABrEx-ministro Guido Mantega e Gilmar Mendes

Embora os procuradores insinuem, sem afirmar por escrito, que o "GM" mencionado nas mensagens seja o ex-ministro Guido Mantega, não Gilmar, profissionais que atuam no Paraná suscitam outra hipótese: a de que os grampos sejam de conversas entre advogados e seus clientes. As possibilidades não se excluem. Há frases dos próprios procuradores que revelam a existência de interceptação de advogados.

Em 31 de agosto de 2018, o procurador Deltan Dallagnol encaminhou aos seus colegas uma mensagem de Moro dando conta de que estavam sendo interceptadas conversas entre Maurício Ferro, ex-vice-presidente jurídico da Odebrecht, e sua defesa, feita pelos advogados Gustavo Badaró e Mônica Odebrecht.  

"Prezado, amanhã de manhã dê uma olhada por gentileza no 50279064720184047000. Há algo estranho nos diálogos", diz Moro na mensagem encaminhada. Julio Noronha terceiriza o trabalho a Laura Tessler: "Laurinha, bom dia! CF [possivelmente o ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima] me mandou msg falando q a Rússia [Moro] disse haver algo estranho nos diálogos do GM. CF disse ser urgente, para ver agora pela manhã. Será que você consegue ver?".

Em seguida, o próprio Noronha antecipa um pouco do que ouviu nas conversas interceptadas: "Vi por alto: diálogos do Ferro com Emílio [Odebrecht], Mônica e Badaró. Usam codinomes 'M', advogado próximo do 'Peruca', e preparação de uma movimentação para novembro e recesso". 

Deltan responde afirmando que "peruca" deve ser o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. Também diz que dificilmente será possível usar o material interceptado, já que envolve advogados e é ilegal ouvir conversas entre cliente e defesa.

Interceptação não autorizada
A conversa de 31 de agosto de 2018 ocorreu poucos dias depois de Moro aceitar uma denúncia contra Ferro. Não há nos autos da ação penal nenhuma menção a eventuais autorizações de grampos ou interceptações telefônicas envolvendo Ferro e seus advogados. 

"Não sei de escutas ou interceptações telemáticas. De qualquer modo é muito grave. E, o que é mais grave, é que nos autos da ação penal que tramitou contra o Maurício Ferro, agora extinta por decisão do DF, não há nos conteúdos interceptações, telemáticas ou telefônicas, autorizadas judicialmente", disse Badaró à ConJur. Ele também afirmou que não tem acesso ao processo 50279064720184047000, ainda que aparentemente envolva o seu cliente. 

"O processo começou em Curitiba. O Moro tinha acabado de receber a denúncia, antes dessa mensagem. Depois, o processo foi para o DF, por força de uma reclamação concedida no STF, pelo Gilmar Mendes. É fundamental saber quem foi alvo das interceptações e o procedimento em que foi autorizada", complementa. 

Fábio Tofic Simantob, que defende Guido Mantega, o "GM", de acordo com os procuradores, também diz que não consegue acessar o misterioso processo e que não tem conhecimento de quebras de sigilo telefônico envolvendo o seu cliente. 

"Esta escuta é absolutamente sigilosa. Nunca tomamos conhecimento dela. Seria imperioso que fosse dada publicidade a este procedimento, até porque estes autos foram para o DF. O procedimento de escuta devia ter ido também. Os procuradores precisam vir a público esclarecer o conteúdo dessas conversas, que procedimento é esse, quem teve o sigilo afastado e qual o fundamento para afastar o sigilo. Por que este procedimento não foi enviado para o DF, junto com a ação penal?", questiona.

A ação penal que envolve tanto Ferro quanto Mantega foi enviada ao DF após um pedido feito por Tofic. Por causa disso, uma fase inteira da "lava jato" foi anulada e os dois réus foram absolvidos. 

Vale lembrar que essa não é a primeira vez que os procuradores do Paraná ouviram conversas entre clientes e advogados. Conforme revelou a ConJur em 2016, os integrantes do MPF, com o respaldo de Moro, grampearam o escritório que defende o ex-presidente Lula.

Gilmar ou Guido Mantega?
Embora os procuradores de Curitiba tenham sugerido à ConJur que o "GM", alvo das interceptações, é Guido Mantega, e não Gilmar Mendes, a sigla sempre foi utilizada pelo MPF do Paraná fazendo alusão ao ministro do STF. 

Exemplos do uso de "GM" para designar Gilmar Mendes estão em situações como quando os procuradores de Curitiba criaram um grupo para atacar o ministro; em outra ocasião, quando Deltan elencou razões para pedir o impeachment; e, ainda, fazendo referência a um HC concedido por Gilmar a Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, empresa mista paulista de rodovias.

De todo material analisado até agora, por outro lado, Guido Mantega é tratado pelo nome completo e não por "GM", o que deixa em aberto a possibilidade de que o ministro do Supremo, e não os advogados de Mantega, foram grampeados. 

Também é vasto o material apontando que os procuradores tinham uma obsessão pelo ministro Gilmar. O complô contra o ministro, quase sempre liderado por Deltan, não incluía apenas a "força-tarefa" de Curitiba, mas também as franquias criadas em São Paulo e no Rio de Janeiro. 

Em entrevista concedida à CNN Brasil em dezembro do ano passado, por exemplo, o hacker Walter Delgatti Neto, responsável por invadir os celulares dos procuradores, disse que o plano do MPF em Curitiba era prender Gilmar e Toffoli

Uma conversa divulgada pela ConJur em fevereiro deste ano respalda a narrativa de Delgatti Neto. Em 13 de julho de 2016, Dallagnol disse que "Toffoli e Gilmar todo mundo quer pegar". 

Já uma reportagem do El País, em parceria com o Intercept Brasil, revelou que os procuradores planejaram buscar na Suíça provas contra Gilmar. Segundo a notícia, os membros do MPF pretendiam usar o caso de Paulo Preto, operador do PSDB preso em um desdobramento da "lava jato", para reunir munições contra o ministro. 

Outro lado
A ConJur questionou o MPF sobre o conteúdo do processo 50279064720184047000 e perguntou quem estava envolvido na ação penal. Em nota apócrifa, os procuradores de Curitiba se limitaram a afirmar que "sempre seguiram a lei". 

"Importante reafirmar que os procedimentos e atos da força-tarefa da 'lava jato' sempre seguiram a lei e estiveram embasados em fatos e provas. As supostas mensagens são fruto de atividade criminosa e não tiveram sua autenticidade aferida, sendo passível de edições e adulterações. Os procuradores não reconhecem as supostas mensagens, que foram editadas ou deturpadas para fazer falsas acusações que não têm base na realidade", disseram. 

A reportagem também perguntou se Maurício Ferro foi grampeado, mas até o momento não obteve reposta por parte do MPF no Paraná. 

Rcl 43.007

 

 https://www.conjur.com.br/2021-mar-15/processo-invisivel-conter-grampos-ilegais-suspeitam-advogados

 

quinta-feira, 11 de março de 2021

Alpargatas vai entrar em novos mercados. E o CEO, Roberto Funari, diz quais.

Alpargatas vai entrar em novos mercados. E o CEO, Roberto Funari, diz quais

Dono da Havaianas, o grupo investe na extensão da marca a outras categorias, como vestuário e acessórios. Em entrevista ao Conexão CEO, Roberto Funari, CEO da empresa, detalha essa e outras estratégias, como expansão internacional, digitalização, revitalização do varejo físico, inovação e big data



Os mais de 30 anos de carreira levaram Roberto Funari a diversos destinos. No período, ele morou na Holanda, na África do Sul, na Alemanha, em Cingapura e, em duas oportunidades, na Inglaterra. Desde janeiro de 2019, já de volta ao Brasil, o executivo encontrou uma nova casa, sem deixar de lado, porém, sua pegada internacional.

Na época, dez meses depois de assumir um assento no board da Alpargatas, Funari foi nomeado CEO da companhia. Avaliada em R$ 18,6 bilhões, a empresa é dona das marcas Havaianas e Osklem, e de uma ampla estratégia de internacionalização, em curso há vários anos.

Com mais de 100 países no mapa, a operação internacional respondeu por mais de 26% da receita de R$ 3,36 bilhões, em 2020, e segue como bandeira do grupo. Mas não é a única. Funari tem a missão de levar as marcas da empresa, em especial, a Havaianas, também a outras fronteiras.

“Desenhamos uma estratégia olhando ocasiões de uso e onde a Havaianas pode participar. E isso não significa que será sempre com chinelos”, diz Funari, em entrevista ao Conexão CEO (vídeo completo acima). “Estamos explorando outras categorias e formatos que nos trazem grandes oportunidades.”

O embarque da Alpargatas e da Havaianas rumo a esse “novo mundo” passa por muitas escalas. De sandálias, sneakers e calçados casuais a categorias dentro do conceito de lifestyle. Street bags, biquinis, toalhas, pochetes e toda sorte de acessórios e itens de vestuários cabem nesse último pacote.

Essas e outras incursões contam com o apoio da área global de dados da empresa. Criada há pouco mais de um ano, essa equipe fornece as bases para um amplo leque de iniciativas. Da identificação dos canais mais adequados nos diferentes mercados nos quais a marca tem presença à definição dos preços praticados em cada um deles, sejam físicos ou virtuais.

No programa, Funari detalha essas estratégias e outros importantes passos do grupo. Como a digitalização de toda a operação; a inovação em escala global; a sustentabilidade, com um projeto de logística reversa e economia circular; e a exploração de diferentes formatos para ressignificar o varejo. Entre eles, uma Kombi que já rodou as ruas do Brasil e dos Estados Unidos.

 https://neofeed.com.br/blog/home/alpargatas-vai-entrar-em-novos-mercados-e-o-ceo-roberto-funari-diz-quais/?utm_source=Emails+Site&utm_campaign=67ac598598-EMAIL_CAMPAIGN_2021_03_11_10_46&utm_medium=email&utm_term=0_c1ecfd7b45-67ac598598-404839180

Os 100 líderes empresariais com melhor reputação no Brasil


No ranking da 7ª edição da pesquisa de campo Monitor Empresarial de Reputação Corporativa (Merco) há 22 novos líderes e mais mulheres do que nas edições anteriores

 

A 7ª edição da pesquisa de campo Monitor Empresarial de Reputação Corporativa (Merco), realizada no Brasil entre julho e dezembro de 2020, com 2.366 entrevistados revela, com divulgação exclusiva pela EXAME, os 100 líderes com melhor reputação no país.

O que os empreendedores e líderes de sucesso têm em comum? Inovação será a chave de 2021. Fique por dentro em nosso curso exclusivo 

Nele Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza) ocupa a primeira posição, pelo quarto ano consecutivo. E a presença de mulheres continua crescendo: são 8 em 2017, 10 em 2018, 11 em 2019 e 12 líderes mulheres em 2020.

"O fato da primeira líder do ranking ser uma mulher é bastante importante, mas também o crescimento da presença delas, mesmo que a passos lentos", diz Lylian Brandão, diretora geral da Merco Brasil.

No ranking há ainda a presença de 22 novos líderes, como Stelleo Tolda, presidente do Mercado Livre que estreia na 19ª posição e Jean Jereissati, que chega na 22ª posição.

 

A Merco destacou também as 100 empresas com a melhor reputação no país a partir de sua atuação em 2020.

2020 2019 LÍDER
1 1 LUIZA HELENA TRAJANO
2 6 JORGE GERDAU
3 2 FABIO COELHO
4 3 ROBERTO SETUBAL
5 5 ARTUR GRYNBAUM
6 9 JORGE PAULO LEMANN
7 10 FREDERICO TRAJANO
8 4 ABILIO DINIZ
9 8 JOAO PAULO FERREIRA
10 19 ALEXANDRE COSTA
11 21 CANDIDO BRACHER
12 29 SERGIO RIAL
13 14 SIDNEY KLAJNER
14 13 GUILHERME LEAL
15 36 OCTAVIO DE LAZARI JUNIOR
16 18 PAULA BELLIZIA
17 56 GUILHERME BENCHIMOL
18 44 TÂNIA COSENTINO
19 - STELLEO TOLDA
20 55 RONALDO IABRUDI
21 54 ALESSANDRO CARLUCCI
22 - JEAN JEREISSATI NETO
23 71 FABIO BARBOSA
24 16 MARCELO MELCHIOR
25 26 PAULO CAMARGO
26 45 CARLOS ALBERTO SICUPIRA
27 73 PAULO ROGÉRIO CAFFARELLI
28 93 FREDERICO CURADO
29 22 LUIZ CARLOS TRABUCO CAPPI
30 17 MIGUEL KRIGSNER
31 11 HENRIQUE BRAUN
32 23 PEDRO MOREIRA SALLES
33 - FABIO FACCIO
34 - ROBERTO MARQUES
35 - FABRICIO BLOISI
36 53 JAYME GARFINKEL
37 64 JEROME CADIER
38 40 RAFAEL CHANG
39 35 JULIANA AZEVEDO
40 27 PEDRO PASSOS
41 66 PEDRO PARENTE
42 - ROBERTO SANTOS
43 43 JOSÉ GALLÓ
44 72 RAUL PADILLA
45 24 ALEX SZAPIRO
46 82 WALTER SCHALKA
47 65 RACHEL MAIA
48 96 IVAN ZURITA
49 62 LAÉRCIO COSENTINO
50 - CARLOS EDUARDO MOYSES
51 39 SIDNEY OLIVEIRA
52 12 SILVIO SANTOS
53 67 WILSON FERREIRA JUNIOR
54 100 CAIO LIRA
55 - DAVID VÉLEZ
56 48 FLAVIO ROCHA
57 83 JOAO CASTRO NEVES
58 - CLEDORVINO BELINI
59 61 JOSEPH SAFRA
60 32 CARLOS BRITO
61 68 CRISTINA PALMAKA
62 78 MARCEL HERRMANN TELLES
63 37 FÁBIO HERING
64 - CRISTINA JUNQUEIRA
65 51 JOSÉ ROBERTO MARINHO
66 7 BERNARDO PINTO PAIVA
67 70 MARC REICHARDT
68 20 FERNANDO FERNANDEZ
69 - OTTO VON SOTHEN
70 94 ANTONIO ERMÍRIO DE MORAES NETO
71 97 GUSTAVO WERNECK
72 74 PETER ESTERMANN
73 34 MARCELO CASTELLI
74 85 RUBENS OMETTO
75 58 ANDRÉ BIER GERDAU
76 - ROBERTO IRINEU MARINHO
77 59 JOSÉ LUIZ ROSSI
78 25 JOSÉ ROBERTO ERMÍRIO DE MORAES
79 75 MICHAEL KLEIN
80 - ROBERTO FULCHERBERGUER
81 - MARCÍLIO D'AMICO POUSADA
82 28 FABIO LUCHETTI
83 57 PAULO CESAR DE SOUZA E SILVA
84 79 LORIVAL LUZ
85 84 GERALDO FRANÇA
86 63 PAULA PASCHOAL
87 - ROBERTO CASTELLO BRANCO
88 - HARRY SCHMELZER JR
89 - LIEL MIRANDA
90 - EUGENIO MATTAR
91 38 CHIEKO AOKI
92 - CHRISTIAN GEBARA
93 - EDUARDO BARTOLOMEO
94 31 ANTONIO FILOSA
95 - ANA PAULA ASSIS
96 52 SILVANA BALBO
97 47 FLAVIO AUGUSTO DA SILVA
98 87 RODRIGO KEDE
99 - PEDRO GUIMARÃES
100 30 SUZAN RIVETTI

Metodologia

A metodologia da pesquisa inclui cinco ondas de avaliação, com 16 diferentes grupos/ fontes de informação. A seleção parte de uma entrevista com membros da alta direção de empresas com faturamento superior a U$ 40 milhões que apontam dez companhias com melhor reputação.

Para cada empresa escolhida, sinalizam três fortalezas e uma fraqueza entre 18 variáveis que consideram resultados econômicos e financeiros, qualidade da oferta comercial, talento, ética e responsabilidade corporativa, dimensão internacional e inovação. Esses atributos são utilizados para traçar o perfil de
reputação das empresas.

A partir dessa primeira listagem, são feitas entrevistas com diversos outros grupos, incluindo população geral, analistas financeiros, ONGs, sindicatos, associações de consumidores, jornalistas econômicos, catedrá0cos de universidades, representantes do governo e gestores de mídias sociais e, também, Merco Digital, com avaliação dos canais e das mídias sociais. Na etapa final, também é feita uma avaliação de méritos a partir de uma pesquisa respondida pelas próprias empresas. Além do ranking de 100 empresas, também é preparado o ranking de 100 líderes com melhor reputação no País.

 

 https://exame.com/marketing/os-100-lideres-empresariais-com-melhor-reputacao-no-brasil/

 


Sossego da Raia Drogasil no e-commerce vai acabar em breve com chegada de Panvel e Rappi

Raia Drogasil
Os analistas da XP Investimentos enxergam potenciais desafios de curto prazo para a Raia Drogasil (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

A XP Investimentos e o Safra reforçaram a recomendação neutra para as ações da Raia Drogasil (RADL3), com preços-alvo de, respectivamente, R$ 27 e R$ 25, depois que a companhia divulgou os resultados do quarto trimestre do ano passado. Embora tenham gostado do balanço, principalmente a performance nas vendas e o ganho de participação de mercado recorde de 14,7%, os analistas enxergam potenciais desafios de curto prazo.

Danniela Eiger, Marco Nardini e Thiago Suedt, analistas de Varejo da XP, levantaram alguns riscos para a plataforma digital da Raia Drogasil. No mês passado, a Panvel (PNVL3;PNVL4) anunciou que pretende lançar seu marketplace no quarto trimestre deste ano, enquanto o Rappi vai começar a intermediar vendas de remédios.

“Vemos um risco de maior competição no marketplace da companhia”, afirmaram.

O Safra reconhece que as iniciativas digitais e os hubs de saúde vão crescer e ajudar a expandir a gama de produtos e serviços do marketplace da Raia Drogasil. Por outro lado, a instituição notou que a penetração digital está recuando conforme as operações das lojas físicas retornam ao normal.

Mas a recomendação neutra do Safra se deve principalmente ao valuation. De acordo com as estimativas dos analistas, o papel da rede de farmácias é negociada a 42 vezes P/L (preço sobre lucro) para 2021.

Diferencial

Raia Drogasil
Segundo a Ativa Investimentos, os resultados mostraram a resiliência do modelo de negócios da companhia (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

Na outra ponta, o BTG Pactual (BPAC11) e a Ativa Investimentos reiteraram a recomendação de compra da ação. Os preços-alvo indicados são de R$ 24 e R$ 30,10, respectivamente.

Segundo a Ativa, os resultados mostraram a resiliência do modelo de negócios da companhia. Os analistas têm boas perspectivas para os canais digitais da Raia Drogasil. Eles acham que a omnicanalidade da empresa será um grande diferencial na fidelização dos clientes. No caso das lojas físicas, o diferencial da companhia está nos health hubs.

Para o BTG, a Raia Drogasil tem uma combinação poderosa. Embora a ação seja negociada com grande prêmio em relação aos varejistas brasileiros, o banco acredita que a execução superior, o plano de expansão agressivo, um roteiro de investimento completo para o marketplace e uma sólida CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 28% são motivos suficientes para ficar otimista com o nome.

Healthbit

A Raia Drogasil informou, em nota divulgada ontem, que adquiriu 50,75% de participação acionária do capital social da startup de tecnologia Healthbit.

A transação foi realizada por meio do fundo de investimento em participações RD Ventures e está em linha com a estratégia da Raia Drogasil. A Healthbit vai permitir que a companhia desenvolva novas soluções de promoção de saúde e prevenção de doenças para funcionários e beneficiários de empresas e operadoras de saúde, inclusive por meio da Univers, a PBM (Programa de Benefício em Medicamentos) própria da Raia Drogasil.

O acordo celebrado entre as partes dá opção de compra da totalidade das ações remanescentes à Raia Drogasil a partir de 2026.

A conclusão da transação está sujeita ao cumprimento de certas obrigações formais das partes.

 

 https://www.moneytimes.com.br/sossego-da-raia-drogasil-no-e-commerce-vai-acabar-em-breve-com-chegada-de-panvel-e-rappi/

Petrobras: investidores não dão bola para Lula, e ações sobem com bom humor global



Lula
Palavras ao vento: Lula não abalou o otimismo do mercado nesta quarta (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Em sua primeira entrevista coletiva, após ter todas as condenações da Operação Lava Jato anuladas pelo ministro Edson Fachin, do STF, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado em tom de ameaça ao mercado.

Segundo ele, as empresas que estão “comprando coisas da Petrobras (PETR3; PETR4)” deveriam ficar com medo, porque muita coisa pode mudar, caso ele vença as eleições de 2022. Mas, a julgar pela reação das ações da companhia, na tarde desta quarta-feira (10), os investidores estão mais preocupados com outros fatores.

As ações ordinárias da Petrobras fecharam em alta de 4,21%, a R$ 22,29, enquanto as preferenciais avançaram 3,74%, para R$ 22,34. O Ibovespa saltou 1,30%, para 112.775 pontos.

Contrapontos

Isso não quer dizer que os investidores não monitorem os movimentos de Lula, mas, por ora, as forças de alta do papel prevalecem por questões técnicas, segundo Victor Benndorf, fundador da Benndorf Research.

O primeiro fator é o bom humor dos investidores internacionais com a aprovação, finalmente, do pacote de ajuda para a economia americana – uma montanha de US$ 1,9 trilhão. O Índice Dow Jones, por exemplo, subia 1,65% às 17h (horário de Brasília).

Na esteira do otimismo global, a aversão ao risco diminuiu. “Os investidores estão comprando Brasil, hoje”, afirma Benndorf. “Vemos uma rotação setorial, e tudo o que é atrelado ao dólar está em baixa”, acrescenta, com a ressalva de que a Petrobras escapa dessa lógica por um motivo: as ações estão muito baratas.

“Quando se analisam os múltiplos, a Petrobras está muito barata; está descontadíssima”, diz o analista. Apesar da forte alta desta quarta, Benndorf recomenda cautela. A recomendação da casa que leva seu nome é neutra para os papéis da estatal. O motivo, contudo, não tem nada a ver com Lula, e sim com o atual governo.

Preocupação imediata

A intervenção do presidente Jair Bolsonaro, que decidiu trocar Roberto Castello Branco pelo general Joaquim de Silva e Luna, precisa ser vista com cautela, devido à falta de visibilidade do que será a nova gestão. “Quem quiser se posicionar em Petrobras deve ir mais leve”, diz.

Pedro Galdi, da Mirae Asset, acrescenta outro fator interno para a alta das ações da estatal hoje: a autorização, por Bolsonaro, para que as empresas privadas importem vacinas. Com isso, melhoram as perspectivas de avanço na imunização em massa dos brasileiras, e, com ela, a retomada da economia.

Por último, Galdi lembra do básico. “A declaração de Lula não tem sentido, porque todas as vendas da Petrobras são blindadas por contrato”.

Assista ao vídeo da entrevista coletiva de Lula.

 

 https://www.facebook.com/Lula/videos/240437427781805/?t=3

 

 https://www.moneytimes.com.br/petrobras-investidores-nao-dao-bola-para-lula-e-acoes-sobem-com-bom-humor-global/


 

Enquanto não houver concorrentes para a Aeris no Brasil, siga comprando ações



Aeris
Demanda por fontes de energias renováveis está em alta no mundo, e a Aeris deve captar os bons ventos (Imagem: Aeris/Divulgação)

Pode-se dizer que a Aeris (AERI3), produtora de pás eólicas, está lugar certo e na hora certa, já que a demanda global por fontes de energias renováveis está à todo vapor, enquanto a companhia reina soberana no Brasil, com baixos níveis de competição.

Após um bate-papo com diretores-executivos da Aeris, a XP Investimentos reforçou ainda mais sua visão otimista de longo prazo.

“Aeris continua confiante sobre as expectativas de crescimento de longo prazo. O CEO da empresa, Alexandre Negrão, referiu que mais de 75% dos países apontam agora para uma meta de descarbonização, contra apenas 25% há alguns anos”, comentam os analistas da corretora, Lucas Laghi e Pedro Bruno, sobre a conversa com a diretoria.

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Considerando o mercado doméstico do Brasil, os diretores esperam que a capacidade eólica aumente entre 3 e 4 GW por ano nos próximos anos, contra uma média de aproximadamente 1,5 GW por ano na última década.

Cadê a concorrência?

Aeris Energy AERI3
Aeris vê espaço limitado para outro fabricante desenvolver uma planta para produção local no Brasil (Imagem: Reprodução/Aeris Energy/YouTube)

Outro ponto chave levantado diz respeito à competividade.

Questionada sobre a possibilidade da TPI Composites — principal concorrente da Aeris — ou de uma empresa chinesa começar a desenvolver pás eólicas no Brasil, os diretores apontaram para o fato de que essa deve ser uma decisão conjunta com o cliente.

“Transferir capacidade de produtores de pás já estabelecidos apenas impediria uma maior diluição de custos, gerando uma situação de “perde-perde” para fabricantes de turbinas e de pás eólicas, visto que a dinâmica comercial entre ambos poderia ser comprometida”, afirmou a diretoria da Aeris aos especialistas da XP.

A empresa vê espaço limitado para outro fabricante desenvolver uma planta para produção local no Brasil, uma vez que a Aeris já tem capacidade sobressalente suficiente para absorver o crescimento futuro.

Os gargalos logísticos também não parecem ser uma pedra no sapato, apesar de as pás eólicas terem aumentado consideravelmente de tamanho nos últimos anos. Elas passaram de 45 metros, em 2010, para 80 metros na atualidade.

Segundo o Diretor de Planejamento, Bruno Lolli, a capacidade atual do Porto de Pecém, localizado em Fortaleza (CE), é suficiente para acomodar pás de até 130 metros de comprimento, o que não acarretaria em problemas logísticos significativos no curto prazo.

 

 https://www.moneytimes.com.br/enquanto-nao-houver-concorrentes-para-a-aeris-no-brasil-siga-comprando-acoes/

quarta-feira, 10 de março de 2021

Startup oferece processo simplificado de cessão de créditos vencidos


Pandemia fomenta mercado e especialista prevê alta de 20% neste ano 
 
 
Não há custo para se cadastrar como investidor e avaliar as oportunidades, bem como para cadastrar carteiras de volume menor que R$ 1 milhão

A startup curitibana Portal Cessão de Créditos desenvolveu uma plataforma para facilitar as negociações de cessão de créditos. Nesse mercado empresas vendem sua carteira de dívidas vencidas para investidores especializados em ações de cobrança e recuperação de créditos. A startup criou em seu site uma espécie de vitrine de oportunidades, em que investidores podem buscar negócios e credores oferecem seus ativos.

Desde 2002 nessa atividade, Maxiuel Cerizza diz que a plataforma tem sido bem aceita. Criado em janeiro de 2020, o Portal Cessão de Créditos reúne cerca de 200 investidores cadastrados e disponibiliza atualmente, para avaliação e aquisição, mais de 470 mil créditos vencidos com valor de face (saldo contábil) superior a R$ 1,3 bilhão.

Não há custo para se cadastrar como investidor e avaliar as oportunidades, bem como para cadastrar carteiras de volume menor que R$ 1 milhão. "A plataforma é bastante democrática, pois é possível cadastrar carteiras de créditos com saldos menores, acima de R$ 300 mil. Até o momento, os maiores players deste mercado trabalham apenas com ativos acima de R$ 30 milhões", conta Cerizza. O portal ainda presta consultoria para empresas com créditos vencidos que não sabem como funciona o processo de venda. 

 

Projeção é de alta

 
A pandemia e o cenário econômico complicado em 2020 aumentaram o número de endividados no Brasil. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de dezembro, a quantidade de famílias com problemas financeiros voltou a crescer no país e chegou à marca de 66,3%.

Para Cerizza esses fatores vão impulsionar a modalidade de cessão de créditos nesse ano. "Nossa previsão é de crescimento de 20% em relação a 2020. Os próximos meses devem ser marcados pela piora na capacidade de pagamento dos devedores, principalmente devido à pandemia e ao fim do auxílio emergencial. Do outro lado, cada vez mais as pessoas e as empresas buscarão alternativas diferentes dos bancos para renegociar dívidas e equilibrar balanços."

 

 https://amanha.com.br/categoria/empreendedorismo/startup-oferece-processo-simplificado-de-cessao-de-creditos-vencidos