segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Entrevista: O que uma gestora com US$ 420 bilhões em gestão pensa sobre o ESG no Brasil



Eletrobras
A matriz energética limpa coloca o Brasil em uma posição de destaque no mundo, avalia a Janus (Imagem: Divulgação/ Eletrobras)

Apesar de o Brasil ser visto internacionalmente como um país que tem perdido a batalha contra o desmatamento da Amazônia, outros aspectos ambientais, sociais e de governança, os critérios ESG, oferecem uma perspectiva positiva.

“O Brasil mostrou-se disposto e capaz de se tornar uma nação sustentável por meio de ações de base, engenhosidade e políticas públicas. Eu diria que o futuro é promissor”, explica Dan Raghoonundon, chefe de pesquisa ESG da Janus Henderson, gestora com cerca de US$ 420 bilhões sob gestão.

Em entrevista ao Money Times, Raghoonundon dá a sua visão sobre como os investidores internacionais têm visto o Brasil, além de uma visão única sobre quem trabalha com ESG no dia a dia e toma decisões de investimentos com base nelas. Confira:

As empresas no Brasil têm alguma vantagem ou desvantagem em relação ao ESG? O fato de termos uma matriz energética limpa nos favorece, ou reduz o espaço para melhorias e, portanto, estamos em desvantagem?

O Brasil deu passos significativos na transição para um planeta mais sustentável, mas ainda há muito a ser feito.

Como você aponta, o Brasil tem uma matriz energética que depende da hidroeletricidade. É importante ressaltar que o país também tem uma política bem estabelecida em energia nuclear, que poderia servir como um apoio juntamente com a hidreletricidade, caso haja necessidade.

Aproveitando a abundante disponibilidade de água, o Brasil também se tornou um ator fundamental na sustentabilidade alimentar global e é um dos principais produtores de vários produtos agrícolas, incluindo mandioca, café, açúcar, trigo, açúcar e proteínas, como carne bovina e aves.

Na frente social, o Bolsa Família foi um projeto social de referência que, desde então, foi replicado em muitos países ao redor do globo. O país fez muito pela igualdade de gênero, principalmente tendo uma mulher como chefe de Estado.

As investigações da Lava Jato lançaram luz sobre o nexo entre o Estado e as empresas no Brasil, e a governança corporativa melhorou consideravelmente desde então. Atualmente, a maioria das grandes empresas adere aos padrões globais de governança corporativa.

Dito isso, o país poderia se sair melhor em áreas como descarte de água e tratamento de esgoto. O desmatamento continua a um ritmo insustentável. A desigualdade é gritante no Brasil e a oferta de serviços básicos, como educação e saúde, está aquém das expectativas da população.

Em suma, o Brasil mostrou-se disposto e capaz de se tornar uma nação sustentável por meio de ações de base, engenhosidade e políticas públicas. Eu diria que o futuro é promissor.

O que conta mais: nossas credenciais ambientais ou a imagem que é mostrada internacionalmente?

O desastre da Barragem de Mariana e os derramamentos de óleo certamente atraíram a imprensa negativa, mas, para seu valor, as autoridades brasileiras responsabilizaram os responsáveis ​​e medidas corretivas foram adotadas após o ocorrido para evitar a repetição dos acidentes. Os protocolos de segurança do Brasil estão alinhados com os padrões globais e o registro é bom em sua maioria.

Dan Raghoonundon
“Podemos esperar com segurança uma melhora rápida nos próximos anos” (Imagem: Divulgação/ Janus)

São muitos os pontos positivos, inclusive o pioneirismo do país em biocombustíveis. O Brasil produz 30% do etanol do mundo e é o segundo maior produtor global. A Agência Internacional de Energia vê a liquidez global do mercado de biocombustíveis triplicar até 2030 em seu cenário net zero, e o Brasil vem aproveitando o momento por meio do programa RenovaBio e do desenvolvimento do etanol de segunda geração.

O Brasil desenvolveu seu primeiro mercado de carbono regulamentado em 2017 sob o programa RenovaBio, que busca obrigar os distribuidores de combustíveis a comprar créditos de carbono chamados CBios de produtores renováveis. O Brasil lançou os carros flex fuel em 2003 e hoje quase 100% dos carros vendidos são flex fuel. Nesse caso, o Brasil demonstrou notável previsão.

Em quais ações ou setores a Janus está investindo em ESG no Brasil? Os investidores têm pedido esse critério?

Todas as mesas de investimento da Janus Henderson Investors incorporam ESG em seu processo de investimento. Acreditamos firmemente que as considerações ESG melhoram as decisões de investimento tanto do ponto de vista da mitigação de risco quanto da geração de retornos superiores. Pesquisas abundantes mostraram que empresas com altas classificações ESG tendem a apresentar desempenho financeiro robusto, e nossa própria experiência sugere o mesmo.

Os investidores estão muito interessados ​​em ouvir sobre nossa avaliação de ESG e a incorporação do fator ESG em nossos processos de alocação e seleção há quase uma década. A Janus Henderson Investors acredita que o setor de gestão de ativos, incluindo nós mesmos, tem um papel fundamental para facilitar a transição contínua, canalizando capital para entidades que valorizam a sustentabilidade.

O ESG é um critério fundamental, ou seja, pode impedir a decisão de investimento de um fundo?

As considerações ESG certamente nos levam a evitar certas empresas e setores. Algumas das principais estratégias ESG que usamos são triagem negativa (ou seja, excluindo empresas ou setores específicos), triagem positiva (ou seja, concentrando-se em setores específicos), investimento de primeira linha (ou seja, selecionando o melhor em relação a ESG), ativismo (ou seja, apresentar petições e votar em assembleias gerais anuais de acionistas) e engajamento (ou seja, reunir-se com o conselho e a administração e tentar convencê-los a ter um melhor desempenho em ESG).

Adecoagro Cana-de-açúcar Sucroenergia
O Brasil produz 30% do etanol do mundo e é o segundo maior produtor global (Imagem: Reprodução/Adecoagro)

A Janus Henderson Investors tomou medidas para fornecer aos analistas de pesquisa e gerentes de portfólio as ferramentas e informações para identificar riscos e oportunidades dentro dos portfólios e tomar decisões de investimento que levem em consideração informações ESG financeiramente relevantes.

Isso inclui a criação de uma equipe de Pesquisa ESG liderada por mim para facilitar a identificação e incorporação de fatores ESG no processo de tomada de decisão de investimento.

Como a Janus avalia o ESG das empresas? São utilizados critérios próprios ou de terceiros?

A Janus Henderson Investors usa um complemento de dados proprietários e de terceiros. A empresa realiza milhares de compromissos relacionados a ESG anualmente, o que apóia nossa avaliação das questões ESG. Nosso envolvimento é personalizado, pois ESG não é uma questão neutra para empresa, setor ou país e precisa ser adaptada às circunstâncias.

Como as métricas objetivas para medir o desempenho ESG estão evoluindo e quando devemos esperar que elas amadureçam?

Subscrevo a opinião expressa pelo falecido economista americano Allan Meltzer de evitar colocar um número numa data. Dito isto, os dados ESG são de qualidade muito melhor agora. Podemos esperar com segurança uma melhora rápida nos próximos anos, à medida que os reguladores domésticos exigem divulgações padronizadas, aumentos de garantia ESG, empresas estabelecem equipes ESG e várias entidades são responsabilizadas em relação ao seu impacto nas pessoas e no planeta.

 

 https://www.moneytimes.com.br/entrevista-o-que-uma-gestora-com-us-420-bilhoes-em-gestao-pensa-sobre-o-esg-no-brasil/?e=

 

sábado, 22 de janeiro de 2022

Ambev anuncia nova gerente de saúde mental e diversidade


Criada em 2020, a diretoria de diversidade, inclusão e saúde mental recebe a fundadora do Carreira Preta como nova líder

 



A cervejaria Ambev anunciou nesta sexta-feira, 21, a contratação de Michele Salles como sua nova head de diversidade, inclusão e saúde mental. A executiva é a segunda a ocupar o cargo criado em 2020, assumindo a diretoria após a saída de Mariana Holanda.

A criação de uma diretoria focada em saúde mental marcou o processo de transformação da cultura organizacional da Ambev, que é conhecida pelo foco em metas e meritocracia.

A empresa se antecipou ao debate dentro da empresa de problemas que têm crescente relevância dentro do mundo corporativo: o estresse crônico e o esgotamento profissional. No início de 2022, entrou em vigor a nova classificação da OMS que coloca a Síndrome de Burnout como um fenômeno ligado ao trabalho.

O objetivo da empresa é construir um ambiente inclusivo e com segurança psicológica. Assim, os temas de diversidade e inclusão ficam nas mãos da mesma diretoria para criar um olhar para o ser humano em sua totalidade.

“Inclusão e saúde mental estão totalmente conectadas, se retroalimentam. Se temos um ambiente de respeito à individualidade e à singularidade, naturalmente a pessoa tende a se sentir incluída e única. Através disso, entregamos uma cultura diversa e de segurança psicológica, conectadas à saúde mental”, diz a nova gerente.

Michele Salles Villa Franca é formada como psicóloga e tem mais de 12 anos de experiência na área de recursos humanos e diversidade. Ela fundou e lidera a Carreira Preta, consultoria de soluções corporativas e educacionais de inclusão.

 

 https://exame.com/carreira/ambev-saude-mental-inclusao-diversidade/



sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Renner nomeia veterano da Unilever como CFO



Renner (LREN3) diz que não há evidência de vazamento em ciberataque

 

 Renner acaba de nomear Daniel Martins — um veterano com 25 anos de Unilever que começou na multinacional como trainee — como seu novo CFO.

Daniel começará na companhia na segunda-feira.

Na Unilever, Daniel ocupou posições em marketing, vendas e supply chain no Brasil, Espanha e Suíça. 

Foi vice-presidente financeiro na Unilever Americas SupplyChain Company na Suíça, CFO da Unilever Espanha, diretor financeiro de desenvolvimento ao cliente (vendas) e de alimentos na Unilever Brasil, além de ter ocupado outros cargos na área financeira da multinacional.

O cargo na Renner estava vago desde novembro,

Com inovação, o agro nacional é parte importante da solução climática


Exemplos concretos mostram que o setor privado vem avançando no campo de forma sustentável, gerando produtividade ao mesmo tempo que preserva o meio ambiente


Sustentabilidade é, sem dúvida, a palavra que define a era em que vivemos. Diante da emergência climática, buscar soluções verdes é, mais do que nunca, questão de sobrevivência. Mas o que muitos ainda desconhecem é quanto a agropecuária nacional tem contribuído positivamente nesse processo. 

O setor, que representa mais de um quarto do PIB do Brasil, além de ser um dos mais inovadores e bem-sucedidos do país, é também hoje um dos mais sustentáveis do planeta. Graças a investimentos em pesquisa, adoção de tecnologias, gestão responsável dos recursos naturais e busca permanente pela produção sob a premissa da conservação. 

“O Brasil é líder em inovação. Não há outro país tropical com tanta tecnologia agrícola”, comenta Roberto Giolo, pesquisador da Embrapa Gado de Corte. Giolo destaca que o potencial do agronegócio nacional para as questões climáticas é ainda maior, indo além das técnicas de baixa emissão.

“A descarbonização diz respeito à diminuição das emissões, que é um ponto, mas também à remoção de CO2 da atmosfera. E o caminho mais fácil para isso é agricultura e pecuária bem-feitas. É o único setor capaz de fazer isso”, diz.

Tecnologias sustentáveis

- Floresta plantada
- Recuperação de pastagens
- Plantio direto
- Fixação biológica de nitrogênio
- Manejo de dejetos animais
- Integração lavoura-pecuária-floresta
- Terminação intensiva
- Irrigação

Sistemas integrados

Entre as inovações que se destacam nesse contexto, um exemplo é a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), a técnica que mais foi ampliada na última década: saltou de 2 milhões de hectares em 2010 para cerca de 17 milhões atualmente, segundo Giolo. 

A estratégia trata da utilização de diferentes sistemas produtivos (agrícolas, pecuários e florestais) dentro de uma mesma área, beneficiando todas as atividades.

Esse sistema integrado otimiza a utilização da terra, elevando a produtividade, com melhor uso de insumos, diversificação da produção, aumento da fertilidade do solo, recuperação de áreas degradadas, entre outras vantagens. Tudo isso com baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE) e, inclusive, retenção de carbono no componente florestal e no solo. 

“Não se vê muito em outros países da forma que acontece aqui: uma agricultura mecanizada e produtiva, e com um componente florestal junto. É um diferencial da nossa agropecuária”, avalia Giolo.

Em 2030, a estimativa da Embrapa é que o Brasil tenha 30 milhões de hectares com algum tipo de sistema de integração.

Em 2030, a estimativa da Embrapa é que o Brasil tenha 30 milhões de hectares com algum tipo de sistema de integração. (João Costa Jr/Embrapa/Divulgação)

Inovação sustentável

Bons exemplos do emprego dessa e outras tecnologias não faltam Brasil afora. Algumas das propriedades rurais do país se tornaram, inclusive, ícones internacionais de respeito ao meio ambiente.

Uma delas é a Fazenda Roncador, em Querência (MT), que trabalha com um sistema produtivo que une pecuária regenerativa e agricultura de alta tecnologia. 

Nos últimos 12 anos, foi implantado por lá um modelo próprio de integração lavoura-pecuária, com gado, pasto, milho e soja, criando um ecossistema com enormes benefícios produtivos, sociais e ambientais. 

Nesse período, a produção de alimentos na propriedade cresceu 57 vezes e a de carne foi ampliada 32%, ao mesmo tempo que a fazenda deixou o papel de emissora de GEE para se tornar uma grande fixadora de carbono. 

“Colhemos amostras do solo de diferentes pontos para descobrir quais lugares tinham maior fixação de CO2. E descobrimos que os melhores eram exatamente onde tínhamos implantado o sistema de integração”, conta Pelerson Penido Dalla Vecchia, diretor-presidente do Grupo Roncador. 

Só na safra 2019/2020, que a fazenda produziu 153 mil toneladas de alimentos, foram capturadas mais de 61 mil toneladas de carbono, o suficiente para compensar as emissões de 35 mil carros durante um ano. Uma demonstração de que o manejo sustentável, quando bem-feito, é bom para o planeta e para os negócios.

“Estamos falando de um desafio da humanidade: a produção de alimento para uma população crescente e a questão do aquecimento global. Por isso, investimos muito em pesquisa, inovação e monitoramento constante, sempre procurando melhorar”, destaca o produtor.

 

Pelerson Penido Dalla Vecchia, da Fazenda Roncador, no Mato Grosso.

Pelerson Penido Dalla Vecchia, da Fazenda Roncador, no Mato Grosso. (JBS/Divulgação)

Outro dado que Dalla Vecchia exibe orgulhoso é o índice de preservação florestal. A Fazenda Roncador é uma das maiores do país, com 147 mil hectares de área, dos quais 47% são de matas nativas e áreas de proteção permanente. 

Há mais de uma década nenhuma árvore é derrubada na propriedade. Ao contrário, são plantadas anualmente 40 mil mudas de espécies nativas para seguir ampliando a cobertura florestal e manter a rica biodiversidade da região. 

“Todo mundo pode reduzir a emissão de carbono. Mas o único lugar que pode fixar é na terra ou nas árvores. Por isso, nossa responsabilidade, como parte da solução para a questão climática, é muito grande. Responsabilidade, mas também oportunidade de interferir positivamente nisso tudo”, ressalta.

As áreas de floresta mantidas pelos produtores rurais, como acontece na Roncador, são outro grande diferencial do agro brasileiro nas questões climáticas. Cerca de 220 milhões de hectares das áreas preservadas do Brasil estão dentro de propriedades rurais, o equivalente a um quarto do território nacional. 

Dados da Embrapa indicam que, em média, 48% da propriedade é destinada à conservação da vegetação nativa, fazendo do produtor brasileiro o único no mundo a utilizar apenas metade de suas terras, sendo a outra metade preservada. 

Bem-estar animal

Mais uma questão em que o Brasil tem evoluído muito nos últimos anos é o bem-estar animal (BEA), outro eixo importante da sustentabilidade. São visíveis os avanços em regulamentação, novos padrões de manejo e conscientização. 

Uma das propriedades mais reconhecidas por suas boas práticas nessa área é a Fazenda Orvalho das Flores, em Barra do Garças (MT), que atua na criação de bezerros. 

Sob o comando da pecuarista Carmen Perez, referência internacional no tema, a fazenda adota uma série de medidas importantes no cuidado dos animais, que incluem, por exemplo, a interação positiva entre homem e animal desde o nascimento, a abolição da marcação a fogo e o desmame amigável.

As ações, como ela explica, são baseadas nos cinco domínios de BEA: nutrição, saúde, comportamento, ambiente e estado mental. “E o meio ambiente está ligado a tudo isso, porque impacta diretamente o bem-estar dos animais”, diz Carmen. 

Por isso, entre as melhorias do processo de produção está, por exemplo, o plantio de árvores para sombra em todos os pastos, trazendo conforto térmico ao rebanho. “Todo ano, a gente planta em torno de 500 mudas”, conta. E ainda há o uso de uma cerca elétrica específica para conter a predação dos bezerros por onças, sem machucá-las. “Essa é uma forma de preservação das onças e da ampliação dessas boas práticas.” 

União faz a força

Para promover essa agropecuária sustentável e de baixo carbono em cada vez mais propriedades, parceria tem sido a palavra-chave. Diversos projetos de fomento e suporte aos produtores vêm dando escala a essas ações. 

“Tecnologia nós temos. O que precisamos é dar capilaridade a elas para que possam ser implantadas por mais e mais produtores”, avalia José Carlos Pedreira de Freitas, coordenador da Liga do Araguaia, iniciativa voltada para o desenvolvimento sustentável da pecuária no médio Araguaia mato-grossense.

Em uma ação pioneira, nascida em 2015, o movimento organizado por produtores rurais da região atua exatamente nesse compartilhamento de conhecimento. Como foco, estão a adoção de práticas de intensificação sustentável na pecuária, atividades de capacitação, incentivo à conservação e restauração de áreas florestais e estímulo a práticas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa. 

Para colocar isso em prática, a Liga do Araguaia elabora e implanta projetos em parceria com entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais. Seis projetos, dos quais dois já concluídos, estão em andamento hoje, abrangendo 11 municípios da região, 62 fazendas, 130 mil cabeças de gado e 150 mil hectares de pastagens.

Um deles é o Rebanho Araguaia, desenvolvido em parceria com a Friboi, que pertence à JBS, líder global em alimentos à base de proteína.

Segundo Pedreira, o projeto apoia um grupo de 32 fazendas, ao longo de três anos, em seus esforços para melhorar a gestão produtiva e de sustentabilidade, e prevê treinamento e acompanhamento de desempenho. Isso inclui o uso de modernas ferramentas de gerenciamento, de boas práticas e de monitoramento das emissões de GEE.

O coordenador da Liga lembra que, a exemplo de projetos como este, é preciso desconstruir uma percepção errônea que foi criada da pecuária, de que está associada ao desmatamento e, portanto, vai na contramão das questões climáticas. 

“Ao contrário, nossa pecuária é parte da solução. Ano a ano, as fazendas vêm aumentando a produção e diminuindo a quantidade de pasto. É mais produtividade, sem necessidade de novas áreas, com os benefícios da redução da idade de abate dos animais. Isso se chama tecnologia. Tecnologia tropical para uma pecuária a pasto, com enormes ganhos ambientais”.

280 mil toneladas a menos

Em 2016, antes da economia de baixo carbono ser tão discutida, a Liga do Araguaia já trabalhava no monitoramento e medição das emissões e remoções de gases de efeito estufa. O projeto Carbono Araguaia, o primeiro da iniciativa, monitorou com metodologia reconhecida internacionalmente a redução de emissões de GEE em 24 fazendas, representando 79 mil hectares de pastagens, ao longo de cinco anos.

Emissões e remoções foram medidas anualmente e, à medida que as propriedades foram melhorando suas pastagens, reduzindo a idade de abate e aumentando sua produtividade, a curva de emissões foi caindo.

“Chegamos ao fim de cinco anos com uma redução de emissões de cerca de 282 mil toneladas de CO2e (CO2 equivalentes), das quais 114 mil de toneladas de CO2 foram verificadas e validadas por auditorias internacionais. Sem contar 43 mil hectares de pastos recuperados, ampliação do rebanho de 73,1 mil para 107 mil cabeças e redução da idade de abate de 28 para 24 meses”, conta Pedreira.

Bioeconomia da Amazônia

A JBS, que assumiu o compromisso de ser Net Zero até 2040, ainda apoia uma série de ações de desenvolvimento sustentável em toda a Amazônia Legal, por meio do Fundo JBS pela Amazônia

A parceria técnica com a Embrapa, de aprimoramento científico e tecnológico em prol da integração lavoura-pecuária-floresta, é uma delas. “A iniciativa visa aumentar o valor agregado aos produtos da floresta, com inovações para alimentos, matérias-primas e insumos feitos a partir da biodiversidade amazônica”, explica Joanita Maestri Karoleski, presidente do Fundo.  

A parceria faz parte das seis primeiras iniciativas selecionadas pela instituição para trabalhar diferentes atividades no bioma. Elas recebem, juntas, R$ 50 milhões do Fundo, cujos recursos são provenientes de doações da JBS e parceiros.

“O propósito é potencializar a bioeconomia na região, por meio do desenvolvimento científico e tecnológico, gerando renda para as comunidades e preservando a floresta”, completa Joanita.

Podem apoiar o Fundo empresas e instituições brasileiras ou internacionais de qualquer segmento e setor, além de pessoas físicas que tenham interesse em ser parceiras de implantação e/ou investimento financeiro. “Não se faz nada sozinho na Amazônia. Portanto, as parcerias são fundamentais”, ressalta. 

Joanita esclarece que o apoio pode ser a um projeto específico, em conjunto com o Fundo JBS, ou por meio de investimento direto no Fundo JBS pela Amazônia. Além disso, a organização está aberta a conversar com qualquer outra entidade que persiga o mesmo objetivo. 

“Quanto mais organizações trabalhando pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia, em especial em parceria com as comunidades locais, melhor e mais legítimos serão os resultados”, diz.

 

 https://exame.com/negocios/com-inovacao-o-agro-nacional-e-parte-importante-da-solucao-climatica/?utm_content=conteudo&utm_campaign=conteudos-jbs&utm_medium=atf&utm_source=exame_negocios_ads

Mercado Livre compra fatia no Mercado Bitcoin e na Paxos


Em maio passado, o Mercado Livre anunciou que comprou 7,8 milhões de dólares em bitcoin para sua tesouraria

 


O Mercado Livre anunciou nesta quinta-feira que comprou uma fatia na 2TM, controladora do Mercado Bitcoin, e da plataforma de blockchains Paxos, sem divulgar os valores, com o maior portal de comércio eletrônico da América Latina ampliando a aposta em transações envolvendo moedas digitais.

Numa parceria com a Paxos em dezembro, o Mercado Livre começou a oferecer negócios com criptomoedas (bitcoin, ethereum e USDP) por meio de suas contas digitais.

Em maio passado, o Mercado Livre anunciou que comprou 7,8 milhões de dólares em bitcoin para sua tesouraria.

 

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Vendas da JHSF com incorporação caem no 4º tri, shoppings crescem

JHSF

Por Andre Romani

 

SÃO PAULO (Reuters) – A JHSF registrou vendas contratadas de 340,2 milhões de reais no quarto trimestre para seu negócio de incorporação, queda de 10,1% ante o mesmo período do ano anterior, disse a empresa em comunicado na quarta-feira à noite.

No ano, as vendas cresceram 28,9% frente a 2020, para cerca de 1,6 bilhão de reais.

No segmento de shoppings, a JHSF reportou vendas de aproximadamente 1,1 bilhão de reais no quarto trimestre, avanço de 25,2% ano a ano, com destaque para o resultado em shoppings voltados para o público de alta renda. No acumulado de 2021, o salto foi de 56,6%.

Já em hotéis operados pela companhia, a taxa de ocupação foi de 55,2% no trimestre, frente a 53,6% um ano antes, enquanto no ano foi de 45,1% em comparação a 42,5% anteriormente.

 “A taxa de ocupação consolidada de 2021 ficou em linha com a observada em 2019, onde não havia restrições”, disse a empresa.

(Por Andre Romani)

Amazon abrirá loja de roupas física, onde algoritmos sugerem o que provar


Crédito: Divulgação

A Amazon promete revolucionar mercado de venda de roupas (Crédito: Divulgação)

Por Jeffrey Dastin

(Reuters) – A receita da Amazon.com para a loja de departamentos do futuro inclui recomendações algorítmicas e o que um diretora da empresa chamou de “armário mágico” no provador.

A varejista online anunciou nesta quinta-feira que abrirá sua primeira loja de roupas este ano, mas com um toque tecnológico. “Não faríamos nada no varejo físico a menos que sentíssemos que poderíamos melhorar significativamente a experiência do cliente”, disse Simoina Vasen, diretora administrativa.

Com 2.787 metros quadrados, a “Amazon Style”, que ficará perto de Los Angeles, será menor do que uma loja de departamentos típica.

 Um modelo das roupas vendidas fica nas prateleiras e os clientes digitalizam um código usando o aplicativo da Amazon para selecionar a cor e o tamanho que desejam. Para experimentar as roupas, que ficam guardadas nos fundos, os compradores entram em uma fila virtual para um provador, que é desbloqueado pelo smartphone quando estiver pronto.

O provador é “um espaço pessoal para você continuar comprando sem ter que sair”, disse Vasen. Cada provador tem uma tela sensível ao toque que permite aos clientes a solicitação de mais itens, que a equipe da entrega em um armário seguro de dois lados “em poucos minutos”, segundo ela.

“É como um armário mágico com uma seleção aparentemente interminável”, afirmou Vasen.

As telas sensíveis ao toque também sugerem itens para os consumidores. A Amazon manterá um registro de todas as mercadorias que um cliente digitaliza para que seus algoritmos personalizem as recomendações de roupas. Os compradores também podem preencher uma pesquisa sobre seu estilo de se vestir. Assim, quando chegam ao provador, os funcionários já depositam os itens solicitados pelos clientes e também outros que a Amazon sugere.

A nova loja da empresa visa atrair uma ampla gama de clientes com centenas de marcas, disse Vasen, recusando-se a citar exemplos.

A empresa ultrapassou o Walmart como o varejista de roupas mais comprado nos Estados Unidos, de acordo com pesquisa de analistas. Mas ainda tem espaço para expandir e competir com empresas como Macy’s e Nordstrom, que abriram lojas de formato menor.

 

((Reportagem de Jeffrey Dastin))