quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

ArcelorMittal vai investir R$1,3 bi em ampliação de usina no RJ nos próximos 3 anos

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SÃO PAULO (Reuters) – A ArcelorMittal anunciou nesta quinta-feira que vai investir 1,3 bilhão de reais nos próximos três anos na ampliação de sua usina em Barra Mansa (RJ), que receberá um novo laminador de aço com capacidade para 500 mil toneladas por ano.

Os recursos serão aplicados também na ampliação do laminador atual da usina. A medida vem após o conjunto de investimentos de 4,3 bilhões anunciados pela companhia em novembro. Além disso, tem outro projeto para retomada da expansão de uma unidade em São Francisco do Sul (SC), que receberá 1,95 bilhão de reais.

Somados, somam investimento no país de 7,6 bilhões de reais. 

 

(Por Alberto Alerigi Jr.)


 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Com água de reúso, Opersan quer crescer 10% e faturar R$ 120 mi em 2022


Pressão ESG, crise hídrica e novo marco do saneamento básico estão fazendo cada vez mais empresas investirem em sistemas próprios para o tratamento de efluentes

 

 

Uma das principais empresas dedicadas a sistemas de tratamento de água e esgoto para empresas, o Grupo Opersan espera crescimento real de 10% e chegar a 120 milhões de reais de faturamento em 2022.

Por trás do otimismo estão alguns fatores. A começar pela adoção de pautas ligadas ao ESG, sigla em inglês para os compromissos ambientais, sociais e de governança, num número crescente de empresas brasileiras.

Em paralelo, a crise hídrica animou empresários com os investimentos em soluções para reaproveitar a água até então desperdiçada em processos produtivos.

Por fim, a entrada em vigor do Marco do Saneamento Básico, de 2020, despertou o interesse sobre o tema, diz Diogo Taranto, diretor de desenvolvimento de negócios no Grupo Opersan.

Na visão dele, a lei 14.026 que atualiza o Marco Legal do Saneamento Básico, apesar de referir-se especificamente ao avanço de serviços de tratamento de água e efluentes no setor público, trará inúmeros benefícios para o setor privado, com reflexos positivos para economia, meio ambiente e sociedade. “O público terá que se ajustar e o privado não poderá permanecer à margem”, diz.

Tudo isso tem feito os empresários brasileiros encararem a gestão da água com mais seriedade. “Muitas indústrias ainda descartam efluentes de forma irregular. Contudo, a realidade imposta pela legislação e pressão social têm gerado repercussão positiva. Já vivemos um clima favorável para que o empresariado brasileiro abrace a gestão da água com a responsabilidade que a lei e boas práticas exigem”, diz Taranto.

A empresa investirá no mercado privado de saneamento cerca de 20 milhões de reais, entre construção, manutenção e fornecimento de sistemas de tratamento de águas, efluentes e reúso. “Existem projetos em nosso pipeline que podem dobrar esta quantia”, diz.

Fundado há mais de 30 anos, o Grupo Opersan fornece soluções ambientais para o tratamento de águas e efluentes, com cerca de 1.000 clientes ativos em todas as regiões do país e que já teve investimento do fundo Pátria, dedicado a infraestrutura.

 https://exame.com/negocios/com-agua-de-reuso-opersan-quer-crescer-10-e-faturar-r-120-mi-em-2022/

Empresa holandesa avaliada em US$ 780 milhões chega ao Brasil


Com presença local em 20 países, a CM.com quer impulsionar como marcas interagem com clientes

 

Ser atendido por uma marca pelo canal de mensagem que mais gosta de utilizar. É com esse objetivo de auxiliar o consumidor onde e quando ele desejar, no momento mais confortável, sem restrições de local e horário, que a holandesa CM.com, empresa de comércio conversacional, chega ao Brasil.Avaliada em US$ 780 milhões (mais de R$ 4 bilhões) e listada na Bolsa de Valores de Amsterdã desde 2020, a companhia conta a partir de fevereiro com uma sede na cidade de São Paulo. Além do Brasil, a empresa já abril um hub no México.

As soluções oferecidas permitem que os clientes interajam com seus consumidores por meio de múltiplos canais de mensagens e proporcionem um melhor atendimento ao cliente.

Com uma comunicação automatizada, por meio de diferentes canais e aplicativos como SMS, WhatsApp Business, Twitter, Telegram, Instagram e Facebook Messenger, a companhia auxilia o consumidor a tomar as decisões desde a hora da compra do produto até o pós-venda.

No Brasil, a CM.com traz o Mobile Service Cloud, um software completo de atendimento.

Um estudo da consultoria Juniper Research mostrou que as vendas realizadas por meio de canais que envolvem chatbots e assistentes de voz crescerão sete vezes até 2025. A projeção para esse mercado, que atualmente é estimado em US$ 41 bilhões, deve chegar a US$ 290 bilhões nos próximos anos.

A receita da CM.com cresceu 97% no primeiro semestre de 2021, totalizando US$ 121 milhões e o lucro bruto mais que dobrou, aumentando 129%, com evolução positiva da margem de 22% para 25%.

A receita estimada para 2021 atingiu o limite superior da faixa de US$ 270 milhões, para US$ 304 milhões.

A empresa tem também uma ferramenta para profissionais de marketing chamada Mobile Marketing Cloud, e o Conversational AI Cloud, uma plataforma de chatbot em que as interações se dão por meio de respostas predefinidas ou com o uso de inteligência artificial.

“Com os consumidores cada vez mais presentes nos canais digitais, é estratégico que as marcas os utilizem de forma assertiva para interagir e construir, por meio dessas trocas, uma jornada automatizada e humanizada. Uma pesquisa realizada pelo Facebook em 2019 mostrou que, em vários países, duas em cada três pessoas se comunicam com as marcas por meio de mensagens online. Já no Brasil, 72% disseram que planejam aumentar suas compras no e-commerce. A cada interação com o cliente, os dados ficam mais completos e as mensagens mais assertivas e personalizadas”, explica o Country Manager da CM.com no Brasil, Ronald Bragarbyk.

De acordo com o gerente-geral internacional, Hodny Benazzi, o lançamento do CM.com na América Latina é estratégico. O Brasil, em específico, é conhecido por ser um dos países mais engajados nas mídias sociais do mundo.

 

Tiba capta R$ 23 mi para atender pequeno varejo com software completo


Solução de gestão da companhia deve chegar ao mercado ao longo dos próximos dois meses

 


A história da digitalização de processos internos e gestão tinha até agora deixado as pequenas empresas fora da festa, inclusive porque começou com grandes nomes internacionais como prestadores de serviço. Companhias nacionais de softwares começaram a desenvolver produtos locais principalmente a partir do ano 2.000. Assim, o pequeno empresário ainda tem, muitas vezes, que fazer suas contas no excel — e quando muito. Essa realidade está pouco a pouco se modificando. Com esse espaço ainda como um oceano azul a ser explorado, Leandro Moura e Ramires Paiva fundaram a Tiba. O registro de funcionamento da companhia saiu nos últimos dias de 2021, mas a companhia já levantou R$ 23 milhões em capital semente com as gestoras Canary e Global Founders Capital (GFC).

A existência dessa lacuna no mercado é tão gritante que os investidores prontamente entenderam o projeto e os sócios puderam aproveitar o grande momento de liquidez para capital de risco, que tem inundado empreendedores de oportunidades.

Os recursos serão usados em tecnologia e na aceleração de contratações, que começaram a ser feitas em janeiro.  A proposta da companhia é o desenvolvimento de softwares completos para gestão, que cuidam desde a contabilidade (um desafio para esses empresários), passando por estoques, contas a pagar e receber e até folha de pagamentos. O setor escolhido para começar o negócio foi o varejo, mas mais à frente eles pretendem partir para outras frentes também.

Na visão de ambos, algumas empresas de maior porte estão adaptando suas soluções para tentar chegar mais perto desse público. Essa é uma rota que visivelmente Totvs e Stone (agora com Linx) estão traçando. A questão para eles é que as soluções carregam um legado que, na verdade, foi pensado para companhias maiores ou então vieram de aquisições que ainda precisam ser integradas. “Existem soluções para pequenas empresas muito boas, mas nunca todas juntas e as plataformas não se conversam.”

A expectativa deles é que os clientes atendidos, com suporte na gestão e tempo para se dedicar ao negócio, consigam ter um aumento de vendas entre 20% e 30%, com uma melhor atenção ao estoque e suprimentos.

Por enquanto, a companhia não está em fase operacional. O produto deve chegar ao mercado ao longo dos próximos dois meses, para engatar os primeiros clientes ao sistema — o esforço de relacionamento já existe, pois fez parte inclusive da pesquisa para criação da empresa. O motivo é tempo para estrear com tudo pronto e não em fases, pois esse agregado é maior carência. “Acreditamos que se chegarmos com tudo já desenvolvido vamos ganhar escala muito mais rapidamente que os competidores que oferecem soluções pontuais”, afirma Moura, que além de fundador é COO da Tiba, em entrevista ao EXAME IN.

Antes de colocar a Tiba de pé, os sócios, que têm experiência em contabilidade, produtos financeiros e varejo, inclusive fora do Brasil, eles não só testaram as soluções da concorrência como também viajaram para buscar locais com um varejo tão pulverizado quanto o brasileiro e gostaram muito de encontrar propostas semelhantes funcionando bem em países como Índia, Indonésia, Vietnã e Nigéria, além da América Latina. “São locais muito diferentes, mas o drama do pequeno varejo é sempre muito parecido”, destaca Paiva, que é CEO do negócio.

Embora o ponto de largada da Tiba seja software, o modelo de negócios prevê ganho principalmente com linhas de crédito, na verdade, para esse empresário, com uma atuação de bank as a service. “Esse empreendedor está sempre apertado, basicamente com desconto de cartão”, diz Paiva. A ligação entre software, redução de custo e crescimento está justamente no dinheiro. “O que não falta hoje são recursos nas fintechs que querem chegar até esse cliente, mas muitas vezes o empresário não está preparado para acessar esse crédito”, completa o CEO.

A trajetória que a Tiba vai propor como solução é de adoção do software, e de cara uma eficiência em custo, para então vir crescimento e crédito associados. A monetização do modelo de negócios pelo crédito — e outras soluções que devem vir ao reboque — tanto é o foco que, no início, a solução de gestão será oferecida em uma versão free, ou seja, de graça. “Precisamos colocar para rodar um modelo com grande base e alta eficiência em dados”, enfatiza Paiva.

Esse é o maior desafio da Tiba na largada: nascer com um porte que consiga provar sua razão de ser. Os sócios, contudo, estão confiantes no sucesso da proposta, tanto que muito rapidamente conseguiram fazer uma rodada de capital semente. A série A, inclusive, já está sendo programada para ocorrer dentro de 12 a 18 meses e com conversas em andamento.

No modelo criado por Paiva e Moura, há diversas verticais de negócios que surgem a partir da organização do pequeno varejo. Uma delas, por exemplo, é usar a sua base de dados — que em seu agregado e não individualmente — pode ser vendida para a grande indústria se relacionar melhor com os varejos pequeno. Em geral, esse mercado varejista extremamente pulverizado responde por cerca de 70% das vendas de grandes marcas como Ambev e Coca-cola, as mais organizadas nesse atendimento, e gigantes como Unilever, Danone  e tantas outras. A maioria da indústria atua com distribuidores e perdem o detalhe da penetração a partir dessa ponta. "Mas, para indústria, a melhor margem está nos menores clientes e isso ainda não está bem estruturado", afirma Moura.

Na explicação dos fundadores, de um lado um varejista perde porque não consegue ver que o vizinho do lado tem preços melhores e negocia em posição de vantagem. Do outro, a indústria não consegue ter visibilidade desses pequenos, porque não existe nem mesmo a organização interna para isso.

Com escala para crédito eficiente e soluções de dados para indústria, a Tiba vai conseguir ter clareza sobre a monetização de software. Nesse momento, eles sabem que esses ganhos já são suficientes para a operação. A crença deles é que tendo ganhos com crédito e com a indústria, o produto de gestão para o pequeno vai poder ter um custo muito final muito mais interessante e agregar mais benefícios.

 

https://exame.com/exame-in/tiba-capta-r-23-mi-para-atender-pequeno-varejo-com-software-completo/

MPDFT investiga bloqueio ilegal de celulares de clientes inadimplentes

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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) abriu um inquérito civil para investigar se empresas de crédito têm bloqueado ilegalmente aparelhos celulares de clientes. A apuração está a cargo da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon).

“A informação obtida é que a Serasa, ao atuar como correspondente bancário e conceder empréstimos, condiciona o serviço ao uso de um aplicativo que permite o bloqueio remoto do telefone celular do consumidor. Diante de eventual inadimplência, o aparelho é travado pela empresa e o cliente tem acesso somente a ligações de emergência”, afirma o MP.

Além da Serasa, a SuperSim Análise de Dados também é investigada. O inquérito deve atingir ainda bancos e empresas de consultoria de investimentos que usam os serviços para análise de crédito.

O Ministério Público diz que encontrou indícios de violação ao Código de Defesa do Consumidor e à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que disciplina o tratamento de informações pessoais de usuários e clientes por empresas e órgãos públicos.

“O objetivo do inquérito é analisar o funcionamento do aplicativo de bloqueio de dados e verificar se são usados mecanismos ilícitos para interferência remota em bens particulares”, explica o órgão.

 Nesta fase inicial, o MP deu dez dias para a Serasa e a Supersim informarem se têm autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para bloquear aparelhos celulares. Também devem apresentar o número e a data de início dos contratos assinados que preveem o uso do aplicativo como garantia.

A abertura do inquérito foi comunicada à Anatel. A agência foi notificada a informar se existe autorização para a prática ou se chegou abrir investigação interna sobre o tema.

 

COM A PALAVRA, A SERASA

 

“A Serasa não atua como correspondente bancário na operação questionada e esclarece que não é a responsável pela concessão de crédito, tampouco pela operação de aplicativos de outras empresas que eventualmente realizem bloqueio de celulares. O Serasa e-Cred é apenas uma plataforma (market place) que aproxima consumidores a diversas empresas que concedem crédito em várias modalidades, como empréstimo pessoal e cartão de crédito. As ofertas disponíveis e as condições de contratação são de inteira responsabilidade das empresas concedentes de crédito, cabendo ao consumidor escolher a opção que se encaixa à sua necessidade.

A contratação de empréstimo ocorre diretamente entre consumidor e a empresa concedente de crédito. Portanto, informações mais específicas sobre a operação podem ser obtidas junto à própria empresa credora.Por fim, a Serasa esclarece que ainda não foi intimada da abertura do Inquérito Civil Público e reforça que cumpre rigorosamente a legislação vigente.”

 

COM A PALAVRA, A SUPERSIM

 

“A SuperSim informa que até o momento não foi notificada oficialmente pelo MPDFT e que seu modelo de negócio tem autorização dos devidos órgãos reguladores, bem como embasamento legal na legislação brasileira.

A exemplo do que já acontece no mercado de crédito que atua com garantia de bens como imóveis e veículos, a SuperSim atua com o aparelho celular como garantia. Essa modalidade é extremamente relevante para a população que pertence as classes C e D, especialmente para os negativados e trabalhadores com renda abaixo de um salário mínimo, que não teriam acesso a outras modalidades de microcrédito disponíveis atualmente no mercado.

A companhia reforça ainda que o processo é transparente, validado pelo próprio usuário que realiza o aceite do contrato, bem como suas condições, via aplicativo.

A SuperSim reitera que está à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento que se fizer necessário.”

Dividido, Cade aprova compra da Oi Móvel por TIM, Vivo e Claro com voto de qualidade


Por Alberto Alerigi Jr.

 

SÃO PAULO (Reuters) – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira a compra da Oi Móvel pelas rivais TIM, Telefônica Brasil e Claro, em um dos mais importantes casos já discutidos pela órgão de proteção da concorrência no país e que teve uma decisão divida.

O julgamento terminou empatado em 3 a 3 e o presidente do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo, acabou emitindo um “voto de qualidade”, votando mais uma vez à favor da operação, conforme sessão transmitida pela internet.

Os seis conselheiros do Tribunal do Cade, porém, aprovaram por unanimidade requerimento do Ministério Público Federal pela abertura de inquérito administrativo para investigar a conduta das empresas numa eventual promoção de “prática anticompetitiva” por ocasião do anúncio de acordo para a divisão dos ativos da quarta maior operadora de telefonia móvel do país.

A Oi está em recuperação judicial desde 2016 e o juízo do processo deu prazo até o fim de março para concluir o processo. Três conselheiros do Cade, incluindo o relator Luis Henrique Braido, entenderam que as partes não comprovaram riscos de danos ao mercado se a Oi vier a falir diante de uma rejeição da venda dos ativos móveis, uma das principais partes do plano de recuperação da empresa.

Mas prevaleceu a tese de que o colapso da antiga “campeã nacional”, criada nos governos petistas e fornecedora de serviços de telecomunicação para múltiplas instâncias da União, poderia prejudicar o mercado e reforçar a dominância das outras três operadoras. O entendimento ocorreu apesar da possibilidade de que o espectro utilizado pela Oi Móvel poder ser devolvido para a realização de um leilão com interessados.

Telefônica Brasil, Claro e TIM, esta uma das principais beneficiárias da transação ao obter a maior parte do espectro da Oi Móvel, ganharam direito aos ativos da empresa no final de 2020, com uma oferta conjunta de 16,5 bilhões de reais, em um leilão que contou apenas com a oferta do grupo.

Em meados do mesmo ano, a Highline do Brasil, empresa de soluções de infraestrutura para a indústria de telecomunicações, chegou a fazer uma oferta bilionária pela Oi Móvel, mas a companhia rejeitou a proposta que poderia manter a existência da operadora.

Em seu voto, Braido afirmou que “os requerentes apostaram em seu poder de captura do Estado…faltou cuidado com o desenho da operação”. O relator ainda considerou incompreensível o fato da Oi ter rejeitado a oferta da Highline para optar pelo risco de se sujeitar a passar pela complexidade de análise da oferta das três maiores rivais para divisão de ativos por um valor que embutia, segundo ele, um “prêmio de apenas 10%” em relação à proposta anterior.

Na época, em meados de 2020, a Oi não divulgou o valor da oferta da Highline, mas disse que superava 15 bilhões de reais.

Na avaliação dos conselheiros Paula Azevedo e Sérgio Ravagnani, que acompanharam o voto do relator, remédios que não preveem a venda de espectro são “cosméticas” e não reduzem as preocupações sobre impactos da operação sobre a concorrência.

Votaram à favor os conselheiros Lenisa Prado, Luiz Hoffmann e o próprio presidente do Cade, que entenderam que os remédios para reduzir receio sobre competição no setor são suficientes. As medidas incluem compartilhamento de espectro com interessados, apresentação de oferta pública de venda de estações rádio base (ERB) e oferta de produtos de roaming.

“Os remédios em negociação aprofundam as condições que facilitam a atuação de terceiros interessados no mercado”, disse a conselheira Prado, citando o compromisso de venda de praticamente metade das ERBs adquiridas da Oi.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou a transação no fim de janeiro. Mas a Copel Telecomunicações, do empresário Nelson Tanure, que já participou do conselho de administração da Oi e foi contrário ao plano definido para a recuperação judicial da empresa, defendeu a decisão da agência seja anulada, alegando que o conselheiro Emmanoel Campelo não poderia ter presidido interinamente as reuniões que deram anuência prévia para o negócio.

As ações da TIM, que chegaram a ter forte queda após a emissão dos primeiros votos contrários ao negócio no Cade na sequência inverteram de sinal após a conclusão do julgamento e subiam 4% às 15h35. Os papéis da Telefônica Brasil subiam 2,2% e os da Oi avançavam 2,9% depois de operarem com bastante volatilidade.

 

Brasil recebe US$8,2 bi na virada do mês em meio a fluxo geral para emergentes


Brasil recebe US$8,2 bi na virada do mês em meio a fluxo geral para emergentes

Notas de cem dólares

 

 

SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil contabilizou em janeiro a maior entrada líquida de dólares pelo câmbio contratado em cinco meses, e fevereiro já começou em ritmo forte, com os ingressos somando mais de 4 bilhões de dólares, mostraram dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira.

No acumulado do ano, já são 5,725 bilhões de dólares em dinheiro novo que veio ao país. Em janeiro, o superávit foi de 1,493 bilhão de dólares, melhor desempenho desde agosto de 2021 e uma forte recuperação, considerando que o saldo ficara negativo ao longo de quase todo o mês –até dia 26 o déficit era de 2,457 bilhões de dólares.

A partir daí os ingressos ganharam força e prosseguiram com ainda mais velocidade no começo de fevereiro, que na parcial mostra entrada líquida de 4,232 bilhões de dólares.

Entre o dia 27 de janeiro e 4 de fevereiro (último dado disponível), o Brasil recebeu o montante de 8,181 bilhões de dólares em moeda estrangeira, com ingressos massivos pela conta financeira –por onde passam fluxos para portfólio, operações de empréstimos e remessas de lucros e dividendos, entre outros– de 7,773 bilhões de dólares. A conta comercial teve saldo positivo de 408 milhões de dólares.

O dólar caiu ao longo de janeiro mesmo com o fluxo negativo na maior parte do mês, mas a queda acelerou à medida que o país passou a receber recursos liquidamente e em volume cada vez maior.

Essa dinâmica tem como pano de fundo fortes fluxos para mercados emergentes neste começo de ano, em parte por investidores deixarem ativos de mercados desenvolvidos (sobretudo as ações dos EUA, avaliadas como caras por algumas métricas) em busca de rendimentos e oportunidades em praças consideradas descontadas –quesito em que o Brasil se destacou, dado o consenso de que o real operava muito desvalorizado ante os fundamentos e de que a bolsa brasileira estava barata.

Em janeiro, o dólar à vista caiu 4,8% em termos nominais, e a preços desta quarta-feira a perda era ainda maior, de 6,3% –a cotação estava em torno de 5,22 reais nesta sessão.

E o principal índice das ações brasileiras saltava 7,4% em reais neste começo de ano, enquanto em dólar a alta era de 14,5%. Na B3, o fluxo líquido de estrangeiros para as ações já se aproxima de 39 bilhões de reais.