SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil contabilizou em janeiro a maior entrada líquida de dólares pelo câmbio contratado em cinco meses, e fevereiro já começou em ritmo forte, com os ingressos somando mais de 4 bilhões de dólares, mostraram dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira.
No acumulado do ano, já são 5,725 bilhões de dólares em dinheiro novo que veio ao país. Em janeiro, o superávit foi de 1,493 bilhão de dólares, melhor desempenho desde agosto de 2021 e uma forte recuperação, considerando que o saldo ficara negativo ao longo de quase todo o mês –até dia 26 o déficit era de 2,457 bilhões de dólares.
A partir daí os ingressos ganharam força e prosseguiram com ainda mais velocidade no começo de fevereiro, que na parcial mostra entrada líquida de 4,232 bilhões de dólares.
Entre o dia 27 de janeiro e 4 de fevereiro (último dado disponível), o Brasil recebeu o montante de 8,181 bilhões de dólares em moeda estrangeira, com ingressos massivos pela conta financeira –por onde passam fluxos para portfólio, operações de empréstimos e remessas de lucros e dividendos, entre outros– de 7,773 bilhões de dólares. A conta comercial teve saldo positivo de 408 milhões de dólares.
O dólar caiu ao longo de janeiro mesmo com o fluxo negativo na maior parte do mês, mas a queda acelerou à medida que o país passou a receber recursos liquidamente e em volume cada vez maior.
Essa dinâmica tem como pano de fundo fortes fluxos para mercados emergentes neste começo de ano, em parte por investidores deixarem ativos de mercados desenvolvidos (sobretudo as ações dos EUA, avaliadas como caras por algumas métricas) em busca de rendimentos e oportunidades em praças consideradas descontadas –quesito em que o Brasil se destacou, dado o consenso de que o real operava muito desvalorizado ante os fundamentos e de que a bolsa brasileira estava barata.
Em janeiro, o dólar à vista caiu 4,8% em termos nominais, e a preços desta quarta-feira a perda era ainda maior, de 6,3% –a cotação estava em torno de 5,22 reais nesta sessão.
E o principal índice das ações brasileiras saltava 7,4% em reais neste começo de ano, enquanto em dólar a alta era de 14,5%. Na B3, o fluxo líquido de estrangeiros para as ações já se aproxima de 39 bilhões de reais.
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