quarta-feira, 9 de março de 2022

Na Bossanova, 1 mil startups e desejo por criar "multiverso" empreendedor


Micro venture capital atingiu marca de 1 mil empresas no portfólio, mas não quer parar por aí

Por Maria Clara Dias

 João Kepler, o homem de 1.000 startups - Empreendedor

 

Os telões da Times Square, em Nova Iorque, estampavam o logo da Bossanova na última segunda-feira, ao lado de anúncios de marcas e empresas estadunidenses. A ação celebra um clima que, nesta semana, tem sido de comemoração: o micro venture capital brasileiro que aporta em startups de estágio inicial atingiu a marca de 1.000 empresas investidas. Juntas, elas valem 6,5 bilhões de reais.

É a primeira vez que um fundo de VC brasileiro chega ao feito. Agora, a Bossanova perde apenas para a americana Y Combinator em número de startups investidas no Brasil e América Latina. Apesar do entusiasmo, o consenso por lá é de que ainda há muito a percorrer. “Chegamos até aqui depois de uma construção imensa e pela vontade de ir até as startups, ao invés de esperar por elas”, diz João Kepler, CEO e fundador da Bossanova.

Mesmo com a pandemia, que chacoalhou os planos do fundo — a meta era ter 1.000 investidas ainda em 2020 — Kepler afirma que o desempenho da Bossanova fugiu à curva nos últimos tempos. “Calculamos errado e não há problema algum em falar isso. Mas ainda assim, 2021 foi um excelente ano para nós”, diz. A média do desinvestimento, por lá, é de 7,2 vezes o capital investido e em um prazo médio de dois anos e meio.

Desde 2016, já são 63 exits (saídas), termo que define a última etapa do ciclo de investimento de uma startup, quando ela é vendida de forma definitiva. Os exemplos mais bem-sucedidos são os das startups Melhor Envio, comprada pela Locaweb por 83 milhões de reais; Agenda Edu, comprada pelo Grupo Eleva; Kinvo, comprada pelo banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME) por 72 milhões de reais e a Repassa, adquirida pela Renner.

“O nosso plano é exatamente esse”, diz Kepler. “Fazer com que essas startups virem alvo de grandes empresas”.

Atingir a meta das 1.000 startups no portfólio era algo já anunciado pelo fundo desde 2016. Agora, aumentar essa carteira não será um marco difícil de alcançar — a Bossanova tem hoje 2.000 startups na fila de espera.

O multiverso empreendedor

Enquanto estuda a próxima métrica numérica relacionada ao portfólio, Kepler afirma que a proposta do fundo continuará sendo apostar em quantidade, melhorando o desenvolvimento econômico do maior número de empreendedores.

Hoje a Bossanova aporta cheques de, em média, 350.000 reais. Segundo Kepler, a ideia é manter esse padrão, ao invés de entrar em rodadas mais avançadas, como a série A, por exemplo. “Com 1 milhão de reais, hoje podemos investir em três empresas, ao invés de reduzir o alcance e depositar o cheque em apenas uma”, diz.

Dar conta desse crescimento pedirá por mais tecnologia. Na Bossanova, isso vai se dar com um novo sistema operacional que irá automatizar a tomada de decisão, assinatura de contratos e outros processos até então “humanos”. “A intenção é acelerar, permitindo o crescimento mas sem crescer necessariamente o time”, explica.

A demanda também fez surgir uma nova necessidade por lá: ser acessível a todos esses empreendedores. Afinal, como responder a tantas empresas simultaneamente, e de forma que atenda às necessidades particulares de cada uma? A resposta esteve na criação do que Kepler chama hoje de comunidade. “Criamos uma comunidade pós-investimento com inúmeros serviços à disposição”.

A ideia é que nessa comunidade, empreendedores e investidores se apoiem, tenham acessos a eventos periódicos e serviços de apoio educacional.

Junto do braço educacional, um novo banco está sendo estruturado para sustentar o plano da Bossanova em atender a todas as necessidades de um empreendedor e, consequentemente, mantê-lo na rede. A ideia é que os fundadores das empresas investidas possam ter acesso facilitado a serviços como cartão de crédito internacional e antecipação de recebíveis, por exemplo.

Antecipando todos os cenários possíveis, a Bossanova deve ter uma espécie de multiverso para empreendedores. “Queremos ir além do cheque, pois quanto mais profissionalizado fica o mercado, mais decidido o empreendedor fica na hora de escolher a qual VC recorrer. Queremos ter tudo para que sejamos essa escolha e ele não precise sair da Bossanova atrás de outro fundo”, diz.

Na prática, o que a Bossanova está fazendo é criar um ecossistema em torno da marca para ampliar o mix de serviços à disposição de um cliente (no caso, o empreendedor), e ganhar a preferência ante os demais concorrentes — uma prática cada vez mais comum em diferentes setores da economia, em especial o varejo.

“O meu sonho mesmo é chegar a 5.000 startups nos próximos três anos, mas ainda temos um longo caminho e entendemos a importância de sermos parceiros e apoiadores do empreendedorismo nacional”, diz. "Seremos também uma casa de investimentos, ao invés de um fundo de venture capital tradicional".

 

 https://exame.com/pme/na-bossanova-1-mil-startups-e-desejo-por-criar-multiverso-empreendedor/

 

Dez franquias para investir com até R$ 20 mil


Quer empreender com pouco? EXAME selecionou opções de negócios franqueados com formatos enxutos — em alguns nem é preciso sair de casa

 Holding de Franquias: Como Funciona?


 

Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), as franquias brasileiras cresceram 10,7% em 2021. No período, o mercado faturou R$ 185 bilhões, recuperando as perdas de 2020 e se aproximando dos números registrados na pré-pandemia. 

As franquias sempre atraíram quem quer empreender por oferecer um risco baixo, uma vez que o modelo de negócios já foi testado anteriormente. Mas se engana quem pensa que é preciso investir rios de dinheiro para criar um empreendimento de sucesso no ramo. 

Nos últimos anos e, principalmente depois da pandemia, tem se popularizado os formatos de franquias mais enxutas, muitas vezes home based, focado em quem quer abrir o próprio negócio e, ao mesmo tempo, tem pouco dinheiro para investir. 

Por isso, EXAME selecionou algumas opções de franquia com baixo investimento inicial para ajudar quem quer empreender, mas não pode gastar muita grana. É preciso ter em mente que, nesses casos, o retorno sobre o investimento costuma ser rápido, porém, a taxa de lucratividade da franquia tende a ser menor que a do segmento no geral. 

Como sempre, antes de começar o negócio o ideal é estudar o mercado que quer empreender e conversar com outros franqueados antes de assinar o contrato. 

As informações a seguir foram fornecidas pelas próprias franqueadoras.

Confira, a seguir, dez franquias para abrir uma empresa com até R$ 20 mil:

1. Mr. Fit 

Criada em 2013, na cidade de Paulínia, interior de São Paulo, a Mr. Fit é um fast-food de alimentação saudável. Em 2014, a companhia entrou para o ramo de franquias. 

Atualmente, a Mr. Fit conta com 513 lojas, além do modelo home based, de refeições congeladas. 

Investimento inicial: R$ 6 mil (Mr. Fit Café). 

Previsão de retorno (estimado pela franqueadora): dez a 36 meses

2. Monitorias Reforço Escolar

A Monitorias Reforço Escolar oferece reforço escolar e aulas particulares por meio de uma plataforma online que reúne mais de 7 mil professores parceiros cadastrados em sua base. 

Criada em 2014, a empresa entrou para o mercado de franquias em 2020 e conta com mais de 50 unidades, espalhadas por vários estados do Brasil. 

Investimento inicial: R$ 7,99 mil (para cidades até 50 mil habitantes)

Previsão de retorno (estimado pela franqueadora): seis a oito meses

3. Dank Idiomas

É uma rede de escolas de inglês. Criada em 2010 pela professora e empresária Mariza Gottdank, formatou franquia para o modelo home office, com aulas online, em 2018. O franqueado faz a gestão do negócio e pode cuidar da parte pedagógica ou contratar professores. 

A rede quadruplicou desde o início da pandemia. São 24 unidades espalhadas pelo Brasil, Uruguai e Canadá. Com operações encaminhadas para inauguração nos próximos meses, a previsão é de ultrapassar as 40 até o fim do ano.

Investimento inicial: R$ 8,5 mil

Previsão de retorno (estimado pela franqueadora): até 18 meses

4. Gigatron

Fundada em 1998, na cidade de Birigui, interior de São Paulo, a Gigatron atua com o fornecimento de um software de Gestão, o Giga ERP. Com foco em oferecer sistemas para pequenas e médias varejistas, a empresa atende restaurantes, minimercados e microindústrias.  

Entrou para o mercado de franquias em 2012 e, desde então, soma 62 unidades franqueadas.  

Investimento inicial: R$ 10,5 mil

Previsão de retorno (estimado pela franqueadora): um a 12 meses 

5. Frida Underwear 

Fundada em 2017 em Dois Irmãos (RS), a Frida Underwear é uma rede de vestuário especializada em lingeries. A marca nasceu como e-commerce e, em 2020, entrou para o ramo de franquias com o modelo de negócio online, home office e loja física. 

Atualmente, a empresa conta com 25 unidades franqueadas e fechou o ano de 2021 com faturamento de R$ 1 milhão. 

Investimento inicial: R$ 13.597,00 para a opção home office (já incluso estoque de 100 peças)

Previsão de retorno (estimado pela franqueadora): três meses

6. A BidonCred

A corretora de seguros BidonCred surgiu em 2010, em Campo Bom, região metropolitana de Porto Alegre, e entrou para o mercado de franquias em 2016. A marca atua pelo sistema home office e loja física e, atualmente, possui 103 unidades franqueadas e mais duas lojas próprias. 

Em 2022 passou a oferecer serviços financeiros e, atualmente, comercializa seguros e créditos nas áreas de: acidentes pessoais, empresarial, condomínios, responsabilidade civil, risco de engenharia, imobiliário, caminhão, motos, frotas de veículos, automóvel e seguro de vida. Além de empréstimo consignado, crédito empresarial, consórcio, financiamentos, entre outros.

Investimento inicial: R$ 15,59 mil (modelo home office)

Previsão de retorno (estimado pela franqueadora): dois a três meses

7. Vai Voando 

Criada há mais de 12 anos, a Vai Voando é uma agência de turismo focada nas classes C e D, que já vendeu mais de 920 mil passagens. Pertencente à BeFly, a companhia entrou para o modelo de franquias em 2019 e, desde então, criou uma rede com 200 franqueados. 

A empresa oferece passagens rodoviárias, hospedagens, pacotes de viagens e ingressos. Também possui um modelo de modalidade de pré-pagamento, em que é possível financiar os pacotes. 

Previsão de retorno (estimado pela franqueadora): Em média oito meses

Investimento inicial: R$ 17 mil 

8. Kinsol Energias Renováveis   

Fundada em 2013, em Uberaba (MG), a Kinsol Energias Renováveis atua no mercado de geração de energia solar. A empresa é especializada na venda de equipamentos produzidos pela WEG, multinacional brasileira fabricante de equipamentos elétricos. 

A Kinsol entrou para o ramo de franquias em 2021 e, atualmente, conta com 120 unidades franqueadas. 

Investimento inicial total: a partir de R$ 17,6 mil 

Previsão de retorno (estimado pela franqueadora): seis meses

9. Dryjet

Criada em 2009, a empresa de lavagem ecológica e serviços de estética automotiva entrou para o mercado de franquias em 2011 e hoje conta com 42 unidades franqueadas. 

Durante a pandemia, a maioria dos segmentos foi fortemente afetada e a economia do país sofreu enormes danos com o baixo consumo, mas nesse cenário, o fundador da Dryjet, Alexandre Valença não tem do que reclamar. Em 2020 abriram 18 novas unidades, e pretende fechar o ano com 45 unidades e um faturamento de R$ 2,5 milhões. 

Investimento inicial: R$ 19 mil

Previsão de retorno (estimado pela franqueadora):  seis a 12 meses

10. Bebidas Online 

O Bebidas Online é um aplicativo de bebidas que intermedeia a entrega de bebidas e artigos de conveniência entre o consumidor final e usuário e distribuidoras.  

Criada em 2019, a empresa entrou para o segmento de franquias em 2020 e, até o momento, conta com 140 franqueadas.

Investimento inicial: R$ 19,9 mil

Previsão de retorno (estimado pela franqueadora): 12 meses

Cade mantém aval à venda da Oi Móvel após sessão com troca de acusações

Ficheiro:Logotipo da Oi.png – Wikipédia, a enciclopédia livre

 

Em uma sessão tumultuada e marcada por bate-boca e acusações, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) manteve nesta quarta-feira, 9, a aprovação à venda da Oi Móvel para TIM, Vivo e Claro.

O conselho acolheu parcialmente recurso apresentado pela Algar Telecom e pela Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp) contra a decisão. Na prática, o aval à operação está mantido, mas o acordo firmado com as empresas será alterado para incluir, de forma mais clara, decisões citadas apenas oralmente pela conselheira Lenisa Prado durante o julgamento de fevereiro.

Também será incluída previsão de que o responsável por monitorar o cumprimento das obrigações impostas pelo Cade (trustee) conheça o mercado de telefonia móvel.

A Algar e a Telcomp recorreram à autoridade concorrencial alegando que os termos do Acordo em Controle de Concentração (ACC) negociado pelas empresas com o órgão são diferentes do que aqueles impostos por Prado e informados durante a sessão de julgamento.

As empresas solicitaram que o acordo fosse alterado para incluir, por exemplo, regras de precificação de determinadas ofertas de serviços no atacado que foram ditas durante o julgamento, mas não especificadas nos termos escritos.

No julgamento, que ocorreu no início do mês de fevereiro, três conselheiros votaram pela reprovação da operação e outros três consideraram que o pacote de “remédios” negociado com as empresas foi suficiente pela maioria do Cade para manter a concorrência no setor. Coube ao presidente Alexandre Cordeiro, que tem voto de minerva, desempatar pela aprovação do negócio.

Acusações

A sessão desta quarta-feira foi marcada por acusações, bate-boca entre conselheiros e até pedidos de investigação relacionados ao processo no órgão que aprovou a compra da Oi Móvel.

Depois de terem votado contra a aprovação, os conselheiros Sérgio Ravagnani e Luís Braido fizeram duras críticas ao voto vencedor, da conselheira Lenisa Prado.

Durante a análise de recursos apresentados contra a decisão, Ravagnani chegou a dizer que ela não reflete padrões “éticos e de boa fé” e falou em “vícios de ilegalidade”. “O que foi feito na decisão embargada foi o famoso ‘dou com uma mão e tiro com a outra’. Este comportamento não reflete uma atuação segundo padrões éticos e de boa fé”, acusou.

O conselheiro disse ainda que atos administrativos derivados de “vicio de ilegalidade” são nulos e pediu ao Ministério Público Federal (MPF) que ajuíze uma ação anulatória contra o processo da Oi se tiver elementos de que isso tenha ocorrido no caso. “Ilegalidade também se dá por desvio de finalidade. Quando a finalidade se dá não por interesse público, mas sim, privado”, ressaltou.

Ravagnani citou o que considera erros jurídicos cometidos no voto de Lenisa e foi interrompido pela conselheira, que reagiu fortemente. “O senhor está fazendo uma acusação muito séria. O senhor disse que eu dei com uma mão e retirei com a outra? O senhor esta questionando a minha ética? O meu valor moral? Isso me atinge diretamente porque o voto condutor foi meu”, rebateu.

O presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, também rebateu a fala de Ravagnani. Cordeiro disse que a reação do conselheiro e de Braido eram “uma forma de espernear” contra o resultado diferente do defendido por eles.

“É a primeira vez que presencio um absurdo desses no Cade. O senhor falou de probidade, ética, moral. Fico muito triste de isso acontecer no conselho porque se vocês tem alguma coisa para falar da moral, da ética de algum membro do conselho, que façam pelas vias adequadas. Em uma sessão fazer acusação vocês podem inclusive responder judicialmente”, completou Cordeiro.

Diante da reação, Ravagnani disse que estava apenas “lendo a lei” e falando da necessidade de congruência da decisão. “Em hipótese alguma estava me dirigindo à conduta de qualquer agente público deste Cade”, afirmou.

Ao final do julgamento – que acabou por manter o aval dado à venda da Oi Móvel – coube ao conselheiro Luiz Hoffmann, o único que não tinha se envolvido nas discussões, pedir que a sessão fosse suspensa por dez minutos para que os participantes pudessem “acalmar os ânimos”.

 

UE vai aprovar compra da MGM pela Amazon por US$8,5 bi, dizem fontes


UE vai aprovar compra da MGM pela Amazon por US$8,5 bi, dizem fontes

FILE PHOTO: Smartphone with Amazon logo is seen in front of displayed MGM logo in this illustration taken

Por Foo Yun Chee

 

 

BRUXELAS (Reuters) – A Amazon vai obter aprovação incondicional da União Europeia para a compra do estúdio de cinema norte-americano MGM por 8,5 bilhões de dólares, disseram fontes com conhecimento do assunto. O negócio deve aumentar a rivalidade no mercado de streaming, formado ainda por Netflix e Disney+.

A aquisição da MGM dará à Amazon direitos sobre franquias como James Bond, que arrecadou quase 7 bilhões de dólares nas bilheterias em todo o mundo, segundo a MGM.

O estúdio norte-americano também licencia conteúdo para videogames, o que pode beneficiar os esforços de desenvolvimento da Amazon nessa área.

A Comissão Europeia, que deve decidir sobre o acordo até 15 de março, não se manifestou.

A Amazon disse que “a conclusão da transação está sujeita a aprovações regulatórias e outras condições habituais de fechamento, e estamos trabalhando com os reguladores para responder às solicitações”.

A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) está se aproximando do prazo de meados de março para decidir sobre o acordo, segundo uma fonte familiarizada com o assunto.


domingo, 6 de março de 2022

Exclusão da Rússia de índices globais pode atrair mais recursos ao Brasil

A lamentável frase de Bolsonaro sobre a Rússia que já entrou para a  história | VEJA



A retirada da Rússia de índices de referência de investimentos de mercados emergentes pode favorecer o Brasil ainda mais nas próximas semanas. Na noite de quarta-feira, a fornecedora global de índices de ativos MSCI anunciou que a Rússia deixará de fazer parte do índice MSCI Emerging Markets para ser classificada como um mercado independente. A mudança passa a valer a partir do dia 9 e foi decidida porque já não há mais acessibilidade e capacidade de investimento no mercado russo.

Na prática, essa alteração impede empresas russas de ter acesso a uma parte relevante dos fundos de investimentos. A tendência é de que os recursos que seriam aportados na Rússia sejam distribuídos entre outros mercados emergentes, como o Brasil.

Outra fornecedora de índices do mercado de ações, a FTSE Russel decidiu retirar a Rússia de todos os seus índices de renda variável. Segundo apurou o Estadão, investidores globais, como a BlackRock, vêm pressionando para a remoção do país desses índices. De acordo com uma fonte, a retirada da Rússia de outros índices deverá ocorrer em ritmo maior a partir da próxima semana.

Segundo cálculos do Itaú, apenas com a mudança feita pela MSCI, US$ 27,1 bilhões poderiam deixar a Rússia. Considerando que o Brasil tem um peso de 4,97% no índice, ele poderia receber US$ 1,34 bilhão desse total. Juntas, as Bolsas de toda a América Latina ficariam com US$ 2,12 bilhões.

Essa saída de recursos, porém, está travada por enquanto. Isso porque o mercado de ações russo está fechado desde segunda-feira, e as sanções adotadas contra o País tornam as transações financeiras bastantes difíceis.

Ainda assim, o fundo soberano norueguês, por exemplo, que possui US$ 1,3 trilhão sob gestão, já anunciou que venderá seus ativos russos, compostos por ações de 47 empresas, com um valor aproximado de US$ 2,83 bilhões.

Futuro

Por enquanto, conforme analistas, é mais certo que a América Latina e o Brasil reconquistem importância nos índices que balizam investimentos nos mercados emergentes e nas carteiras de fundos dedicados a esses países.

Levantamento recente do BTG Pactual mostra que os fundos que apenas compram ativos de países emergentes tinham, em 2021, 5% do total no Brasil, na mínima histórica, sendo que o máximo foi de 16,9% em 2009. Se forem considerado os fundos globais, que são aqueles que podem investir em todo o mundo, a fatia que o Brasil ocupa é de apenas 0,23% – já foi de 1,9%, também em 2009. No fundo dedicado aos Brics, a participação chega hoje a 10,6%, longe do pico de 35% observado em 2010.

Já no índice de emergentes da MSCI, a China tem um peso 12,7% superior à média dos últimos 22 anos, enquanto o Brasil e o México recuaram em 5,1% e 3,2% em suas respectivas participações, de acordo com o Itaú. A Rússia representava 1,47%, tendo perdido espaço desde a última revisão do índice em fevereiro, quando detinha 3,41%. As informações são do jornal  

 

O Estado de S. Paulo.



Multilaser e Bertha Capital inauguram fundo com aporte de R$ 15 mi na E-Moving

 E-Moving Mobilidade Urbana - Bicicletas Elétricas em São Paulo



A E-moving, startup de assinaturas mensais de bicicletas elétricas, acaba de receber um aporte de R$ 15 milhões, realizado pela Bertha Capital, gestora de Corporate Venture Capital (CVC) da Multilaser. O investimento é o primeiro do fundo de R$ 200 milhões lançado em fevereiro pelas empresas para apoiar o ecossistema brasileiro de inovação.

Com o aporte, a E-moving pretende reforçar os times de vendas e marketing, além de desenvolver uma nova versão de sua bicicleta, em colaboração com a Multilaser. O principal plano da startup para 2022 é chegar a 2 mil e-bikes alugadas, com perspectivas de triplicar esse número no ano seguinte.

O investimento anunciado hoje ocorre após o reposicionamento do negócio, que passa a oferecer o aluguel das e-bikes exclusivamente para empresas. “Existe uma demanda reprimida de companhias que podem utilizar as nossas e-bikes para ganhar produtividade, reduzir custos e oferecer uma melhor experiência para os colaboradores”, afirma o CEO da startup, Gabriel Arcon.

O executivo destaca que, no exterior, as bicicletas elétricas representam 35% do mercado de mobilidade urbana, enquanto aqui não chegam a 1%.

A procura pelo serviço vai desde companhias que oferecem as bicicletas como benefício de mobilidade para os funcionários, até startups de delivery. Com clientes como Microsoft, Empiricus e Daki, a E-moving recebe uma mensalidade pelo uso das e-bikes e proporciona serviço de manutenção, rastreamento e trava, além da possibilidade de personalizar as bicicletas com as marcas das empresas.

“A pauta ESG é cada vez mais valorizada pelas pessoas e empresas e a E-moving faz parte desse movimento”, destaca o CEO da Multilaser, Alexandre Ostrowiecki. O CEO da Bertha Capital, Rafael Moreira, complementa que considera o aluguel de bikes elétricas proposto pela E-moving como uma ótima opção para empresas reterem seus talentos, proporcionando um deslocamento ágil, confortável e seguro.


Governo aponta Landim, presidente do Flamengo, para comandar conselho da Petrobras


Governo aponta Landim, presidente do Flamengo, para comandar conselho da Petrobras

Rodolfo Landim, presidente do Flamengo

 
Por Sabrina Valle

 

 

HOUSTON (Reuters) -O governo brasileiro indicou o ex-executivo da Petrobras Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo, para presidir o conselho de administração da estatal, informou a empresa em um comunicado na noite de sábado.

Antes, o presidente do conselho da Petrobras, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, havia dito à Reuters que planejava deixar o cargo.

A Reuters havia também reportado na véspera que Landim era visto como seu possível sucessor, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto.

“A presidência do conselho de administração da Petrobras é um trabalho de 24 horas e quero passar mais tempo com minha família”, disse Ferreira, acrescentando que tem dois filhos adultos morando fora do Brasil.

Ferreira vai ficar até o final do seu mandato. Uma assembleia de acionistas para renovar o conselho foi agendada para o dia 13 de abril.

O anúncio da mudança no conselho ocorre no momento em que a Petrobras enfrenta pressão de investidores para aumentar os preços dos combustíveis, já que o petróleo se aproxima de 120 dólares por barril.

A empresa controla os preços da gasolina e do diesel no Brasil com mais de 80% da capacidade de refino do país.

Rodolfo Landim fez carreira na Petrobras antes de criar sua própria petroleira, a Ouro Preto, e vendê-la.

Ele trabalhou na estatal por 26 anos e ocupou diversas funções gerenciais na área de Exploração & Produção. Entre 2000 e 2003, Landim foi presidente da Gaspetro, responsável pelas participações societárias da Petrobras nas companhias de transporte e distribuição de gás natural.

Entre 2003 e 2006, foi presidente da Petrobras Distribuidora, que foi privatizada e mudou de nome para Vibra.

Segundo indicação do Ministério de Minas e Energia à Petrobras, o acionista controlador apontou ainda os seguintes nomes para o conselho: Carlos Eduardo Lessa Brandão; Joaquim Silva e Luna; Luiz Henrique Caroli; Márcio Andrade Weber; Murilo Marroquim de Souza; Ruy Flaks Schneider; e Sonia Julia Sulzbeck.

Luna, Weber, Souza, Schneider e Sulzbeck já integram o conselho atual, composto por outros três conselheiros representantes de acionistas minoritários e um dos empregados.

Brandão, conselheiro de administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), e Caroli, almirante de Esquadra da Marinha, aparecem como novos nomes.

 

MOMENTO DELICADO

 

Os novos conselheiros deverão assumir o posto em momento delicado para a companhia, que sofre pressões para não repassar a alta do petróleo, ao mesmo tempo em que busca seguir sua política de paridade entre os preços dos combustíveis domésticos e os mercados internacionais.

Um crescente coro de políticos afirma que a Petrobras deveria ajudar a arcar com esses custos do petróleo mais alto.

Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que a Petrobras sabe da sua responsabilidade e o que pode fazer para que os preços dos combustíveis no Brasil não disparem apesar da alta internacional do petróleo devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Os comentários de Bolsonaro vieram depois que a Petrobras quebrou no mês passado seu recorde histórico de lucro anual e de pagamentos de dividendos em 2021, graças à alta do petróleo.

Na quarta-feira, o presidente-executivo Joaquim Silva e Luna disse à Reuters que a Petrobras ainda não havia tomado uma decisão sobre os reajustes dos preços dos combustíveis.

(Por Sabrina Valle, com reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)