domingo, 6 de março de 2022

Governo aponta Landim, presidente do Flamengo, para comandar conselho da Petrobras


Governo aponta Landim, presidente do Flamengo, para comandar conselho da Petrobras

Rodolfo Landim, presidente do Flamengo

 
Por Sabrina Valle

 

 

HOUSTON (Reuters) -O governo brasileiro indicou o ex-executivo da Petrobras Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo, para presidir o conselho de administração da estatal, informou a empresa em um comunicado na noite de sábado.

Antes, o presidente do conselho da Petrobras, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, havia dito à Reuters que planejava deixar o cargo.

A Reuters havia também reportado na véspera que Landim era visto como seu possível sucessor, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto.

“A presidência do conselho de administração da Petrobras é um trabalho de 24 horas e quero passar mais tempo com minha família”, disse Ferreira, acrescentando que tem dois filhos adultos morando fora do Brasil.

Ferreira vai ficar até o final do seu mandato. Uma assembleia de acionistas para renovar o conselho foi agendada para o dia 13 de abril.

O anúncio da mudança no conselho ocorre no momento em que a Petrobras enfrenta pressão de investidores para aumentar os preços dos combustíveis, já que o petróleo se aproxima de 120 dólares por barril.

A empresa controla os preços da gasolina e do diesel no Brasil com mais de 80% da capacidade de refino do país.

Rodolfo Landim fez carreira na Petrobras antes de criar sua própria petroleira, a Ouro Preto, e vendê-la.

Ele trabalhou na estatal por 26 anos e ocupou diversas funções gerenciais na área de Exploração & Produção. Entre 2000 e 2003, Landim foi presidente da Gaspetro, responsável pelas participações societárias da Petrobras nas companhias de transporte e distribuição de gás natural.

Entre 2003 e 2006, foi presidente da Petrobras Distribuidora, que foi privatizada e mudou de nome para Vibra.

Segundo indicação do Ministério de Minas e Energia à Petrobras, o acionista controlador apontou ainda os seguintes nomes para o conselho: Carlos Eduardo Lessa Brandão; Joaquim Silva e Luna; Luiz Henrique Caroli; Márcio Andrade Weber; Murilo Marroquim de Souza; Ruy Flaks Schneider; e Sonia Julia Sulzbeck.

Luna, Weber, Souza, Schneider e Sulzbeck já integram o conselho atual, composto por outros três conselheiros representantes de acionistas minoritários e um dos empregados.

Brandão, conselheiro de administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), e Caroli, almirante de Esquadra da Marinha, aparecem como novos nomes.

 

MOMENTO DELICADO

 

Os novos conselheiros deverão assumir o posto em momento delicado para a companhia, que sofre pressões para não repassar a alta do petróleo, ao mesmo tempo em que busca seguir sua política de paridade entre os preços dos combustíveis domésticos e os mercados internacionais.

Um crescente coro de políticos afirma que a Petrobras deveria ajudar a arcar com esses custos do petróleo mais alto.

Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que a Petrobras sabe da sua responsabilidade e o que pode fazer para que os preços dos combustíveis no Brasil não disparem apesar da alta internacional do petróleo devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Os comentários de Bolsonaro vieram depois que a Petrobras quebrou no mês passado seu recorde histórico de lucro anual e de pagamentos de dividendos em 2021, graças à alta do petróleo.

Na quarta-feira, o presidente-executivo Joaquim Silva e Luna disse à Reuters que a Petrobras ainda não havia tomado uma decisão sobre os reajustes dos preços dos combustíveis.

(Por Sabrina Valle, com reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)


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