quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Americanas devolve 20% dos galpões usados para produtos do e-commerce


Crédito: Reprodução/ Instagram Americanas

Varejista fechou um centro de distribuição em Fortaleza (CE). Agora, a operação no Ceará terá como base o centro de distribuição em Recife (PE) (Crédito: Reprodução/ Instagram Americanas)

 

A Americanas, uma das gigantes do comércio eletrônico, já vinha devolvendo espaços de armazenagem antes do pedido de recuperação judicial em janeiro. E essa prática continuou no início deste ano. A empresa fechou um centro de distribuição em Fortaleza (CE). Agora, a operação no Ceará terá como base o centro de distribuição em Recife (PE).

O enxugamento e a devolução de áreas de armazenagem preocupa as empresas gestoras de condomínios de galpões logísticos, especialmente os localizados em regiões nas quais a taxa de desocupação já é alta ou onde a varejista tem grande participação na ocupação dos armazéns. Nestes casos, a devolução dos espaços pode ter impacto nos aluguéis.

Levantamento nacional feito pela SDS Properties, imobiliária especializada em galpões em condomínios logísticos, mostra que em 2022 a companhia chegou a ocupar 830 mil metros quadrados (m²) em condomínios. Desse total, a empresa devolveu quase 20%. Foram desocupados 159 mil m2 distribuídos entre Betim (MG), Resende (RJ), Cajamar (SP) e Ribeirão Preto (SP).

Neste ano, serão devolvidos mais 69 mil m² em condomínios logísticos localizados na Grande Curitiba (PR), Grande Porto Alegre (RS) e Hortolândia (SP).

“As devoluções podem afetar pontualmente preços em mercados onde a vacância é elevada”, afirma Simone Santos, CEO da imobiliária e responsável pelo levantamento. Das devoluções feitas até o momento, ela aponta esse risco para Porto Alegre (RS), onde a taxa de vacância chega a quase 17%. A localidade tem uma taxa bem acima da média nacional, que é de 10,4%, diz a especialista.

Já em outras regiões, como Grande Curitiba (PR), São Paulo e Grande Belo Horizonte (MG), o impacto das devoluções deve ser menor, pois são áreas muito demandadas, diz.

 

ANTES DA CRISE

 

Em novembro de 2022, por exemplo, a varejista avisou que devolveria 26 mil m² de um galpão no condomínio logístico em Hortolândia (SP), da gestora RBR. Pelo contrato, a entrega do imóvel será em novembro.

“A desocupação desse imóvel em Hortolândia não nos causa muita preocupação”, afirma Gabriel Martins, sócio da gestora. Localizado a 30 quilômetros da capital paulista, o empreendimento fica num raio onde a demanda por galpões está aquecida.

Segundo Martins, o mercado na região de Hortolândia está mais favorável aos locadores em relação a 2021, quando o imóvel foi alugado. A vacância é baixa e ele acredita que poderá alugar por um preço maior e, ainda, antes do vencimento do prazo de aviso prévio. “Temos interessados visitando o imóvel”, conta.

Das áreas onde a Americanas tem galpões alugados, cujas devoluções poderiam ter impacto no mercado, caso ocorram, Simone aponta Recife (PE) e Pará, onde a varejista ocupa 10% e 50% do estoque local, respectivamente. Rio de Janeiro também preocupa. A empresa ocupa cerca de 80 mil m² de galpões e a cidade tem uma das maiores taxas de vacância do Brasil, de 16%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Clientes da FTX processam investidores da empresa por concederem “ar de legitimidade” à companhia


Clientes da FTX processam investidores da empresa por concederem “ar de legitimidade” à companhia

Logo da FTX e representação de criptomoedas em foto de ilustração

 

Por Jonathan Stempel

(Reuters) – Ex-clientes da FTX processaram três empresas de capital de risco e private equity, acusando-as em uma proposta de ação coletiva de promover fraudulentamente a empresa de criptomoedas antes dela quebrar.

De acordo com uma queixa apresentada na terça-feira no tribunal federal de San Francisco, a Sequoia Capital, a Thoma Bravo e a Paradigm foram “incentivadas” em 2021 e 2022 a divulgar a FTX por causa dos mais de 550 milhões de dólares que investiram na companhia antes de seu colapso repentino.

Os clientes disseram que os réus deram à FTX um “ar de legitimidade” ao garantir que examinaram suas operações — com um executivo da Sequoia dizendo uma vez que “fizemos nossa lição de casa” — e as consideraram “seguras e protegidas” para investidores em criptomoedas.

“Bilhões de dólares em ativos de clientes se tornaram vítimas da ganância de Bankman-Fried e de seus co-conspiradores, como os réus”, afirma a queixa.

A ação busca indenizações não especificados por supostas violações das leis de proteção ao consumidor da Califórnia, bem como indução fraudulenta, deturpação intencional e conspiração civil.

Processos anteriores acusaram celebridades como o ex-quarterback do futebol americano Tom Brady, o jogador de basquete Stephen Curry e o ator Larry David de induzir indevidamente as pessoas a investirem na FTX.

Sequoia, Thoma Bravo e Paradigm não responderam imediatamente na quarta-feira a pedidos de comentários.


 

Agricultura defende exportação de mais produtos à China e cooperação técnica com o país



Carlos Fávaro



O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu, em reunião Interministerial da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) hoje no Palácio do Itamaraty, que mais produtos sejam exportados pelo Brasil à China e também cooperação técnica entre os países, informou o ministério em nota. “A relação comercial com a China é extremamente importante para o Brasil, em especial para o agro brasileiro, em que temos em discussão temas importantes para que possamos intensificar e diversificar as nossas exportações”, disse Fávaro, na nota.

Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, o ministro afirmou que a reunião interministerial foi preparatória para a reunião anual sino-brasileira que neste ano será realizada na China. “Todos ministros que têm pautas afins com a China levaram as pautas dos ministérios. Agora, os técnicos irão se reunir no dia 27 para finalizar essas pautas e serão encaminhadas as tratativas para o Itamaraty para a reunião que será realizada em agosto na China”, detalhou o ministro.

 

BNDES não ajudará Americanas, mas pode ofertar crédito aos fornecedores, diz Mercadante

Guia da Marca e arquivos para aplicação em projetos ...


RIO DE JANEIRO (Reuters) – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não vai colocar dinheiro na Americanas, que pediu recuperação judicial no mês passado, mas poderá oferecer uma linha de crédito aos fornecedores da varejista, disse o presidente do banco de fomento, Aloizio Mercadante, nesta quarta-feira.

Mercadante acrescentou, em coletiva de imprensa na sede do banco, que os fornecedores da Americanas são vítimas da crise enfrentada pela varejista.

(Por Rodrigo Viga Gaier)


 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Lula recebe ministra francesa para “virar a página” em laços após Bolsonaro

 


Lula recebe ministra francesa para “virar a página” em laços após Bolsonaro

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quarta-feira a visita da ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, que viajou ao Brasil para reajustar as relações entre os dois países após disputas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Essa foi a primeira visita ministerial francesa ao Brasil desde 2019, quando Bolsonaro, irritado com as críticas do presidente da França, Emmanuel Macron, à forma como o governo brasileiro lidava com os incêndios florestais na Amazônia, zombou da esposa do líder francês no Facebook.

“Com esta visita, viramos a página dos últimos anos e colocamos nossas relações de volta no alto nível que ambas as nossas sociedades esperam e desejam”, disse o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, em entrevista coletiva.

Ele disse que os dois países estão retomando a parceria firmada em 2006 por Lula, em seu primeiro mandato como presidente, e pelo então presidente francês, Jacques Chirac.

Vieira disse que a visita de Colonna reforça o apoio da França à democracia no Brasil, que foi ameaçada por Bolsonaro e seus apoiadores, que invadiram as sedes dos Três Poderes pedindo um golpe militar no mês passado.Lula convidou Macron para participar de uma cúpula de chefes de Estado dos oito países que pertencem à Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), já que a Guiana Francesa faz parte da região amazônica.

“Recebi hoje a chanceler francesa @MinColonna. Reforçamos os laços e a parceria entre Brasil e França na cultura, relações econômicas e defesa. Reforcei o convite ao presidente @EmmanuelMacron para visitar o Brasil e recebi o convite para retornar à França”, disse Lula em publicação no Twitter.

A conferência amazônica está prevista para ocorrer no Brasil em março, e Macron então visitaria Brasília, disse Vieira.

(Reportagem de Anthony Boadle)


Presença de grandes empresas de tecnologia em finanças precisa de nova regulação, diz BIS


Bank for International Settlements

Por Huw Jones

 

LONDRES (Reuters) – É necessário repensar como regular diretamente as atividades das grandes empresas de tecnologia em serviços financeiros, devido ao seu tamanho e influência, disse nesta quarta-feira um representante do Banco de Compensações Internacionais (BIS).

Empresas de tecnologia que administram grandes volumes de dados, como Alibaba e Amazon, estão envolvidas há algum tempo em serviços financeiros, como pagamentos, gerenciamento de ativos e seguros, algumas também fornecendo serviços de computação em nuvem para execução de serviços essenciais aos bancos.

O tamanho e alcance dessas empresas permite que elas possam aumentar rapidamente sua participação no mercado financeiro, disse o gerente geral do BIS, Agustin Carstens. Isso cria o risco dessas empresas se tornarem “grandes demais para quebrar” – um problema que os reguladores dos mercados financeiros esperavam ter resolvido com os bancos após resgates de bilhões de dólares concedidos durante a crise financeira internacional ocorrida há mais de uma década.

“Sem dúvida, uma revisão regulatória é necessária e precisamos de um novo caminho a seguir”, disse Carstens, acrescentando que é necessária uma nova estrutura “holística”, que inclua a exigência de isolamento de outras operações dos serviços financeiros fornecidos por essas empresas.

As grandes empresas de tecnologia com atividades financeiras significativas também podem estar sujeitas a requisitos de governança, conduta de negócios e resiliência operacional, disse Carstens.

As regras de resiliência operacional já estão surgindo na União Europeia, Reino Unido e em outros lugares, dando aos reguladores financeiros capacidade de supervisão sobre o uso por bancos e seguradoras de empresas externas de computação em nuvem como Amazon, IBM e Microsoft.

 Os benefícios potenciais da entrada das grandes empresas de tecnologia no setor financeiro incluem melhores resultados para os clientes, maiores eficiências do mercado financeiro e inclusão financeira, disse Carstens. “É hora de passar da teoria à prática e considerar opções tangíveis para ações regulatórias.”

 

Zoom cortará cerca de 1.300 funcionários por queda da demanda no pós-pandemia


Crédito: REUTERS/Arnd Wiegmann

Logotipo do Zoom, no Fórum Econômico Mundial em Davos (Crédito: REUTERS/Arnd Wiegmann)

 

 

BENGALURU, Índia (Reuters) – A Zoom anunciou na noite de terça-feira que cortará cerca de 1.300 funcionários, já que a demanda pelos serviços de videoconferência da empresa diminuiu com o fim da pandemia. A empresa terá encargos de até 68 milhões de dólares.

As ações da empresa, que caíram 63% no ano passado em meio a uma queda nas ações de tecnologia, fecharam em alta de 9,9% na terça-feira com a notícia, mas caíram marginalmente nas negociações estendidas.

Ao anunciar as demissões, que atingirão quase 15% da força de trabalho da companhia, o presidente-execuivo, Eric Yuan, disse que aceitará um corte salarial de 98% no próximo ano fiscal e abrirá mão de seu bônus.

“Trabalhamos incansavelmente…mas também cometemos erros. Não levamos tanto tempo quanto deveríamos para analisar minuciosamente nossas equipes ou avaliar se estávamos crescendo de forma sustentável, em direção às prioridades mais altas”, disse Yuan.

Os analistas preveem que a receita da Zoom aumentou apenas 6,7% no ano fiscal de 2022, após um salto de mais de quatro vezes na receita e um aumento de nove vezes no lucro em 2021. O mercado estima que o lucro tenha caído 38% em 2022.

A empresa de software de videoconferência também disse que sua equipe de liderança executiva reduzirá seu salário base em 20% no mesmo período.

Os funcionários demitidos receberão 16 semanas de salário, cobertura de saúde e um bônus para o ano, disse Yuan.