sexta-feira, 5 de maio de 2023

Mercenários de grupo Wagner deixarão cidade ucraniana de Bakhmut, diz líder


Mercenários de grupo Wagner deixarão cidade ucraniana de Bakhmut, diz líder

Fundador do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, faz declaração em local não revelado

Por Felix Light e Caleb Davis

 

(Reuters) – Yevgeny Prigozhin, líder da força mercenária russa Grupo Wagner, disse em um anúncio repentino nesta sexta-feira que suas forças vão se retirar da cidade ucraniana de Bakhmut, a qual vêm tentando capturar.

Prigozhin afirmou que as forças Wagner vão se retirar da cidade em 10 de maio – encerrando seu envolvimento na batalha mais longa e sangrenta da guerra – por causa de pesadas perdas e suprimentos inadequados de munição. Ele pediu aos chefes militares da Rússia que coloquem tropas regulares do Exército em seu lugar.

“Declaro em nome dos combatentes de Wagner, em nome do comando de Wagner, que em 10 de maio de 2023 somos obrigados a transferir posições no assentamento de Bakhmut para unidades do Ministério da Defesa e retirar o restante de Wagner para campos de logística para lamber nossas feridas”, disse Prigozhin em um comunicado.

“Estou retirando as unidades Wagner de Bakhmut porque, na ausência de munição, elas estão condenadas a perecer sem sentido.”

Bakhmut, uma cidade de 70 mil habitantes antes do início da guerra, assumiu uma enorme importância simbólica para ambos os lados devido à intensidade e duração dos combates ali.

Wagner tem liderado a tentativa da Rússia de capturá-la e Prigozhin disse há três semanas que seus homens controlavam mais de 80% da cidade.

Mas os defensores ucranianos resistiram e Prigozhin tem expressado raiva cada vez maior com o que ele descreve como falta de apoio do sistema de militar russo.

Não está claro se sua última declaração pode ser considerada verdadeira, já que ele publicou frequentemente comentários impulsivos no passado. Na semana passada, ele retirou uma declaração que disse ter feito como uma “brincadeira”.

Mais cedo nesta sexta-feira, Prigozhin apareceu em um vídeo cercado por dezenas de cadáveres que disse serem combatentes de Wagner, e foi mostrado gritando e xingando o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov.

O anúncio ocorre em um momento importante da guerra, com a expectativa de que a Ucrânia lance uma contraofensiva há muito esperada em breve.

As declarações de Prigozhin marcaram o segundo episódio dramático na guerra no espaço de três dias, depois que Moscou acusou a Ucrânia de disparar drones contra o Kremlin na madrugada de quarta-feira em uma tentativa de matar o presidente Vladimir Putin. Kiev negou e os Estados Unidos rejeitaram as alegações do Kremlin de estar por trás do incidente.

O Kremlin se recusou a comentar a declaração de Prigozhin, citando o fato de estar relacionada ao curso de sua “operação militar especial” na Ucrânia.

 

Meta de inflação com tempo de execução flexível é melhor para a economia, diz Haddad


Meta de inflação com tempo de execução flexível é melhor para a economia, diz Haddad

Consumidora faz compras em supermercado de São Paulo

SÃO PAULO (Reuters) – A menos de dois meses da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) que deve deliberar sobre a meta de inflação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira que perseguir uma meta com um horizonte de execução mais flexível é melhor para a economia do que ter um objetivo estritamente vinculado ao calendário gregoriano, como acontece atualmente.

“Eu penso que a meta contínua é muito melhor que a meta-calendário… Você não tem o calendário gregoriano, mas você tem a trajetória que vai fazer (a inflação) chegar a 3% em uma situação que você não vai desorganizar a economia nacional”, disse Haddad em entrevista à rádio CBN.

“Então você vai dar um fôlego para ela, mas mirando inflação bem baixa”, acrescentou ele, argumentando que há momentos em que o custo de tentar cumprir uma meta de inflação baixa é alto para a economia.

Haddad fez seus comentários em resposta a pergunta sobre qual seria a posição defendida por ele no encontro do CMN, responsável por definir as metas de inflação a serem perseguidas pelo Banco Central, em reunião prevista para 29 de junho. Sem defender uma mudança numérica das metas, o ministro afirmou que o governo só anunciará uma decisão de fato quando ela estiver definida.

Este ano, o CMN precisa definir a meta de inflação de 2026, mas críticas recorrentes do governo, e particularmente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao regime de metas criaram a expectativa de que o conselho também poderá aprovar uma mudança nas suas regras. O CMN normalmente delibera sobre as metas em sua reunião de junho.

Lula já criticou várias vezes o sistema de metas de inflação, e chegou a pressionar por uma elevação dos níveis almejados. Atualmente, o centro do objetivo oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

“O mundo desenvolvido tem meta de inflação, quando tem, explícita ou não de 2%… Os outros países que mantém meta, em geral, fixaram em 3%”, disse Haddad nesta sexta.

“Está havendo uma discussão no mundo inteiro, inclusive no mundo desenvolvido. O que as pessoas estão procurando fazer hoje é alongar o horizonte temporal para o cumprimento da meta. Todo mundo quer inflação baixa, mas nas condições atuais, todo mundo está vendo que o sacrifício para atingir a meta com uma taxa de juros que vai arrebentar a economia é um custo demasiadamente oneroso”, acrescentou o ministro.

O CMN é formado por Haddad, pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Campos Neto já defendeu anteriormente a manutenção dos níveis das metas, argumentando que uma elevação do objetivo a ser perseguido teria o efeito de aumentar as expectativas de inflação, dificultando a queda dos juros.

(Por Luana Maria Benedito; Reportagem adicional de Fernando Cardoso)

 

Brasil registra fluxo cambial positivo de US$844 mi em abril, diz BC


Brasil registra fluxo cambial positivo de US$844 mi em abril, diz BC

Dólar

 

SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de 844 milhões de dólares em abril, puxado pela entrada de moeda pela via comercial, após encerrar março com entradas líquidas de 3,745 bilhões de dólares, informou nesta quarta-feira o Banco Central.

Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado.

Pelo canal financeiro, houve saídas de 5,174 bilhões de dólares em abril. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações.

Pelo canal comercial, o saldo de abril foi positivo em 6,018 bilhões de dólares.

No acumulado do ano até 28 de abril, o Brasil registra fluxo cambial total positivo de 13,533 bilhões de dólares.

(Por Fabrício de Castro)

 

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Grupo Heineken anuncia investimento de R$1,5 bi em fábricas do Nordeste

As melhores marcas de cerveja em uma só casa! | Grupo Heineken

 

 

SÃO PAULO (Reuters) – O Grupo Heineken anunciou nesta quinta-feira investimentos de 1,5 bilhão de reais nas cervejarias de Igarassu (PE) e Alagoinhas (BA) para ampliar capacidade produtiva na região.

De acordo com a companhia, com o aporte, a fábrica de Igarassu irá triplicar a capacidade produtiva das marcas Amstel e Devassa, além de incrementar em 45% a operação de linhas de embalagens retornáveis.

No caso da unidade de Alagoinhas, os recursos adicionais serão usados para ampliar em 60% a produção da marca Heineken, que tem o Brasil como o maior país consumidor do mundo, segundo a empresa.

A cervejaria disse que direcionará parte do investimento para a implementação de tecnologias que tornarão a unidade pernambucana uma referência em eficiência hídrica, reduzindo em 30% o consumo de água utilizada na produção em até três anos.

A planta de Igarassu, por sua vez, funcionará com fontes de energia 100% renovável, a exemplo de biogás e biomassa, permitindo também uma redução de 25% no consumo de energia térmica, segundo o comunicado.

No ano passado, a Heineken investiu 1,8 bilhão de reais na construção de nova cervejaria em Passos (MG) e 320 milhões de reais nas unidades de Jacareí e Araraquara (SP). Em 2020, o grupo investiu 865 milhões de reais na ampliação da unidade de Ponta Grossa (PR).

(Por Paula Arend Laier)

 

Brasil perde R$30,5 bi em 2023 com déficit de armazenagem de grãos, estima Cogo


Brasil perde R$30,5 bi em 2023 com déficit de armazenagem de grãos, estima Cogo

Caminhão descarrega milho em Sorriso, Mato Grosso

Por Roberto Samora

 

SÃO PAULO (Reuters) – Safras recordes e um elevado déficit de armazenagem de grãos no Brasil têm pressionado os prêmios da soja e do milho para níveis negativos em relação ao mercado internacional, o que indica perdas para a cadeia produtiva do país de 30,5 bilhões de reais em 2023, estimou nesta quinta-feira a consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio.

Das perdas totais, a soja responderia por cerca de 19 bilhões de reais, e o milho, por 11,5 bilhões de reais, apontou a Cogo. Os valores foram obtidos considerando os prêmios negativos –no caso da soja, os piores em cerca de 20 anos– e os embarques já realizados e previstos para os próximos meses.

Com a safra recorde, vendas lentas de produtores e um déficit de armazenagem de 124 milhões de toneladas, considerando a colheita deste ano estimada em 313 milhões de toneladas, houve a formação de uma “tempestade perfeita”, notou o sócio-diretor da consultoria, Carlos Cogo, durante um evento com jornalistas.

Além da questão estrutural (o déficit de armazenagem), ele chamou a atenção para o fator conjuntural.

“Os produtores venderam pouca soja antecipada no ano passado. Quando chegou na colheita (deste ano) tinha menos de um terço da safra vendida, o menor volume de vendas antecipadas nas últimas oito safras”, disse ele, lembrando que a lentidão dos negócios esteve associada a uma alta de custos que interferiu na estratégia dos agricultores.

Cogo observou que é natural que o prêmio em relação às cotações negociadas na bolsa de Chicago seja menor na colheita, especialmente com uma safra recorde como a brasileira.

Mas atribuiu à armazenagem uma importância preponderante, já que agricultores poderiam segurar seus produtos nos armazéns, sem aceitar qualquer preço, se houvesse capacidade.

Em abril, houve uma mínima recorde para os prêmios no Brasil, que bateram -2,10 dólares por bushel, com a média do mês ficando em -1,90 dólar/bushel.

“Isso só tinha acontecido em 2004”, afirmou ele, acrescentando que para embarques em maio os diferenciais estão em -1,50 dólar/bushel.

“Estamos com prêmios negativos até agosto, coisa que também não é inédita, mas muito raro”, disse, lembrando que os diferenciais ficam mais fracos para compensar problemas no carregamento, pagamento de multas por atrasos nos embarques dos navios, tempo de espera nos portos, entre outros fatores.

Ele disse que esse fator estrutural do déficit de armazenagem vai permanecer e “mostrar sua pior face na colheita da safra de milho” –a segunda safra cereal chega ao mercado entre junho e julho.

(Por Roberto Samora)

 

JBS USA cria empresa de limpeza após terceirizada ser multada por contratar menores


JBS USA cria empresa de limpeza após terceirizada ser multada por contratar menores

Unidade da JBS nos EUA

CHICAGO (Reuters) – A JBS USA, um dos maiores frigoríficos dos Estados Unidos, está criando uma empresa para limpar algumas de suas plantas de processamento, depois que uma empresa privada que ela contratada foi acusada de contratar menores para trabalhos perigosos.

O lançamento mostra as complexidades envolvidas na substituição da Packers Sanitation Services Inc (PSSI), contratada para limpar abatedouros.

O governo dos EUA disse em fevereiro que a PSSI pagou 1,5 milhão de dólares em multas por empregar mais de 100 adolescentes menores de idade em frigoríficos em oito Estados.

A nova empresa, a JBS Sanitation, vai “iniciar imediatamente a transição” para a limpeza de 10 instalações da JBS USA, que produzem carne bovina e suína, segundo comunicado divulgado esta semana.

A JBS Sanitation também fará limpeza interna para a Pilgrim’s Pride Corp e criará “centenas de empregos sindicalizados”, disse o comunicado.

A JBS USA é a unidade norte-americana da brasileira JBS SA, que também detém a maior parte da Pilgrim’s Pride.

A JBS USA não respondeu imediatamente a perguntas sobre os custos do lançamento da nova empresa.

O maior sindicato de frigoríficos dos Estados Unidos, o United Food and Commercial Workers International Union, disse que está trabalhando com a JBS USA em atividades de limpeza das unidades.

A PSSI disse que tem uma política contra o emprego de menores.

A JBS USA disse anteriormente que rescindiu contratos com a PSSI em “várias” unidades, incluindo três fábricas onde ocorreram supostas violações de trabalho infantil.

As empresas terceirizadas que atendem aos padrões de verificação de emprego continuarão a limpar algumas fábricas da JBS USA e da Pilgrim’s Pride, de acordo com o comunicado.

A rival Cargill Inc. disse que estava cortando todos os laços com a PSSI, mas que o processo levará meses.

(Reportagem de Tom Polansek)

 

Chanceler alemão apoia candidatura da União Africana a vaga no G20


Chanceler alemão apoia candidatura da União Africana a vaga no G20

Chanceler alemão, Olaf Scholz, em Berlim

Por Sarah Marsh e Andreas Rinke

 

BERLIM (Reuters) – A Alemanha apoia a candidatura da União Africana para obter um assento no grupo G20 de grandes economias, disse o chanceler Olaf Scholz na quinta-feira durante sua segunda viagem à África, conforme o Ocidente procura atrair o continente para longe dos rivais em crescimento como a China.

Scholz falava depois de se reunir com o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, em Adis Abeba na primeira parte de uma viagem de três dias à Etiópia e ao Quênia.

“A África deve desempenhar um papel maior nas relações internacionais, um papel que faz justiça ao continente e à sua população crescente”, disse ele em uma coletiva de imprensa conjunta, observando estar “convencido” de que a União Africana conseguirá um assento no G20 em breve.

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, foi o primeiro representante de um Estado membro do G20 a pedir a inclusão

do bloco de 55 países, no ano passado. A África do Sul é atualmente o único membro do continente africano no G20, formado por 19 países e a União Europeia.

A proposta de Ramaphosa recebeu rapidamente o apoio do presidente norte-americano, Joe Biden, e do presidente francês, Emmanuel Macron, em meio a um esforço do Ocidente para se posicionar como parceiro dos países africanos diante da competição crescente com países autoritários como a Rússia e a China.

A China tem tentado expandir sua influência no continente africano pelo financiamento de projetos de infraestrutura.

Uma vaga no G20 daria a uma das regiões de mais rápido crescimento do mundo uma voz mais forte em questões importantes, como as mudanças climáticas.

(Reportagem de Sarah Marsh e Andreas Rinke)