quarta-feira, 14 de junho de 2023

Negociação da Braskem é flerte com a reestatização no setor petroquímico


Funcionários trabalham em unidade da Braskem em Maceió

Funcionários trabalham em unidade da Braskem em Maceió (Crédito: Reuters) 

 

Salas pegam fogo na Faria Lima e em Brasília. Contam fontes do mercado que a oferta da Unipar pelo controle da Braskem enfrentará um grande desafio: a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Trata-se da aquisição da maior petroquímica do País pela segunda maior.

A solução para driblar a concentração de mercado da operação pode ser ainda pior: a reestatização do setor petroquímico. A ideia é que a Petrobras, acionista minoritária da Braskem, fique com parte dos ativos da empresa nos segmentos em que haveria maior concentração de mercado. Notadamente, no mercado de PVC.

A manobra representaria um retrocesso em um movimento estratégico iniciado ainda no Governo Itamar Franco, quando a Petrobras iniciou um plano para deixar de controlar ativos de petroquímica.

Além disso, de acordo com essas fontes, a reestatização diminuiria ainda mais a competição em um segmento já altamente concentrado, uma vez que a Petrobras detém o monopólio do petróleo, insumo do setor.

terça-feira, 13 de junho de 2023

Americanas decidiu chamar crise de fraude após documentos apresentados, diz diretor-presidente

O atual diretor-presidente da Americanas, Leonardo Coelho, disse nesta terça-feira, 13, na CPI da Americanas, que acontece na Câmara dos Deputados, que neste dia a companhia decidiu chamar a crise de fraude, em virtude dos documentos apresentados pelos seus administradores judiciais. “A fraude da Americanas é uma fraude de resultados”, comentou.

Ao mostrar documentos, submetidos à CPI, ele mostrou que a companhia inflava seus resultados, mas como eles não apareciam no caixa, tinham de ser descontados de alguma forma: daí o uso de contratos fraudados de verbas de publicidade serem abatidos da “conta fornecedores”.

 

ONU: 90% admite ter preconceito contra mulheres


Rio de Janeiro (RJ), 08/03/2023 - Mulheres fazem passeata no Dia Internacional da Mulher - 8M, por direitos e contra a violência e o feminicídio, no centro da cidade. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

25% das pessoas acreditam que é justificável um homem bater em sua mulher (Crédito: Fernando Frazão/ Agência Brasil)

O relatório do Índice de Normas Sociais de Gênero (INSG) realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) afirmou que 90% dos entrevistados nutre algum preconceito contra mulheres. 

Metade da população mundial ainda acredita que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres e mais de 40% acredita que os homens são melhores executivos de negócios do que as mulheres. Além disso, 25% das pessoas acreditam que é justificável um homem bater em sua mulher. No Brasil, 84,5% dos entrevistados admitem que têm preconceito de gênero.

O relatório aponta que o preconceito é um obstáculo para o crescimento econômico das mulheres. Mesmo nos 59 países onde as mulheres têm melhores índices educacionais que os homens, a diferença média de renda entre os gêneros permanece em 39 por cento a favor dos homens.

“Normas sociais que prejudicam os direitos das mulheres também são prejudiciais para a sociedade de forma mais ampla, prejudicando a expansão do desenvolvimento humano. A falta de progresso nas normas sociais de gênero está ocorrendo em meio a uma crise de desenvolvimento humano. Todos têm a ganhar ao garantir liberdade e autonomia para as mulheres”, afirma o chefe do Escritório do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD global, Pedro Conceição.

 

O levantamento também destaca que os governos estão tendo uma participação essencial na diminuição da desigualdade de gênero. Por exemplo, políticas de licença parental têm alterado as percepções sobre responsabilidades no trabalho de cuidado, e reformas no mercado de trabalho levaram a uma mudança de crenças em relação ao emprego das mulheres. 

Somente em 2023 foi aprovado no Brasil um projeto de lei que estabelece mecanismos e mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para garantir a punição para empresas que praticam a diferença de salários entre homens e mulheres com a mesma função.

 

Bunge e Viterra confirmam fusão em acordo avaliado em cerca de US$ 8,2 bilhões

A multinacional Bunge confirmou a sua fusão com a trader agrícola Viterra em um acordo de caixa e ações avaliado em cerca de US$ 8,2 bilhões, juntamente com algumas afiliadas da Glencore, do Canada Pension Plan Investment Board (CPP) e da British Columbia Investment Management (BCi). Sob os termos do tratado, a Bunge pagará aos acionistas da Viterra cerca de 65,6 milhões de ações avaliadas em US$ 6,2 bilhões e cerca de US$ 2 bilhões em dinheiro.

A Bunge ainda assumirá US$ 9,8 bilhões da dívida da Viterra e recomprará US$ 2 bilhões de suas próprias ações.

A expectativa é de que a fusão crie uma “empresa global de agronegócio bem posicionada voltada para às demandas de mercados cada vez mais complexos e para atender melhor os agricultores e clientes finais”, disseram as empresas em comunicado conjunto enviado à imprensa.

O acordo deverá ser fechado em meados de 2024. Espera-se que ele gere cerca de US$ 250 milhões em sinergias operacionais brutas anuais antes dos impostos dentro de três anos após a conclusão e que aumente o lucro ajustado por ação da Bunge um ano após sua conclusão.

Após o encerramento da transação, os acionistas da Viterra deverão deter cerca de 30% da nova entidade combinada, que mais tarde se expandiria para cerca de 33% após o fim das recompras de ações. O CPP, que detém um investimento de 40% na Viterra desde 2016, deverá receberá aproximadamente 12% de participação acionária na empresa combinada e cerca de US$ 800 milhões em dinheiro. A Glencore e o BCi, que têm em conjunto os outros 60% da Viterra restantes, também se tornarão acionistas da Bunge.

A aquisição da Viterra deve expandir os negócios da Bunge nos EUA, Canadá e Austrália para acompanhar sua maior presença na América do Sul, disseram analistas. As operações da Viterra também tendem a complementar a pegada de processamento de oleaginosas da Bunge. A multinacional disse nesta terça que a adição da Viterra lhe dará alcance comercial em regiões e culturas onde atualmente está sub-representada.

No entanto, os analistas também afirmaram que o acordo proposto provavelmente atrairá o escrutínio dos reguladores antitruste do governo Biden, que contestou acordos que o governo disse que suprimiriam a concorrência.

A Federal Trade Commission esta semana processou a Microsoft para impedi-la de fechar a compra da Activision Blizzard. Somado a isso, o Departamento de Justiça dos EUA também entrou com ação para bloquear negócios em setores voltados para o mercado editorial, produção de açúcar e tecnologia de saúde.

 Fonte: Dow Jones Newswires

segunda-feira, 12 de junho de 2023

EletroGolpe: Áudio vazado revela que Grupo 3G Radar de Lemann manda e desmanda na Eletrobrás


É preciso urgentemente envolver os órgãos de fiscalização e controle para apurar quem de fato manda na companhia de energia

Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles
Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles (Foto: Divulgação | Reuters)


A Reportagem de Alexa Salomão, publicada na Folha de São Paulo de 12/06/2023, com base em gravação de uma reunião interna da empresa, revela que essa estória de que a Eletrobrás é uma Corporation, sem controlador é uma grande mentira.

O modelo de privatização da Eletrobrás se deu em uma operação de aumento de capital que teve como contrapartida a renovação da concessão de 22 hidrelétricas por mais 30 anos pelo regime de Produtor Independente de Energia, a chamada descotização. Ou seja, a Eletrobrás se capitalizaria, emitindo novas ações, para pagar um bônus de outorga de R$ 26,5 bilhões pelo direito de vender a energia de usinas antigas, já amortizadas, como se fosse energia nova, encarecendo a conta de luz do consumidor.

Nessa complexa operação a União foi proibida de participar e teria capital acionário diluído para menos de 50% das ações ordinárias, com direito a voto. De fato, a participação da União passou de 72% para 43% das ações e por conta disso, a Eletrobrás passou a ser uma empresa privada. A Empresa, portanto, não foi vendida, o que houve foi o aumento do poder dos acionistas minoritários, com a saída do estado da condição de acionista controlador.

Porém, havia um problema para os planos dos acionistas minoritários. Com 43% das ações ordinárias, mesmo sem ter o controle formal da companhia, um eventual governo nacionalista poderia exercer influência preponderantemente na empresa. Por isso a lei da privatização já previa que qualquer acionista poderia ter no máximo 10% do poder de voto, independente de quantas ações tivesse. Assim, em manobra escusa e inédita no mundo empresarial, o governo estaria neutralizado.

Mas por que essa modelagem foi escolhida? Por que simplesmente não foi feito um leilão, com a venda da empresa, como as privatizações clássicas dos anos 90?

Havia dois motivos principais para isso. O primeiro era o preço. Se fosse para comprar uma Eletrobrás toda, com energia descotizada, o valor passaria facilmente dos R$ 100 bilhões. O outro foi que assim, com a pulverização das ações, seria mais fácil para um determinado grupo, ainda que irrelevante do ponto de vista acionário, mas muito bem situado na direção da empresa e com vínculos especiais com o governo Bolsonaro, tomasse de fato, o controle da maior e mais importante empresa do setor elétrico do Brasil.

O que a matéria da Folha revela é que o grupo 3G Capital, através de sua subsidiária 3G Radar, em conluio com os governos Temer e Bolsonaro, operou todo o processo de privatização, inclusive por dentro da companhia, ocupando posições estratégicas, desde antes da privatização e como resultado do processo, obteve o controle de fato da Eletrobrás, mesmo tendo apenas 0,05% das ações com direito a voto. Não custa lembrar que o grupo 3G e seus sócios estão diretamente envolvidos na quebra das Lojas Americanas e da Light.  

Os oligarcas do grupo 3G, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, apoiaram, ativamente o golpe contra a presidente Dilma e em troca ganharam a Eletrobrás. Indicaram executivos, elaboraram a modelagem que mais lhes favorecia e consumada a privatização passaram a ocupar as principais posições decisórias como a maioria do conselho de administração, incluindo o presidente, o CEO Wilson Pinto e a diretoria financeira.

A revelação da reportagem da Folha é gravíssima e deita por terra o argumento do mercado contra o pleito do governo Lula de recuperar os direitos políticos da União na gestão da Eletrobrás. O mercado afirma que a Eletrobrás é uma Corporation, sem controlador e que isso foi feito para que nenhum grupo assumisse posição preponderante na gestão da companhia. Porém, a matéria comprova que um determinado grupo econômico, utilizando de suas relações políticas com os governos Temer e Bolsonaro, assumiu, de fato, o controle da Eletrobrás, mesmo tendo uma participação acionária ínfima.

Diante dos fatos, é urgente uma apuração minuciosa do que ocorre nos bastidores da caixa de pandora que é o Conselho de Administração da Eletrobrás. É preciso urgentemente envolver os órgãos de fiscalização e controle para apurar quem de fato manda na companhia. Além disso, para credibilidade das investigações é primordial que todos aqueles citados na referida matéria da Folha de São Paulo sejam imediatamente afastados dos seus cargos.

 

 https://www.brasil247.com/blog/eletrogolpe-audio-vazado-revela-que-grupo-3g-radar-de-lemann-manda-e-desmanda-na-eletrobras

 

UE vai investir R$ 10 bilhões em hidrogênio verde no Brasil e doar R$ 105 mi ao Fundo Amazônia

 Logotipo da união europeia bandeira da união europeia com letras da ue no  meio | Foto Premium


A União Europeia investirá 2 bilhões de euros (R$ 10,5 bilhões) na produção de hidrogênio verde no Brasil, como parte dos planos do bloco europeu de buscar reduzir a dependência e o uso de combustíveis fósseis, e fará uma doação inicial de 20 milhões de euros (R$ 105 milhões) ao Fundo Amazônia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a contribuição nesta segunda-feira, 12, no Palácio do Planalto.

“A Europa vai investir 2 bilhões de euros para apoiar a produção brasileira de hidrogênio verde, promovendo a eficiência energética na sua indústria”, afirmou ela, após audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Queremos contribuir com 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia. Os Estados-membros também deverão contribuir”, completou.

Segundo a presidente da Comissão Europeia, a Europa tem grande responsabilidade em deter o desmatamento na floresta amazônica. O Brasil tem plano e compromisso de zerar o desmate ilegal até 2030. Ela disse que já existe um projeto de 480 milhões de euros para combater o desmatamento e promover o uso sustentável da terra.

A doação feita em nome da União Europeia vinha sendo estudada ao menos desde fevereiro, quando a chanceler da França, Catherine Colonna, visitou Brasília e disse que seu país também planeja injetar dinheiro no fundo, individualmente.

Desde que Lula assumiu a Presidência da República, a União Europeia passou a ser o terceiro novo doador do Fundo Amazônia. O valor, porém, é o menor anunciado neste ano. Os Estados Unidos prometeram aporte de 500 milhões de dólares, enquanto o Reino Unido vai doar 80 milhões de libras esterlinas.

Até então, o Fundo Amazônia havia arrecadado R$ 3,3 bilhões. As maiores contribuições vieram da Noruega e da Alemanha, além de uma parcela da Petrobras. Lula quer usar a cúpula dos países do Tratado de Cooperação Amazônica para levantar mais recursos e planeja trazer presidentes de países europeus como convidados, a exemplo da França e da Irlanda.

Ao anunciar os investimentos, a presidente da Comissão Europeia afirmou que o bloco pretende investir 10 bilhões de euros na América Latina e no Caribe, uma resposta à crescente presença da China nas Américas, sobretudo com financiamento de obras de infraestrutura. Segundo ela, a União Europeia quer elevar a parceria estratégia com a América Latina por meio de investimentos concretos. O plano Global Gateway, segundo ela, será complementado por recursos privados e dos 27 países individualmente.

Parafraseando o slogan da política externa de Lula — “O Brasil está de volta” —, a comissária disse que o presidente brasileiro de fato trouxe o País para o patamar que pertence, de liderança democrática internacional. “A Europa também voltou, voltou ao Brasil e à América Latina. Nossas regiões não são apenas parceiros naturais, mas por opção”, disse.

 

Brasil vai sediar fórum de energia solar em 2024, diz Absolar

Brasil vai sediar fórum de energia solar em 2024, diz Absolar - Focus.jor

O Brasil vai sediar no ano que vem o China-Brazil Solar PV Industry Exchange Fórum. O evento tem por objetivo compartilhar conhecimentos e fortalecer vínculos comerciais entre os setores fotovoltaicos do Brasil e da China, segundo informou a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) nesta segunda-feira, 12.

No final de maio, a Absolar assinou um memorando de entendimento com o Center for International Economic and Technological Cooperation (CIETC), entidade governamental chinesa responsável pela colaboração econômica e tecnológica, e a China Photovoltaic Industry Association (CPIA), associação nacional do setor solar fotovoltaico chinês, com objetivo de firmar parcerias entre os dois países e realizar o evento.

As entidades se reuniram durante o Snec 2023, maior feira de energia solar do mundo, realizada em Xangai, onde assinaram um memorando de entendimento para promover a aceleração no desenvolvimento dos mercados de energia solar nos dois países. Entre os resultados esperados estão ampliar a atração de novos investimentos, gerar empregos e renda e criar oportunidades de negócios em energia solar nos dois países, informou a Absolar.

Na visão da entidade brasileira, o acordo pode se configurar como um grande vetor para intensificar a transição energética e a reindustrialização do Brasil a partir das tecnologias fotovoltaicas. “Com a energia solar, podemos, em pouco tempo, tornar a matriz elétrica brasileira ainda mais limpa, renovável e acessível a todas as camadas da população”, comenta Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar. “Portanto, acelerar essa transição energética a partir das fontes limpas e renováveis é atualmente uma das medidas mais efetivas para promover a reindustrialização do País”, acrescenta.

O Brasil acaba de ultrapassar a marca de 30 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O número equivale a 13,7% da matriz elétrica do País.

Desde 2012, a fonte solar já trouxe ao Brasil cerca de R$ 150,7 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 45,8 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 911,4 mil empregos acumulados. Com isso, também evitou a emissão de 38,5 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.