Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Salas pegam fogo na Faria Lima e em Brasília. Contam fontes do mercado que a oferta da Uniparpelo controle da Braskem enfrentará um grande desafio: a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Trata-se da aquisição da maior petroquímica do País pela segunda maior.
A solução para driblar a concentração de mercado da operação pode ser ainda pior: a reestatizaçãodo setor petroquímico. A ideia é que a Petrobras,
acionista minoritária da Braskem, fique com parte dos ativos da empresa
nos segmentos em que haveria maior concentração de mercado.
Notadamente, no mercado de PVC.
A manobra representaria um retrocesso em um movimento estratégico
iniciado ainda no Governo Itamar Franco, quando a Petrobras iniciou um
plano para deixar de controlar ativos de petroquímica.
Além disso, de acordo com essas fontes, a reestatização diminuiria
ainda mais a competição em um segmento já altamente concentrado, uma vez
que a Petrobras detém o monopólio do petróleo, insumo do setor.
O atual
diretor-presidente da Americanas, Leonardo Coelho, disse nesta
terça-feira, 13, na CPI da Americanas, que acontece na Câmara dos
Deputados, que neste dia a companhia decidiu chamar a crise de fraude,
em virtude dos documentos apresentados pelos seus administradores
judiciais. “A fraude da Americanas é uma fraude de resultados”,
comentou.
Ao mostrar documentos, submetidos à CPI, ele mostrou que a companhia
inflava seus resultados, mas como eles não apareciam no caixa, tinham de
ser descontados de alguma forma: daí o uso de contratos fraudados de
verbas de publicidade serem abatidos da “conta fornecedores”.
25% das pessoas acreditam que é justificável
um homem bater em sua mulher (Crédito: Fernando Frazão/ Agência Brasil)
Bruno Pavani
O
relatório do Índice de Normas Sociais de Gênero (INSG) realizado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) afirmou que 90%
dos entrevistados nutre algum preconceito contra mulheres.
Metade da população mundial ainda
acredita que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres
e mais de 40% acredita que os homens são melhores executivos de
negócios do que as mulheres. Além disso, 25% das pessoas acreditam que é
justificável um homem bater em sua mulher. No Brasil, 84,5% dos
entrevistados admitem que têm preconceito de gênero.
O relatório aponta que o preconceito é
um obstáculo para o crescimento econômico das mulheres. Mesmo nos 59
países onde as mulheres têm melhores índices educacionais que os homens,
a diferença média de renda entre os gêneros permanece em 39 por cento a
favor dos homens.
“Normas
sociais que prejudicam os direitos das mulheres também são prejudiciais
para a sociedade de forma mais ampla, prejudicando a expansão do
desenvolvimento humano. A falta de progresso nas normas sociais de
gênero está ocorrendo em meio a uma crise de desenvolvimento humano.
Todos têm a ganhar ao garantir liberdade e autonomia para as mulheres”,
afirma o chefe do Escritório do Relatório de Desenvolvimento Humano do
PNUD global, Pedro Conceição.
O levantamento também destaca que os
governos estão tendo uma participação essencial na diminuição da
desigualdade de gênero. Por exemplo, políticas de licença parental têm
alterado as percepções sobre responsabilidades no trabalho de cuidado, e
reformas no mercado de trabalho levaram a uma mudança de crenças em
relação ao emprego das mulheres.
Somente em 2023 foi aprovado no Brasil
um projeto de lei que estabelece mecanismos e mudanças na Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) para garantir a punição para empresas que
praticam a diferença de salários entre homens e mulheres com a mesma
função.
A multinacional Bunge
confirmou a sua fusão com a trader agrícola Viterra em um acordo de
caixa e ações avaliado em cerca de US$ 8,2 bilhões, juntamente com
algumas afiliadas da Glencore, do Canada Pension Plan Investment Board
(CPP) e da British Columbia Investment Management (BCi). Sob os termos
do tratado, a Bunge pagará aos acionistas da Viterra cerca de 65,6
milhões de ações avaliadas em US$ 6,2 bilhões e cerca de US$ 2 bilhões
em dinheiro.
A Bunge ainda assumirá US$ 9,8 bilhões da dívida da Viterra e recomprará US$ 2 bilhões de suas próprias ações.
A expectativa é de que a fusão crie uma “empresa global de
agronegócio bem posicionada voltada para às demandas de mercados cada
vez mais complexos e para atender melhor os agricultores e clientes
finais”, disseram as empresas em comunicado conjunto enviado à imprensa.
O acordo deverá ser fechado em meados de 2024. Espera-se que ele gere
cerca de US$ 250 milhões em sinergias operacionais brutas anuais antes
dos impostos dentro de três anos após a conclusão e que aumente o lucro
ajustado por ação da Bunge um ano após sua conclusão.
Após o encerramento da transação, os acionistas da Viterra deverão
deter cerca de 30% da nova entidade combinada, que mais tarde se
expandiria para cerca de 33% após o fim das recompras de ações. O CPP,
que detém um investimento de 40% na Viterra desde 2016, deverá receberá
aproximadamente 12% de participação acionária na empresa combinada e
cerca de US$ 800 milhões em dinheiro. A Glencore e o BCi, que têm em
conjunto os outros 60% da Viterra restantes, também se tornarão
acionistas da Bunge.
A aquisição da Viterra deve expandir os negócios da Bunge nos EUA,
Canadá e Austrália para acompanhar sua maior presença na América do Sul,
disseram analistas. As operações da Viterra também tendem a
complementar a pegada de processamento de oleaginosas da Bunge. A
multinacional disse nesta terça que a adição da Viterra lhe dará alcance
comercial em regiões e culturas onde atualmente está sub-representada.
No entanto, os analistas também afirmaram que o acordo proposto
provavelmente atrairá o escrutínio dos reguladores antitruste do governo
Biden, que contestou acordos que o governo disse que suprimiriam a
concorrência.
A Federal Trade Commission esta semana processou a Microsoft para
impedi-la de fechar a compra da Activision Blizzard. Somado a isso, o
Departamento de Justiça dos EUA também entrou com ação para bloquear
negócios em setores voltados para o mercado editorial, produção de
açúcar e tecnologia de saúde.
É preciso urgentemente envolver os órgãos de fiscalização e controle para apurar quem de fato manda na companhia de energia
A Reportagem de Alexa Salomão, publicada na Folha de São
Paulo de 12/06/2023, com base em gravação de uma reunião interna da
empresa, revela que essa estória de que a Eletrobrás é uma Corporation,
sem controlador é uma grande mentira.
O modelo de privatização da Eletrobrás se deu em uma operação de
aumento de capital que teve como contrapartida a renovação da concessão
de 22 hidrelétricas por mais 30 anos pelo regime de Produtor
Independente de Energia, a chamada descotização. Ou seja, a Eletrobrás
se capitalizaria, emitindo novas ações, para pagar um bônus de outorga
de R$ 26,5 bilhões pelo direito de vender a energia de usinas antigas,
já amortizadas, como se fosse energia nova, encarecendo a conta de luz
do consumidor.
Nessa complexa operação a União foi proibida de participar e teria
capital acionário diluído para menos de 50% das ações ordinárias, com
direito a voto. De fato, a participação da União passou de 72% para 43%
das ações e por conta disso, a Eletrobrás passou a ser uma empresa
privada. A Empresa, portanto, não foi vendida, o que houve foi o aumento
do poder dos acionistas minoritários, com a saída do estado da condição
de acionista controlador.
Porém, havia um problema para os planos dos acionistas minoritários.
Com 43% das ações ordinárias, mesmo sem ter o controle formal da
companhia, um eventual governo nacionalista poderia exercer influência
preponderantemente na empresa. Por isso a lei da privatização já previa
que qualquer acionista poderia ter no máximo 10% do poder de voto,
independente de quantas ações tivesse. Assim, em manobra escusa e
inédita no mundo empresarial, o governo estaria neutralizado.
Mas por que essa modelagem foi escolhida? Por que simplesmente não
foi feito um leilão, com a venda da empresa, como as privatizações
clássicas dos anos 90?
Havia dois motivos principais para isso. O primeiro era o preço. Se
fosse para comprar uma Eletrobrás toda, com energia descotizada, o valor
passaria facilmente dos R$ 100 bilhões. O outro foi que assim, com a
pulverização das ações, seria mais fácil para um determinado grupo,
ainda que irrelevante do ponto de vista acionário, mas muito bem situado
na direção da empresa e com vínculos especiais com o governo Bolsonaro,
tomasse de fato, o controle da maior e mais importante empresa do setor
elétrico do Brasil.
O que a matéria da Folha revela é que o grupo 3G Capital, através de
sua subsidiária 3G Radar, em conluio com os governos Temer e Bolsonaro,
operou todo o processo de privatização, inclusive por dentro da
companhia, ocupando posições estratégicas, desde antes da privatização e
como resultado do processo, obteve o controle de fato da Eletrobrás,
mesmo tendo apenas 0,05% das ações com direito a voto. Não custa lembrar
que o grupo 3G e seus sócios estão diretamente envolvidos na quebra das
Lojas Americanas e da Light.
Os oligarcas do grupo 3G, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto
Sicupira, apoiaram, ativamente o golpe contra a presidente Dilma e em
troca ganharam a Eletrobrás. Indicaram executivos, elaboraram a
modelagem que mais lhes favorecia e consumada a privatização passaram a
ocupar as principais posições decisórias como a maioria do conselho de
administração, incluindo o presidente, o CEO Wilson Pinto e a diretoria
financeira.
A revelação da reportagem da Folha é gravíssima e deita por terra o
argumento do mercado contra o pleito do governo Lula de recuperar os
direitos políticos da União na gestão da Eletrobrás. O mercado afirma
que a Eletrobrás é uma Corporation, sem controlador e que isso foi feito
para que nenhum grupo assumisse posição preponderante na gestão da
companhia. Porém, a matéria comprova que um determinado grupo econômico,
utilizando de suas relações políticas com os governos Temer e
Bolsonaro, assumiu, de fato, o controle da Eletrobrás, mesmo tendo uma
participação acionária ínfima.
Diante dos fatos, é urgente uma apuração minuciosa do que ocorre nos
bastidores da caixa de pandora que é o Conselho de Administração da
Eletrobrás. É preciso urgentemente envolver os órgãos de fiscalização e
controle para apurar quem de fato manda na companhia. Além disso, para
credibilidade das investigações é primordial que todos aqueles citados
na referida matéria da Folha de São Paulo sejam imediatamente afastados
dos seus cargos.
A União Europeia
investirá 2 bilhões de euros (R$ 10,5 bilhões) na produção de hidrogênio
verde no Brasil, como parte dos planos do bloco europeu de buscar
reduzir a dependência e o uso de combustíveis fósseis, e fará uma doação
inicial de 20 milhões de euros (R$ 105 milhões) ao Fundo Amazônia. A
presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a
contribuição nesta segunda-feira, 12, no Palácio do Planalto.
“A Europa vai investir 2 bilhões de euros para apoiar a
produção brasileira de hidrogênio verde, promovendo a eficiência
energética na sua indústria”, afirmou ela, após audiência com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Queremos contribuir com 20
milhões de euros para o Fundo Amazônia. Os Estados-membros também
deverão contribuir”, completou.
Segundo a presidente da Comissão Europeia, a Europa tem grande
responsabilidade em deter o desmatamento na floresta amazônica. O
Brasil tem plano e compromisso de zerar o desmate ilegal até 2030. Ela
disse que já existe um projeto de 480 milhões de euros para combater o
desmatamento e promover o uso sustentável da terra.
A doação feita em nome da União Europeia vinha sendo estudada
ao menos desde fevereiro, quando a chanceler da França, Catherine
Colonna, visitou Brasília e disse que seu país também planeja injetar
dinheiro no fundo, individualmente.
Desde que Lula assumiu a Presidência da República, a União
Europeia passou a ser o terceiro novo doador do Fundo Amazônia. O valor,
porém, é o menor anunciado neste ano. Os Estados Unidos prometeram
aporte de 500 milhões de dólares, enquanto o Reino Unido vai doar 80
milhões de libras esterlinas.
Até então, o Fundo Amazônia havia arrecadado R$ 3,3 bilhões.
As maiores contribuições vieram da Noruega e da Alemanha, além de uma
parcela da Petrobras. Lula quer usar a cúpula dos países do Tratado de
Cooperação Amazônica para levantar mais recursos e planeja trazer
presidentes de países europeus como convidados, a exemplo da França e da
Irlanda.
Ao anunciar os investimentos, a presidente da Comissão
Europeia afirmou que o bloco pretende investir 10 bilhões de euros na
América Latina e no Caribe, uma resposta à crescente presença da China
nas Américas, sobretudo com financiamento de obras de infraestrutura.
Segundo ela, a União Europeia quer elevar a parceria estratégia com a
América Latina por meio de investimentos concretos. O plano Global
Gateway, segundo ela, será complementado por recursos privados e dos 27
países individualmente.
Parafraseando o slogan da política externa de Lula — “O Brasil
está de volta” —, a comissária disse que o presidente brasileiro de
fato trouxe o País para o patamar que pertence, de liderança democrática
internacional. “A Europa também voltou, voltou ao Brasil e à América
Latina. Nossas regiões não são apenas parceiros naturais, mas por
opção”, disse.
O Brasil vai sediar
no ano que vem o China-Brazil Solar PV Industry Exchange Fórum. O evento
tem por objetivo compartilhar conhecimentos e fortalecer vínculos
comerciais entre os setores fotovoltaicos do Brasil e da China, segundo
informou a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar)
nesta segunda-feira, 12.
No final de maio, a Absolar assinou um memorando de
entendimento com o Center for International Economic and Technological
Cooperation (CIETC), entidade governamental chinesa responsável pela
colaboração econômica e tecnológica, e a China Photovoltaic Industry
Association (CPIA), associação nacional do setor solar fotovoltaico
chinês, com objetivo de firmar parcerias entre os dois países e realizar
o evento.
As entidades se reuniram durante o Snec 2023, maior feira de
energia solar do mundo, realizada em Xangai, onde assinaram um memorando
de entendimento para promover a aceleração no desenvolvimento dos
mercados de energia solar nos dois países. Entre os resultados esperados
estão ampliar a atração de novos investimentos, gerar empregos e renda e
criar oportunidades de negócios em energia solar nos dois países,
informou a Absolar.
Na visão da entidade brasileira, o acordo pode se configurar
como um grande vetor para intensificar a transição energética e a
reindustrialização do Brasil a partir das tecnologias fotovoltaicas.
“Com a energia solar, podemos, em pouco tempo, tornar a matriz elétrica
brasileira ainda mais limpa, renovável e acessível a todas as camadas da
população”, comenta Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de
Administração da Absolar. “Portanto, acelerar essa transição energética a
partir das fontes limpas e renováveis é atualmente uma das medidas mais
efetivas para promover a reindustrialização do País”, acrescenta.
O Brasil acaba de ultrapassar a marca de 30 gigawatts (GW) de
potência instalada da fonte solar fotovoltaica, somando as usinas de
grande porte e os sistemas de geração própria de energia em telhados,
fachadas e pequenos terrenos. O número equivale a 13,7% da matriz
elétrica do País.
Desde 2012, a fonte solar já trouxe ao Brasil cerca de R$
150,7 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 45,8 bilhões em
arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 911,4 mil empregos
acumulados. Com isso, também evitou a emissão de 38,5 milhões de
toneladas de CO2 na geração de eletricidade.