Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
A Americanas afirmou
na manhã desta quarta-feira, 14, que a fraude, descrita em fato
relevante nesta terça-feira, 13, ajudou a incrementar os resultados da
companhia ao longo do tempo em R$ 25,3 bilhões até o dia 30 de setembro
de 2022.
Segundo a varejista, tal resultado decorreu de diversos contratos de
VPC artificialmente criados para melhorar os resultados, que atingiram o
saldo de R$ 21,7 bilhões, enquanto a ausência de lançamento de juros
sobre operações financeiras totalizaram o saldo de R$ 3,6 bilhões.
Em relação ao impacto na rubrica de fornecedores, “os efeitos
praticamente se anularam”, segundo a varejista. Houve uma redução
líquida de R$ 700 milhões em 30 de setembro de 2022, em uma combinação
de lançamentos que incrementam a conta de fornecedores de R$ 18,4
bilhões e R$ 2,2 bilhões e lançamentos que reduziam a conta de
fornecedores de R$ 17,7 bilhões e de R$ 3,6 bilhões.
A rubrica de fornecedores teve impacto de contrapartidas contábeis
dos contratos de VPC artificialmente cridos e do lançamento incorreto
dos juros sobre operações financeiras já mencionados, que reduziram a
conta de fornecedores e totalizaram o saldo de R$ 17,7 bilhões e R$ 3,6
bilhões, respectivamente. A redução também considera a contratação de
operações de financiamento de compras (risco sacado, forfait ou confirming)
de R$18,4 bilhões e de capital de giro de R$ 2,2 bilhões, ambas
inadequadamente contabilizadas na conta de fornecedores no balanço
patrimonial da companhia.
Sobre a alavancagem da Americanas em 30 de setembro de 2022, a
incorreta contabilização das operações de financiamento de compras e de
capital de giro minorou sua dívida financeira bruta em R$ 20,6 bilhões.
“Os entendimentos acima, preliminares e sujeitos a alterações, foram
oriundos dos resultados dos trabalhos de refazimento das demonstrações
financeiras históricas da companhia e do relatório apresentado por seus
assessores”, afirma a Americanas, em fato relevante.
06/06/2023 Brasília (DF) - Venda de carros
na Cidade do Automóvel em Brasília (Crédito: Rafa Neddermeyer/ Agência
Brasil)
Estadão Conteúdoi
Nove montadoras de
carros e dez montadoras de caminhões aderiram ao programa automotivo do
governo, de acordo com o primeiro balanço divulgado pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Do total de R$
1,5 bilhão em créditos tributários que devem ser revertidos em descontos
para a aquisição dos veículos, o setor já solicitou R$ 340 milhões.
Entre as fabricantes de carros de passeio, aderiram ao programa
Renault, Volkswagen, Toyota, Hyundai, Nissan, Honda, GM, Fiat e Peugeot.
De acordo com a Pasta, essas montadoras oferecem 233 versões de 31
modelos de veículos para compra com desconto.
Cada montadora teve direito a R$ 10 milhões em créditos já na adesão
ao programa, e seis delas – Volks, Hyundai, GM, Fiat, Peugeot e Renault –
já pediram outros R$ 10 milhões. Com isso, o governo já liberou R$ 150
milhões em crédito dos R$ 500 milhões previstos para automóveis.
“A lista é dinâmica, ou seja, as montadoras podem a qualquer momento
incluir outros modelos, desde que comuniquem o MDIC. Na medida em que
usarem os montantes solicitados, as montadoras podem pedir créditos
adicionais. Essa possibilidade se esgota quando o teto de R$ 500 milhões
for atingido”, destacou o ministério.
No caso dos caminhões a adesão foi de dez montadoras: Volkswagen
Truck, Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Peugeot Citroen, Volvo,
Ford, Iveco, Mercedes-Benz Cars & Vans e Daf Caminhões. Os créditos
liberados somam R$ 100 milhões, ou 14% dos R$ 700 milhões destinados aos
veículos de carga.
Para ônibus, são nove fabricantes habilitados: Mercedes-Benz, Scania,
Fiat Chrysler, Mercedes-Benz Cars & Vans, Comil, Ciferal,
Marcopolo, Volare e Iveco. Os R$ 90 milhões em créditos liberados
correspondem a 30% dos R$ 300 milhões disponíveis para os veículos de
transporte de passageiros.
Salas pegam fogo na Faria Lima e em Brasília. Contam fontes do mercado que a oferta da Uniparpelo controle da Braskem enfrentará um grande desafio: a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Trata-se da aquisição da maior petroquímica do País pela segunda maior.
A solução para driblar a concentração de mercado da operação pode ser ainda pior: a reestatizaçãodo setor petroquímico. A ideia é que a Petrobras,
acionista minoritária da Braskem, fique com parte dos ativos da empresa
nos segmentos em que haveria maior concentração de mercado.
Notadamente, no mercado de PVC.
A manobra representaria um retrocesso em um movimento estratégico
iniciado ainda no Governo Itamar Franco, quando a Petrobras iniciou um
plano para deixar de controlar ativos de petroquímica.
Além disso, de acordo com essas fontes, a reestatização diminuiria
ainda mais a competição em um segmento já altamente concentrado, uma vez
que a Petrobras detém o monopólio do petróleo, insumo do setor.
O atual
diretor-presidente da Americanas, Leonardo Coelho, disse nesta
terça-feira, 13, na CPI da Americanas, que acontece na Câmara dos
Deputados, que neste dia a companhia decidiu chamar a crise de fraude,
em virtude dos documentos apresentados pelos seus administradores
judiciais. “A fraude da Americanas é uma fraude de resultados”,
comentou.
Ao mostrar documentos, submetidos à CPI, ele mostrou que a companhia
inflava seus resultados, mas como eles não apareciam no caixa, tinham de
ser descontados de alguma forma: daí o uso de contratos fraudados de
verbas de publicidade serem abatidos da “conta fornecedores”.
25% das pessoas acreditam que é justificável
um homem bater em sua mulher (Crédito: Fernando Frazão/ Agência Brasil)
Bruno Pavani
O
relatório do Índice de Normas Sociais de Gênero (INSG) realizado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) afirmou que 90%
dos entrevistados nutre algum preconceito contra mulheres.
Metade da população mundial ainda
acredita que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres
e mais de 40% acredita que os homens são melhores executivos de
negócios do que as mulheres. Além disso, 25% das pessoas acreditam que é
justificável um homem bater em sua mulher. No Brasil, 84,5% dos
entrevistados admitem que têm preconceito de gênero.
O relatório aponta que o preconceito é
um obstáculo para o crescimento econômico das mulheres. Mesmo nos 59
países onde as mulheres têm melhores índices educacionais que os homens,
a diferença média de renda entre os gêneros permanece em 39 por cento a
favor dos homens.
“Normas
sociais que prejudicam os direitos das mulheres também são prejudiciais
para a sociedade de forma mais ampla, prejudicando a expansão do
desenvolvimento humano. A falta de progresso nas normas sociais de
gênero está ocorrendo em meio a uma crise de desenvolvimento humano.
Todos têm a ganhar ao garantir liberdade e autonomia para as mulheres”,
afirma o chefe do Escritório do Relatório de Desenvolvimento Humano do
PNUD global, Pedro Conceição.
O levantamento também destaca que os
governos estão tendo uma participação essencial na diminuição da
desigualdade de gênero. Por exemplo, políticas de licença parental têm
alterado as percepções sobre responsabilidades no trabalho de cuidado, e
reformas no mercado de trabalho levaram a uma mudança de crenças em
relação ao emprego das mulheres.
Somente em 2023 foi aprovado no Brasil
um projeto de lei que estabelece mecanismos e mudanças na Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) para garantir a punição para empresas que
praticam a diferença de salários entre homens e mulheres com a mesma
função.
A multinacional Bunge
confirmou a sua fusão com a trader agrícola Viterra em um acordo de
caixa e ações avaliado em cerca de US$ 8,2 bilhões, juntamente com
algumas afiliadas da Glencore, do Canada Pension Plan Investment Board
(CPP) e da British Columbia Investment Management (BCi). Sob os termos
do tratado, a Bunge pagará aos acionistas da Viterra cerca de 65,6
milhões de ações avaliadas em US$ 6,2 bilhões e cerca de US$ 2 bilhões
em dinheiro.
A Bunge ainda assumirá US$ 9,8 bilhões da dívida da Viterra e recomprará US$ 2 bilhões de suas próprias ações.
A expectativa é de que a fusão crie uma “empresa global de
agronegócio bem posicionada voltada para às demandas de mercados cada
vez mais complexos e para atender melhor os agricultores e clientes
finais”, disseram as empresas em comunicado conjunto enviado à imprensa.
O acordo deverá ser fechado em meados de 2024. Espera-se que ele gere
cerca de US$ 250 milhões em sinergias operacionais brutas anuais antes
dos impostos dentro de três anos após a conclusão e que aumente o lucro
ajustado por ação da Bunge um ano após sua conclusão.
Após o encerramento da transação, os acionistas da Viterra deverão
deter cerca de 30% da nova entidade combinada, que mais tarde se
expandiria para cerca de 33% após o fim das recompras de ações. O CPP,
que detém um investimento de 40% na Viterra desde 2016, deverá receberá
aproximadamente 12% de participação acionária na empresa combinada e
cerca de US$ 800 milhões em dinheiro. A Glencore e o BCi, que têm em
conjunto os outros 60% da Viterra restantes, também se tornarão
acionistas da Bunge.
A aquisição da Viterra deve expandir os negócios da Bunge nos EUA,
Canadá e Austrália para acompanhar sua maior presença na América do Sul,
disseram analistas. As operações da Viterra também tendem a
complementar a pegada de processamento de oleaginosas da Bunge. A
multinacional disse nesta terça que a adição da Viterra lhe dará alcance
comercial em regiões e culturas onde atualmente está sub-representada.
No entanto, os analistas também afirmaram que o acordo proposto
provavelmente atrairá o escrutínio dos reguladores antitruste do governo
Biden, que contestou acordos que o governo disse que suprimiriam a
concorrência.
A Federal Trade Commission esta semana processou a Microsoft para
impedi-la de fechar a compra da Activision Blizzard. Somado a isso, o
Departamento de Justiça dos EUA também entrou com ação para bloquear
negócios em setores voltados para o mercado editorial, produção de
açúcar e tecnologia de saúde.
É preciso urgentemente envolver os órgãos de fiscalização e controle para apurar quem de fato manda na companhia de energia
A Reportagem de Alexa Salomão, publicada na Folha de São
Paulo de 12/06/2023, com base em gravação de uma reunião interna da
empresa, revela que essa estória de que a Eletrobrás é uma Corporation,
sem controlador é uma grande mentira.
O modelo de privatização da Eletrobrás se deu em uma operação de
aumento de capital que teve como contrapartida a renovação da concessão
de 22 hidrelétricas por mais 30 anos pelo regime de Produtor
Independente de Energia, a chamada descotização. Ou seja, a Eletrobrás
se capitalizaria, emitindo novas ações, para pagar um bônus de outorga
de R$ 26,5 bilhões pelo direito de vender a energia de usinas antigas,
já amortizadas, como se fosse energia nova, encarecendo a conta de luz
do consumidor.
Nessa complexa operação a União foi proibida de participar e teria
capital acionário diluído para menos de 50% das ações ordinárias, com
direito a voto. De fato, a participação da União passou de 72% para 43%
das ações e por conta disso, a Eletrobrás passou a ser uma empresa
privada. A Empresa, portanto, não foi vendida, o que houve foi o aumento
do poder dos acionistas minoritários, com a saída do estado da condição
de acionista controlador.
Porém, havia um problema para os planos dos acionistas minoritários.
Com 43% das ações ordinárias, mesmo sem ter o controle formal da
companhia, um eventual governo nacionalista poderia exercer influência
preponderantemente na empresa. Por isso a lei da privatização já previa
que qualquer acionista poderia ter no máximo 10% do poder de voto,
independente de quantas ações tivesse. Assim, em manobra escusa e
inédita no mundo empresarial, o governo estaria neutralizado.
Mas por que essa modelagem foi escolhida? Por que simplesmente não
foi feito um leilão, com a venda da empresa, como as privatizações
clássicas dos anos 90?
Havia dois motivos principais para isso. O primeiro era o preço. Se
fosse para comprar uma Eletrobrás toda, com energia descotizada, o valor
passaria facilmente dos R$ 100 bilhões. O outro foi que assim, com a
pulverização das ações, seria mais fácil para um determinado grupo,
ainda que irrelevante do ponto de vista acionário, mas muito bem situado
na direção da empresa e com vínculos especiais com o governo Bolsonaro,
tomasse de fato, o controle da maior e mais importante empresa do setor
elétrico do Brasil.
O que a matéria da Folha revela é que o grupo 3G Capital, através de
sua subsidiária 3G Radar, em conluio com os governos Temer e Bolsonaro,
operou todo o processo de privatização, inclusive por dentro da
companhia, ocupando posições estratégicas, desde antes da privatização e
como resultado do processo, obteve o controle de fato da Eletrobrás,
mesmo tendo apenas 0,05% das ações com direito a voto. Não custa lembrar
que o grupo 3G e seus sócios estão diretamente envolvidos na quebra das
Lojas Americanas e da Light.
Os oligarcas do grupo 3G, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto
Sicupira, apoiaram, ativamente o golpe contra a presidente Dilma e em
troca ganharam a Eletrobrás. Indicaram executivos, elaboraram a
modelagem que mais lhes favorecia e consumada a privatização passaram a
ocupar as principais posições decisórias como a maioria do conselho de
administração, incluindo o presidente, o CEO Wilson Pinto e a diretoria
financeira.
A revelação da reportagem da Folha é gravíssima e deita por terra o
argumento do mercado contra o pleito do governo Lula de recuperar os
direitos políticos da União na gestão da Eletrobrás. O mercado afirma
que a Eletrobrás é uma Corporation, sem controlador e que isso foi feito
para que nenhum grupo assumisse posição preponderante na gestão da
companhia. Porém, a matéria comprova que um determinado grupo econômico,
utilizando de suas relações políticas com os governos Temer e
Bolsonaro, assumiu, de fato, o controle da Eletrobrás, mesmo tendo uma
participação acionária ínfima.
Diante dos fatos, é urgente uma apuração minuciosa do que ocorre nos
bastidores da caixa de pandora que é o Conselho de Administração da
Eletrobrás. É preciso urgentemente envolver os órgãos de fiscalização e
controle para apurar quem de fato manda na companhia. Além disso, para
credibilidade das investigações é primordial que todos aqueles citados
na referida matéria da Folha de São Paulo sejam imediatamente afastados
dos seus cargos.