terça-feira, 20 de junho de 2023

Alckmin: reforma tributária tem que ser agora porque depois do 1º ano de governo fica difícil

Geraldo Alckmin

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta terça-feira, 20, que o debate da reforma tributária está “maduro” e que a proposta precisa ser votada “agora”. Na visão dele, o governo pode enfrentar mais dificuldades para aprovar uma alteração constitucional, como é o caso da mudança no sistema de tributos do País, depois do primeiro ano de mandato. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prometeu levar o texto ao plenário da Casa na primeira semana de julho.

“O debate está maduro e tem que ser agora. Não pode perder o primeiro ano. Reforma constitucional, PEC, tem que ser no primeiro ano. Se perder o primeiro ano, você já começa a ter dificuldades”, disse Alckmin, durante evento organizado pelo presidente do Conselho Nacional do Sesi, Vagner Freitas de Moraes, e pelo Correio Braziliense.

Alckmin disse que há uma conjunção de esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da cúpula do Congresso para aprovar a reforma. Presidente em exercício – com a viagem de Lula ao exterior -, ele também destacou que a mudança no sistema tributária deve desonerar investimentos, promover o crescimento econômico e gerar empregos.

O vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, defendeu a reforma como necessária para impulsionar o setor industrial e minimizou as resistências de alguns Estados com o texto da proposta.

De acordo com Alckmin, a ideia não é “tirar de um para dar ao outro” na questão federativa.

 

Lidar com as individualidades é o segredo para acolher pessoas neurodiversas no trabalho


Trabalhadora com as mãos na cabeça em frente a notebook

Empresas podem ajudar, mas funcionários neurodivergentes não podem ser discriminados. Foto: Pexels

Falta de foco e organização e dificuldades em tomar decisões são alguns dos problemas que pessoas neurodivergentes enfrentam no mercado de trabalho. Apesar delas estarem cada vez mais presentes nas empresas, as companhias ainda precisam lidar de uma forma adequada. 

Segundo informações da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), mais de 2 milhões de pessoas são diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) no país. De acordo com o IBGE, 85% dos brasileiros que possuem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão desempregados. 

Embora existam leis de inclusão que buscam garantir a presença de pessoas neurodiversas no mercado, como a Lei nº 12.764/12 e a Lei nº 13.146/15, muitas vezes, as empresas não estão preparadas para lidar com as especificidades de cada indivíduo, que, em certos momentos, precisam de determinadas condições para exercer sua função de maneira confortável.

Apesar das companhias poderem prestar apoio ao funcionário, se ele assim desejar, o diagnóstico do funcionário precisa ser tratado com discrição, respeitando o desejo do trabalhador neurodivergente. 

“O indivíduo deve ter o direito de ter suas questões emocionais ou diagnósticas reservadas. Caso seja do seu interesse, seu médico psiquiatra poderá dialogar com médico do trabalho para melhorar condições ambientais e/ou da rotina  que ampliem o conforto psicológico do trabalhador e consequentemente suas entregas”, disse Camila Magalhães, psiquiatra e cofundadora da Caliandra Saúde Mental. 

Como as empresas podem ajudar?

Uma das empresas que possuem um programa específico para pessoas neurodiversas é a Sofist, especialista em engenharia de qualidade. Para Geovana Pavaneli, Gerente de Pessoas e Cultura da companhia, o mais importante é respeitar as especificidades de cada profissional.

“Acredito que o ideal para lidar com pessoas neurodiversas é tratá-las de acordo com suas especificidades. Cada uma possui alguma característica única que pode ajudar a mantê-la mais confortável dentro do ambiente de trabalho. É importante escutá-las e estar sempre atento para oferecer ajuda, quando necessário”, disse. 

A analista de Recursos Humanos da empresa Heloísa Monteiro conta que tinha dificuldades de se concentrar e de realizar tarefas simples como escolher um produto no supermercado por conta do seu TDAH. 

“Desde a minha liderança até o CEO, foi identificado e valorizado um potencial em meu trabalho que nem mesmo eu reconhecia. O resultado dessa parceria é aumentar as nossas conquistas, uma vez que um entende o modo de trabalhar do outro”, apontou.  

Já o assistente de testes funcionais Felipe Sales foi diagnosticado com TEA conta que precisou superar até mesmo os próprios preconceitos para conseguir se inserir em uma nova profissão. 

 “O primeiro passo para a empregabilidade é o tratamento, sem sombra de dúvidas. Eu tenho certeza que, se eu não estivesse em tratamento, não teria passado na entrevista. Não conseguia ler duas, três páginas de um livro sem esquecer. Hoje, eu vejo os benefícios da decisão de ter tomado essa atitude de procurar ajuda”, aponta. 

Por conta do seu quadro, Sales tinha muita dificuldade em aglomerações no transporte público, e conta que o trabalho remoto o ajudou nesse sentido. 

“Eu me descobri na questão do home office, está sendo algo muito bom pra mim. Achei que teria um pouquinho mais de dificuldade, mas não, tem sido bem fácil a rotina de acordar, ter um horário para entrar, outro para almoçar e depois sair”, encerrou. 

Raízen dá pontapé inicial no uso de caminhões elétricos em abastecimento de aviões

Raízen | Redefinindo o futuro da energia

A Raízen realizou nesta terça-feira, 20, uma operação inédita de abastecimento de aeronave utilizando caminhão 100% elétrico no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP). A operação foi realizada em uma aeronave da companhia aérea Azul e faz parte de um projeto-piloto para uma transição futura de parte da frota da companhia no segmento de aviação, de forma a contribuir na descarbonização do transporte aéreo, responsável por cerca de 2% das emissões globais de gases de efeito estufa e considerado um dos mais difíceis de descarbonizar.

Segundo vice-presidente de Supply Chain da Raízen, Juliano Tamaso, a ação é “o pontapé inicial” nas iniciativas voltadas para o uso de soluções renováveis para abastecimento de aeronaves, mas também serve como piloto para outras aplicações de descarbonização logística, inclusive na entrega de combustíveis em postos de abastecimento, segmento em que a empresa gerencia 3 mil caminhões por dia.

“Este é o primeiro projeto de muitos outros que vão vir de usar soluções renováveis para abastecimento”, disse o executivo, salientando que a ampliação do uso da solução ainda depende dos resultados da “prova prática na área controlada de um aeroporto”, para confirmar as hipóteses testadas em laboratório. Ele evitou traçar um cenário provável para o uso ampliado dessa solução.

Será utilizado um e-Delivery, primeiro caminhão elétrico desenvolvido e produzido no Brasil, na fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), em Resende (RJ). O veículo foi adaptado pela área técnica da Raízen para executar a atividade de abastecimento de aeronaves, com equipamentos montados pela Rucker, de equipamentos de movimentação e armazenagem de carga aérea. Segundo Tamaso, há seis meses a empresa vem desenvolvendo a solução técnica, com o objetivo também a atender a diversos requisitos técnicos e obrigações, e garantir a segurança da operação.

Além de zerar as emissões, o veículo elétrico proporciona uma redução de até 50% nos custos anuais com abastecimento em comparação com o caminhão a combustão e, segundo o vice-presidente de Vendas, Marketing e Serviços da VWCO, Ricardo Alouche, também possui baixo custo de manutenção.

“Quando fazemos a avaliação do custo total de operação ao longo da vida útil do equipamento, prevemos não só a descarbonização, mas uma redução do custo operacional do equipamento, que gera uma economia operacional”, acrescentou o diretor de Soluções de Energia e Renováveis da Raízen, Rafael Rebello. Ele disse, porém, que atualmente, devido ao peso da bateria, veículos leves – como automóveis ou veículos urbanos de carga (VUC) – são mais viáveis no custo total de operação, enquanto veículos mais pesados, em rotas mais longas, apresentam maior complexidade operacional.

O caminhão será recarregado em uma estação de recarga rápida Shell Recharge, com potência de 60 kW, instalada dentro da área de operações do aeroporto, que permitirá uma recarga completa em cerca de uma hora utilizando energia renovável produzida pela Raízen, já que o aeroporto é cliente livre atendido pela empresa.

A companhia, que tem 1,5 gigawatt (GW) de capacidade de energia renovável de usinas a biomassa, vem realizando movimentos para ampliar sua posição no mercado de energia elétrica, como a compra da comercializadora WX Energy e a joint-venture com a Gera, de geração distribuída. Além disso, por meio da Shell Recharge, a Raízen tem priorizado a eletrificação de frotas, em especial de empresas com metas de descarbonização e que possuem operações logísticas.

Com dois anos de operação no Brasil, o programa tem atualmente 20 estações de recarga rápida em operação e 15 em construção, com expectativa de instalar pelo menos 100 pontos de recarga rápida pública em 2023. Além disso, a empresa possui pontos de abastecimento dentro das instalações dos clientes, como Ambev e Mercado Livre.

Aviação

Além da iniciativa de redução das emissões no abastecimento de aeronaves, a Raízen atua também no desenvolvimento da cadeia de produção de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) a partir do etanol. Em julho do ano passado, a empresa firmou uma carta de intenções com a Embraer nesse sentido.

A viabilização desse combustível teria um impacto mais relevante para a descarbonização do transporte aéreo do que o simples uso de energia limpa na logística dos aeroportos. No entanto, os investimentos para o desenvolvimento e produção desse energético são elevados e especialistas apontam que a iniciativa, sozinha, provavelmente não será capaz de atender as metas de neutralidade de emissões líquidas de carbono estabelecidas pelo setor, até 2050.

Uma pesquisa da Bain & Company divulgada em fevereiro sugeriu que uma das medidas que as empresas aéreas precisarão adotar para colaborar na redução das emissões é a ampliação da descarbonização das operações aeroportuárias.

Tamaso e Rebello comentaram que a Raízen tem planos de buscar a eletrificação para todo o transporte interno realizado no Aeroporto de Guarulhos, para colaborar na redução das emissões locais. Segundo o diretor de Soluções de Energia e Renováveis da empresa, existem projetos em discussão que atendem não só “frotas circulantes”, mas o “ecossistema de Guarulhos”, incluindo empresas logísticas que utilizam também o transporte aéreo.

“Vão vir surpresas à frente que contribuem para descarbonização de outras cadeias do aeroporto, não só a parte de logística”, disse Rebello.

 

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Secretário do Tesouro diz à CNN que governo deve estar pronto para emitir título público “verde” em setembro


Gestão elabora “arcabouço” para a emissão e ouvirá ministros sobre sugestões de projetos para atrelar ao mecanismo, na próxima quinta (22)

Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

Danilo Moliternoda CNN


O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou em entrevista à CNN que o governo federal deve estar pronto para emitir títulos públicos “verdes” já em setembro deste ano. Atualmente, a gestão elabora um “arcabouço” para o mecanismo.

“Temos a necessidade de montar um arcabouço, que é um conjunto de compromissos que são anexados aos títulos sustentáveis que serão emitidos. É um compromisso do emissor, no caso do governo federal, com uma agenda de sustentabilidade”, explica.

Segundo Ceron, o Comitê de Finanças Sustentáveis Soberanas já trabalha com uma “minuta” para o mecanismo. O documento foi compartilhado com diversos ministros, e está marcada para a próxima quinta-feira (22) uma reunião em que os titulares das pastas vão dar devolutivas sobre a proposta.

“Na reunião, vamos colher subsídios, em cima dessa minuta, com os ministérios, que vão dar sugestões de ações e programas que há em suas pastas e podem ser encaixadas nesse arcabouço”, indica.

O objetivo do comitê é encerrar entre junho e julho a elaboração deste arcabouço e então iniciar um “processo” de validação do documento com entidades técnicas, investidores e outros agentes do mercado.

“Provavelmente a partir de setembro estaremos prontos para fazer essa emissão. Aí é uma janela que — não podemos cravar uma data — vamos sentindo no mercado. O objetivo é materializar a emissão no segundo semestre e estamos caminhando bem para isso”, diz o secretário.

O que são os títulos verdes

Os títulos sustentáveis são papéis que abrangem o ESG (com pautas relacionadas ao meio ambiente, ao social e à governança). A diferença entre uma emissão comum e uma emissão “green” é o compromisso do emissor com a agenda de sustentabilidade.

“Na emissão tradicional não há qualquer compromisso para a aplicação daquele recurso. Pagamos a taxa de juros para os investidores e acabou. Na sustentável, eu vou além, eu tenho compromissos sustentáveis”, explica Ceron.

“E hoje há um grande interesse nessas pautas, o mundo todo quer o incentivo à transição ecológica. Com isso, investidores aceitam uma taxa de juros um pouco menor — caso você acolha esses compromissos”, completa.

Por essa razão, o trabalho do Comitê não se encerra com a emissão dos títulos, diz o secretário. Haverá um processo de acompanhamento e prestação de contas aos investidores sobre o avanço das pautas assumidas como compromisso.

O secretário destaca, contudo, que a diferença de taxa de juros não é o principal objetivo da medida, mas sim seu simbolismo. Segundo Ceron, a emissão “marcará a presença brasileira na agenda de transição ecológica”.

A medida puxa uma das prioridades do governo federal para a continuidade do mandato: a transição ecológica. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem apontando em entrevistas que após “arrumar a casa”, com o marco fiscal e a reforma tributária, a gestão voltará seu foco a este tópico.

 

‘Não roubem nossas vozes’, a luta de dubladores e locutores contra a inteligência artifical


A mexicana Dessiree Hernández durante um piloto de gravação em um estúdio na Cidade do México, em 26 de abril de 2023 - AFP 

 

O advento da inteligência artificial generativa, capaz de criar vozes sintéticas que se diferem muito pouco das humanas, ameaça os empregos de locutores, dubladores e narradores de audiolivros que, ironicamente, alimentam dia a dia essa tecnologia que poderia acabar com o seu sustento.

“Estamos lutando contra um monstro muito grande”, diz o ator de dublagem e locutor Mario Filio, cuja criatividade ficou imortalizada na trilha sonora do filme de animação “Madagascar”, com seu refrão pegajoso em espanhol: “¡Quiero mover el bote! ¡Quiero mover el bote!” (“Eu me remexo muito!”, na versão em português).

O verso original e título da canção era “I like to move it”, em inglês. Mas Filio, que dublou a voz do festeiro lêmure Rey Julien na versão em espanhol para a América Latina, e a responsável musical do filme idealizaram a adaptação, que se transformou em hit.

Este mexicano, que deu voz a Will Smith e a personagens como Obi-Wan Kenobi (Star Wars), Ursinho Puff e Miss Piggy (Muppets), afirma que nunca recebeu royalties por aquele sucesso. Mas isso é uma questão menor diante do desafio que representa a IA generativa, que cria textos, imagens, vídeos e vozes utilizando conteúdo existente, sem intervenção humana.

Para enfrentar essa batalha, sob o lema “Não roubem nossas vozes”, cerca de 20 associações e sindicatos de Europa, Estados Unidos e América Latina criaram a Organização das Vozes Unidas (OVU), que incentiva projetos de lei para harmonizar a inteligência artificial (IA) e a criação humana.

O uso “indiscriminado e não regulamentado” de IA pode extinguir um “patrimônio artístico de criatividade […] que as máquinas não podem criar”, adverte a OVU.

– Direito humano –

Os artistas da voz já competiam com a ferramenta Text To Speech (TTS), que faz a locução de textos, mas com uma dicção robotizada, utilizada em assistentes como Alexa e Siri.

Mas a IA adicionou o ‘machine learning’ (aprendizagem de máquina), com o qual um software pode comparar uma amostra de voz com milhões existentes, identificando padrões que geram um clone.

“Ela se alimenta com vozes que estivemos gravando por anos”, explica Dessiree Hernández, presidente da Associação Mexicana de Locutores Comerciais.

“Falamos do direito humano de usar a voz e a interpretação sem o seu consentimento”, acrescenta.

Plataformas como o revoicer.com oferecem uma ampla gama por mensalidades de 27 dólares (cerca de R$ 129), uma fração do que cobrariam os profissionais. Em seu site, esclarece que “não pretende substituir as vozes humanas”, mas oferecer uma alternativa vantajosa.

Embora as empresas tecnológicas continuem contratando intérpretes, estes suspeitam que isso seja apenas para alimentar seus arquivos, e buscam ferramentas para rastrear suas vozes diante de uma pirataria cada vez mais sofisticada.

Eles defendem a criação de leis que impeçam que seus registros de voz sejam usados para treinar a IA sem o seu aval e imponham “cotas de trabalho humano”, detalha o locutor colombiano Daniel Söler de la Prada, que liderou o lobby da OVU nas Nações Unidas e na Organização Mundial de Propriedade Intelectual.

No México, meca da dublagem na América Latina, também foi apresentado um projeto de lei para regulamentar essa tecnologia.

Além disso, na Argentina já existe uma lei que limita a locução a pessoas com diploma. E uma máquina não tem, observa Fernando Costa, que luta contra o slogan “Não utilize mais locutores, não gaste”, junto ao Sindicato Argentino de Locutores e Comunicadores.

– Sem limites –

Mas a IA abre infinitas possibilidades. No futuro, por exemplo, a voz real de Will Smith poderia ser ouvida em diversos idiomas, mas com a entonação de um dublador, aponta Filio, após conversas com executivos do setor.

Não seria ruim se gerasse emprego e o público ganhasse com isso, “mas precisamos receber de forma justa”, assinala Filio, denunciando a “falta de proteção” de uma associação que trabalha de forma independente.

A AFP fez contato com seis empresas de serviços de voz sintética, mas elas não responderam aos pedidos de comentário.

No entanto, observou uma cláusula contratual que indicava que a cessão de direitos inclui “meios e métodos que não existam ou não sejam conhecidos […] e possam surgir no futuro”, o que os intérpretes consideram “abusivo”.

Maclovia González, locutora mexicana para marcas renomadas, negocia com uma companhia de IA cujo nome foi preservado. Ela tem feito muitos questionamentos para não colocar em risco, caso assine o contrato, o seu ganha-pão, mas não obteve informações completas, a não ser uma promessa de royalties.

Desde que a contataram há cinco meses, outros locutores foram contratados. “Quero ser parte desta revolução, mas não a qualquer preço”.

– ‘Não tem alma’ –

O alarme também soou em Art Dubbing, onde são feitas dublagens de conteúdos cristãos, depois que quatro clientes solicitaram orçamentos para utilizar vozes sintéticas.

Seu fundador, o mexicano Anuar López de la Peña, agora está diante de um dilema: “Ou me adapto ou vou desaparecer”, embora não esteja disposto a sacrificar o talento humano.

Filio deixou de gravar para muitos clientes por se negar a ceder “tudo”. “É hora de apoiar meus colegas”, afirma, com a certeza de que a IA “não poderá” substituir as pessoas porque simplesmente “não tem alma”.

 

Mulheres na Suíça saem às ruas para lutar contra a desigualdade e o sexismo

 Centenas de milhares de mulheres participaram de uma greve nacional nas principais cidades da Suíça na quarta-feira, exigindo igualdade salarial.


Keystone-SDA/sb

A diferença salarial entre os sexos é uma das principais reivindicações da greve das mulheres deste ano, juntamente com um protesto contra outras formas de discriminação e assédio no local de trabalho.

A Federação Suíça de Sindicatos afirma que as mulheres levaram para casa, em média, 43% menos em rendimentos do que os homens no ano passado. Parte dessa discrepância pode ser explicada pelo fato de mais mulheres trabalharem em tempo parcial e assumirem empregos com salários mais baixos, como o de faxineira.

Mas as mulheres também ganham 18% menos do que os homens em trabalhos comparáveis, tornando a Suíça um dos piores países da Europa em termos de desigualdade salarial.

+ Por que as mulheres voltaram à greve depois de 30 anos

"Também são necessárias medidas sistemáticas em nível nacional para combater a violência de gênero, sexual e doméstica", disse a parlamentar verde Sibel Arslan, uma das principais figuras do movimento das mulheres.

A Suíça ratificou a Convenção de Istambul contra a violência contra a mulher e a violência doméstica em 2017. Já é hora de implementar seus objetivos, acrescentou.

Na quarta-feira, o ministro do Interior, Alain Berset, que ocupa a presidência rotativa da Suíça este ano, disse que lamentava a situação "infeliz" que as mulheres enfrentam no local de trabalho.

"As mulheres geralmente ganham salários mais baixos do que os homens e fazem trabalho não remunerado com mais frequência", disse Berset, dirigindo-se à Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra. "Elas também são vítimas de discriminação e assédio."

A ação de greve de hoje mostra "como a indignação pode ser transformada em ação política", acrescentou.

'Praticamente nenhum progresso'

A greve nacional anterior das mulheres na Suíça foi realizada em 2019. No início deste ano, a Federação Sindical da Suíça reclamou que "praticamente nenhum progresso" havia sido feito em relação aos direitos das mulheres desde então.

A greve das mulheres de 2019, organizada pelos sindicatos, reuniu quase 500.000 pessoas. Ela ocorreu quase três décadas depois de uma greve em 1991, quando as mulheres exigiram que um artigo constitucional sobre igualdade entre os sexos fosse traduzido em legislação concreta.

O dia 14 de junho foi escolhido como um dia especial, pois marca o aniversário da votação em 1981 que consagrou o princípio da igualdade na Constituição.

 

 https://www.swissinfo.ch/por/mulheres-na-su%C3%AD%C3%A7a-saem-%C3%A0s-ruas-para-lutar-contra-a-desigualdade-e-o-sexismo/48589424?utm_campaign=top_pt&utm_medium=email&utm_source=newsletter&utm_content=o&utm_term=automatic


MDIC define composição do conselho de política industrial, que contará com setor privado

Hub de Empreendedorismo e Inovação - InovAtiva

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 19, portaria que traz a participação do setor privado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), órgão que tem como missão desenvolver a nova política industrial no terceiro mandato do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

O MDIC, comandado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, quer lançar ainda neste ano um plano do que chama de neoindustrialização, marcando o retorno de iniciativas do governo para estimular a indústria.

O conselho será formado por 21 integrantes do setor privado, dos quais os presidentes de 16 entidades industriais, de três centrais sindicais (CUT, Força e UGT), além da Embraer e do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). As entidades são associações, como a de fabricantes de máquinas e equipamentos, da indústria de alimentos, de fármacos, de automóveis e de aço.

Outros 16 representantes do setor produtivo deverão integrar o conselho na categoria de convidados, ou seja, seus dirigentes máximos poderão participar de maneira facultativa. Dentre os convidados, estão os dirigentes da Fiesp, da Gerdau e da Petrobras.

É um desenho diferente do que vigorou até 2016, no governo Dilma Rousseff (2011-2016), com a escolha específica de empresários. Desta vez, o MDIC optou por selecionar setores.

O CNDI é a reedição de um comitê criado em 2004, no governo Lula 1, e que ficou inativo após o fim do governo Dilma. Ganhou o apelido de “Conselhinho” por ser mais restrito do que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o “Conselhão”, que na versão atual tem quase 250 membros da sociedade civil.

A primeira reunião do CNDI será no início do mês que vem e os encontros serão semestrais.

Além dos membros da iniciativa privada, o CNDI tem 21 representantes do governo, sendo indicados pelos ministérios, além do BNDES.

Veja a lista abaixo dos integrantes do setor privado no CNDI:

1 – Associação Brasileira da Indústria de Alimentos – Abia;
2 – Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim;
3 – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea;
4 – Grupo FarmaBrasil;
5 – Associação Brasileira da Indústria do Plástico – Abiplast;
6 – Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC;
7 – Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base – Abdib;
8 – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica – Abinee;
9 – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial – IEDI;
10 – Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores – Abisemi;
11 – Associação de Empresas de Desenvolvimento Tecnológico Nacional e Inovação – P&D Brasil;
12 – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – Abimaq;
13 – Embraer S.A.;
14 – Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de tecnologias Digitais – Brasscom;
15 – União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia – Unica;
16 – Central Única dos Trabalhadores – CUT;
17 – Força Sindical;
18 – União Geral dos Trabalhadores – UGT;
19 – Confederação Nacional da Indústria – CNI;
20 – Instituto Brasileiro de Mineração – Ibram; e
21 – Instituto Aço Brasil.

Convidados:

1 – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese;
2 – Gerdau S.A.;
3 – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea;
4 – Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos – Eletros;
5 – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp;
6 – Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras;
7 – Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores – Sindipeças;
8 – Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos Sindusfarma;
9 – Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa – Interfarma;
10 – Associação Brasileira de Indústria de Dispositivos Médicos – Abimo;
11 – Confederação Nacional de Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços – CNS;
12 – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA;
13 – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção – Abit;
14 – Associação Brasileira das Indústrias de Calçados – Abicalçados;
15 – Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos – Abrinq; e
16 – Associação Nacional de Biotecnologia – Anbiotec.