sexta-feira, 23 de junho de 2023

Pátria levanta R$ 11 bilhões com venda de ativos em 12 meses

Pátria levanta R$ 11 bilhões com venda de ativos em 12 meses

 

A gestora Pátria Investimentos levantou R$ 11 bilhões nos últimos 12 meses com a venda de sete negócios em seu portfólio de infraestrutura e de empresas de seu fundo de private equity. Os recursos, que foram distribuídos aos investidores, vieram de importantes ativos da casa – como a rede de academias Smart Fit, a empresa de foodservice Delly’s, a empresa de data centers Odata e a da rodovia Entrevias.

Em entrevista ao Valor, Andre Salles, sócio CEO e CIO de infraestrutura, e Ricardo Scavazza, sócio CEO e CIO de private equity (que compra participação de empresas), contam que a gestora tem cerca de R$ 80 bilhões em seu portfólio, em cerca de 40 investidas. Desde a fundação da casa, em 1997, foram desinvestidos cerca de R$ 30 bilhões, dos quais quase um terço nos últimos 12 meses.

Na terça-feira, a gestora fechou acordo com a gigante CVC Capital Partners, que passará a controlar junto com o Pátria a Delly’s, uma empresa que fatura cerca de R$ 5 bilhões e tem crescido desde sua fundação, em 2015, por meio de aquisições.No mês passado, embolsou R$ 590 milhões com a venda de 32,6 milhões de ações da Smart Fit, na qual ainda mantém o controle. Em dezembro do ano passado, saiu do setor de data centers ao vender a empresa Odata para a americana Aligned.

De acordo com Scavazza, o total de desinvestimentos feito pela gestora nos últimos 12 meses originou uma taxa interna de retorno (TIR) de 34% e um retorno de 3,2 vezes, ambos em reais, sobre o capital investido (Múltiplo de Capital Investido). Além de Delly’s, Odata, Entrevias e Smart Fit, estão nessa conta ParaBem e Atis, além da recapitalização da Arke. Em relação à média dos R$ 30 bilhões vendidos, o TIR fica em 23% e o MCI em 2,9 vezes, também em reais.

Em “roadshows” globais, o Pátria tem se posicionado como uma empresa internacional de investimentos alternativos, com capital aberto na Nasdaq, especializada em captar recursos no mundo para buscar oportunidades de negócios na América Latina, sobretudo em setores de infraestrutura, agronegócio e saúde.

Uma das investidas da gestora, a Lavoro, de revendas agrícolas, foi avaliada em cerca de US$ 1,2 bilhão, com suas ações listadas na Nasdaq. O agronegócio é uma forte aposta da casa, que também realizou investimentos em uma distribuidora de insumos para pecuária e em uma empresa de fertilizantes orgânicos, conta Scavazza.

 

Guilherme Paulus aumenta o cheque e CVC levanta R$ 550 milhões

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Em seu retorno à CVC, Guilherme Paulus mostrou mais apetite do que se esperava. O fundador da operadora de turismo, que saiu do negócio em 2018 em meio a uma investigação da Polícia Federal, subscreveu R$ 100 milhões em ações em follow-on chamado para socorrer a companhia, acima do seu compromisso inicial de aportar R$ 75 milhões.

O total levantado pela oferta primária também surpreendeu. Devido ao excesso de demanda, a CVC dobrou a quantidade de ações ofertada e captou R$ 549,9 milhões, ao preço de R$ 3,30 por ação, um desconto de 13,8% em relação ao fechamento de ontem. Antes, a expectativa era movimentar até R$ 200 milhões.

Do montante levantado, R$ 115 milhões vão compor o capital social da CVC, que passa a somar R$ 1,53 bilhão, e os outros R$ 435 milhões se destinam a reservas de capital. Ao todo, foram 166,6 milhões de ações emitidas, com 83,3 milhões em bônus de subscrição como vantagem adicional, na proporção de um bônus para cada duas ações subscritas na oferta.

Quando protocolou o follow-on, na semana passada, a companhia disse que pretendia usar os recursos para fazer uma oferta de aquisição de duas emissões de debêntures, no valor total de R$ 75 milhões, reforçar o capital de giro e melhorar a estrutura de capital. A CVC precisava fazer um follow-on de ao menos R$ 125 milhões até novembro, conforme acordado em seu plano com credores, que reestruturou R$ 655 milhões em dívidas que venciam no curto prazo.


Zendesk adquire Tymeshift e passa a oferecer gerenciamento de força de trabalho com IA para todos os seus clientes

Zendesk adquire Tymeshift

 

A Zendesk anunciou nesta quinta-feira (22) que concluiu a aquisição da Tymeshift, uma solução moderna de gerenciamento de força de trabalho (Workforce Management – WFM) com inteligência artificial. Desenvolvida exclusivamente para os clientes da Zendesk, a Tymeshift simplifica a gestão de cargas de trabalho complexas de experiência do cliente (CX).

“Empresas de todos os tamanhos se beneficiam das ferramentas de WFM, então a Tymeshift foi uma escolha natural para expandir o nosso portfólio de produtos. Com esta aquisição, tornamos a adoção perfeita e garantimos valor imediato aos nossos clientes”, afirmou Matt Price, vice-presidente sênior da Zendesk. “A Tymeshift provou ser uma solução abrangente e intuitiva de WFM, permitindo que as empresas otimizem seu agendamento, previsão e relatórios, o que resulta em um melhor atendimento ao cliente”.

A Tymeshift é uma solução com inteligência artificial desenvolvida na plataforma Zendesk para ajudar organizações a rastrear em tempo real a atividade, produtividade e eficiência de seus agentes de atendimento. A visibilidade sobre o trabalho dos agentes e o rastreamento automático dentro da Zendesk permitem que as equipes de suporte economizem tempo valioso que, antes, era gasto em tarefas manuais de gestão da força de trabalho, criando automaticamente escalas de trabalho, previsões e relatórios em tempo real. Desde renomadas empresas de comércio eletrônico até plataformas de freelancers e principais provedores de serviços celulares, a Tymeshift demonstrou seu valor comprovado, o qual a Zendesk trará para ainda mais clientes.

 

 

Petrobras ganha tempo para se decidir sobre TBG

Petrobras ganha tempo para se decidir sobre TBG

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aceitou o pedido da Petrobras e concedeu mais uma semana de prazo para a apresentação da revisão do cronograma de venda da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) pela empresa. A estatal tem até 28 de junho para apresentar o documento, que precisará ser aprovado pelo Conselho.

A Petrobras detém 51% da TBG e havia acertado com o Cade a privatização da rede de gasodutos em 2019. Na ocasião, a empresa assinou um termo de cessação de conduta (TCC) com a autarquia para ajudar na abertura do mercado de gás natural e o fim do monopólio estatal.

Em 31 de março, a Petrobras pediu mais 90 dias para a apresentação de nova proposta de cronograma para o desinvestimento da TBG. A Superintendência-Geral concedeu à empresa a possibilidade de apresentar a nova programação até 28 de junho.

Com o aval, de ontem, depois de apresentado novo cronograma, na próxima semana, o Cade ainda terá de definir se concede mais prazo ou declara o descumprimento.

O prazo é relevante porque o próprio interesse da Petrobras em manter a venda tem sido colocado em dúvida pelo mercado. Em abril, durante evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o presidente da estatal, Jean Paul Prates, disse que a venda do controle da TBG seria revista junto ao Cade.

Segundo Prates, a nova gestão vai atuar de modo contrário ao que o governo anterior fazia. Ele já havia sinalizado em uma rede social que a Petrobras iria desistir da ideia de vender o controle da TBG.

Na sessão de ontem do tribunal do Cade, em que o pedido de prorrogação para apresentar o cronograma foi aceito, o conselheiro Gustavo Augusto afirmou que esse assunto “tem sido muito visto pela mídia e não nos autos”.

 


Lula chama novas demandas da UE para o Mercosul de "ameaça"


Brasileiro criticou carta enviada pelos europeus em março que pede a inclusão de novos compromissos ambientais e sanções no texto do acordo de livre comércio entre os dois blocos. Itamaraty ainda prepara contraproposta.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de “ameaça” as novas demandas feitas pela União Europeia (UE) para a finalização de um acordo de livre comércio com o Mercosul. A declaração foi feita nesta sexta-feira (23/06) na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris, ao lado do anfitrião do evento, o presidente francês Emmanuel Macron.

“Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia, mas não é possível. A carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta e vamos mandar a resposta. Mas é preciso que a gente comece a discutir.”

“Não é possível que tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico. Como é que a gente vai resolver isso?”, questionou Lula, referindo-se a uma carta (side letter) enviada pela UE ao Mercosul em março que pede a inclusão no texto de mais compromissos ambientais e sanções por descumprimento.

Essa carta da UE foi preparada ainda em um contexto de preocupações com o compromisso do então governo Jair Bolsonaro em combater o desmatamento, mas também de pressão de setores da agropecuária europeia receosos com o possível aumento das importações do Mercosul.

Lula já havia criticado em outras oportunidades as novas demandas da UE para fechar o acordo. Em 12 de junho, ao receber em Brasília Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, o braço executivo da UE, Lula expressou “preocupações” do Brasil com a carta. “A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a da confiança mútua e não de desconfiança e sanções”, afirmou ele na ocasião.

Von der Leyen, por sua vez, disse que o bloco aguarda com expectativa a resposta do Mercosul, “para saber onde temos que dar um passo em direção um ao outro”. O Itamaraty está preparando sua contraproposta e deve remetê-la à UE ainda neste mês, segundo noticiou o portal G1. Em 29 e 30 de junho, haverá uma reunião entre representes do Mercosul e da UE em Buenos Aires, quando o tema deve ser discutido.

Na reunião com Von der Leyen, Lula também manifestou incômodo com a lei antidesmatamento aprovada em abril pelo bloco europeu que bane importação de produtos oriundos de áreas desmatadas da Amazônia, e disse que ela tem efeitos extraterritoriais “que modificam o equilíbrio do acordo”.

Por outro lado, o petista deseja modificar um dispositivo do acordo sobre compras governamentais, que autorizaria empresas europeias a participarem de licitações públicas nos países do Mercosul em condições de igualdade com as empresas locais. Segundo o brasileiro, isso prejudicaria as pequenas e médias empresas no Brasil.

Pacto negociado desde 1999

O acordo entre Mercosul e UE vem sendo negociado desde 1999. Em 2019, foram finalizadas as negociações comerciais e, em 2021, foram fechadas as negociações que dizem respeito a aspectos políticos e de cooperação. O acordo está agora em fase de revisão, para ser assinado.

O pacto precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. A negociação envolve 31 países, o que poderá levar anos e enfrentar resistências.

Em seu discurso, Lula se referiu à construção da UE como um patrimônio democrático da humanidade. “Depois de duas guerras mundiais, vocês conseguirem construir a União Europeia, conseguirem fazer um Parlamento, conseguirem viver com divergência, mas discutindo as coisas democraticamente. É uma coisa que eu quero para a América do Sul”.

“Queremos criar novos blocos para negociar com a UE. E aí, me desculpem Banco Mundial e FMI [Fundo Monetário Internacional], precisamos rever o funcionamento. É preciso ter mais dinheiro, é preciso ter novas direções, mais gente participando da direção. Não podem ser os mesmos.”

“Querido companheiro Macron, obrigado por essa reunião. E se prepare porque estou com mais vontade de brigar nesses próximos três anos em que vou presidir o Brasil. Obrigado e boa sorte”, finalizou.

Passagem pela Itália

Antes de desembarcar em Paris, Lula cumpriu uma agenda de dois dias em Roma, na Itália, onde se reuniu com o presidente Sergio Matarella e com a primeira-dama Giorgia Meloni. Com Matarella, o brasileiro discutiu as relações bilaterais e o acordo de livre-comércio Mercosul-UE.

Lula também visitou o papa Francisco, no Vaticano, onde discutiram temas como combate à fome e guerra na Ucrânia.

Ainda na Itália, o presidente encontrou o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, de centro-esquerda, que visitou o petista quando ele estava preso em Curitiba, em julho de 2018.

md/bl (EBC, ots)

 

Alckmin: Não há oposição do governo ao BC nem ao Copom

Geraldo Alckmin nega oposição ao Banco Central, mas critica decisão sobre  Selic | Exame

O presidente em exercício Geraldo Alckmin negou que haja uma oposição direta do governo contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o Comitê de Política Monetária (Copom), após a decisão pela manutenção da Selic em 13,75%. Em sua visão, contudo, é difícil entender a decisão da instituição monetária.

“É importante destacarmos que não há oposição do governo ao BC nem ao Copom”, declarou Alckmin, em coletiva de imprensa a jornalistas nesta quinta-feira, 21. “Mas a crítica é importante”, acrescentou, justificando que qualquer instituição pública pode ser criticada.

De acordo com Alckmin, a manutenção da taxa Selic não prejudica apenas a atividade econômica, na medida que inibe investimento e dificulta o comércio, mas também apresenta impacto fiscal.

“Não há nada pior para questão fiscal do que uma Selic desnecessariamente elevada”, declarou. O problema, na visão de Alckmin, é manter por muito tempo a taxa elevada. “Fica difícil de entender (decisão do Copom)”, emendou.

Questionado sobre uma politização de Campos Neto, indicado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Alckmin se esquivou a responder. “É difícil penetrar na consciência das pessoas, eu não vou fazer, mas vou mostrar fatos: o mesmo Banco Central em 2020, com inflação de 4%, tinha 2% de taxa Selic, hoje temos quase 14%”.

Sobre um possível apoio do governo pelo convite a Campos Neto para prestar esclarecimentos ao Senado, o presidente em exercício disse que o objetivo das críticas feitas “não é esse “.

Alckmin também foi questionado sobre uma possível prorrogação do programa de automóveis. O presidente em exercício também se esquivou a responder e disse que o programa está “indo muito bem” e apresentando uma procura enorme.

 

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Teixeira: Plano Safra será ‘feminista’; incentivos serão na agricultura dirigida por mulheres

Veja quem é Paulo Teixeira, futuro ministro do Desenvolvimento Agrário |  Política | Valor Econômico

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, disse que o Plano Safra 2023/24 para a Agricultura Familiar será “feminista”. “Os estímulos vão estar centrados na agricultura que é dirigida por mulheres, na agroecologia, nos quintais produtivos, na produção de máquinas menores que sejam mais passíveis de (serem) trabalhadas pelas mulheres e o crédito para as mulheres vai ser muito subsidiado também na agroecologia. Vai ser um plano safra feminista”, disse Teixeira, em discurso ao receber a pauta de reivindicações da Marcha das Margaridas no Palácio do Planalto. O Plano Safra para Agricultura Familiar será lançado na próxima quarta-feira, 28, às 10h pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro citou também outros programas voltados às mulheres entregues pelo governo este ano, como o fomento de R$ 50 milhões para assistência técnica e extensão rural para as produtoras rurais mulheres. “A metade do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) tem de ser comprada onde a agricultura seja liderada por mulheres”, observou.

De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), a pauta de reivindicações inclui 13 eixos temáticos. São eles: Democracia participativa e soberania popular; Poder e participação política das mulheres; Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo; Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade; Proteção da Natureza com justiça ambiental e climática; Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética; Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios; Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns; Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional; Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda; Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária; Educação Pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo; e Universalização do acesso à internet e inclusão digital.
“Precisamos trabalhar bem essa pauta para que o governo possa apresentar mais avanços no seu próximo orçamento e, para isso, precisamos convencer o Congresso Nacional”, disse o presidente da Contag, Aristides Santos.

Segundo a confederação, a expectativa é que comecem as negociações com o Executivo e o Legislativo e que a resposta às demandas seja apresentada durante a Marcha das Margaridas, que ocorrerá em 15 e 16 de agosto em Brasília. Pelo governo federal, as negociações serão coordenadas pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo.