terça-feira, 26 de setembro de 2023

Otimismo exagerado é principal barreira de ação contra mudanças climáticas, aponta pesquisa

Foto de cima de cidade em Alagoas com ruas alagadas e casas cobertas parcialmente de água.

O otimismo exagerado de que será possível evitar as piores consequências das mudanças climáticas é a principal barreira para uma ação decisiva contra elas, aponta a pesquisa “Social Intelligence for Climate Action” (Inteligência Social para a Ação Climática, em tradução livre) realizada pela consultoria Capgemini, em parceria com a empresa de tecnologia Dassault Systemes e a startup de análise de dados Bloom.

O levantamento, feito a partir de coletas de dados nas redes sociais, também apontou outras quatro barreiras relevantes: falta de informação, medo de consequências ruins das ações ambientais, delegação de autoridade e falta de esperança.

A pesquisa foi feita com dados da internet em língua inglesa, por meio de plataformas como Facebook, Instagram, TikTok, YouTube e X (antigo Twitter). A ideia foi chegar ao máximo de países e regiões do globo e captar os sentimentos e o vocabulário utilizados pelas pessoas para falar sobre o tema. Foram analisados mais de 480 milhões de ações e engajamentos, de 330 milhões de pessoas, em 14 milhões de documentos agregados sobre as mudanças climáticas.

Entre as principais descobertas, estão as de que as preocupações ambientais aparecem em diversos países – embora, pelas limitações da pesquisa, as nações de língua inglesa tenham aparecido mais. Também foi indicado que o grupo mais jovem a participar, entre 16 e 34 anos, é o mais engajado no tema, e que as pessoas estão prestando atenção na comunicação das empresas.

Atualmente, a grande maioria das pessoas confia nas companhias – apenas 3% acredita que elas comunicam demais sobre sustentabilidade sem causar um impacto realmente positivo. É necessário que haja honestidade, para evitar que essa parcela venha a aumentar. Por outro lado, cerca de 30% das interações sobre as mudanças climáticas são negativas, porcentual considerado alto e que demonstra que o tema também sofre com a polarização.

Cinco barreiras

Nos posts, a principal conclusão foi a identificação das cinco barreiras, com destaque para o otimismo exagerado. “É um otimismo até por falta de informação, impensado, quando você está cego e não vê a realidade”, avalia Emanuel Queiroz, diretor de sustentabilidade da Capgemini no Brasil.

O relatório cita o perigo do “greenwashing”, quando as empresas vendem como sustentável uma ação ou produto que não tem efeito ou é prejudicial; o tecno-otimismo, uma aposta de que novas tecnologias irão solucionar o problema, e a utilização de ideias antigas em vez de buscar novas soluções.

Na sequência, a própria falta de informações aparece como uma barreira relevante, que leva à falta de confiança e causa a sensação de falta de poder entre as pessoas.

“A situação é agravada pelos principais afetados pela crise climática muitas vezes não terem como fazer sua voz chegar ao mundo todo”, afirma Queiroz. Segundo ele, como os mais afetados são principalmente os mais pobres e moradores de países considerados periféricos, muitas vezes eles não falam línguas como o inglês e suas histórias são mais difíceis de serem compartilhadas.

O medo de consequências ruins das ações ambientais é outro obstáculo para a ação. Mais regulações podem complicar o mercado para pequenas e médias empresas, e trabalhadores de setores como os de produção de combustíveis fósseis podem perder os empregos – assim, se torna necessário um plano que garanta recolocação profissional e que as necessidades básicas desses indivíduos e suas famílias sejam atendidas.

A delegação de autoridade é uma atitude na qual os cidadãos deixam apenas a cargo das empresas e governos tomarem atitudes para conter a crise climática. Contudo, a participação das pessoas comuns também é possível e necessária para evitar as piores consequências. “O poder individual menor é potencializado pelo poder coletivo”, cita Queiroz, destacando os boicotes como uma forma de ação. Outras, como protestos e ações judiciais, também são possíveis.

or fim, a falta de esperança leva a pensamentos como “para que agir, se será impossível evitar?”. Assim como seu “oposto”, o otimismo exagerado, a solução é fornecer informações corretas para demonstrar que ainda há possibilidade de evitar o pior. “Uma via é abrir fóruns de discussão, desde que baseado em dados reais, em informações concretas”, diz Queiroz. Ele menciona ainda que, apesar do otimismo aparecer mais na crise climática, a falta de esperança predomina ao se tratar da erradicação da pobreza.

Empresas

Outro estudo da Capgemini, o Climate Tech, lançado em abril, aponta que a maioria das empresas ainda não vê a pauta ambiental como uma chance de investimento, e sim como um gasto. Apenas 21% dos executivos concordam com a afirmação de que “os argumentos econômicos a favor da sustentabilidade são claros”, e para 53%, as iniciativas de sustentabilidade são um encargo financeiro que tem de ser suportado para fazer negócios, ao comentar sobre o hidrogênio verde.

Apenas 11% das organizações foram classificadas como sustentáveis, mas dentre estas, a margem de lucro líquido foi 9% maior em comparação com a média, e 83% tiveram receitas mais elevadas por empregado em comparação com a média. “Temos que apresentar business cases que fogem dos tradicionais”, comenta Queiroz. Ele alerta que o custo de uma empresa não se preocupar com a sustentabilidade, no futuro, é ir à falência.

“Hoje, as empresas não aplicam a sustentabilidade na estratégia de crescimento como um todo, tem apenas iniciativas no marketing, na comunicação com a sociedade. Enquanto não levar como um pilar da estratégia de crescimento, não vai trazer retorno”, projeta o especialista da Capgemini.

A melhor estratégia para conseguir isso é entranhar a sustentabilidade na cultura da empresa, desde os mais altos cargos, que devem ter suas remunerações e bônus atrelados ao resultado alcançado no tema, até o operacional. Contratar funcionários com habilidades relacionadas a temas ambientais é um passo, assim como treinar os que já estão na empresa. Criar um portal colaborativo ajuda.

A pesquisa “Social Intelligence for Climate Action” aponta ainda outras ações possíveis: transmitir as mensagens corporativas de forma eficiente e sem greenwashing, lidar também com as ações sociais, e assumir responsabilidades. “Não adianta um setor empurrar a responsabilidade para outro”, adverte Queiroz. Mesmo para as empresas brasileiras, há oportunidades – o Brasil pode ser um grande solucionador de questões ambientais e climáticas, devido aos seus recursos naturais e expertise no assunto.

 

Acelen e Bunker One fecham parceria estratégica para abastecimento de navios

A Bunker One, líder na comercialização de bunker (combustíveis marítimos), e a Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, fecharam acordo para oferecer operação de abastecimento em ancoragem externa no Brasil. A partir deste mês, embarcações como grandes cargueiros e petroleiros podem ser abastecidas na região de fundeio do Porto do Itaqui, na Baía de São Marcos, no Maranhão.

Segundo comunicado das duas empresas, o local foi escolhido por ser um centro estratégico para o comércio internacional, principalmente para exportações de matérias-primas, como ferro e soja, e para distribuição de produtos petrolíferos no mercado interno. “A nova opção de abastecimento atende a todos os tipos de embarcação e a diversas rotas, entre elas as que têm como origem e destino Europa e Estados Unidos”, informaram as companhias.O abastecimento é realizado por um tanker (navio-tanque) sem necessidade de ancoragem interna, o que pode reduzir o tempo de permanência no porto e os custos com taxas portuárias, já que os navios são abastecidos enquanto aguardam a entrada na área interna para operar. Será possível atender até dois navios por dia, levando em consideração o tempo de cada operação e as particularidades de cada abastecimento.

“Essa parceria vai proporcionar um crescimento da nossa operação no Brasil em cerca de 30%. E não se trata apenas de mais uma linha de atuação ou área geográfica coberta, mas o início de uma promissora aliança, que tem o potencial de oferecer novas soluções para a indústria de shipping na América Latina”,segundo o CEO da Bunker One Brasil, Flavio Ribeiro.

A Bunker One é uma subsidiária do grupo dinamarquês Bunker Holding. O fornecimento de combustíveis marítimos na região vai aumentar o potencial do complexo portuário de Itaqui, que cresceu em média 9% ao ano nos últimos cinco anos.

De acordo com o vice-presidente Comercial, Trading e Shipping da Acelen, Cristiano da Costa, a parceria comercial suporta o crescimento da região, aumentando a oferta e competitividade do Brasil como opção de hub de abastecimento de combustíveis marítimos. “É uma excelente parceria, capaz de trazer competitividade ao abastecimento de bunker na região de São Luís do Maranhão”, afirmou.

Para conhecer profundamente a área de atuação nas operações de abastecimento em Itaqui, as duas empresas investiram em dois estudos: um meteoceanográfico das áreas de fundeio e outro de aproximação e amarração das embarcações nas operações de abastecimento.

Para garantir excelência nas condições de operação, o estudo utilizou dados nacionais e internacionais para análise de vento e rajada, de ventos e ondas, assim como de correntes. O conhecimento detalhado das condições meteorológicas permite que sejam realizadas operações no mais alto padrão de fornecimento, informaram as companhias.

 

S&P eleva previsão para crescimento do PIB do Brasil em 2023, de 1,7% para 2,9%

 


Produto Interno Bruto do Brasil.

Por outro lado, a agência cortou a estimativa para o PIB do Brasil em 2024, de 1,5% para 1,2%. (Crédito: Arquivo/Agência Brasil)

A S&P Global Ratings aumentou a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB do Brasil) este ano, de 1,7% para 2,9%, como resultado da força na produção agrícola e do impacto de medidas de estímulos fiscais nos gastos das famílias.

Por outro lado, a agência cortou a estimativa para a expansão da atividade brasileira em 2024, de 1,5% para 1,2%, sob a expectativa de que esses fatores devem arrefecer.+Alta da gasolina responde sozinha por cerca de 72% do IPCA-15 de setembro

Em 2025, o avanço seria de 1,8% e em 2026, de 2,0%.

A instituição também projeta que o Banco Central cortará a Selic de 12,75% atualmente a 12,25% até o fim do ano, antes de reduzi-la a 9% até o final de 2024 e mantê-la nesse nível até pelo menos 2026.

O movimento seria possibilitado pelo arrefecimento da inflação ao consumidor a uma média de 4,9% este ano, 3,9% no próximo, 3,7% em 2025 e 3,5% em 2026. No câmbio, a S&P vê o dólar a R$ 5,05 no fim de 2023 e R$ 5,25 no fim de 2024.

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Transpetro faz reforma administrativa e sobe para 48% número de mulheres em cargos de liderança

marcaTR_cor.jpg

A Transpetro aumentou em 48% o número de mulheres em posições gerenciais, dentro de uma reforma administrativa que teve por objetivo deixar a subsidiária da Petrobras mais diversa. Com isso, o número de mulheres com cargos de liderança subiu de 65 em 2022 para 96 este ano, informou a companhia. A empresa também elevou em 17% o número de profissionais que se autodeclaram pretos, pardos, indígenas ou amarelos em postos de comando e criou uma Gerência Setorial de Diversidade.

“Nossa força de trabalho própria possui 18% de mulheres e, agora, o porcentual feminino em posições de liderança é de 24%. Estamos incentivando a capacitação das nossas trabalhadoras, oferecendo turmas de liderança com foco específico para elas, por exemplo. O aumento de representatividade nas novas designações faz parte de um rol de iniciativas de diversidade e inclusão que estamos promovendo”, disse em nota o gerente executivo de Recursos Humanos da Transpetro, Alexandre Almeida.

Entre essas iniciativas está a criação de cartilhas educativas visando a promoção da diversidade, inclusão e no combate à violência no ambiente de trabalho, material que poderá ser distribuído para outras estatais e entidades. Segundo a Transpetro, para ressaltar a importância das mudanças será realizada uma cerimônia na próxima quinta-feira, 28, na sede da companhia, no Rio de Janeiro.

“Inclusão e diversidade são compromissos sociais da Transpetro. As indicações para a nova estrutura são um passo importante para formalizar nossa responsabilidade com essa agenda e demonstrar nossa capacidade de atender às demandas da sociedade por mais diversidade e inclusão nas empresas”, ressaltou o presidente da empresa, Sérgio Bacci.

A Transpetro é a maior subsidiária da Petrobras e opera 49 terminais no País, sendo 28 aquaviários e 21 terrestres. Tem ainda cerca de 8,5 mil quilômetros de dutos e 36 navios e atende mais de 180 clientes, além da Petrobras.

 

EUA: SEC multa unidade de investimentos do Deutsche Bank por lavagem de dinheiro

DWS Investments Deutsche Bank Gruppe Logo PNG Vector


A SEC acusou a DWS, uma subsidiária de consultoria de investimentos do Deutsche Bank com sede em Nova York, em duas ações de execução publicadas hoje. A DWS não admitiu nem negou as acusações, mas concordou com duas ordens de suspender as atividades relacionadas às violações de combate à lavagem de dinheiro e às distorções ESG. O DWS concordou em pagar US$ 25 milhões no total.

Segundo uma denúncia de 2021, a DWS pintou um quadro mais otimista do que a realidade para os investidores. Um porta-voz do DWS disse que a empresa já tomou medidas para resolver as deficiências em seus processos e procedimentos identificados na ordem da SEC.

Um porta-voz do DWS disse que está “comprometido em manter uma estrutura robusta de gestão de risco” e que a empresa tomou medidas para melhorar seus processos de combate à lavagem de dinheiro para seus negócios de fundos mútuos nos EUA desde 2020.

Fonte: Dow Jones Newswires

 

Estados do Nordeste firmam cooperação para polo de hidrogênio verde

Foto grátis objetivos de desenvolvimento sustentável natureza morta

O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste e o Banco Mundial, com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinaram nesta segunda-feira (25), em Brasília, memorando de entendimento (MdE), para desenvolver áreas consideradas chave em sustentabilidade nos nove estados integrantes do grupo (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe). 

O Banco Mundial deverá assessorar os estados em um plano de transição energética. Esse plano deverá se desdobrar em planos locais com operações de financiamento. Esse protocolo de intenção é um primeiro passo para promover amplamente a transição energética na região.

A parceria pretende financiar, sobretudo, projetos relacionados ao desenvolvimento do hidrogênio de baixo teor de carbono, o chamado hidrogênio verde; além da geração de energia eólica; preservação do bioma da Caatinga; exploração de eventuais oportunidades de projetos nas áreas de energia solar, água e saneamento; engajamento comunitário; e desenvolvimento digital. 

Neste último ponto, a cooperação firmada pretende promover a troca de experiências, conhecimentos e financiamento de infraestrutura pública digital para a expansão da conectividade, o desenvolvimento de plataformas digitais, melhores práticas em segurança cibernética e, por fim, fomentar o desenvolvimento de habilidades digitais. 

O governador da Paraíba e presidente do Consórcio Nordeste, João Azevêdo, falou do potencial do Nordeste. “Sabemos do potencial que a Região Nordeste tem para a geração de energias limpas e renováveis. E neste momento de transição energética, nossa região poderá ser a grande protagonista da produção de hidrogênio verde. Entretanto, é preciso que tudo isso aconteça de forma harmônica e regulamentada.” 

O governador paraibano comemorou a contribuição da instituição internacional. “O Banco Mundial colocará toda a sua expertise à disposição do Consórcio do Nordeste e a troca de experiência com as ações e projetos, já em andamento por parte de cada estado, fará com que a gente tenha condições de estabelecer um caminho seguro e sustentável, que possa gerar, acima de tudo, a riqueza que a região precisa, mas com inclusão social para que essa riqueza, verdadeiramente, chegue à ponta para aqueles que mais precisam”. 

O diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt, disse que o Brasil tem grandes oportunidades de se tornar um líder global na transição energética e que, para isso, compartilhará as experiências de outros projetos desse tipo realizados em outras localidades do mundo.

“Nós temos a confiança de que podemos compartilhar nossas experiências com outros projetos, em outros países, com os estados do Nordeste do Brasil para ajudar o país a atingir níveis de crescimento e de produtividade mais altos.”

Pacheco diz que Congresso não será empecilho para agenda econômica do governo

Rodrigo Pacheco

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta segunda-feira, 25, que o Congresso Nacional não será empecilho para a agenda econômica do governo. Ele disse que Câmara e Senado podem se debruçar sobre os temas em tramitação concomitantemente e que, além da reforma tributária, a prioridade será a pauta ambiental.

“O tema do meio ambiente e da preservação do clima é absolutamente urgente, prioritário. O Congresso Nacional tem consciência disso, e vamos dedicar esse segundo semestre a diversos projetos de lei e alterações normativas relativas a esse tema. O Brasil tem enorme capacidade de se tornar uma potência econômica em função dessa agenda verde”, disse.

Pacheco falou a jornalistas ao deixar a 38ª Conferência Hemisférica da Federação Interamericana das Empresas de Seguros (Fides), que acontece esta semana no Rio.

Reforma tributária

Sobre a reforma tributária, Pacheco disse que pretende estabelecer outubro para sua apreciação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), levando-a, sem seguida, para o plenário do Senado.

Na próxima quinta-feira, 28, disse ele, haverá uma sessão para receber prefeitos de todo o País e discutir o assunto, assim como já foi feito com governadores. “Precisamos dar sustentação ao regime fiscal e fazer a (reforma) tributária, além de cuidar dessa pauta de economia verde e transição energética com prioridade”, disse.

Sobre essa última frente, Pacheco citou especificamente a regulamentação do mercado de créditos de carbono, que também deverá acontecer ao longo do segundo semestre.

O presidente do Senado garantiu que o Congresso não será empecilho à agenda econômica do governo Lula e, como “prova”, citou a aprovação da PEC da transição antes mesmo de o governo ser empossado.

Ele sugeriu que a reforma tributária não vai travar ou atrasar outras votações fundamentais, que podem evoluir nas duas casas legislativas ao mesmo tempo. Nesse balaio incluiu o programa Desenrola Já, que foi encaminhado para a comissão de assuntos econômicos; o projeto de lei sobre fundos exclusivos e offshore, sobre o qual o Senado deve aguardar deliberação na Câmara; e o marco das garantias, já votado no Senado e a espera de ratificação por parte dos deputados. “Todos esses projetos certamente serão deliberados (no 2º semestre), e espero que sejam aprovados com o melhor texto possível. Há sentimento de urgência em relação à pauta econômica”, afirmou.

Ativo ambiental

O senador afirmou que o Brasil deve aproveitar o ativo ambiental e a conjuntura global de transição energética para “resolver seus problemas de desigualdade, fome e miséria”.

Em aceno ao setor de seguros, Pacheco disse que o segmento, já responsável por mais de 6% do PIB, terá parte nesse processo. Ele mencionou as oportunidades em energia limpa, desde o conhecido etanol, passando por eólica e fotovoltaica, e chegando ao hidrogênio verde.

Qualidade dos gastos públicos

O presidente do Senado disse que o Senado vai discutir a qualidade dos gastos públicos logo após aprovar a primeira etapa da reforma tributária, que está em tramitação na Casa. Segundo Pacheco, discutir o quanto o Estado gasta é fundamental para calcular o tamanho da reforma sobre a tributação da renda que o governo federal pretende fazer.

“A discussão sobre a qualidade do gasto público, combate a desperdício, a sobreposição de funções, o excesso de gastos, isso tem que ser pauta do Congresso Nacional logo após a reforma tributária”, disse ele.

Segundo Pacheco, o debate será feito pelo Senado, e é fundamental para o começo de 2024.

Pacheco afirmou que, após a definição da alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) instituído pela primeira parte da reforma, e a mensuração de quanto isso representará de impacto na arrecadação do governo, o Congresso vai discutir tanto os gastos públicos quanto a reforma do imposto de renda. É por meio dela que o governo pretende instituir, por exemplo, a tributação da distribuição de dividendos pelas empresas aos acionistas, hoje isenta.

Arcabouço moderno para mercado de seguros

O presidente do Senado afirmou que o Legislativo deve levar em frente a votação do PL 29/2017, da chamada Lei do Seguro, que cria uma legislação específica para o mercado de seguros. O projeto tem uma série de pontos criticados pelas seguradoras.

Segundo Pacheco, o mercado segurador precisa de confiança para crescer mais. “O segundo ponto é a necessidade de um arcabouço jurídico moderno e eficiente. Uma regulação que não apenas organize e supervisione o funcionamento do mercado de seguros, mas que consiga integrá-lo ao mercado global”, disse ele.

De acordo com ele, o PL 29 deve cumprir esse papel. Pacheco afirmou que o projeto aguarda apenas o relatório do senador Jader Barbalho (MDB-PA), que é o relator do tema na CCJ do Senado.

O PL 29 cria, na prática, uma lei própria para o mercado de seguros, que hoje segue pontos do Código Civil e de outras legislações de caráter generalista.

O setor de seguros afirma, porém, que vários dispositivos da lei retrocedem em relação às mudanças de regulação dos últimos anos, que reduziram o grau de intervenção do Estado no setor.