segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Galípolo afirma que Argentina tem problema de restrição de reservas, inclusive em yuan

Haddad anuncia economista Gabriel Galípolo como secretário-executivo do Ministério da Fazenda. — Foto: Arquivo pessoal, via Fespsp

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira, 9, em reunião do Conselho Empresarial de Economia da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que durante uns meses no início deste ano se discutiu muito sobre se a Argentina poderia fazer comércio internacional usando yuan, em vez de dólar, para fazer seus pagamentos além fronteira. Ele lembrou que a China é hoje o principal parceiro comercial da Argentina a quem foi ofertada uma linha de swap cambial para pagamentos de compras de produtos do gigante asiático.

“Para este caso, não resolveria o problema, porque o país está com problemas de restrição de reservas, inclusive usar o yuan para pagar as importações brasileiras não era uma solução para a restrição de reservas que a Argentina sofre ainda hoje”, disse Galípolo.

Por isso, conforme o diretor, foi discutido no começo do ano uma linha de crédito em reais ou em dólares das exportações brasileiras para a Argentina. “A questão lá está muito mais associada à conversão para honrar os pagamentos”, destacou.

O diretor salientou que o Brasil tem reservas em yuan e que, inclusive, o BC tem autorização para operar on shore dentro da China – um dos poucos que têm essa expertise.Ele lembrou que uma discussão ocorrida após a segunda guerra mundial dava conta de ter uma moeda de referência para o comércio internacional, mas o debate era sobre se deveria ser ou não uma moeda vinculada diretamente a um país.

De acordo com Galípolo, se a China desejar internacionalizar sua moeda – hipótese que, segundo ele, vale para países cuja economia aumentou de dimensão -, passará pelo dilema de perder o controle sobre sua moeda.

 

Claudia Goldin ganha Nobel de Economia por estudos sobre mulheres no mercado de trabalho


A economista americana Claudia Goldin ganhou o Nobel da Economia

A economista americana Claudia Goldin ganhou o Nobel da Economia (Crédito: Jonathan NACKSTRAND / AFP)

A americana Claudia Goldin foi agraciada, nesta segunda-feira (9), com o Prêmio Nobel de Economia por seus estudos sobre a evolução do papel das mulheres no mercado de trabalho.

A professora de Harvard, de 77 anos, terceira mulher a ganhar este prêmio, foi distinguida por “ter feito avançar nossa compreensão dos resultados das mulheres no mercado de trabalho”, anunciou o júri em Estocolmo.

“As pesquisas de Claudia Goldin nos deram uma visão nova e, com frequência, surpreendente sobre o papel histórico e contemporâneo das mulheres no mercado de trabalho”, acrescentou.

Em escala mundial, cerca de 50% das mulheres participam do mercado de trabalho, contra 80%, no caso dos homens. Elas ganham menos “e têm menos opções de chegar ao topo da carreira”, disse Randi Hjalmarsson, membro do comitê do Nobel.

“Claudia Goldin foi buscar nos arquivos e coletou mais de 200 anos de dados relativos aos Estados Unidos, o que lhe permitiu mostrar como e por que as diferenças de renda e na taxa de emprego entre homens e mulheres evoluíram com o tempo”, acrescentou Hjalmarsson.

No ano passado, o prêmio foi para Ben Bernanke, ex-presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA), e seus compatriotas Douglas Diamond e Philip Dybvig, por seus trabalhos sobre os bancos e seus resgates necessários em tempos de crise financeira.

Até então, apenas duas mulheres haviam conquistado o Prêmio Nobel de Economia: a americana Elinor Ostrom (2009) e a franco-americana Esther Duflo (2019).

– O prêmio mais jovem –

O Prêmio Nobel de Economia – como é conhecido o Prêmio de Ciências Econômicas do Banco da Suécia em Memória de Alfred Nobel, atribuído pela primeira vez em 1969 – é o único dos prêmios que não foi previsto no testamento do filantropo.

Ele foi somado, bem depois, aos cinco prêmios tradicionais – Medicina, Física, Química, Literatura e Paz -, o que lhe valeu o apelido de “falso Nobel”.

Em 1968, por ocasião de seu tricentenário, o Banco Central da Suécia, o mais antigo do mundo, criou um prêmio de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel, e pôs à disposição da Fundação Nobel uma quantia anual equivalente ao montante dos outros prêmios.

Para os vencedores deste ano, o cheque será de 11 milhões de coroas, o equivalente a quase um milhão de dólares (5,15 milhões de reais na cotação do dia).

O mais prestigioso dos Prêmios Nobel, o da Paz, foi atribuído na sexta-feira à ativista iraniana dos direitos humanos Narges Mohammadi.

As premiações de 2023 se completam com o dramaturgo norueguês Jon Fosse (Literatura); Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov (Química), por seu trabalho com nanopartículas; Anne L’Huillier, Pierre Agostini e Ferenc Krausz (Física), especialistas em movimentação de elétrons; e Katalin Kariko e Drew Weissman (Medicina), por seus trabalhos sobre a vacina de RNA mensageiro.

 

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quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Justiça tarifária requer trabalho conjunto com Congresso e Executivo, diz diretor da Aneel

Sandoval de Araujo Feitosa Neto

 

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou nesta quinta-feira, 5, que são necessários ajustes legislativos para que a tarifa de energia no Brasil seja “justa”. Durante audiência na Comissão de Infraestutura do Senado, Feitosa ressaltou que o órgão regulador tem atuação infralegal, ou seja, na implementação das políticas públicas definidas pelo Executivo e Legislativo.

“Precisamos trabalhar em conjunto com Congresso Nacional, com Poder Executivo para que possamos trazer justiça tarifária”, disse aos senadores. “A agência tem atuação infralegal, ou seja, atuamos na implementação de políticas públicas, das diretrizes dos leilões de contratação que são definidas tanto pelo Poder Legislativo, Executivo e Poder Concedente.”

Acionamento de termelétricas no Acre e Rondônia

O diretor-geral da Aneel afirmou também que o acionamento de usinas termelétricas para garantir o fornecimento de energia no Acre e Rondônia terá um custo para todos os consumidores. Contudo, ainda não é possível precisar qual será o impacto nas tarifas.

A decisão de acionar as usinas térmicas, que têm um custo mais alto, foi informada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) na noite da quarta-feira, 4. A medida tem como objetivo garantir a segurança no atendimento nos Estados do Acre e Rondônia. Ao falar sobre a seca no Norte, Feitosa afirmou que o setor elétrico têm condições de atender todas essas situações.

Os custos para acionamento dessas usinas serão pagos via Encargos de Serviços do Sistema (ESS), que serve para manutenção da confiabilidade e da estabilidade do sistema elétrico nacional. Essa conta será rateada entre os consumidores atendidos pelas distribuidoras, como os residenciais, e pelos que operam no chamado mercado livre.

“Quando decide acionar térmicas que não estavam previstas, têm um custo”, afirmou Feitosa após participar de audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado. “O Ministério de Minas e Energia, o ministro Alexandre Silveira e toda governança do setor elétrico agiram de forma correta ao assegurar condições de atendimento para essas regiões.”

Bandeiras tarifárias

Apesar disso, a medida não deve levar, por exemplo, ao acionamento de bandeiras tarifárias nos próximos meses.

A Aneel mantém a previsão de manter a bandeira verde, ou seja, sem cobrança adicional na conta de luz, até o fim deste ano. “Achamos e afirmamos que não haverá acionamento, pois são eventos muito localizados e, basicamente, as usinas não funcionarão de forma ininterrupta, apenas em alguns momentos do dia e não haveria a possibilidade de sensibilizar a bandeira tarifária, uma vez a previsão é que o nível dos reservatórios até o fim de outubro se situe em torno de 67%.”

 

Casino assina acordo final de reestruturação financeira com credores


Casino assina acordo final de reestruturação financeira com credores

O acordo, que vem após pactos preliminares anunciados em julho e setembro deste ano, reduz a dívida do Casino em 6,1 bilhões de euros. (Crédito: Divulgação / Casino)

 

O grupo varejista francês Casino Guichard-Perrachon, controlador do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no Brasil, afirmou nesta quinta-feira, 5, que fechou um acordo final com credores garantidos relacionado à sua reestruturação financeira.

O acordo envolve credores e um consórcio formado pela EP Equity Investment, entidade controlada pelo empresário checo Daniel Kretinsky, pela Fimalac e pela Attestor, segundo comunicado do Casino.

O Casino disse que segue discutindo com credores quirografários e que negócios com suas ações, que foram suspensas na Bolsa de Paris na quarta-feira (4), serão retomadas nesta quinta-feira.

“O Casino atingiu um marco importante no seu processo de reestruturação financeira ao obter o acordo de seus principais credores para um plano de reestruturação financeira que cria um quadro favorável à sustentabilidade das atividades do Grupo, à continuidade dos empregos e das sedes, e ao desenvolvimento contínuo de todas as suas marcas”, disse o CEO da empresa, Jean-Charles Naouri, no comunicado.

O acordo, que vem após pactos preliminares anunciados em julho e setembro deste ano, reduz a dívida do Casino em 6,1 bilhões de euros.

A varejista receberá 1,2 bilhão de euros em capital adicional e converterá 3,52 bilhões de euros em dívida não garantida e mais 1,355 bilhão de euros em dívida garantida em capital.

A reestruturação financeira ainda está sujeita a autorizações regulatórias e o Consórcio SPV, administrado pela EP Equity Investment, assumirá o controle do Casino quando o processo for concluído, diz o comunicado.

CEO

O Casino também informou nesta quinta que Philippe Palazzi será indicado como seu novo CEO e presidente por um consórcio de credores que deverá assumir o controle da empresa como parte de uma reestruturação financeira.

 

Águas do Rio recebe R$ 1,5 bi do BID Invest para ampliar serviços de água e saneamento


Águas do Rio recebe R$ 1,5 bi do BID Invest para ampliar serviços de água e saneamento

Objetivo da Águas do Rio é garantir que 99% da população da região tenha acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de águas residuais. (Crédito: Divulgação)

 

A concessionária Águas do Rio, do grupo Aegea, está recebendo um pacote de empréstimos de longo prazo de até R$ 1,5 bilhão. O montante, fornecido pelo Bid Invest, tem como objetivo fortalecer os serviços de água e saneamento no Estado do Rio de Janeiro, beneficiando cerca de 10 milhões de pessoas.

Os projetos financiados incluem reabilitação, manutenção e expansão de infraestruturas de saneamento e distribuição de água para atingir a universalização dos serviços até 2033. Para, dessa forma, garantir que 99% da população da região tenha acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de águas residuais, frente os 87% e 44% estimados no processo licitatório, respectivamente.

Para viabilizar a operação, a Proparco, subsidiária do grupo Agence Française de Développement, fornecerá uma garantia de R$ 500 milhões ao Bid Invest, banco multilateral que visa promover o desenvolvimento econômico de seus países membros na América Latina e no Caribe por meio do setor privado.

Meio ambiente 

Os benefícios ambientais também estão no radar. Cada projeto pode incluir incentivos baseados no desempenho num montante total de até US$ 15 milhões do Programa de Infraestruturas Sustentáveis do Reino Unido (UK SIP) para apoiar os resultados de mitigação de gases com efeito estufa (GEE).

A Águas do Rio, responsável pelos serviços de saneamento em 27 municípios do Estado do Rio de Janeiro, planeja descontaminar a Baía de Guanabara, a nascente do Rio Guandú e a Lagoa Rodrigo de Freitas, diretamente afetadas pelo descarte irregular de esgoto.

Os projetos visam ainda a utilização mais eficiente dos recursos hídricos, reduzindo as perdas físicas e comerciais de água de cerca de 60% para uma meta de 25% até 2035.

 

Ibama envia veterinários para atender botos no Amazonas


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O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) enviou cinco veterinários especializados em reabilitação de animais silvestres para auxiliar no atendimento aos botos no Lago Tefé, no Amazonas. A equipe do Centro de Triagem do Ibama desembarca hoje (5) e vai trabalhar em conjunto com outros órgãos que já atuam na emergência ambiental. Até a última contagem, feita ontem (4), foram encontrados mais de 140 botos e tucuxis mortos.

Um comando de incidentes foi instalado em Tefé, com a coordenação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com o apoio de diversas organizações, entre elas o Instituto Mamirauá e o Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia (IPAAM).

As ações estão concentradas no monitoramento dos indivíduos vivos e recolhimento e necrópsia das carcaças, além de coleta de amostras para análise das possíveis causas do incidente e outras variáveis ambientais.

“Cabe destacar que protocolos sanitários têm sido adotados para a destinação das carcaças. Alguns animais estão feridos pelas lâminas dos barcos a motor, pois não há profundidade para mergulharem o suficiente para escapar das hélices. O ICMBio segue reforçando as ações para proteger as espécies, informou o órgão ambiental.

Também está sendo realizado diariamente o monitoramento da temperatura da água, que ultrapassa 39º graus em alguns pontos do lago. A água muito quente pode reduzir o oxigênio dissolvido e, ao mesmo tempo aumentar a taxa respiratória dos peixes, que afeta o metabolismo e provoca morte por asfixia.

O ICMBio informou que a capitania dos Portos de Tefé está apoiando na fiscalização, ordenamento e desobstrução do lago para facilitar a passagem dos animais em busca de trechos mais profundos e evitar o agravamento da crise.

De acordo com o instituto, outro incidente está sendo acompanhado em Alto Juruá, envolvendo uma grande mortandade de peixes.

 

Rumo investe em locomotivas híbridas para reduzir consumo de combustível e impacto ambiental

Rumo Logo.

A operadora de ferrovias Rumo recebeu na oficina de Curitiba (PR) duas locomotivas híbridas. A expectativa é diminuir em até 42% a utilização de diesel, assim como reduzir emissões e barulhos, visando menores impactos ambientais.

Os testes para avaliar a performance do modelo GT38H, desenvolvido pela Progress Rail, serão realizados durante seis meses no trecho entre Guarapuava (PR) e a estação ferroviária Desvio Ribas, na região de Ponta Grossa (PR).

“Os resultados apresentados pela Progress foram positivos e nos indicam que podemos um ganho considerável para as nossas operações”, afirma Marcus Jorge, diretor de Manutenção da Rumo.

O executivo acrescenta que esse processo é importante para analisar a viabilidade de ampliar o uso de locomotivas utilizando esse sistema.

Uma vez que confirmado o desempenho esperado, pode ser possível desenvolver novos maquinários para trechos mais densos, como a Malha Norte, corredor ferroviário entre Rondonópolis (MT) e o Porto de Santos (SP).

A Rumo opera nove terminais de transbordo, está presente em quatro portos e administra cerca de 14 mil quilômetros de vias férreas nos estados de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Tocantins.

A base de ativos é formada por 1.400 locomotivas e 35 mil vagões.