O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira, 9, em reunião do Conselho Empresarial de Economia da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que durante uns meses no início deste ano se discutiu muito sobre se a Argentina poderia fazer comércio internacional usando yuan, em vez de dólar, para fazer seus pagamentos além fronteira. Ele lembrou que a China é hoje o principal parceiro comercial da Argentina a quem foi ofertada uma linha de swap cambial para pagamentos de compras de produtos do gigante asiático.
“Para este caso, não resolveria o problema, porque o país está com problemas de restrição de reservas, inclusive usar o yuan para pagar as importações brasileiras não era uma solução para a restrição de reservas que a Argentina sofre ainda hoje”, disse Galípolo.
Por isso, conforme o diretor, foi discutido no começo do ano uma linha de crédito em reais ou em dólares das exportações brasileiras para a Argentina. “A questão lá está muito mais associada à conversão para honrar os pagamentos”, destacou.
O diretor salientou que o Brasil tem reservas em yuan e que, inclusive, o BC tem autorização para operar on shore dentro da China – um dos poucos que têm essa expertise.Ele lembrou que uma discussão ocorrida após a segunda guerra mundial dava conta de ter uma moeda de referência para o comércio internacional, mas o debate era sobre se deveria ser ou não uma moeda vinculada diretamente a um país.
De acordo com Galípolo, se a China desejar internacionalizar sua moeda – hipótese que, segundo ele, vale para países cuja economia aumentou de dimensão -, passará pelo dilema de perder o controle sobre sua moeda.