segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Ministro afirma que ‘já passou da hora’ de se discutir a redução da jornada de trabalho

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu a discussão sobre a semana de quatro dias de trabalho em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa nesta segunda-feira, 9. “Passou da hora (de se discutir)”, disse, salientando que se trata de sua opinião, não de um posicionamento do governo.

“Tenho certeza de que o presidente Lula não iria bloquear um debate, em que a sociedade reivindique que o Parlamento analise a possibilidade de redução da jornada de trabalho sem redução dos salários, evidentemente. Eu acho que a economia brasileira suportaria”, afirmou o ministro.

Uma semana de quatro dias de trabalho tem sido testada em diversos países. No Brasil, um experimento está envolvendo pelo menos 21 empresas em projeto conduzido pela 4 Day Week Global, uma comunidade sem fins lucrativos que realiza projetos-piloto como esse em todo o mundo, e pela brasileira Reconnect Happiness at Work. O anúncio foi realizado em agosto deste ano.

Marinho destacou que quem tem a “autoridade para dar a palavra final” sobre a redução da carga horária de trabalho é o Parlamento e convidou os movimentos sociais a proporem uma revisão da questão.

 

Lula e ministros fazem reunião sobre conflito no Oriente Médio

Brazilian leftist presidential pre-candidate Lula Da Silva speaks during a campaign rally at Centro de Convenções Ulysses Guimarães on July 12, 2022...

(ANSA) – BRASILIA, 09 OTT – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) analisou nesta segunda-feira (9) a crise no Oriente Médio com o chanceler Mauro Vieira, e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.   

Lula e Vieira tiveram uma conversa telefônica para alinhar o discurso frente ao conflito no âmbito da presidência brasileira do Conselho de Segurança da ONU.   

O ministro de Relações Exteriores se encontra na Indonésia, onde foi recebido por pela sua homóloga, Retno Marsud.   

“Todos deveriam imediatamente interromper a violência e exercer o máximo de autocontenção para evitar que a situação escale ainda mais”, declarou Vieira, em Jacarta.   

Lula também finalizou por volta do meio-dia uma videoconferência sobre o conflito entre Israel e Palestina com varios ministros, entre eles Múcio Monteiro (Defesa), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Comunicação Social) e o assessor internacional Celso Amorim.   

Essa foi uma das primeiras atividades não presenciais com ministros do mandatário, que permanece no Palácio da Alvorada onde faz tratamento de recuperação de uma cirurgia no quadril.   

No sábado (7), Lula disse nas redes sociais ter ficado “chocado com os ataques terroristas realizados contra civis em Israel” e defendeu uma “solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino convivendo pacificamente com Israel”.

 (ANSA).   


 

Problemas na Evergrande levantam dúvidas sobre investimentos em veículos elétricos

Ficheiro:Evergrande-group-logo.png

Os problemas contínuos na incorporadora chinesa Evergrande lançaram uma sombra sobre os investimentos da empresa NWTN, listada na Nasdaq, em sua unidade de veículos elétricos (EV). A Evergrande New Energy Vehicle anunciou na noite de domingo que a montadora com sede em Dubai disse que iria “suspender” o cumprimento das obrigações relevantes sob seu acordo de subscrição de ações devido a incertezas significativas com a controladora da fabricante de EV, incluindo a investigação de seu presidente, Hui Ka Yan.

As ações do Grupo Evergrande e de sua unidade automobilística caíram nesta segunda-feira. Evergrande caiu 11%, enquanto Evergrande New Energy Vehicle, também conhecido como Evergrande Auto, caiu 8,9%.

Em agosto, a NWTN disse que investiria US$ 500 milhões por uma participação de 28% na Evergrande Auto. Esse investimento teria ajudado a Evergrande Auto a financiar a expansão de suas fábricas, que foi adiada devido a problemas financeiros da sua controladora.

Evergrande Auto acrescentou que a carta da NWTN não constituía “um aviso para rescindir o contrato de subscrição de ações e, até a data da carta, não solicitou a rescisão do contrato de subscrição de ações”. A Evergrande Auto disse que informou a NWTN sobre sua disposição de negociar ajustes nas transações propostas. Fonte: Dow Jones Newswires.

 

Republicanos buscam desesperadamente um presidente para a Câmara dos Representantes


O Congresso dos EUA, em Washington, 29 de setembro de 2023 - AFP

Os reflexos da ofensiva do Hamas em Israel chegaram ao Congresso dos Estados Unidos, onde os conservadores aceleraram suas negociações nesta segunda-feira (9) para escolher o presidente da Câmara dos Representantes, após a destituição de Kevin McCarthy.

A ausência de um presidente da Câmara baixa, declarada na terça-feira pelos apoiadores do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump em uma votação histórica, deixou as atividades parlamentares desta instituição em suspenso, em um momento em que muitos congressistas pedem o envio de ajuda a Israel.

Sem um presidente da Câmara dos Representantes, o Congresso também não pode votar um novo orçamento para o Estado federal ou decidir se fornece mais fundos para a Ucrânia.

– Scalise, Jordan… –

Os republicanos são maioria na Câmara desde janeiro, o que significa que eles têm a responsabilidade de escolher o presidente desta instituição.

No entanto, as fortes tensões entre os congressistas moderados e os apoiadores de Trump interferiram no processo e levaram à destituição de McCarthy em 3 de outubro.

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A ofensiva do movimento islamita palestino Hamas contra Israel no sábado aumentou a pressão para restaurar a ordem entre os conservadores.

Existem dois congressistas republicanos oficialmente competindo pela presidência da Câmara: de um lado, o líder do grupo Steve Scalise, um membro da extrema direita que está enfrentando o câncer.

Por outro lado, Jim Jordan, chefe da comissão judicial, que conta com o “total apoio” de Trump, pré-candidato às eleições de 2024.

– Ou McCarthy… –

Nesta segunda-feira, McCarthy, o ex-presidente destituído da Câmara, deixou a porta aberta para uma nova candidatura ao seu antigo cargo, apesar de ter descartado essa possibilidade na semana passada.

Diante da insistente pergunta se ele vai se candidatar novamente, o congressista pela Califórnia respondeu aos jornalistas: “É o grupo parlamentar que deve escolher”.

Em seguida, ele se gabou de sua experiência diplomática com Israel. Citou suas “inúmeras” viagens a Gaza, seu discurso em maio perante o Parlamento e suas ligações telefônicas com o presidente israelense, Isaac Herzog, as últimas delas “na semana passada”.

“Não podemos fazer nada sem um presidente” da Câmara, concluiu.

Vários de seus apoiadores o encorajaram a se candidatar novamente.

“Este período de caos e incerteza mostrou que foi um erro destituí-lo”, argumentou o congressista da Flórida Carlos Giménez na rede social X, antigo Twitter.

Para ser reeleito, McCarthy precisa do voto de um grupo de apoiadores de Trump, o que é difícil de obter.

Um punhado desses simpatizantes de Trump sugeriu até que o próprio ex-presidente dos EUA seja o candidato.

Uma proposta surpreendente, mas não impossível: tecnicamente, o presidente da Câmara não precisa ser congressista para ocupar o cargo.

Mas parece altamente improvável, especialmente porque as atuais regras republicanas proíbem que um candidato ocupe um cargo de liderança do grupo parlamentar caso for alvo de acusações judiciais, e Trump tem várias pendentes.

A liderança do Partido Republicano quer que os conservadores cheguem a um acordo antes de quarta-feira à noite.

 

Lacoste, Vans, Melissa: o que leva o consumidor a virar 'fã de marca' e quais os impactos para o negócio


Grandes empresas investem pesado para criar comunidades, que são bastante engajadas e ajudam tanto no faturamento quando no posicionamento da marca no mercado — mas pequenos empresários também apostam na estratégia.

Por Bruna Miato, g1

Fãs da Vans participaram de evento da marca em São Paulo — Foto: Divulgação/Vans

Fãs da Vans participaram de evento da marca em São Paulo — Foto: Divulgação/Vans

Não ouse fazer qualquer comentário negativo nas páginas oficiais da empresa de cosméticos WePink se não quiser receber uma enxurrada de respostas de defensores da marca. A empresa conta com um exército de seguidores fanáticos, herança da base de fãs de uma de suas fundadoras, a influenciadora digital Virgínia Fonseca.

Um dos episódios mais marcantes — e que exemplifica perfeitamente o quanto os fãs da marca são fervorosos — foi o lançamento de uma base da marca em março. Na ocasião, a blogueira Karen Bachini, conhecida por fazer vídeos em que avalia a qualidade de maquiagens, foi atacada aos montes após um vídeo com críticas ao produto.

 O caso chamou atenção para um lado ambíguo de ter verdadeiros defensores de uma empresa na base de clientes. Por outro lado, ter fãs tão apaixonados pode ser bastante rentável. A própria WePink diz ter faturado R$ 378 milhões em apenas dois anos de existência — uma quantia de gente grande do mercado.

E a fidelização de clientes é uma das principais estratégias de empresas para ter faturamento recorrente, muito antes de a internet entrar no jogo. Não faltam exemplos de marcas que criaram verdadeiras comunidades em torno delas, antenadas nos lançamentos e defendendo o nome da companhia a qualquer custo.

Na lista estão nomes como Lacoste, Vans, Melissa, Tommy Hilfiger, Nubank e Magazine Luiza, apenas para citar alguns. Mas o que faz um cliente passar de um simples consumidor recorrente para um defensor de uma determinada marca?

O g1 procurou empresas e os próprios clientes "fã de marca" para discutir o fenômeno.

Sensação de pertencimento

Roberto Filho (ou Bob, como prefere ser chamado), de 38 anos, é um apaixonado pela Vans. A relação já é de longa data, começou no final dos anos 90, quando ele ainda era adolescente e frequentava uma casa de shows punks, em São Paulo.

"Todas as bandas mais legais e o público, no geral, estavam calçados de Vans. Aquela faixa lateral que marca o painel do tênis me chamou atenção e me despertou o desejo de ter meu primeiro tênis da marca", conta.

Bob comprou o seu primeiro par e, pouco tempo depois, já fazia parte do grupo conhecido como sneakerheads, de viciados em tênis. Com a convivência com os demais, entendeu que aquilo tudo era mais profundo que um gosto pessoal, fazia parte de toda uma cultura.

Assim, mergulhou de cabeça na paixão, abastecida pela sensação de pertencimento. A sensação que Bob descreve é o que cria um apego emocional do cliente para com a marca, segundo especialistas ouvidos pelo g1.

É uma característica que se estende a várias outras marcas, de diversos setores. Esse é o elo comum que faz com que a pessoa se torne mais que um consumidor, mas um fã.

À esquerda, parte da coleção de Bob. À direita, ele com seu sobrinho quando ainda era bebê. — Foto: Arquivo pessoal

A esquerda, parte da coleção de Bob. À direita, ele com seu sobrinho quando ainda era bebê. — Foto: Arquivo pessoal

Raquel Scherer é gerente-geral da Melissa, outra empresa que tem uma legião de seguidores dentro e fora das redes sociais. Ela diz que a principal característica do fã da sua marca é, justamente, o vínculo emocional.

"Elas veem a marca como uma extensão da sua identidade, além de se envolverem ativamente com todos os projetos que criamos. Tudo isso gera um senso de comunidade e pertencimento que alimenta esse público e faz com que a lealdade só aumente", pontua Raquel.

A executiva explica que esses clientes que se identificam como fãs também são grandes responsáveis pela geração de receita recorrente da companhia.

"Um comportamento comum entre eles é a frequência de compra: são verdadeiros colecionadores da marca. Os melissários, como as fãs chamam seus closets onde guardam suas Melissas, têm dezenas e até centenas de produtos da marca de diferentes anos e coleções".

O Bob, fã da Vans, comprova na prática essa teoria. Além de ter uma coleção com mais de 300 pares de tênis, ele reconhece que já gastou "muito mais do que deveria" com calçados. Não que isso cause algum arrependimento: há alguns anos ele passou a investir também no sobrinho Dante, de 4 anos, que sempre ganha um par igual ao do tio para andarem combinando.

Todos são bem-vindos

Embora a sensação de pertencimento seja o principal ponto em comum entre as empresas que conquistam fãs, isso não significa que o perfil dos fanáticos é sempre o mesmo. Longe disso.

A Lacoste comprova a tese. As peças de alto padrão, famosas pelo logo de crocodilo, nasceram voltadas para tenistas. Uma tradicional camisa polo no site da loja, por exemplo, custa cerca de R$ 650.

Mas, ao longo dos 90 anos de existência, a marca passou a chamar a atenção de públicos que seus criadores jamais imaginariam. Nos últimos anos, em específico, a Lacoste virou objeto de desejo no universo do funk.

Mesmo que o cliente tradicional da marca tenha torcido o nariz, a empresa entendeu que o funk podia ser uma clientela importante para a empresa. Em maio, veio o primeiro sinal: para celebrar seu 90° aniversário, a marca lançou um espaço de experiências temporário para atrair a "comunidade Lacosteira", a Casa Lalá.

Foram diversas apresentações com artistas de funk, entre eles o cantor MC Hariel, que se tornou um de seus parceiros patrocinados. O Brasil foi o primeiro país a ganhar uma página regional da marca.

"O nosso objetivo sempre foi olhar com atenção para todos os públicos consumidores da marca, sem distinção. Claro, existem momentos que se ligam mais a um determinado público, mas sabemos equilibrar bem", afirma a Lacoste, em nota ao g1.

"Um exemplo disso é que no mesmo período em que realizamos a Casa Lalá, celebrando nossos 90 anos e a cultura urbana, proporcionamos também um evento para a final de Roland Garros, pilar que representa a herança da marca", prossegue.

Evento da Lacoste para fãs brasileiros, na Casa Lalá, contou com apresentação de MC Hariel para gerar identificação do público com a marca. — Foto: Torin Zanette

Evento da Lacoste para fãs brasileiros, na Casa Lalá, contou com apresentação de MC Hariel para gerar identificação do público com a marca. — Foto: Torin Zanette

Outra marca que nasceu do esporte, mas tem estratégia diferente, é a Tommy Hilfiger. Paulo Matos, diretor-geral da empresa no Brasil, afirma que a proposta da marca é a mesma desde sua origem, na década de 1980: "oferecer o clássico que se destaca".

Para ele, é justamente isso que segue atraindo clientes tão fiéis: a identificação com a proposta da marca, que não se altera (e nem quer) para se encaixar com o que está "viralizando" no momento.

Segundo o executivo, a Tommy desenvolve seus produtos "sempre olhando para a família, sem distinção de classes social ou cultura", de forma a criar um posicionamento de marca que corra de geração em geração. "A partir disso, qualquer público que se identificar é bem-vindo para a empresa".

Matos pontua, contudo, que a Tommy também faz uma curadoria para entender mais sobre seus principais tipos de fãs em cada país. Um exemplo: o atleta Paulo André Camilo virou embaixador da marca no Brasil, depois de participar do BBB 21.

Os pequenos também querem fãs

Os fãs também transformam o patamar de pequenos negócios. A empreendedora Luana Amy, de 21 anos, mudou completamente sua trajetória de vida com uma confecção própria, a LAs Clothing

A loja virtual foi lançada no Instagram em 2020, para levantar uma renda criando roupas. Além do design das peças, parte da diversão de Luana era pensar na estratégia de comunicação para vendê-las.

Ela fazia fotos com os modelos e postava em grupos do Facebook focados em moda. Quando alguém perguntava de onde era a peça, respondia com a página de sua loja.

Luana decidiu que sua empresa teria uma identidade, com peças atemporais e carregadas de um estilo mais básico e neutro. Segunda ela, as clientes sabem exatamente o que esperar de cada modelo da loja e é por isso que, muitas delas, se tornam fiéis.

Ela conta que cada lançamento é muito bem planejado com meses de antecedência e a empreendedora não tem o objetivo de criar nenhum produto "só porque está na moda".

"É algo que está no estilo delas e as clientes sabem que a LAs reflete essa personalidade. É como se a loja fosse uma das suas amigas", conta.

E essas "amigas" já trouxeram bons resultados financeiros: de outubro de 2020, quando a empresa nasceu, até outubro de 2022, o faturamento cresceu cerca de 500%, segundo a empreendedora.

Há vantagens, mas com desafios constantes

Todas as empresas com as quais o g1 conversou foram unânimes ao dizer que ter fãs é um fator muito positivo para a construção da marca. Não só: também para mantê-la relevante no quesito influência cultural e para um bom posicionamento de marca.

"Ter fãs e apaixonados pela marca é de grande valor e importância para nós. Essa paixão e lealdade impulsionam o negócio de maneira significativa, principalmente quando falamos sobre consciência de marca. Ter essa conexão com uma base realmente engajada é um dos nossos 'ativos' mais valiosos", destaca Pietro Giovanelli, da Vans.

Porém, para ter uma comunidade que passe de geração em geração, o maior desafio é manter a base de fãs engajada.

 "Precisamos estar constantemente inovando nossas formas de relacionamento com os fãs. É um grande desafio manter uma comunidade ativa, pois sabemos da relação passional e da necessidade de atenção que elas têm", pontua Raquel Scherer, da Melissa.

Luana Amy, da LAs Clothing, sentiu na pele como é lidar com esse desafio da decepção dos fãs. Em um dos últimos lançamentos uma das peças se esgotou em pouquíssimo tempo. Foi o suficiente para uma onda de reclamações das fãs.

Ela conta que, via de regra, sempre sobe os lançamentos no site da loja poucos minutos antes do horário marcado para garantir o bom funcionamento do e-commerce. Dessa vez, o produto se esgotou tão rápido que frustrou quem procurou no horário combinado.

"Elas se sentiram prejudicadas porque foi postado antes do horário oficial do lançamento, como se tivessem sido enganadas por alguém em quem confiam", conta Luana.

Mas há casos de repercussão (e prejuízo) muito maior: a marca de cervejas americana Bud Light perdeu o posto de mais vendida dos Estados Unidos em maio deste ano, depois de uma ação publicitária protagonizada por uma influenciadora transexual.

Houve uma onda de protestos e um boicote em série realizado por conservadores, principal público consumidor da marca. O desagrado dessa parcela de "fãs" veio com consequências: a redução de consumo da marca fez as ações da empresa despencarem cerca de 17% em uma semana na bolsa de valores.

 https://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2023/10/08/o-que-leva-o-consumidor-a-virar-fa-de-marca-e-quais-os-impactos-para-o-negocio.ghtml?UTM_SOURCE=mail&UTM_MEDIUM=share-bar-app&UTM_CAMPAIGN=materias

Galípolo afirma que Argentina tem problema de restrição de reservas, inclusive em yuan

Haddad anuncia economista Gabriel Galípolo como secretário-executivo do Ministério da Fazenda. — Foto: Arquivo pessoal, via Fespsp

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira, 9, em reunião do Conselho Empresarial de Economia da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que durante uns meses no início deste ano se discutiu muito sobre se a Argentina poderia fazer comércio internacional usando yuan, em vez de dólar, para fazer seus pagamentos além fronteira. Ele lembrou que a China é hoje o principal parceiro comercial da Argentina a quem foi ofertada uma linha de swap cambial para pagamentos de compras de produtos do gigante asiático.

“Para este caso, não resolveria o problema, porque o país está com problemas de restrição de reservas, inclusive usar o yuan para pagar as importações brasileiras não era uma solução para a restrição de reservas que a Argentina sofre ainda hoje”, disse Galípolo.

Por isso, conforme o diretor, foi discutido no começo do ano uma linha de crédito em reais ou em dólares das exportações brasileiras para a Argentina. “A questão lá está muito mais associada à conversão para honrar os pagamentos”, destacou.

O diretor salientou que o Brasil tem reservas em yuan e que, inclusive, o BC tem autorização para operar on shore dentro da China – um dos poucos que têm essa expertise.Ele lembrou que uma discussão ocorrida após a segunda guerra mundial dava conta de ter uma moeda de referência para o comércio internacional, mas o debate era sobre se deveria ser ou não uma moeda vinculada diretamente a um país.

De acordo com Galípolo, se a China desejar internacionalizar sua moeda – hipótese que, segundo ele, vale para países cuja economia aumentou de dimensão -, passará pelo dilema de perder o controle sobre sua moeda.

 

Claudia Goldin ganha Nobel de Economia por estudos sobre mulheres no mercado de trabalho


A economista americana Claudia Goldin ganhou o Nobel da Economia

A economista americana Claudia Goldin ganhou o Nobel da Economia (Crédito: Jonathan NACKSTRAND / AFP)

A americana Claudia Goldin foi agraciada, nesta segunda-feira (9), com o Prêmio Nobel de Economia por seus estudos sobre a evolução do papel das mulheres no mercado de trabalho.

A professora de Harvard, de 77 anos, terceira mulher a ganhar este prêmio, foi distinguida por “ter feito avançar nossa compreensão dos resultados das mulheres no mercado de trabalho”, anunciou o júri em Estocolmo.

“As pesquisas de Claudia Goldin nos deram uma visão nova e, com frequência, surpreendente sobre o papel histórico e contemporâneo das mulheres no mercado de trabalho”, acrescentou.

Em escala mundial, cerca de 50% das mulheres participam do mercado de trabalho, contra 80%, no caso dos homens. Elas ganham menos “e têm menos opções de chegar ao topo da carreira”, disse Randi Hjalmarsson, membro do comitê do Nobel.

“Claudia Goldin foi buscar nos arquivos e coletou mais de 200 anos de dados relativos aos Estados Unidos, o que lhe permitiu mostrar como e por que as diferenças de renda e na taxa de emprego entre homens e mulheres evoluíram com o tempo”, acrescentou Hjalmarsson.

No ano passado, o prêmio foi para Ben Bernanke, ex-presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA), e seus compatriotas Douglas Diamond e Philip Dybvig, por seus trabalhos sobre os bancos e seus resgates necessários em tempos de crise financeira.

Até então, apenas duas mulheres haviam conquistado o Prêmio Nobel de Economia: a americana Elinor Ostrom (2009) e a franco-americana Esther Duflo (2019).

– O prêmio mais jovem –

O Prêmio Nobel de Economia – como é conhecido o Prêmio de Ciências Econômicas do Banco da Suécia em Memória de Alfred Nobel, atribuído pela primeira vez em 1969 – é o único dos prêmios que não foi previsto no testamento do filantropo.

Ele foi somado, bem depois, aos cinco prêmios tradicionais – Medicina, Física, Química, Literatura e Paz -, o que lhe valeu o apelido de “falso Nobel”.

Em 1968, por ocasião de seu tricentenário, o Banco Central da Suécia, o mais antigo do mundo, criou um prêmio de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel, e pôs à disposição da Fundação Nobel uma quantia anual equivalente ao montante dos outros prêmios.

Para os vencedores deste ano, o cheque será de 11 milhões de coroas, o equivalente a quase um milhão de dólares (5,15 milhões de reais na cotação do dia).

O mais prestigioso dos Prêmios Nobel, o da Paz, foi atribuído na sexta-feira à ativista iraniana dos direitos humanos Narges Mohammadi.

As premiações de 2023 se completam com o dramaturgo norueguês Jon Fosse (Literatura); Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov (Química), por seu trabalho com nanopartículas; Anne L’Huillier, Pierre Agostini e Ferenc Krausz (Física), especialistas em movimentação de elétrons; e Katalin Kariko e Drew Weissman (Medicina), por seus trabalhos sobre a vacina de RNA mensageiro.

 

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