segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Republicanos buscam desesperadamente um presidente para a Câmara dos Representantes


O Congresso dos EUA, em Washington, 29 de setembro de 2023 - AFP

Os reflexos da ofensiva do Hamas em Israel chegaram ao Congresso dos Estados Unidos, onde os conservadores aceleraram suas negociações nesta segunda-feira (9) para escolher o presidente da Câmara dos Representantes, após a destituição de Kevin McCarthy.

A ausência de um presidente da Câmara baixa, declarada na terça-feira pelos apoiadores do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump em uma votação histórica, deixou as atividades parlamentares desta instituição em suspenso, em um momento em que muitos congressistas pedem o envio de ajuda a Israel.

Sem um presidente da Câmara dos Representantes, o Congresso também não pode votar um novo orçamento para o Estado federal ou decidir se fornece mais fundos para a Ucrânia.

– Scalise, Jordan… –

Os republicanos são maioria na Câmara desde janeiro, o que significa que eles têm a responsabilidade de escolher o presidente desta instituição.

No entanto, as fortes tensões entre os congressistas moderados e os apoiadores de Trump interferiram no processo e levaram à destituição de McCarthy em 3 de outubro.

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A ofensiva do movimento islamita palestino Hamas contra Israel no sábado aumentou a pressão para restaurar a ordem entre os conservadores.

Existem dois congressistas republicanos oficialmente competindo pela presidência da Câmara: de um lado, o líder do grupo Steve Scalise, um membro da extrema direita que está enfrentando o câncer.

Por outro lado, Jim Jordan, chefe da comissão judicial, que conta com o “total apoio” de Trump, pré-candidato às eleições de 2024.

– Ou McCarthy… –

Nesta segunda-feira, McCarthy, o ex-presidente destituído da Câmara, deixou a porta aberta para uma nova candidatura ao seu antigo cargo, apesar de ter descartado essa possibilidade na semana passada.

Diante da insistente pergunta se ele vai se candidatar novamente, o congressista pela Califórnia respondeu aos jornalistas: “É o grupo parlamentar que deve escolher”.

Em seguida, ele se gabou de sua experiência diplomática com Israel. Citou suas “inúmeras” viagens a Gaza, seu discurso em maio perante o Parlamento e suas ligações telefônicas com o presidente israelense, Isaac Herzog, as últimas delas “na semana passada”.

“Não podemos fazer nada sem um presidente” da Câmara, concluiu.

Vários de seus apoiadores o encorajaram a se candidatar novamente.

“Este período de caos e incerteza mostrou que foi um erro destituí-lo”, argumentou o congressista da Flórida Carlos Giménez na rede social X, antigo Twitter.

Para ser reeleito, McCarthy precisa do voto de um grupo de apoiadores de Trump, o que é difícil de obter.

Um punhado desses simpatizantes de Trump sugeriu até que o próprio ex-presidente dos EUA seja o candidato.

Uma proposta surpreendente, mas não impossível: tecnicamente, o presidente da Câmara não precisa ser congressista para ocupar o cargo.

Mas parece altamente improvável, especialmente porque as atuais regras republicanas proíbem que um candidato ocupe um cargo de liderança do grupo parlamentar caso for alvo de acusações judiciais, e Trump tem várias pendentes.

A liderança do Partido Republicano quer que os conservadores cheguem a um acordo antes de quarta-feira à noite.

 

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