O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 13, que o mundo atravessa um momento crítico e está enfrentando crise atrás de crise, o que chamou de “policrise”, ao discursar sobre a presidência do Brasil no G20 a contrapartes e presidentes de Bancos Centrais, em Marrakesh, no Marrocos. Ele defendeu a necessidade de uma nova e bem coordenada estratégia econômica global, o “multilateralismo do século XXI”.
“A economia mundial está num momento crítico. Em vez do triunfo da globalização e de uma ordem mundial liberal centrada no livre comércio, o que vemos hoje é uma crescente fragmentação geoeconômica e um multilateralismo ineficaz, para não falar de uma nova crise da dívida no Sul Global e uma catástrofe ambiental iminente”, disse Haddad.
Ao comentar a situação das regiões, disse que na África e na América Latina, taxas de crescimento moderadas tornam mais difícil resolver desigualdades sociais duradouras. Por sua vez, no Norte Global, os juros poderão permanecer mais elevados durante mais tempo e as perspectivas econômicas continuam ameaçadas por riscos geopolíticos e medidas econômicas unilaterais.
“Além de desafios globais abrangentes como esses, crises locais agudas exigem
respostas urgentes e decididas de vários governos e da comunidade internacional
como um todo”, disse Haddad.
Segundo ele, à medida que o mundo tropeça de crise em crise, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos em 2015, ficam mais distantes.
“O mundo está enfrentando uma ‘policrise’, para usar um conceito que está se
tornando cada vez mais popular”, destacou Haddad, citando a crise financeira de 2008, a pandemia e a guerra na Ucrânia.
Na sua visão, para fazer face aos efeitos econômicos desta “policrise”, o mundo precisa de uma nova e bem coordenada estratégia econômica global. O mundo precisa do que Haddad chamou de “multilateralismo do século XXI”.
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