sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Situação do Amazonas é ‘bastante perigosa’, diz Marina

Marina Silva: 'Tentativa de desmontar ministérios é desserviço'

SÃO PAULO, 13 OUT (ANSA) – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, admitiu nesta sexta-feira (13) que o Amazonas, na Floresta Amazônica, vive uma situação “bastante perigosa” por conta dos incêndios que cobriram a capital Manaus com uma nuvem de fumaça na última quinta (12).   

Em coletiva de imprensa, Marina afirmou que o estado contabilizava ontem 1.664 focos de calor, com destaque para os municípios de Autazes (141) e Careiro (110).   

“O que nós temos hoje é uma situação bastante perigosa. Temos uma estiagem bastante prolongada e muita matéria orgânica acumulada completamente ressecada”, disse a ministra, acrescentando que a crise é fruto de uma conjunção entre “mudança do clima e El Niño, provocando secas nos rios e uma série de consequências de natureza econômica, social e ambiental”.   

De acordo com Marina, o governo já tem cerca de 200 brigadistas no Amazonas para enfrentar os incêndios, e outros 100 estão a caminho. “Estamos com todo o nosso efetivo a todo vapor”, garantiu. 

A ministra ainda disse que há focos de chamas gerados por ateamento de fogo em propriedades particulares, mas também, “de forma criminosa”, em áreas públicas. Segundo ela, o desmatamento na Amazônia diminuiu quase 50% entre janeiro e setembro, e se a tendência anterior se mantivesse, a floresta “estaria vivendo um verdadeiro apocalipse”.   

Já ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, disse que as políticas de prevenção no Brasil foram “praticamente abandonadas” nos governos de Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019-2022). “Houve esvaziamento de recursos financeiros, orçamentários e de pessoas”, ressaltou. (ANSA).  

 

Pedido de clemência por crianças em Gaza e Israel feito por Lula repercute no mundo


Líder brasileiro estampa noticiário em todo o planeta e é retratado como figura central para o fim do morticínio. Brasil recupera sua importância global após anos ridicularizado

Pedido de clemência por crianças em Gaza e Israel feito por Lula repercute no mundo 
 
Ricardo Stuckert

Os jornais do mundo inteiro estampam seus noticiários nas últimas 24 horas com o fortíssimo pedido de clemência feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que crianças sejam poupadas do morticínio levado a cabo no conflito entre o grupo radical palestino Hamas e Israel.

Iniciada nas primeiras horas do último sábado (7), a nova escalada do enfrentamento, a mais violenta em décadas, colocou as crianças no centro de um drama. Dezenas foram assassinadas pelo Hamas nos ataques promovidos em kibutz e vilas do território Israelense, que ainda levou muitas delas como reféns para Gaza. Em contrapartida, os bombardeios indiscriminados realizados pelas IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) já deixaram mais de 400 crianças mortas no território palestino, devastado o tempo todo por mísseis disparados pelos caças supersônicos do Estado judeu.

“Quero fazer um apelo ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e à comunidade internacional para que, juntos e com urgência, lancemos mão de todos os recursos para pôr fim à mais grave violação aos direitos humanos no conflito no Oriente Médio. Crianças jamais poderiam ser feitas de reféns, não importa em que lugar do mundo. É preciso que o Hamas liberte as crianças israelenses que foram sequestradas de suas famílias. É preciso que Israel cesse o bombardeio para que as crianças palestinas e suas mães deixem a Faixa de Gaza através da fronteira com o Egito. É preciso que haja um mínimo de humanidade na insanidade da guerra. É urgente uma intervenção humanitária internacional. É urgente um cessar fogo em defesa das crianças israelenses e palestinas. O Brasil, na presidência provisória do Conselho de Segurança da ONU, se juntará aos esforços para que cesse de imediato e em definitivo o conflito. E continuará trabalhando pela promoção da paz e em defesa dos direitos humanos no mundo”, escreveu Lula em seu perfil oficial na rede ‘X’, o antigo Twitter. É válido lembrar que o Brasil ocupa temporariamente, neste mês de outubro, a presidência rotativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Um dos mais importantes veículos de imprensa do Estado judeu, o Times of Israel destacou a exortação feita pelo brasileiro e retratou ainda os esforços feitos pela diplomacia praticada pelo Ministério de Relações Exteriores, chefiado pelo chancelar Mauro Vieira, na busca para uma solução para o conflito. Quem também destacou a ações de Lula para tentar poupar as crianças na tragédia ocorrida no Oriente Médio foi a agência Reuters.

Outro jornal histórico e relevante de Israel, o Jesuralem Post, trouxe entre suas manchetes a proposta do líder brasileiro por um cessar-fogo por razões humanitárias, o que preservaria a vida dos pequenos inocentes que vivem em Gaza e no território israelense.

O maior jornal da Índia, o The Times of India, foi outro veículo de relevo internacional a dar destaque ao apelo feito pelo ex-sindicalista que se tornou a mais importante liderança política do Brasil de todos os tempos, frisando que Lula pretende uma paralisação nos ataques a Gaza para que um corredor humanitário seja estabelecido na fronteira com o Egito.

Já o espanhol El País traz em sua página na internet a repercussão de um telefonema do chanceler chinês Wang Yi para o assessor especial de assuntos internacionais de Lula, o ex-ministro e ex-chefe do Itamaraty Celso Amorim, destacando a importância do Brasil nesse âmbito. O país passou os últimos quatro anos, durante o governo do radical de extrema direita Jair Bolsonaro (PL), sendo ridicularizado na comunidade internacional pelas posições bizarras e conspiracionistas dos diplomatas insanos alinhados ao líder radical reacionário que controlaram a política externa brasileira.

Quem ainda repercutiu a proposta humanitária de Lula foi o britânico The Guardian, que em sua manchete sublinhou a fala do chefe de Estado do Brasil sobre “o fim da insanidade da guerra”. 

 

 https://revistaforum.com.br/global/2023/10/12/pedido-de-clemncia-por-crianas-em-gaza-israel-feito-por-lula-repercute-no-mundo-145748.html


FMI e BM são criticados por lentidão no combate à mudança climática


Ativistas seguram cartazes durante uma manifestação contra a mudança climática durante as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), em Marrakech, em 13 de outubro de 2023 - AFP

Várias ONGs criticaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), que se reuniram esta semana em Marrakech, acusando-os de não agirem com a rapidez necessária para enfrentar desafios como a mudança climática, apesar de suas promessas.

Durante a reunião anual do FMI e do BM no Marrocos, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, defendeu a necessidade de uma instituição maior e mais eficaz para “erradicar a pobreza em um planeta habitável”.

Entre as medidas apresentadas, Ajay Banga citou o Uruguai como exemplo: “se tornou o primeiro país a se beneficiar de uma taxa de juros reduzida como resultado direto do cumprimento das metas de desempenho climático”.

Banga afirmou, também, que espera obter “cerca de US$ 150 bilhões (R$ 757,3 bilhões, na cotação atual) em capacidade de financiamento adicional, nesta década”.

Há quem acredite, entretanto, que a agenda avança muito lentamente, diante da evolução da mudança climática.

“Estamos ainda na etapa de observação”, lamentou o diretor de campanha da ONG Avaaz, Óscar Soria, em Marrakech.

 

Brasil vai obter empréstimo de US$ 1 bilhão com ‘banco dos Brics’


A solenidade acontecerá em Marrakesh, no Marrocos, às margens das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial

A solenidade acontecerá em Marrakesh, no Marrocos, às margens das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Crédito: Arquivo / Agência Brasil)

O Brasil vai obter um empréstimo de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) com o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como “banco dos Brics”. O contrato deve ser assinado nesta quinta-feira, 12, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ex-presidente da República Dilma Rousseff, que lidera o NBD.

A solenidade acontecerá em Marrakesh, no Marrocos, às margens das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

O encontro acontece às 14 horas locais, 10 horas no Brasil.

Além do empréstimo para o Brasil, também estava previsto um financiamento para Aracaju.

No entanto, ainda não estaria certo de o contrato será assinado nesta quinta.

 

Em discurso de evento do G20, Haddad diz que mundo enfrenta uma ‘policrise’

Fernando Haddad – Wikipédia, a enciclopédia livre

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 13, que o mundo atravessa um momento crítico e está enfrentando crise atrás de crise, o que chamou de “policrise”, ao discursar sobre a presidência do Brasil no G20 a contrapartes e presidentes de Bancos Centrais, em Marrakesh, no Marrocos. Ele defendeu a necessidade de uma nova e bem coordenada estratégia econômica global, o “multilateralismo do século XXI”.

“A economia mundial está num momento crítico. Em vez do triunfo da globalização e de uma ordem mundial liberal centrada no livre comércio, o que vemos hoje é uma crescente fragmentação geoeconômica e um multilateralismo ineficaz, para não falar de uma nova crise da dívida no Sul Global e uma catástrofe ambiental iminente”, disse Haddad.

Ao comentar a situação das regiões, disse que na África e na América Latina, taxas de crescimento moderadas tornam mais difícil resolver desigualdades sociais duradouras. Por sua vez, no Norte Global, os juros poderão permanecer mais elevados durante mais tempo e as perspectivas econômicas continuam ameaçadas por riscos geopolíticos e medidas econômicas unilaterais.

“Além de desafios globais abrangentes como esses, crises locais agudas exigem

respostas urgentes e decididas de vários governos e da comunidade internacional

como um todo”, disse Haddad.

Segundo ele, à medida que o mundo tropeça de crise em crise, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos em 2015, ficam mais distantes.

“O mundo está enfrentando uma ‘policrise’, para usar um conceito que está se

tornando cada vez mais popular”, destacou Haddad, citando a crise financeira de 2008, a pandemia e a guerra na Ucrânia.

Na sua visão, para fazer face aos efeitos econômicos desta “policrise”, o mundo precisa de uma nova e bem coordenada estratégia econômica global. O mundo precisa do que Haddad chamou de “multilateralismo do século XXI”.

 

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Bolsas de NY fecham em alta, com contínuo alívio de Treasuries em dia de PPI e ata do Fed

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As bolsas de Nova York tiveram nesta quarta-feira, 11, o quarto dia consecutivo de ganhos, com aceleração na reta final do pregão, à medida que o alívio nos juros longos dos Treasuries se manteve após ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e dado de inflação ao produtor (PPI) um pouco acima do esperado.

No fechamento, o índice Dow Jones subiu 0,19%, a 33.804,87 o S&P 500 avançou 0,43%, a 4.376,95 pontos, e o Nasdaq ganhou 0,71%, com 13.659,68 pontos.

Pela manhã, o PPI não mudou as perspectivas dos investidores para a próxima reunião de política monetária do BC norte-americano.

A ata do Fed também veio sem grande novidades, mas segundo a Pantheon, aponta para uma possível pausa nos juros, que segue incerta diante de tantas mudanças no quadro. O quadro manteve a pressão sobre os rendimentos dos Treasuries na ponta longa, o que ajudou a desenhar o ambiente mais benigno.

“Por enquanto, o Fed encerrou a escalada e, se 2024 tiver uma recessão moderada, isso deverá permitir adiar os cortes nas taxas”, afirma o analista da Oanda Edward Moya. Nesta quarta, também, o CME consolidou probabilidade de pausa na alta de juros.

Ao longo do dia, também, os preços do barril de petróleo caíram, com sinais de que o conflito em Israel não se espalhou pela região.

A notícia derrubou as ações das petroleiras, com ações da Chevron caindo 3,26% e ConocoPhillips recuando 0,29%. Os papéis da ExxonMobil recuaram 3,60%, também influenciados pela notícia de que a empresa comprou a exploradora de óleo de xisto Pioneer Natural Resources.

FMI: imposto sobre carbono é essencial na política ambiental


(Arquivo) O logotipo do FMI em frente à sede da entidade em Washington, D.C., em 14 de abril de 2020 - AFP/Arquivos

Um imposto sobre o carbono, principalmente no caso das empresas que mais emitem, é um elemento central de qualquer política ambiental eficaz, combinado com medidas para evitar que a dívida pública dispare, explicou à AFP o chefe de políticas orçamentárias do Fundo Monetário Internacional (FMI), o português Vítor Gaspar.

“A tributação do carbono é, de longe, o instrumento mais eficaz e é um elemento muito importante de um conjunto de políticas que podem ser sustentáveis” para as finanças públicas, declarou Gaspar, ressaltando que, “se as emissões de carbono forem tributadas de forma adequada, a capacidade de obter financiamento do setor privado aumenta significativamente”.

Os Estados precisam ter outros recursos e incentivar o aumento do investimento privado, afirmou o FMI em seu relatório sobre política orçamentária (Monitor Fiscal), publicado nesta quarta-feira (11).

Caso contrário, a dívida pública, já particularmente elevada em praticamente todo o mundo, poderá aumentar até 45%, ou 50% ,do PIB até 2050.

Se for implementada uma política ambiental que inclua um imposto sobre o carbono, as consequências nas finanças públicas a longo prazo serão significativamente reduzidas, com uma dívida que aumentaria somente até 12%, ou 15%, do PIB no mesmo período – “o que é claramente mais sustentável”, segundo Gaspar.

Mas, para ser plenamente eficaz, o imposto sobre o carbono “deve ser acompanhado de outros instrumentos”, como subsídios específicos para ajudar as empresas na transição energética e apoiar as famílias mais vulneráveis, que seriam confrontadas com o aumento dos preços, especialmente da energia.

“Se continuarmos com as políticas atuais, não alcançaremos os objetivos do Acordo de Paris” sobre o clima, insistiu Gaspar.

O imposto sobre o carbono está ganhando popularidade: foi implementado em cerca de 50 países, e outros 20 consideram fazê-lo, segundo o relatório.

Ainda assim, o principal desafio é realizar a transição energética e lidar com o aumento do consumo de energia que ocorrerá nos países em desenvolvimento.

– “Rede de proteção” –

Para esses países, menos responsáveis pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa, o mais importante é garantir que seus cidadãos tenham acesso à eletricidade e erradicar a pobreza e as crises alimentares.

“A estratégia climática deve ser compatível não só com o acesso às tecnologias verdes e com a transição energética, mas também com um aumento maciço da produção de energia”, afirmou Gaspar.

Outro “desafio” dos governos, segundo Gaspar, são os aumentos das taxas de juros ditados pelos bancos centrais das principais economias para combater a inflação, que aumentam o custo de seus empréstimos nos mercados.

“O aumento das taxas de juros e dos custos de empréstimos […] é um problema real” que “afeta quase todos os países”, comentou o responsável, sublinhando que, para alguns países, os custos representam uma parte importante dos seus orçamentos, portanto suas capacidades de investimento diminuem consideravelmente.

O FMI espera convencer seus Estados-membros – sobretudo, as economias avançadas – a aumentarem suas capacidades de financiamento. Isso se daria, em especial, com uma reforma da distribuição das suas quotas, hoje distribuídas com base na participação de cada Estado no capital do Fundo.

A abordagem atual bloqueia parte dos fundos disponíveis aos países ricos, e o que a reforma pretende é aumentar as quotas de outros países sem afetar os direitos de voto no conselho de administração.

“É muito importante reforçar o papel do FMI na rede de proteção das finanças globais”, afirmou Gaspar, defendendo o aumento das distribuições do Fundo para financiamento.