Expectativa do Focus para a inflação (Crédito: REUTERS/Sergio Moraes)
A
expectativa para a inflação de 2023 oscilou para cima no Relatório de
Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 8. A projeção passou de
4,46% para 4,47%. Um mês antes, a mediana era de 4,51%. Para 2024, foco
da política monetária, a projeção seguiu em 3,90%. Há um mês, era de
3,93%.
Considerando
as 44 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana
para 2023 passou de 4,45% para 4,54%. Para 2024, por sua vez, a projeção
passou de 3,90% para 3,83%, considerando também 44 atualizações no
período.
Para
2025, que também está no foco das decisões do Copom, a projeção
continuou em 3,50% pela 24ª semana consecutiva – o que evidencia a
reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta
de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de
2026, a estimativa também seguiu em 3,50%, pela 27ª semana seguida.
As
estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro das
metas para a inflação. Para 2023, a mediana está abaixo do teto da meta
(4,75%), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo
terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as
expectativas estão dentro do intervalo e também superam o alvo central
de 3,0%.
O
Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em dezembro projeção de
3,5% para o IPCA de 2024, abaixo dos 3,6% da reunião anterior, de
novembro. Para 2025, seguiu em 3,2% no modelo. Para 2023, a projeção foi
atualizada de 4,7% para 4,6%. O colegiado reduziu a Selic pela quarta
vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual, para 11,75% ao ano.
Projeção suavizada
Os
economistas do mercado financeiro mantiveram no Relatório de Mercado
Focus desta semana a expectativa para a inflação suavizada para os
próximos 12 meses em 3,88%, de 3,91% há um mês.
Em junho do ano
passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho
Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá
editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de
2025, em substituição à atual meta-calendário.
No
dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para
publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. “Até
aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo
feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos
tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias”, disse
o ministro, em São Paulo.
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, disse ao Estadão/Broadcast
que a SPE já terminou a pesquisa sobre as experiências internacionais,
mas que ainda não houve apresentação para o restante da equipe econômica
nem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por editar
o decreto.
Na
avaliação do diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, uma
maior autonomia requer maior prestação de contas, mas a autoridade
monetária não antecipa nenhuma mudança na política monetária em função
da introdução da meta contínua.
Curto prazo
Os
economistas revisaram as expectativas de inflação de curto prazo no
Relatório de Mercado Focus de hoje. A mediana para dezembro de 2023
passou de 0,40% para 0,41%. Há um mês, a expectativa era de 0,45%. Para o
IPCA de janeiro de 2024, a estimativa passou de 0,36% para 0,37%, de
0,40% um mês antes. Já para fevereiro, a previsão para o indicador
passou de 0,64% para 0,65%, ante 0,58% de quatro semanas atrás.