segunda-feira, 4 de março de 2024

Produção brasileira de carne bovina deve atingir recorde de exportação, diz USDA

 Exportação de carne bovina bate recorde em julho, diz ...


São Paulo, 4 – A produção brasileira de carne bovina deverá alcançar 11,37 milhões de toneladas em equivalente carcaça (TEC) em 2024, de acordo com a representação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília (DF). O volume representa aumento de 4% ante o ano passado, de 10,95 milhões de toneladas. A projeção considera o aumento do abate de gado, melhores condições econômicas dos consumidores, além da competição menor no exterior e uma demanda externa sólida, especialmente da China, diz a agência.

O consumo doméstico de carne bovina deve ser de 8,5 milhões de toneladas em 2024, aumento de 4% ante 2023, estima o USDA em Brasília. A previsão é baseada no aumento da disponibilidade de carne bovina no mercado doméstico, em virtude do aumento das taxas de abate e de uma melhoria – embora lenta – no cenário econômico, com preços relativamente mais baixos na primeira metade do ano.

Principal exportador global, o Brasil deve embarcar em 2024 um volume recorde de 2,955 milhões de toneladas de carne bovina, alta de 2%, representando 26% de toda a produção, segundo o USDA. A estimativa considera o aumento da produção de carne bovina, a forte demanda externa – especialmente da China e dos Estados Unidos – e os desafios enfrentados pelos concorrentes estrangeiros.

“A previsão é que as exportações para a China atinjam o pico na segunda metade de 2024 por causa dos preparativos para o Ano Novo Chinês, que em 2025 será celebrado em 29 de janeiro”, avalia a agência. Além disso, espera-se que a abertura de novos mercados traga “mais diversificação ao mercado de exportação”, a fim de diminuir a dependência do mercado chinês.

Suínos

O Brasil deverá produzir 4,68 milhões de toneladas (TEC) de carne suína em 2024, de acordo com estimativa da representação do USDA, em Brasília (DF). O volume representa aumento de 4%, na comparação anual, como resultado do aumento do abate, redução do custo de alimentação e investimentos realizados para aumentar a produção, segundo a agência. Contudo, o volume fica abaixo da projeção anterior de 4,88 milhões de toneladas, por causa da preocupação com os preços e a disponibilidade de ração, além das condições econômicas lentas, acrescenta.

O USDA prevê um aumento de 4% no consumo doméstico de carne suína em 2024, para 3,18 milhões de toneladas em equivalente carcaça. Isso deve ocorrer em virtude da maior disponibilidade de carne suína no mercado interno e preços mais baixos para os consumidores, “o que tornou a carne suína mais competitiva em 2023 em comparação com outras fontes de proteína”, segundo a agência.

Quanto às exportações, a expectativa é de aumento de 6% em 2024 em relação ao ano anterior, para 1,5 milhão de toneladas, segundo o USDA, representando 32% de toda a produção. A previsão se baseia no aumento da disponibilidade de carne suína, boa demanda externa, aumento nas compras de novos mercados, ampliação das exportações para consumidores existentes e no status sanitário do Brasil em comparação com seus concorrentes que enfrentam a Peste Suína Africana, especialmente na Europa, de acordo com o relatório.

Conforme dados oficiais do USDA, a China importará 2,25 milhões de toneladas de carne suína em 2024. No ano passado, o Brasil ultrapassou a Espanha e se tornou o maior exportador do produto para o país asiático.

Campos Neto: parcelamento de dívida de cartão foi um dos temas mais difíceis enfrentados no BC

 Roberto Campos Neto – Wikipédia, a enciclopédia livre


O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira que o tema do parcelamento sem juros dos cartões de crédito é um dos temas mais difíceis que ele já enfrentou no BC. Ele fez esta afirmação mais cedo ao ser perguntado durante evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) sobre os resultados das reuniões que a autarquia fez para tratar do fim do parcelamento sem juro dos cartões de crédito.

Para a entidade, é fundamental para o comércio que seja mantido o instrumento do parcelamento sem juros para que o varejo continue vendendo.

“Costumo dizer que esse foi um dos temas mais difíceis que enfrentei no Banco Central porque ele é de difícil solução, compreensão, de difícil análise e gente precisa pensar qual vai ser a solução curto prazo, de médio prazo e estrutural de longo prazo”, disse o banqueiro central.

Ele lembrou que problema começou com a identificação o juro e a inadimplência no rotativo dos cartões de crédito estavam muito altos. E, alguns casos, continuou Campos Neto, havia uma inadimplência acima de 60%.

“Não existe produto financeiro que funcione com uma inadimplência de 60%”. A primeira análise que a gente mostrou que o número de parcelas não tinha subido tanto para justificar a inadimplência, mas que o bolo do parcelamento sem juro enquanto instrumento de crédito havia subido muito em relação ao sistema de crédito como um todo.

“A segunda coisa que a gente viu foi que o número de cartões havia crescido muito. Um terceiro fenômeno percebido foi o de que havia tido um aumento muito grande do limite dos cartões e para gente que estava endividado”, disse o presidente do BC acrescentando que a conclusão foi a de que precisa ter uma coisa mais equilibrada pela frente.

Isso, de acordo com Campos Neto, melhorou um pouco com a decisão do Congresso de que a dívida do cartão de crédito não pode ser mais que o dobro da divida principal.

“Isso faz com que para as dívidas de longo prazo melhores um pouco, mas é importante mencionar que no cartão de crédito não tem endividamento de longo prazo. As pessoas geralmente ficam muito tempo. Então, como a limitação era juros sobre o principal no prazo de um ano, isso não afetava tanto o juro de curto prazo. Quando a gente pega o juro efetivo caiu, mas não muito”, explicou Campos Neto.

Então, segundo ele, é preciso ainda costurar este assunto e ver como deixar em uma forma equilibrada. “Mas a gente não tem uma solução hoje, pelo menos temos uma identificação dos problemas.”

Presidente do AIIB fala que banco da Ásia está pronto para fornecer grandes recursos no Brasil

 Brasília 04/03/2024, O presidente Lula recebe o Presidente do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (Asian Infrastructure Investment Bank – AIIB), Jin Liqun. Foto: Ricardo Stuckert/PR


O presidente do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB), Jin Liqun, disse depois de reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que o órgão está pronto para fornecer “grandes quantias” para projetos no Brasil. Mencionou estradas, ferrovias, portos e aeroportos, principalmente os que liguem o Brasil ao Oceano Pacífico – uma forma encurtar a viagem de produtos brasileiros rumo à China.

“Temos só três projetos, um montante de US$ 350 milhões, que é muito pouco. Prometemos fazer mais para melhorar a conectividade com a Ásia, o poderá ser um grande ganho para o Brasil nos próximos anos”, disse o presidente do AIIB. “Prometemos que podemos fazer projetos amplamente definidos como infraestrutura, como estradas, ferrovias, aeroportos, portos, renováveis, transmissão. Qualquer coisa que seja importante para esse país seria nosso trabalho”, afirmou.

Ele também citou, em abstrato, projetos para mitigar efeitos de mudanças climáticas.

“Estamos prontos para prover grandes montantes de recursos para o País”, disse Jin Liqun.

Ele afirmou que não discutiu obras específicas com Lula, mas que se houver bons projetos o banco poderá financiar.

O executivo falou a jornalistas no Palácio do Planalto. Além de Lula, também participaram da reunião o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), Dilma Rousseff.

Feirão Serasa e Desenrola quer limpar o nome de 72 milhões de brasileiros

 


Lançado nesta segunda-feira, 4, e com duração até 28 de março, o 1º MegaFeirão Serasa e Desenrola promete ajudar brasileiros a quitar dívidas com descontos de até 96%. Promovido pela Serasa em parceria com o Ministério da Fazenda e os Correios, o inédito mutirão emergencial de renegociação de dívidas oferece ofertas variadas, seja online para o Brasil todo nas plataformas da Serasa – site e app – ou presencialmente em São Paulo, no Palácio dos Correios (Praça Pedro Lessa, s/n – Centro Histórico).

Em janeiro, o Brasil registrou 72 milhões de inadimplentes (43,91% da população), de acordo com o Mapa de Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa. Durante o período, o valor total das dívidas chegou a R$ 382,8 bilhões, com média de R$ 5.311,96 por pessoa endividada.

O levantamento também identificou que o público de 41 a 60 anos é o grupo que mais acumula débitos (35%), seguido pelos consumidores de 26 a 40 anos (34,2%) e pelos que têm mais de 60 anos (18,8%). Já as pessoas de até 25 anos são as que menos têm dívidas (12%).

Rio de Janeiro, Mato Grosso e Distrito Federal são as unidades federativas com maior representatividade de inadimplentes, com 53,46%, 52,60% e 52,41% da população adulta endividada, respectivamente. Piauí, Santa Catarina e Maranhão, por sua vez, registraram as menores médias: 35,59%, 37,01% e 38,93%, respectivamente.

Na tabela abaixo estão o número e a representatividade de inadimplentes em todos os Estados:

 

A capital com o maior valor em débitos é São Paulo, onde os consumidores devem mais de R$ 30 bilhões. Rio de Janeiro (R$ 17,3 bilhões) e Brasília (R$ 9 bilhões) aparecem na sequência.

O estudo da Serasa mostra ainda que o segmento de bancos e cartões é responsável pela maior parte das dívidas no Brasil (29,37%). Em seguida, destacam-se as Utilities – contas básicas de água, luz e gás – (23,09%), instituições financeiras (16,76%) e varejistas (10,95%).

 

 https://istoedinheiro.com.br/feirao-serasa-e-desenrola-quer-limpar-o-nome-de-72-milhoes-de-brasileiros/

Estudo mostra o quanto a dengue pode custar para o PIB de 2024

 


O Brasil vive uma epidemia de casos de dengue, com mais de 1 milhão de casos confirmados em 2024. O número de casos mais que triplicou em comparação com 2023. 

Além de ser um problema de saúde pública, a doença também pode afetar a economia do país em 2024. Estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) aponta que o aumento dos casos de dengue pode impactar em até R$ 12 bilhões a economia nacional. 

Um dos principais dados é de que seis a cada dez infectados são trabalhadores. 

De acordo com o estudo, o Brasil enfrenta o risco de uma queda de até R$ 7 bilhões em seu Produto Interno Bruto (PIB) devido à redução da produtividade causada pelos efeitos dessas doenças. Além disso, os custos relacionados ao tratamento podem atingir a marca de R$ 5,2 bilhões. Esse impacto econômico tem o potencial de resultar na perda de mais de 129 mil postos de trabalho, comprometendo a geração de cerca de R$ 2,1 bilhões em massa salarial. 

Segundo João Gabriel Pio, economista-chefe da FIEMG, os gastos com tratamento seriam suficientes para subsidiar o programa Bolsa Família para mais de 716 mil famílias. “Os custos com a saúde não são o único obstáculo”, explica Pio. Segundo ele, “o absenteísmo, decorrente do afastamento do trabalho, acarreta prejuízos significativos para a atividade econômica”.

Juliana Gagliardi, que integra o time de economistas da federação, diz que “é urgente a necessidade de políticas públicas eficazes no combate às arboviroses, não apenas para proteger as pessoas, mas também para reduzir os impactos econômicos atrelados a essas doenças”.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Haddad diz esperar retomada das discussões sobre acordo Mercosul-UE no 2º semestre

 Fernando Haddad | Agência Brasil


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 1º, que espera pela retomada das discussões entre o Mercosul e a União Europeia (UE) no segundo semestre.

“Eu penso que a discussão da União Europeia com o Mercosul vai ser retomada no segundo semestre. Eu penso que a poeira vai baixar um pouco e os negociadores vão voltar para a mesa”, disse o ministro acrescentando que um acordo ente os dois blocos vai ajudar a economia brasileira, especialmente o setor agrícola.


Governo endossa Fiagro para reestruturar dívida de produtor

 


Proposta foi apresentada pela Câmara de Modernização do Crédito e Instrumentos de Gestão de Risco do Agronegócio do Ministério da Agricultura 
 

Alexandre Inacio 

 

O Ministério da Agricultura deu sua bênção para que o mercado financeiro comece a estruturar Fiagros que ajudem no processo de reestruturação das dívidas dos produtores. O sinal verde vem na esteira do crescente número de pedidos de recuperação judicial no agronegócio.

“Quanto mais crédito privado houver, melhor para o governo e para o setor. Quanto mais pudermos contribuir para que os Fiagros possam avançar, melhor para nós”, disse Neri Geller, secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura.

A tese da nova modalidade nasceu dentro da Câmara de Modernização do Crédito e Instrumentos de Gestão de Risco do Agronegócio, com o suporte do Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio (IBDA). A ideia é que o novo instrumento evite a judicialização provocada pelos pedidos de RJ.

 

Neri Gelller, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura

 

Na prática, o novo instrumento carregaria o endividamento do produtor usando a atual estrutura do Fiagro. Batizado de Reorg, o Fiagro de dívida rural reuniria os credores – revendas, fornecedores de insumos, bancos, entre outros – do produtor endividado como cotistas do fundo.

A propriedade, tradicionalmente dada como garantia na tomada de crédito, seria transferida como patrimônio do Fiagro. Os credores se transformariam em cotistas do fundo, na proporção do crédito cedido. 

Já o produtor, passaria a ser um arrendatário, pagando os dividendos com a produção. Ao final do prazo estipulado para o resgate, ele teria o direito de recomprar as cotas e reaver sua fazenda, além de se manter na atividade, adimplentes e com acesso a crédito.

Segundo o advogado Renato Buranello, presidente do IBDA, o foco da nova modalidade não seria a listagem em bolsa. O Fiagro Reorg ficaria restrito a investidores institucionais, que poderiam comprar as cotas dos credores no mercado secundário, liberando espaço no balanço das empresas.

Sem dar detalhes, Buranello disse que já existem iniciativas da nova modalidade sendo estruturadas. Além disso, o advogado lembrou que o Fiagro de dívida já está coberto pela regulamentação vigente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

“A recuperação judicial é a alternativa menos importante e que menos apoiamos. Temos um problema pontual e vamos sobreviver, com muita força”, disse Geller.

 

 https://www.infomoney.com.br/business/governo-endossa-fiagro-para-reestruturar-divida-de-produtor/