segunda-feira, 18 de março de 2024

PicPay anuncia primeiro fundo de investimento exclusivo do app, com gestão da WHG

 

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O PicPay anunciou nesta segunda-feira, 18, que passa a oferecer com exclusividade um fundo de fundos (FoF, na sigla em inglês) que investe em produtos de gestores renomados do mercado. Com gestão da Wealth High Governance (WHG) – casa independente de gestão de ativos e fortunas, com R$ 40 bilhões sob gestão – o fundo é o primeiro exclusivo do aplicativo do PicPay e tem aplicação mínima a partir de R$ 100.

O lançamento é mais um passo na expansão da unidade de negócios de investimentos do PicPay, lançada em agosto, e que já reúne aplicações de renda fixa, como CDBs, LCIs e LCAs, além de outros fundos e produtos alternativos.

“Este é o nosso pontapé para democratizar o acesso a investimentos de elite, sem perder a vantagem de aplicar de um jeito simples e fácil em produtos de gestores renomados do mercado”, afirma Patricia Whitaker, executiva de investimentos do PicPay.

O PicPay destaca que o principal diferencial é o investimento mínimo inicial, uma vez que para aplicar separadamente em cada um dos fundos que compõem a carteira seria necessária a classificação de investidor qualificado (com R$ 1 milhão ou mais investidos) em alguns casos e o aporte mínimo de aproximadamente R$ 27 mil. A empresa informou não abrir os nomes dos fundos do FoF.

Voltado para investidores com perfil moderado, o fundo tem taxa de administração de 1,5% ao ano e taxa de performance de 20% sobre o que exceder o CDI.

BCs devem seguir priorizando combate à inflação até retomada da estabilidade, diz líder do BIS

 

Agustin Carstens Ceo Bank International Settlements Foto ...

O gerente-geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS), Agustín Carstens, afirmou nesta segunda-feira, 18, que a política monetária deve seguir priorizando o combate à inflação até que a estabilidade de preços seja definitivamente alcançada. “A construção da resiliência exigirá que os formuladores de políticas apliquem uma combinação de políticas apropriada e as comuniquem de forma eficaz”, disse, em evento na Universidade de Frankfurt.

Carstens, no entanto, reconheceu que nem mesmo essa postura pode ser suficiente para assegurar a estabilização da economia.

Na visão dele, para garantir um crescimento econômico sustentável, os governos devem redescobrir o apetite por reformas estruturais que “tem estado ausente há muito tempo”.

O líder do BIS defendeu a importância de se preservar a confiança nos formuladores de político, como uma forma de permitir a eficácia das políticas. Mas apenas esperar que as autoridades implementem suas agendas é pouco, no entendimento dele.

“A construção de economias e sistemas financeiros resilientes e robustos é a melhor forma de garantir que as políticas permanecem eficazes, para que eles possam ser implantadas quando são mais necessárias”, concluiu Carstens.

Fisker informa financiamento de US$ 150 milhões e pausa nas produções por 6 semanas

 Fisker assina acordo com montadora do iPhone para fabricar ...


A startup de veículos elétricos Fisker anunciou que obteve o “compromisso de financiamento” de um de seus investidores para levantar até US$ 150 milhões. A empresa também informou que pausará sua produção por seis semanas a partir de desta segunda-feira, 18, para “alinhar níveis de estoque e progredir em suas iniciativas estratégicas e de financiamento”.

As notícias, que constam em comunicado à imprensa e em informe publicado junto com a Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos), ocorrem em meio aos relatos de que a Fisker estaria em dificuldades e estudando pedir recuperação judicial.

Solidão ameaça à democracia, afirma estudo

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Pesquisa realizada na Alemanha sugere que solitários têm mais propensão a aderir a ideias antidemocráticas, autoritárias e populistas e a crer em teorias da conspiração.A solidão é frequentemente descrita como uma pandemia silenciosa na Alemanha. Os números mais recentes do Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) indicam que uma em cada seis pessoas com mais de dez anos de idade se sente solitária com frequência, o que corresponde a cerca de 12,2 milhões de pessoas.

A solidão é definida pelos psicólogos como uma discrepância percebida entre as relações sociais desejadas e as reais, e é diferente do isolamento social. As estatísticas mostram que, na Alemanha, os jovens são os mais afetados. Um quarto dos jovens adultos entre 18 e 29 anos diz que se sente solitário com frequência.

A ministra alemã da Família, Lisa Paus, descreveu a solidão como uma das questões mais urgentes de nosso tempo, não apenas por causa dos riscos associados à saúde – incluindo um risco maior de doenças cardíacas, derrames, demência e depressão –, mas também porque ela enfraquece a coesão social.

O estudo Extrem Einsam (extremamente solitário) – parte do projeto Kollekt, financiado pelo governo alemão – sugere que a solidão também pode representar uma ameaça à democracia. Os pesquisadores descobriram uma ligação entre a solidão e atitudes antidemocráticas, como inclinação para: populismo, crença em teorias da conspiração, atitudes autoritárias, aprovação da quebra de regras políticas e da violência.

Democracia depende de participação

“Essas não são conexões causais, mas há uma correlação”, disse Claudia Neu, socióloga e uma das autoras do estudo. Aqueles que experimentam a solidão por um longo período de tempo começam a perceber o mundo de forma mais negativa, como sendo mais sombrio e ameaçador – elas confiam menos nas outras pessoas e também em seu ambiente e nas instituições democráticas.

Isso é um problema, de acordo com Neu, porque a democracia prospera com a participação, e o apoio à democracia depende da intensidade com a qual os indivíduos se sentem conectados à sociedade como um todo.

“É claro que o desejo de comunidade ainda é muito forte, simplesmente está profundamente enraizado em nós o fato de que provavelmente não conseguimos sobreviver bem sem os outros”, disse ela. ” E os partidos populistas de direita ou extremistas de direita oferecem um senso de comunidade e, ao mesmo tempo, essa narrativa de medo: 'Junte-se a nós, então você fará parte da nossa comunidade'.”

Apenas um dos vários fatores de risco

Gabriela Grobarcikova, de 25 anos, disse que tinha 15 anos quando se sentiu solitária pela primeira vez. “Eu me sentia distante das outras pessoas, com a sensação de que havia muita gente ao meu redor mas faltava a sensação de uma conexão real”, disse ela.

Grobarcikova afirma que não tinha uma vida familiar estável e achava difícil manter amizades duradouras, mas encontrou um senso de conexão por meio da política. Ela atribui à ligação de seus pais com a política de centro-esquerda como uma das razões pelas quais não desenvolveu visões antidemocráticas ou extremistas.

“A solidão é um estado em que há um desejo forte e insatisfeito de comunidade, e eu encontrei isso por meio do engajamento político e do ativismo. Felizmente, encontrei isso em círculos políticos social-democratas baseados na comunidade local”, disse Grobarcikova, que agora trabalha em uma organização sem fins lucrativos para promover o envolvimento democrático nas escolas.

O estudo da Kollekt constatou que a dúvida sobre a democracia é generalizada entre os jovens. Dos 1.008 jovens entre 16 e 23 anos pesquisados, menos da metade (48%) acha que o sistema democrático funciona bem na Alemanha e menos ainda (40%) acredita que os políticos são capazes de enfrentar os desafios do futuro.

Entretanto, não há evidências empíricas que sugiram que os jovens de hoje tenham opiniões politicamente mais extremas do que as gerações anteriores, de acordo com Björn Milbradt, sociólogo e especialista em radicalização entre jovens do Instituto Alemão da Juventude.

“Atualmente, existe a impressão de que os jovens estão se tornando cada vez mais radicais. Mas eu pediria cautela. Sempre houve movimentos radicais ou extremistas de jovens ou movimentos de jovens”, disse Milbradt, referindo-se à onda de violência extremista de direita que ocorreu após a reunificação alemã no início da década de 1990 e ao movimento estudantil da Alemanha Ocidental de 1968.

“O que a pesquisa comprovou é que a probabilidade de um jovem se radicalizar depende de vários fatores, não apenas da solidão”, ressaltou Milbradt. O histórico socioeconômico, a vida familiar instável, a falta de habilidades de pensamento crítico e a exposição a atitudes misantrópicas também podem ter um papel importante.

“Não existe apenas um fator. Acho que é muito importante enfatizar isso porque, no debate público, muitas vezes há uma tendência de ver a radicalização de uma forma muito unidimensional, de que o TikTok seja um dos principais fatores que radicalizam os jovens”, explicou.

Educação e participação no processo democrático

“É importante estar atento à questão do extremismo entre os jovens”, alertou Milbradt, apontando para a pesquisa Shell Jugendstudie de 2019, que constatou que cerca de um terço dos jovens na Alemanha tem uma tendência ao populismo de direita em suas atitudes.

“Esse foi um resultado muito alarmante e acho que ainda é”, disse. “Há resultados de eleições em que os populistas de direita da Alternativa para a Alemanha (AfD) obtém uma porcentagem muito significativa de jovens. Nesse sentido, esses são sinais de alerta que continuamos recebendo.”

No que diz respeito aos jovens, o combate à solidão é apenas uma parte de uma gama mais ampla de soluções necessárias para evitar que eles desenvolvam visões extremistas, de acordo com Milbradt. A educação política e cívica nas escolas, a conscientização sobre a história do passado nazista da Alemanha e sobre a importância de uma participação ativa no processo democrático também são fundamentais.

Os autores do estudo também disseram que os políticos e os grupos da sociedade civil precisam tornar a educação política acessível a todos e criar mais oportunidades para que os jovens participem do processo democrático.

 

 https://istoedinheiro.com.br/solidao-ameaca-a-democracia-afirma-estudo/

Lava Jato destruiu 4,44 milhões de empregos, aponta estudo

 


Ato em apoio à Lava Jato em frente ao edifício da PGR em Brasília

 

A operação que prometia combater a corrupção no setor de petróleo e

 gás custou caro à economia e deixa o desafio da reconstrução de setores . A Lava Jato resultou na destruição de 4,44 milhões de empregos entre 2014 e 2017 e reduziu o Produto Interno Bruto (PIB) em 3,6% no mesmo período. De 2015 a 2018, as maiores construtoras brasileiras perderam 85% da receita.

As conclusões constam de dois estudos que analisaram o impacto econômico da Lava Jato, que completa 10 anos. O primeiro, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), rastreou os efeitos de 2014 a 2017 dos setores afetados diretamente e indiretamente pela operação. O segundo, das universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), mensurou as consequências sobre as construtoras e a indústria pesada.

O estudo da UFRJ e da Uerj estimou em R$ 142 bilhões as perdas nos setores de construção civil, indústria naval, engenharia pesada e indústria metalmecânica. Os efeitos, no entanto, vão além dos segmentos diretamente investigados pela operação e que tiveram de fechar delações premiadas e acordos de leniência.

Segundo o Dieese, dos 4,44 milhões de postos de trabalho perdidos, 2,05 milhões ocorreram nos setores e nas cadeias produtivas diretamente afetadas pela Lava Jato. Os 2,39 milhões de empregos restantes foram destruídos em setores prejudicados pela queda da renda e do consumo, como comércio, transporte e alimentação.

Menos emprego e renda se traduzem em investimentos menores. O estudo do Dieese estima que a Lava Jato reduziu os investimentos públicos e privados em R$ 172,2 milhões entre 2014 e 2017. O segmento mais atingido foi a construção civil, com perda de R$ 35,9 bilhões, seguido por comércio (R$ 30,9 bilhões); extração de petróleo e gás, inclusive setores de apoio (R$ 29,2 bilhões); atividades imobiliárias (R$ 22 bilhões); e intermediação financeira, seguros e previdência complementar (R$ 17,5 bilhões).

“Nosso estudo abordou o impacto em cadeia, porque os setores da economia são interligados e perdas em um segmento podem transbordar para toda a economia”, explica o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior. A entidade usou a técnica de matriz insumo-produção, que registra os fluxos de bens e serviços e demonstra as relações intersetoriais dentro do sistema econômico de um país.

Impostos

Com a destruição de postos de trabalho, a massa salarial caiu R$ 85,4 bilhões de 2014 a 2017. Uma economia que emprega, investe e produz menos paga menos impostos. No período analisado, o governo deixou de arrecadar R$ 47,4 bilhões em tributos e R$ 20,3 bilhões em contribuições para a Previdência Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O diretor do Dieese acrescenta que os efeitos da Lava Jato não se manifestaram apenas no encadeamento dos setores, mas com a desestruturação de tecnologias na cadeia produtiva de petróleo e gás e na construção civil que fariam a economia brasileira evoluir no médio e no longo prazo.

“No meio de tudo isso, a gente perdeu também o que chamamos de inteligência de engenharia. Os engenheiros não desapareceram, estão aí, mas as grandes equipes foram desmontadas. Mesmo com o investimento chegando, levará um tempo para reconstituir essas equipes. Talvez algumas nem sequer consigam ser remontadas porque a Lava Jato deixou um legado de desorganização da nossa indústria de infraestrutura”, diz.

Reconstrução

No décimo aniversário da Lava Jato, a reestruturação dos segmentos afetados pela operação representa o maior desafio. Mesmo com a recuperação da economia brasileira e com as promessas de investimento e de diversificação de atividades na Petrobras, a falta de investimentos nos últimos anos prejudicou a estatal.

“Por causa da Lava Jato, a Petrobras, a partir do governo [do ex-presidente] Michel Temer, concentrou-se na atividade primária, a extração de petróleo e gás, deixando de lado investimentos no refino e em tecnologia para privilegiar a maximização de lucro por acionista. A empresa passou a se orientar por uma perspectiva de gerar lucros no curto  prazo e distribuir para os acionistas”, explica o professor Luiz Fernando de Paula.

Segundo o professor da UFRJ e da Uerj, a Petrobras ainda tem chances de recuperar o planejamento de longo prazo, ao investir na transição ecológica enquanto busca retomar a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujas obras foram interrompidas em 2015 por causa da Lava Jato.

“Uma coisa não impede a outra. A Petrobras pode modernizar o refino de combustível fóssil e pensar na transição para a energia limpa. A Petrobras está numa mudança, na forma de gestão, não acredito que vai haver um retorno ao modelo do primeiro governo Dilma [Rousseff], que nacionalizou as compras. Mas acho que dá para a empresa buscar um protagonismo maior dentro de uma perspectiva administrativa, na diversificação das suas atividades. Aí, tem um fator novo, importante”, diz.

Em relação à construção civil, o diretor do Dieese diz que o desmantelamento das maiores empreiteiras do país provocou danos permanentes para o setor. “É importante lembrar que os prejuízos para as empreiteiras não decorreram apenas de acordos de leniência e de bloqueios de bens, mas houve dano de imagem para todo um setor. A Odebrecht, por exemplo, quase faliu e mudou de nome”, ressalta.

A recente suspensão de acordos de leniência da Odebrecht, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), abre brecha para um processo de reerguimento da construção civil pesada, mas Fausto adverte que a reconstrução do setor levará décadas. “Esses acordos de leniência, em alguns casos, representaram uma pá de cal sobre várias dessas empresas. A suspensão de parte desses possibilita agora um processo de reconstrução, mas não é uma reconstrução simples”, avalia.

Os dois especialistas concordam que o grande problema da Lava Jato consistiu em não separar a punição de executivos das atividades das empresas investigadas. “A grande lição da Lava Jato é que não se pode expor pessoas e empresas midiaticamente da forma como aconteceu. Estamos falando de um processo jurídico, em que se devem guardar as devidas proporções porque as empresas foram muito mais punidas que as pessoas físicas, com as companhias tendo os nomes e as marcas jogadas no lixo”, critica Fausto.

“Na época da operação, não se dava a devida atenção para os efeitos econômicos, mas esses dados hoje estão bastante consolidados. As pessoas não se atentavam para os efeitos econômicos e sociais da Operação Lava Jato. A gente que tem de achar um jeito de punir os executivos, as pessoas, mas não castigar as empresas nem destruir empregos”, avalia Luiz Fernando, da UFRJ e da Uerj.

domingo, 17 de março de 2024

Natura vê melhores margens na Avon International enquanto estuda cisão

 


Como consequência das medidas de otimização operacional nos últimos dois anos, a Avon International mostrou evolução das margens. A margem Ebitda (sigla em inglês para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustada da unidade de negócios ficou em 11,3% no quarto trimestre de 2023, um aumento de 550 pontos porcentuais em relação ao mesmo período de 2022. A margem Ebitda é um indicador da rentabilidade operacional de uma empresa.

A potencial cisão da unidade de negócios da Natura &Co, para uma eventual listagem em separado, porém, não tem relação com a melhora das margens. A Natura &Co anunciou a possibilidade de uma cisão da Avon no começo de fevereiro. Os estudos estão em fases iniciais, explicou a companhia em coletiva, após a divulgação do balanço do último trimestre do ano passado.

No processo recente de mudanças na empresa, cada vertical ganhou mais autonomia, diz o CEO Fábio Barbosa. “Com isso, passamos a pensar que, se as unidades já estão independentes, por que elas não podem ter ações diferentes? Tem o investidor que quer investir na América Latina, mas na ação de Natura ele também tem exposição à Europa, Turquia. O estudo atual é pela ótica de conveniência ao investidor”, afirma. Ele aponta que o processo é ainda incipiente e ainda não há ideia de prazos. De qualquer maneira, o executivo afirma categoricamente que não há nenhum interesse em se desfazer da Avon.

O diretor financeiro Guilherme Castellan aponta que, ainda que as margens de Avon tenham melhorado, é muito difícil que a marca chegue ao patamar da marca Natura. “Vemos com bons olhos o trabalho que foi feito. Há grande potencial para maior extração de margem. Mas a Natura opera em segmento mais alto, vende produtos mais caros com margem bruta muito maior.”

Barbosa indica que, com uma condição um pouco mais confortável, a partir de agora haverá mais investimento em marketing para as marcas. “No caso da Avon International, isto será em alguns países, naqueles em que há maior potencial”, diz.

O plano de transformação na Natura começou há dois anos com a busca por maior eficiência. Esse objetivo vem sendo materializado, de acordo com a gestão, e o resultado do quarto trimestre de 2023 mostra isso. O processo está na chamada “Onda 2” de integração das marcas, após a aquisição da Avon em 2020. A companhia apresentou avanço sequencial na rentabilidade.

A margem Ebitda consolidada da Natura&Co ficou em 10,1% no trimestre passado, alta de 370 p.p. (ou +510 p.p. se excluído o efeito contábil da hiperinflação argentina). A melhora veio devido ao avanço da margem bruta e menores despesas gerais e administrativas, aponta o release de resultados da companhia.

Estrutura de capital

Castellan indica que a companhia vislumbra um ponto ótimo para estrutura de capital, que colocaria a alavancagem de uma vez a 1,5 vez de dívida líquida por Ebitda. “Não vamos chegar nisso da noite para o dia. As ações que tomamos no passado nos deram uma posição de caixa forte no final do ano. Temos prognóstico de geração de caixa no futuro. Isto já permite começar devagar a entrar na estrutura ótima de capital”, afirma.

Em linha com isto, a empresa anunciou dividendos referentes ao exercício social de 2023 no total de R$ 979,176 milhões.

Barbosa indica também que, com a condição um pouco mais confortável, a partir de agora haverá mais investimento em marketing para as marcas. “No caso da Avon Internacional, isso será em alguns países, naqueles em que há maior potencial”, diz.

Fitch projeta indicador de inadimplência estável em 2024 para grandes bancos, revela diretor

 


A dívida do Brasil está crescendo e não há trajetória clara de estabilização”, disse Todd Martinez, codiretor da equipe de ratings soberanos para as Américas da Fitch

O diretor sênior de Instituições Financeiras da Fitch Ratings, Claudio Gallina, afirmou que a agência espera que o indicador de inadimplência dos grandes bancos permaneça em 8,3% este ano, praticamente estável em relação aos 8,4% de 2023. “Vemos que o fluxo de entrada de créditos piores deve diminuir em 2024, apoiado em um nível de concessão de crédito mais restrito e nos grandes reconhecimentos de perdas”, afirmou.

Gallina disse que a recuperação de créditos deve ser um ponto de partida na qualidade de ativos e divergir entre os bancos, já que o perfil de crédito e apetite de risco é diferente entre eles.

Os comentários foram feitos na quinta-feira, 14, durante seminário online para discutir o relatório divulgado em fevereiro sobre quatro grandes bancos – Bradesco, Itaú, BTG Pactual e Banco do Brasil.

Ele mencionou ainda ter ouvido dos bancos comentários sobre redução na originação de consignado, linha mais barata em função de garantias, o que pode levar a uma busca das famílias por créditos mais caros e, potencialmente, aumentar o endividamento e prejudicar o indicador de inadimplência no futuro. “Mas hoje esse não é um ponto de atenção”, afirmou.

Gallina afirmou ainda que o rating para a qualidade dos ativos dos quatro bancos é BB, acima da matriz implícita, considerando o bom índice de provisionamento para Itaú, Bradesco e Banco do Brasil e para o BTG em função do mix de crédito, concentrado em large corporate.

“Cortes adicionais nos juros devem ajudar na capacidade de ‘repagamento’ dos tomadores e os bancos a ter um controle mais eficiente da qualidade dos ativos”, disse ele ainda.