O diretor sênior de Instituições Financeiras da Fitch Ratings, Claudio Gallina, afirmou que a agência espera que o indicador de inadimplência dos grandes bancos permaneça em 8,3% este ano, praticamente estável em relação aos 8,4% de 2023. “Vemos que o fluxo de entrada de créditos piores deve diminuir em 2024, apoiado em um nível de concessão de crédito mais restrito e nos grandes reconhecimentos de perdas”, afirmou.
Gallina disse que a recuperação de créditos deve ser um ponto de partida na qualidade de ativos e divergir entre os bancos, já que o perfil de crédito e apetite de risco é diferente entre eles.
Os comentários foram feitos na quinta-feira, 14, durante seminário online para discutir o relatório divulgado em fevereiro sobre quatro grandes bancos – Bradesco, Itaú, BTG Pactual e Banco do Brasil.
Ele mencionou ainda ter ouvido dos bancos comentários sobre redução na originação de consignado, linha mais barata em função de garantias, o que pode levar a uma busca das famílias por créditos mais caros e, potencialmente, aumentar o endividamento e prejudicar o indicador de inadimplência no futuro. “Mas hoje esse não é um ponto de atenção”, afirmou.
Gallina afirmou ainda que o rating para a qualidade dos ativos dos quatro bancos é BB, acima da matriz implícita, considerando o bom índice de provisionamento para Itaú, Bradesco e Banco do Brasil e para o BTG em função do mix de crédito, concentrado em large corporate.
“Cortes adicionais nos juros devem ajudar na capacidade de ‘repagamento’ dos tomadores e os bancos a ter um controle mais eficiente da qualidade dos ativos”, disse ele ainda.
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