domingo, 14 de abril de 2024

ONG diz que algodão de roupas da Zara e H&M pode ser fruto de desmatamento no Brasil

 O espremidíssimo novo logo da Zara


Um novo relatório da Organização Não Governamental (ONG) britânica Earthsight mostra ligações entre o algodão usado em roupas das redes Zara e H&M e terras com suspeita de grilagem e desmatamento no cerrado brasileiro. O insumo usado na produção dessas varejistas é certificado pela instituição de governança Better Cotton (BC), grupo de governança multissetorial que promove melhores padrões no cultivo de algodão em 22 países. A ONG considera ‘falhos’ os métodos de fiscalização dessa organização.

Integrantes da Earthsight passaram mais de um ano analisando imagens de satélite, decisões judiciais, registros de exportação e participaram de feiras comerciais globais, de maneira secreta, com o objetivo de rastrear quase um milhão de toneladas de algodão cultivado por alguns dos maiores produtores do Brasil. O insumo rastreado pela ONG foi destinado a fabricantes de roupas na Ásia que são fornecedores das duas maiores varejistas de moda do mundo.

A Earthsight rastreou desde 816 mil toneladas de algodão das fazendas investigadas até oito empresas asiáticas que produziram quase 250 milhões de peças de roupa e artigos para casa para as lojas globais da H&M da Zara e marcas irmãs: Bershka, Pull&Bear, entre outras.

A ONG pontua que todo o algodão rastreado pela Earthsight foi certificado como sustentável pela Better Cotton. A maioria dos produtos da H&M e Zara é feita com esse algodão certificado. E quase metade deste material vem do Brasil, segundo o relatório. No entanto, após as informações trazidas pela Earthsight, que ligam a origem desse insumo a suspeitas de grilagem de terras e desmatamento, uma investigação interna foi instaurada, disse a Better Cotton à ONG.

Em nota que data de 22 de setembro de 2023, a certificadora afirmou que, devido às questões estruturais em torno das reivindicações conflitantes de terras na região, reveladas pela investigação, são necessárias mais pesquisas para determinar se essas fazendas rastreadas pela ONG estão em conformidade com o “Better Cotton Standard”. “Contrataremos um auditor independente para realizar visitas de verificação reforçadas com foco nas áreas de risco destacadas no relatório. Nosso objetivo é concluir essas avaliações de terceiros nas próximas 12 semanas”, afirmou a BC na mesma nota.

Depois disso, as regras da BC foram atualizadas em 1º de março, mas ainda estão repletas de falhas, na visão da Earthsight, com conflitos de interesse e uma aplicação fraca. O algodão proveniente de terras desmatadas ilegalmente antes de 2020, por exemplo, ainda é certificado, mesmo com todos os indícios apontando que foi produzido em terra roubada de comunidades locais, afirma a Earthsight.

Questionada sobre a investigação pelo Broadcast, a Zara afirmou:

“Levamos as acusações contra a Better Cotton extremamente a sério e exigimos que a certificadora compartilhe o resultado de sua investigação o mais rápido possível. Além disso, solicitamos com urgência as providências tomadas pela Better Cotton para garantir a certificação de algodão sustentável nos mais altos padrões”

A resposta da Zara leva em consideração que a Inditex, dona da marca, não adquire algodão de forma direta. Esta matéria prima, usada por fornecedores para o desenvolvimento das peças da marca é regulamentada por organizações independentes que teriam de se certificar das boas práticas usadas em sua produção.

Para um dos investigadores da Earthsight, Rafael Pieroni, porém, é importante que, enquanto a Better Cotton não se mostra apta a garantir a procedência do algodão por ela certificado, as redes varejistas assuma a responsabilidade de rastrear sua cadeia produtiva. “Se a investigação foi conduzida por nós, com poucas pessoas, as grandes redes de varejo têm condições de rastrear suas cadeias”, disse ao Broadcast.

A H&M não respondeu ao contato da reportagem, mas à ONG, disse por meio de nota que “acolhe” o compromisso da Earthsight nestas questões e leva estas alegações extremamente a sério. “Estamos em contato próximo com o proprietário da certificação Better Cotton – que iniciou uma investigação completa sobre as alegações específicas”, diz a nota.

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) disse que iria se manifestar sobre as acusações. Em setembro, a Abrapa disse que não aprovava, nem emitia certificados e que também não descredenciava fazendas do programa ABR/Better Cotton, além de manifestar apoio a uma nova auditoria.

Abrapa e SLC Agrícola respondem às acusações da ONG britânica Earthsight

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) respondeu às acusações da Organização Não Governamental (ONG) britânica Earthsight que, nesta semana, publicou um relatório que afirma haver ligações entre o algodão usado em roupas das redes Zara e H&M e terras com suspeita de grilagem e desmatamento no Cerrado brasileiro. Na resposta, a Abrapa diz que leva as alegações a sério e que está comprometida em “tratá-las com a máxima urgência, transparência e integridade”. “A Abrapa condena inequivocamente quaisquer práticas que prejudiquem a conservação ambiental, violem os direitos humanos ou prejudiquem as comunidades locais”, afirma o documento.

Segundo a entidade, a investigação da Earthsight é de conhecimento da associação desde setembro de 2023, quando a ONG procurou os representantes da cadeia produtiva no Brasil para falar sobre as alegações. “Sem demora, a Abrapa, em colaboração com os produtores mencionados, forneceu à Earthsight as evidências legais e técnicas para abordar e contrapor as afirmações”, diz. “Infelizmente, estas foram largamente ignoradas no relatório publicado hoje”, continua o documento. As respostas fornecidas pela Abrapa e pelas fazendas acusadas na ocasião estão disponíveis no site da Earthsight.

A Abrapa diz que há 25 anos “atua na promoção de melhorias trabalhistas e ambientais nas fazendas, inclusive por meio do programa Algodão Responsável (ABR), iniciado em 2012, e de parcerias internacionais como a Better Cotton”. O grupo de governança multissetorial promove melhores padrões no cultivo de algodão em 22 países. A investigação da Earthsight considera “falhos” os métodos de fiscalização da organização.

Segundo a Abrapa, a produção responsável de algodão é um dos pilares da organização, que trabalha com “um forte foco em garantir o pleno cumprimento da legislação ambiental brasileira, reduzir acidentes de trabalho, promover o desenvolvimento humano das comunidades rurais e melhorar a saúde do solo”.

A associação ainda afirma que não emite certificados de sustentabilidade nem verifica o atendimento aos critérios do ABR. “A associação não aprova ou reprova fazendas que participam dos programas Algodão Brasileiro Responsável (ABR) ou Better Cotton”, afirma o relatório. “Todas as auditorias e certificações, nesses programas, são realizadas por meio de inspeções anuais no local por empresas de auditoria terceirizadas independentes que têm total liberdade para negar a certificação a fazendas que não atendem aos requisitos internacionais.”

Por fim, a Abrapa saúda a inspeção e a verificação de terceiros que estão sendo conduzidas por uma consultoria independente contratada pela Better Cotton para investigar minuciosamente as alegações feitas pela Earthsight e examinar as evidências e respostas fornecidas pelos agricultores e pelos organismos de certificação ABR independentes. “Queremos assegurar aos nossos stakeholders, incluindo consumidores, varejistas e parceiros internacionais, que a Abrapa permanece firme em nosso compromisso com práticas éticas e sustentáveis na indústria algodoeira brasileira.”

Ainda na quarta-feira, 10, antes mesmo da publicação do relatório da Earthsight, a SLC Agrícola, um dos grupos citados no mesmo relatório, tendo conhecimento da publicação do documento, disse que prestou informações sobre a fazenda de Correntina (BA) em agosto passado. O grupo afirmou que “o imóvel da área de Capão do Modesto, citado no relatório, é de propriedade da Agrícola Xingu e a SLC Agrícola não opera nessa área”.

Além disso, a SLC afirma que “os incêndios florestais detectados na área de Cerrado não possuem qualquer tipo de vinculação a processos de desmatamentos ou conversões de áreas naturais” e que não foram originados por nenhuma atividade desenvolvida pela empresa.

Certificadora de algodão diz que fez auditoria independente em produtores brasileiros

A Better Cotton (BC) – iniciativa que credencia produtores de algodão – disse que conduziu uma auditoria independente a respeito das “questões altamente preocupantes” levantadas por um relatório da Earthsight sobre a ligação do algodão certificado pela BC com grilagem de terras e desmatamento no Cerrado brasileiro.

Segundo a Better Cotton, a investigação envolve três fazendas licenciadas pela organização no Estado da Bahia. “Estamos empenhados em fazer um resumo das conclusões da auditoria disponível para a Earthsight e todos os nossos membros”, diz a nota enviada ao Broadcast.

“De acordo com nossos procedimentos operacionais, caso haja evidências de que as fazendas não cumprem requisitos do Padrão Better Cotton, suas licenças serão suspensas ou revogadas. Vamos trabalhar em estreita colaboração com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA), nosso parceiro no Brasil e detentora do Protocolo Brasileiro do Algodão Responsável, programa nacional reconhecido como equivalente ao Padrão Better Cotton, ao longo deste processo”, complementa a instituição.

O posicionamento argumenta ainda que “o relatório inclui assuntos em tribunais e processos em andamento, incêndios que ocorreram em fazendas que não são relacionadas ao Better Cotton e multas que foram anuladas”. “Estas questões estão fora do nosso alcance”, diz a BC.

Integrantes da Earthsight passaram mais de um ano analisando imagens de satélite, decisões judiciais, registros de exportação e participaram de feiras comerciais globais, de maneira secreta, com o objetivo de rastrear quase um milhão de toneladas de algodão cultivado por alguns dos maiores produtores do Brasil. O insumo rastreado pela ONG foi destinado a fabricantes de roupas na Ásia que são fornecedores das duas maiores varejistas de moda do mundo: H&M e Zara.


sábado, 13 de abril de 2024

Regulação da IA precisa proteger direitos fundamentais, diz Barroso

 Barroso vota a favor da constitucionalidade da reforma da ...


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu, nesta sexta-feira (12), a regulamentação da Inteligência Artificial (IA) baseada na proteção de direitos fundamentais. A declaração foi durante a Aula Magna da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj).

Barroso disse que a regulação da Inteligência Artificial precisa estar voltada para direitos constitucionais como privacidade, liberdade cognitiva e liberdade de expressão. “Precisa proteger a democracia, combatendo a desinformação, o discurso do ódio e o esforço a subalternizar os grupos mais vulneráveis, e os ataques à democracia, tornando as informações minimamente transparentes e inteligíveis às pessoas”, destacou.

O presidente do STF disse que a Inteligência Artificial vai trazer benefícios para a humanidade.“A Inteligência Artificial surge com a promessa de muitos benefícios para tornar nossa vida melhor. Terá capacidade de tomar decisões com mais eficiência que os seres humanos, pois tem a capacidade de armazenar mais dados que o cérebro humano. Também vai permitir a automação de muitas atividades, incluindo as atividades de risco. E ainda vai revolucionar a medicina, na descoberta de cura para doenças; o Direito, na celeridade da prestação jurisdicional, a educação, enfim, todas as áreas”.

Apesar disso, o ministro apontou que um dos riscos nessa questão é em relação ao mercado de trabalho. “Muitos empregos vão desaparecer. Embora outros venham a surgir, não acontecerão na mesma velocidade. Há, também, um medo imenso do uso bélico da Inteligência Artificial. Existem armas letais autônomas que são capazes de tomar decisões próprias de ataque, o que geram problemas éticos imensos. Outro perigo que estamos enfrentando é a massificação da desinformação”, avaliou. 

O ministro Luís Roberto Barroso falou também da importância da preservação dos valores éticos que servem de base para os princípios da humanidade. “Apesar de todas as modernidades que já vimos e que ainda vamos ver, ainda são os antigos valores éticos que devem pautar a vida na terra: o bem, a justiça e a dignidade humana”.

Quem são a 3R e a Enauta, petroleiras emergentes que negociam fusão

 

ME CONTA - Nova logomarca e Identidade Visual 3R... | Facebook

As petroleiras brasileiras 3R Petroleum e Enauta encaminharam um acordo de fusão nesta semana. A proposta prevê a incorporação da totalidade das ações da Enauta, com os acionistas da Enauta recebendo ações da 3R em troca. Acionistas da 3R ficarão com 53% da nova empresa, enquanto os acionistas da Enauta ficarão com 47%, segundo fato relevante encaminhado à CVM. O acordo inclui a participação da sueca Maha Energy Offshore.

Caso o plano seja concretizado, a nova empresa teria potencial de capacidade de produção imediata de 100 mil barris por dia, chegando a 120 mil barris por dia em 2025, além de somar uma reserva de 770 milhões de barris. Em março deste ano, a Enauta teve produção diária de 24,8 mil barris de óleo equivalente, enquanto a 3R produziu uma média diária de 50,4 mil barris.

São números muito pequenos quando comparados aos das grandes petroleiras globais. Como comparação, a produção da Petrobras superou os 3,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia em fevereiro, segundo as últimas informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP).

3R

A 3R é uma companhia brasileira de capital aberto produtora de petróleo e gás natural com sede no Rio de Janeiro. Fundada em 2014, a empresa possui ativos onshore (em terra) e off-shore (no mar) no Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Segundo a 3R, o foco da empresa está no redesenvolvimento de campos maduros e em produção. No ano passado, a companhia registrou lucro líquido de R$ 425,2 milhões, um crescimento de 233%. Segundo a empresa, a produção foi recorde em 2023.

A 3R opera os Polos Macau, Areia Branca, Potiguar, Fazenda Belém, Rio Ventura e Recôncavo. Já os ativos near shore e offshore são os Polos Pescada Arabaiana (participação de 35%, operado por Petrobras), Peroá e Papa-Terra.

Enauta

A Enauta, que atua no País há mais de 20 anos, também é uma companhia brasileira independente de exploração e produção de petróleo e gás natural. No ano de 2023, a Enauta produziu mais de 4,5 milhões de barris de óleo equivalente. A empresa anunciou ainda que triplicou a sua produção diária no quarto trimestre em comparação com mesmo período no ano passado. No entanto, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 45,5 milhões no ano passado, ante lucro líquido de R$ 383,4 milhões em 2022.

A Enauta está em processo de aquisição das áreas de Uruguá-Tambaú (Bacia de Santos) e Parque das Conchas, (Bacia de Campos). A empresa produz no Campo de Atlanta (Bacia de Santos) e no Campo de Manati, na Bahia (participação de 45%, operado por Petrobras).

Suspensão de negociação com a Petrorecôncavo
Após receber a proposta de combinação de negócios da Enauta, o conselho de administração da 3R Petroleum deliberou, no início deste mês, que os esforços internos para possível combinação de negócios entre a companhia e uma outra petroleira, a Petrorecôncavo, fossem momentaneamente suspensos.

O direito de exclusividade acertado no acordo entre Enauta e 3R para análise da potencial da operação tem prazo de 30 dias, prorrogável de forma automática por período adicional de 30 dias. As partes terão o direito de realizar diligência confirmatória com prazo estimado de conclusão de até 21 dias. (Colaboraram Beth Moreira, Gabriel Vasconcelos e Denise Luna)

Maior do alumínio no País, Hydro prevê reduzir emissões em 30% após investir R$ 1,6 bi

 Hydro.com


A multinacional norueguesa Hydro, controladora das maiores operações de alumina e alumínio primário no Brasil, projeta reduzir cerca de um terço da intensidade de emissão de dióxido de carbono (CO2) nas operações brasileiras partir de 2025. A previsão é que a meta seja alcançada após a conclusão, neste ano, de dois investimentos que totalizaram R$ 1,6 bilhão e são direcionados, basicamente, à substituição do óleo combustível por gás natural como insumo utilizado na refinaria Alunorte – maior do mundo fora da China. Outra parte importante, de R$ 300 milhões, foi para a instalação de três caldeiras elétricas na mesma planta industrial, as quais terão a energia fornecida pela usina solar de Mendubim, administrada pela subsidiária Hydro Rein.

O movimento da companhia não é isolado. Indústrias como as do aço, cimento e petroquímico, entre outros, estão entre os maiores emissores de gases de efeito estufa, e ainda não encontraram formas de reduzir as emissões durante o processo fabril, daí a opção, na maioria dos casos, por mexer na geração de energia.

Com esses investimentos, a Hydro projeta uma redução de 33% na intensidade das emissões de dióxido de carbono, a partir do ano que vem. A companhia quer sair do patamar atual de 0,65 tonelada de CO2 emitidas por tonelada produzida de alumina, para 0,4 tonelada de CO2 por tonelada produzida. A meta é chegar a 2030 com 0,2 tonelada de CO2 por tonelada de alumina fabricada.

“É uma clara definição de investimentos e também demonstra que queremos diferenciar a nossa alumina do mercado”, disse o vice-presidente de operações da Hydro, Carlos Neves, em entrevista exclusiva ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

Comércio internacional

Além da questão ambiental, outro objetivo da Hydro com a descarbonização é preparar as operações da empresa no Brasil para manter a competitividade da alumina exportada para a Europa, relevante destino dos embarques nacionais do insumo. O movimento acontece em função do CBAM (Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira, em português), regulação que está em vigor de forma transitória desde agosto do último ano e deve exigir dos importadores europeus a apresentação de dados sobre emissões de produtos fabricados fora do continente. Em linhas gerais, quanto maior a pegada de carbono, mais caro ficará a importação.

Nas operações brasileiras, parte da alumina produzida pela Hydro é direcionada para a Albras, subsidiária da multinacional norueguesa (com 51% de participação) e maior produtora de alumínio primário no Brasil. Já o outro restante é exportado. Os principais consumidores do insumo são fundições não totalmente integradas, que precisam comprar a matéria-prima para produzir o alumínio metálico.

Sobre o avanço do ambiente regulatório no Brasil, o vice-presidente sênior de relações externas da Hydro, Anderson Baranov, disse que ainda é prematuro para se posicionar com relação a uma possível implementação de um mecanismo semelhante ao CBAM no Brasil, mas ressalvou que é importante que esses mecanismos sejam bem implementados e levem em consideração as características de cada país e mercado. “Estamos investindo em tudo que podemos para alcançar um alumínio mais verde e logicamente através das associações e entidades de representação poderemos nos posicionar”, acrescentou Baranov, que também é presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), avaliou.

Projeto do governo Lula com meta fiscal de 2025 será anunciado na segunda-feira

 


A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet,e o ministro da Economia, Fernando Haddad

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet,e o ministro da Economia, Fernando Haddad (Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)

A equipe econômica anunciou nesta sexta-feira, 12, que vai divulgar na próxima segunda-feira, 15, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025. O evento será conduzido pelo secretário executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), Gustavo Guimarães; pelo secretário de Orçamento, Paulo Bijos; pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron; e o da Receita, Robinson Barreirinhas.

Como o Estadão antecipou, a expectativa é para a mudança da meta fiscal a ser seguida no próximo ano. Com incertezas sobre a evolução da arrecadação, o governo estuda alterar a meta para as contas públicas em 2025 prevista no novo arcabouço fiscal – que é de um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Discussões apontam até agora para um número entre resultado primário zero e superávit de até 0,25% do PIB – repetindo a meta estipulada para este ano.

Questionado no início desta semana sobre o assunto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu que a equipe econômica está fazendo as contas para fixar uma meta fiscal “factível” para 2025. Haddad não cravou qualquer número, mas considerou que, apesar de “boas coisas” terem acontecido no último ano, a Fazenda também enfrentou percalços que mudaram o cenário e que precisam ser considerados na definição.

Integrantes da equipe econômica têm afirmado que insistir no patamar inicialmente projetado para 2025 poderia até jogar contra a credibilidade do governo, que vem num processo de convencimento da entrega de uma estabilidade fiscal. Daí, a ideia de apresentar um número que seria considerado mais crível.

No mercado, existe a avaliação de que o governo também terá de mudar a meta fiscal para este ano . Se isso acontecer de fato, uma mudança na direção para 2025 seria inevitável.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


sexta-feira, 12 de abril de 2024

Haddad: Um dos desafios da reforma tributária é de melhorar a vida da indústria

 Fernando Haddad – Wikipédia, a enciclopédia livre


Um dos desafios da reforma tributária é justamente melhorar a vida do industrial brasileiro, afirmou há pouco o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O ministro também pediu celeridade ao Congresso para aprovação da regulamentação da matéria até o fim do ano.

“Produzir mais, produzir mais barato e melhor, e exportar muito, desonerando investimentos e desonerando exportações, fazendo com que os produtos industriais tenham uma alíquota de imposto de valor agregado menor”, declarou o ministro.

Haddad frisou que é importante que a indústria esteja atenta à regulamentação da reforma, para que ela não seja desvirtuada. O ministro também destacou a importância do marco de garantias, ao dizer que eles devem fazer o spread dos bancos cair e as vendas da indústria subirem.

“As notícias são boas no primeiro trimestre, ainda melhores na primeira semana de abril. Temos tudo para crescer forte na indústria automobilística, com a vantagem que agora se adequa às tecnologias sustentáveis.”

Lula: Não conheci ministro da Fazenda com tanta disposição para conversar com Congresso como Haddad

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é uma das pessoas que faz a diferença no governo.

“Nunca conheci um ministro da Fazenda com tanta disposição para conversar com o Senado e com a Câmara como o Haddad”, disse. “Se não conversar e não tiver paciência para enfrentar a diferença, não conseguimos governar o País.”

Lula exaltou a aprovação da reforma tributária e a comparou a “um verdadeiro milagre”, em País democrático em que o partido do presidente não tem maioria no Congresso.

O presidente e o ministro participam da cerimônia de inauguração da nova sede em São Paulo da Anfavea, associação que representa os fabricantes de veículos.

Lula também elogiou o vice-presidente Geraldo Alckmin, ao dizer que ele foi o primeiro acerto na campanha presidencial. “É um companheiro agregador e que está com a cabeça 100% para discutir com empresários.”

O presidente relembrou a época em que era oponente de Alckmin e afirmou ter saudades de quando a política ficava na disputa entre PT e PSDB. “Como era civilizado e não sabíamos”, disse Lula, que declarou que agora o País está descobrindo como era bom ser civilizado e conversar com os diferentes.

Lula: Temos que ver onde erramos para Brasil voltar a ser a sexta economia do mundo

 

Brazilian leftist presidential pre-candidate Lula Da Silva speaks during a campaign rally at Centro de Convenções Ulysses Guimarães on July 12, 2022...

O País precisa ver onde errou para conseguir voltar a ser a sexta maior economia do mundo, afirmou há pouco o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula afirmou ter orgulho de dizer que o Brasil viveu o melhor momento da indústria automobilística durante seus mandatos, mas salientou que não consegue entender a evolução do cenário do setor.

“Quando eu deixei a presidência, a última conversa que eu tive com a Anfavea era de que em 2015 estaríamos produzindo seis milhões de carros. Estamos em 2025 e estamos produzindo quase metade do que produzíamos em 2010. Quem errou?”, questionou. “Foram vocês que desconfiaram do Brasil ou o Brasil que deixou de fazer o que deveria ser feito?”.

O presidente defendeu que é preciso “andar para frente sem olhar para trás” e que o governo tem compromisso com “tecnologia nova, inovação, geração de empregos, aumento da massa salarial, e, portanto, com a venda de mais produtos e mais exportação.”

Lula ainda afirmou que é preciso que o País aprenda ser grande e vá ao exterior vender produtos. “Fico imaginando como os vizinhos do Brasil compram um carro de 12 mil quilômetros de distância enquanto estamos aqui”, disse. Ao se dirigir ao vice-presidente Geraldo Alckmin, Lula declarou que 2024 é “o ano da viagem”.

‘Indústria passou a ter confiança no Brasil’

O presidente afirmou que a indústria passou a ter confiança no Brasil, diante, segundo ele, da segurança jurídica e da estabilidade econômica e social promovidas no último ano de governo. Lula também declarou ter carinho especial por setores que crescem e geram oportunidades, ao comentar os incentivos dados à indústria automotiva anunciados no fim do ano passado.

Em discurso na nova sede da Anfavea, o presidente destacou que a conquista da credibilidade pelo governo foi crucial para esse ganho de confiança, além da estabilidade jurídica do País.

“Se Haddad vai negociar a política tributária dentro do Congresso Nacional e não passar credibilidade na proposta e não receber credibilidade dos interlocutores, as coisas não vão dar certo”, disse Lula, que em seguida defendeu que ninguém acreditava que seria possível passar a reforma tributária em um Congresso adverso, mas que a aprovação foi possível a partir da construção de uma relação civilizada e democrática.

Salão do Automóvel

Lula da Silva pediu para que as montadoras retomem o Salão do Automóvel. O presidente defendeu que o evento é um espaço para fazer negócios e disse que “adorava ir à feira”.

O mandatário afirmou que não é possível um País do tamanho do Brasil não ter um salão. “O Salão do Automóvel está para o povo brasileiro como a corrida estava quando o Ayrton Senna era vivo.”

O presidente frisou que o evento é uma oportunidade para atrair visitantes de países para os quais o Brasil deseja exportar. “É importante que o ministro da Indústria convide muita gente para ir vê-lo e convide os ministros da Indústria e do Comércio de outros países”, disse. “Quem quer vender precisa mostrar”.