quinta-feira, 2 de maio de 2024

CSN acerta exclusividade em negociação para compra de 100% da Intercement

 CSN Vector Logo - Download Free SVG Icon | Worldvectorlogo


Período de exclusividade vai até o dia 12 de julho

Reuters 

 

 

SÃO PAULO (Reuters) – A CSN, segunda maior produtora de cimento do Brasil, anunciou nesta quinta-feira acordo de exclusividade nas negociações para aquisição de 100% da rival Intercement, que além do Brasil possui ativos na Argentina e é controlada pelo grupo Mover, ex-Camargo Corrêa.

A companhia, que tem planos de listar as ações de suas operações de cimento, afirmou que ainda não assinou acordos vinculantes para uma potencial transação e que o período de exclusividade vai até 12 de julho.

A Votorantim Cimentos, líder do mercado nacional, também era uma das interessadas na Intercement.

Além da fusão: Criando uma cultura empresarial resiliente

 Ella Fordham - Beyond ONE | LinkedIn


Insights  valiosos para criar uma cultura organizacional harmoniosa. Esse é o propósito do artigo publicado pela diretora de pessoas do Grupo Beyond One, Ella Fordham.

À medida que a cultura empresarial se torna um tema quente nas salas de reuniões e nas plataformas de contratação, fica claro que as empresas estão a tomar nota e os funcionários estão a tomar uma posição.

A Covid-19 pode ter acelerado a evolução para novas formas de trabalhar, mas o foco na cultura já vinha ganhando força antes mesmo da pandemia. Como resultado, há pressão sobre as empresas para que levem isso a sério.

Para as empresas, aproveitar uma cultura que prioriza as pessoas fala da estrutura da organização. Contudo, ao mesmo tempo, os mercados em desenvolvimento registam um boom na atividade de fusões e aquisições (F&A), o que apresenta um desafio diferente, integrando outras culturas empresariais.

Com a aquisição da Virgin Mobile Middle East and Africa e da Virgin Mobile Latin America pela Beyond ONE, este desafio tornou-se muito real. A fusão destas grandes empresas sob o mesmo teto, em diferentes geografias e culturas, proporcionou muitos aprendizados.

Esses insights serão valiosos para qualquer pessoa que esteja tentando criar uma cultura organizacional harmoniosa. Aqui estão algumas coisas a considerar:

1. A transparência é altamente valorizada e fácil de oferecer

Os acordos de fusões e aquisições são frequentemente processos demorados que trazem muita especulação e, em última análise, incerteza para os funcionários.

Explicar a visão do negócio, incluindo a razão pela qual esta aquisição específica foi estrategicamente importante, será um primeiro passo útil para proporcionar clareza e alinhamento com os novos funcionários e os existentes.

Comunicações internas fortes e envolventes desempenharão um papel fundamental.

2. Crie unidade por meio da marca após a fusão

Uma marca alinhada vai além do que o cliente vê, trata-se também de incutir um sentimento de pertencimento nos colegas. Unificar colegas entre locais exige reuni-los em torno de um propósito comum e de uma visão compartilhada. Isto cria uma ligação mais profunda para além das atividades quotidianas, enfatizando o impacto coletivo e a direção partilhada da empresa.

Além disso, uma estrutura de valores comuns estabelecida através da colaboração entre líderes e funcionários de diversas unidades de negócios cria uma cultura partilhada. Isto é crucial num ambiente pós-fusão, unificando colegas em empresas adquiridas através de comportamentos, princípios e estilos de trabalho partilhados.

Toques simples, como enviar materiais de apoio – como garrafas de água de marca, cadernos e outros itens úteis para o dia de trabalho – são formas impactantes de criar unidade.

No entanto, vá um passo além – incentive os funcionários a atualizar seu LinkedIn, fornecendo kits de ferramentas, fotos profissionais e workshops sobre como utilizar melhor o LinkedIn, por exemplo. Isto não só mostra vontade de apoiar os funcionários, mas também tem o benefício adicional de criar uma marca profissional.

3. O trabalho multifuncional pode ser fundamental para quebrar silos

O design organizacional criativo irá desbloquear uma maior colaboração em toda a organização, independentemente da função empresarial e da localização geográfica.

As equipas centrais, como as equipas financeiras, jurídicas e de pessoal, não se limitam a trabalhar dentro das suas funções; em vez disso, o seu trabalho diário envolve frequentemente o apoio a outras equipas. Isto aproveita a unidade através do alinhamento de metas e objectivos estratégicos partilhados.

Indo um passo adiante, os silos são quebrados através da organização de iniciativas estratégicas e projetos especiais como “missões”, onde uma força-tarefa multifuncional se reúne para resolver um problema empresarial complexo.

Uma equipe missionária pode estar lançando um novo produto ou serviço, otimizando um processo ou melhorando uma parte da jornada do cliente. Em vez de os esforços serem coordenados através de processos funcionais e hierarquias, estas equipas não são hierárquicas e consistem em colegas especialistas nas suas áreas que trabalham como uma equipa durante a missão e são movidos por objectivos partilhados.

4. A integração não acontece da noite para o dia

Compreender que a mudança pode ser perturbadora para muitos, especialmente para aqueles que já estão na empresa adquirida há algum tempo, é fundamental. Incentive a integração gradual, permitindo que os colegas experimentem a nova organização e a sua cultura sem trazer subitamente novas formas de trabalhar e desgastar uma marca com a qual muitos estarão familiarizados e na qual verão segurança.

É natural que haja um maior cepticismo entre os colegas, razão pela qual incutir uma cultura empresarial harmoniosa requer mudanças incrementais e tomadas de decisão partilhadas. Envolver todas as regiões e partes da empresa para terem uma palavra a dizer na nova direção permitirá que todos se sintam parte de uma missão.

Como acontece com qualquer negócio, seja ele integrado a outra organização ou não, a cultura de uma empresa precisa ser nutrida. Esses insights podem ter foco em aquisições, mas, como fundamentos, aplicam-se a empresas de qualquer tamanho.

Embora cada organização seja diferente, ter uma voz partilhada, objectivos partilhados e visão partilhada serão os pilares fundamentais para aproveitar a unidade e superar barreiras geográficas e culturais… leia mais em Gulf Business 01/05/2024

 

 https://gulfbusiness.com/beyond-the-merger-focus-on-company-culture/

 


Iguatemi: lucro líquido vai a R$ 81,1 milhões no primeiro trimestre de 2024, salto de 69,5% comparado a mesmo período de 2023

 Iguatemi S/A – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Iguatemi, dona de uma rede de 16 shopping centers, reportou lucro líquido de R$ 81,1 milhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 69,5% em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com dados divulgados há pouco. Já o lucro líquido ajustado foi de R$ 108,4 milhões, crescimento de 63%.

O salto nos resultados se deve, principalmente, ao aumento das receitas, ganho de margem após ajustes na operação de varejo e redução das despesas financeiras.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou R$ 225,2 milhões, crescimento de 13,2%. A margem Ebitda foi a 74,1%, alta de 4,6 pontos porcentuais.

O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) ajustado chegou a R$ 153,6 milhões, aumento de 38,7%. A margem FFO foi a 50,5%, subida de 11,9 pontos porcentuais.

O critério ajustado exclui o efeito contábil da linearização dos aluguéis, a oscilação no valor da ação da Infracommerce (empresa investida da Iguatemi) e o mecanismo de swap de ações.

A receita líquida totalizou R$ 283,1 milhões, expansão de 4,8%. Já a receita de aluguel de espaços aos lojistas (composta por aluguel mínimo, porcentual e locações temporárias), teve crescimento de 1,4%, para R$ 234 milhões.

O que mais impulsionou a companhia no período foi a receita de estacionamento, que subiu 24,0%, para R$ 53,3 milhões.

As despesas administrativas aumentaram 14,1%, para R$ 28,2 milhões.

O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) gerou uma despesa de R$ 51,2 milhões. Essa despesa foi 28% menor que no ano anterior, que foi de R$ 71,5 milhões em função do menor endividamento.

A linha de ‘impostos e descontos’ caiu 6,2%, para R$ 36,1 milhões.

A Iguatemi encerrou o primeiro trimestre do ano com uma dívida total de R$ 3,3 bilhões, queda de 0,8% em relação ao quarto trimestre de 2023, com prazo médio em 4,3 anos e custo médio de 107,3% do CDI. A disponibilidade de caixa era de R$ 1,6 bilhão.

Já a dívida líquida ficou em R$ 1,7 bilhão, montante 1,2% menor que no quarto trimestre de 2023. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda anualizado) ficou em 1,84 vez, uma queda perante o dado de 1,92 vez no fim do ano passado.

Moody’s: Estratégia de negócios permitiu à Petrobras reduzir dívida e melhorar métricas

 

Análise: Governo assumiu gestão da Petrobras | Blogs CNN | CNN Brasil

A execução do programa de vendas de ativos da Petrobras e a estratégia de negócios dos últimos anos permitiram à estatal reduzir significativamente o nível de dívida e melhorar as métricas de crédito nos últimos anos, afirma a Moody’s.

Em relatório, a agência destaca que essa realidade deixou a companhia em posição “muito confortável” para lidar com eventual quadro de volatilidade. “As fortes métricas de crédito e liquidez da Petrobras sustentam seu rating, com a alavancagem caindo para 1,2x em 2023, de 4x em 2017, e um bom perfil de liquidez”, diz.

A instituição projeta que a petroleira terá geração de caixa de cerca de US$ 35 bilhões em 2024, o suficiente para cobrir o vencimento anual de cerca de US$ 3 bilhões em dívida e gasto de capital de US$ 19 bilhões no período. Assim, o passivo ficará abaixo de US$ 65 bilhões, de acordo com a análise.

“A Moody’s continua assumindo moderada dependência de default entre a Petrobras e o governo”, acrescenta.

Lucro do Mercado Livre dispara 71%, com Brasil e México compensando efeitos negativos na Argentina

 


Mercado Livre vai contratar 5,7 mil profissionais

Dentre as operações na América Latina, o Brasil é o país com o maior número de colaboradores atualmente (Crédito: Divulgação / Mercado Livre)

O Mercado Livre divulgou nesta quinta-feira, 2, um aumento de 71% no lucro líquido do primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, superando as expectativas de analistas, com o desempenho de suas operações no Brasil e no México compensando alguns efeitos negativos na Argentina.

A empresa, que opera um marketplace em 18 países e também é dona da fintech Mercado Pago, registrou lucro líquido de US$ 344 milhões nos primeiros três meses do ano, contra estimativa média de analistas consultados pela LSEG de US$ 314 milhões.

A gigante do comércio eletrônico é a segunda maior empresa em valor de mercado da América Latina (US$ 73,9 bilhões), atrás apenas da Petrobras (US$ 108 bilhões), segundo levantamento de Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.

A empresa divulgou algumas mudanças em seu relatório de resultados, incluindo a reclassificação das linhas de receita e despesas de juros do Mercado Pago, com um impacto positivo de US$ 99 milhões na receita líquida, mas sem efeitos no lucro líquido. As mudanças também incluem uma alteração nos termos e condições do Mercado Envios, que teve um impacto negativo de US$ 10 milhões sobre o lucro líquido.

O Mercado Livre reportou receita líquida de US$ 4,3 bilhões, aumento de 36% em relação ao ano anterior e acima dos US$ 3,9 bilhões estimados pelos analistas.

As vendas do marketplace, seu principal negócio, aumentaram 36% no seu maior mercado, o Brasil, e 42% no México, conforme indicador medido pelo Volume Bruto de Mercadoria (GMV, na sigla em inglês).

As margens operacionais, que os analistas haviam destacado negativamente no último trimestre após os custos logísticos mais altos durante o pico do final do ano, ficaram em 12,4%, acima dos 11,2% do ano anterior, sem incluir as mudanças no relatório.

Argentina x México x Brasil

O diretor financeiro da companhia, Martin de los Santos, disse à Reuters que a situação macroeconômica da Argentina prejudicou as margens, já que uma forte desvalorização da moeda no final do ano passado pesou sobre os custos logísticos e encolheu seus negócios na região. Ainda assim, o desempenho no Brasil e no México possibilitou uma expansão ano a ano.

“Nós obviamente continuamos operando um negócio rentável na Argentina. Só não é tão lucrativo quanto costumava ser”, disse Santos.

A Argentina, onde o Mercado Livre foi fundado, representou 15% de seu lucro antes de juros e impostos (Ebit) no primeiro trimestre, de mais de 50% no ano anterior.

Outros números do período

O Mercado Livre registrou um Ebit total de US$ 528 milhões no trimestre, alta de 29% em relação ao ano anterior, superando as previsões dos analistas de US$ 488 milhões.

Para sua unidade de fintech, o Mercado Livre ampliou sua carteira de crédito em mais de US$ 600 milhões ante o trimestre anterior, o maior aumento desde o início de 2022, para US$ 4,4 bilhões. A taxa de inadimplência de curto prazo subiu para 9,3%, de 8,2% em dezembro, mas a taxa acima de 90 dias caiu de 18,7% para 17,9%.

“O fato de termos melhores taxas de inadimplência e maior lucratividade nos permite ter mais confiança em aumentar nossa originação em graus de consumidor e comerciante”, disse Santos.


Conheça o Cinesystem, grupo que comprou as salas de cinema do Itaú

 


Espaço Itaú Curitiba

Espaço Itaú Curitiba (Crédito: Divulgação / Espaço Itaú)

As salas de cinema do Espaço Itaú de Cinema, um dos pilares culturais do Itaú Unibanco, começaram a ser operadas pela Cinesystem, rede exibidora do Paraná, a partir desta quarta-feira, dia 1º de maio. A confirmação dessa transição ocorreu na terça-feira, 30, após meses de especulações.

A rede passará a gerenciar as unidades do Shopping Frei Caneca e Bourbon Shopping em São Paulo, além do Shopping Casa Park em Brasília e o Espaço Itaú de Cinema em Botafogo, no Rio de Janeiro. Como resultado, as salas serão renomeadas como Cinesystem Frei Caneca, Cinesystem Pompeia, Cinesystem Brasília e Cinesystem Botafogo, respectivamente.

Em comunicado à imprensa, as redes também confirmaram a transição: “O Instituto Unibanco de Cinema, um dos braços culturais do Itaú Unibanco, comunica a venda de salas do Espaço Itaú de Cinema para a rede de cinemas Cinesystem, empresa com 25 anos de atuação no mercado exibidor. A operação inclui quatro complexos nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.”

Também com a mudança, as salas de cinema do Itaú da Rua Augusta, na capital paulista, passam a ser 100% controladas e administradas por Adhemar de Oliveira – anteriormente, ele comandava as outras salas em parceria com o banco. Procurado pelo Estadão, o diretor do espaço não se pronunciou sobre a aquisição da Cinesystem até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.

Ainda não está claro se ocorrerão alterações no pessoal e na forma de operação, nem qual será o envolvimento da Cinesystem e dos demais parceiros. Também não há informações sobre o destino de eventos anteriormente realizados nessas salas, como a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

O negócio

Além das unidades em São Paulo, o Instituto Unibanco de Cinema vendeu as operações de Brasília e Rio de Janeiro.

Com a operação, a Cinesystem passa a ter 27 operações dos chamados multiplex, que são cinemas com várias salas de exibição. Além disso, ampliará a presença no eixo Rio-São Paulo, e estreará na capital federal. Há a previsão de manter projetos como o Cine Azul, o Cine Pets e o programa de fidelidade Clube da Pipoca, além de outros projetos.

O Espaço Itaú era uma parceria entre o banco e o empresário do setor de cinema Adhemar Oliveira. O acordo começou em 1993, ano em que a primeira sala foi aberta na rua Augusta, em São Paulo, com patrocínio do extinto Banco Nacional. Com a quebra do Nacional e sua absorção pelo Unibanco, o conglomerado controlado pela família Moreira Salles passou a estampar sua marca nas salas. Com a fusão com o Itaú, em 2008, surgiu o Espaço Itaú.

Lula pedirá ao Japão acesso ao mercado de carne bovina do país

 Importar do Japão | Bandeira do japão, Japão, Bandeira japonesa


Transição energética, proteção da Amazônia, recuperação do Cerrado degradado e o acesso do Brasil ao bilionário mercado japonês de carne bovina estão entre os temas que serão discutidos entre o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta sexta-feira (3), em Brasília.

O governo brasileiro deve aproveitar a visita do chefe do governo japonês, a primeira desde 2014, para estreitar as relações políticas, ambientais e econômicas, o que inclui a histórica reinvindicação para o Brasil participar do mercado de carne bovina do Japão.  

 “O presidente Lula mencionará essa intenção de diversificarmos as trocas comerciais e eu acho que um grande objetivo é obtermos acesso ao mercado japonês para a nossa carne bovina e a ampliação do acesso à carne suína, a qual, por ora, apenas Santa Catarina está habilitada [a exportar para o Japão]”, destacou o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

De acordo com o Itamaraty, o Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome, o que representa de US$ 3 a US$ 4 bilhões do ano. Desse total, 80% são importados dos Estados Unidos e da Austrália, históricos aliados do país asiático. O MRE conta que, desde 2005, o Brasil tenta, sem sucesso, entrar no mercado japonês de carne bovina.

“Hoje a condição sanitária brasileira é muito melhor do que a de 2005. Inclusive, em matéria de reconhecimento de áreas livres de febre aftosa sem vacinação. Então, essa condição precisa ser reconhecida porque o Brasil exporta para mais de 90 mercados de carne bovina”, completou o embaixador.

Etanol

Outra demanda do Brasil é a ampliação da participação do etanol brasileiro no Japão.  De acordo com o embaixador Saboia, o etanol brasileiro é melhor que o de outros fornecedores do Japão, como os Estados Unidos.

“Todas as medições objetivas e científicas atribuem ao etanol brasileiro, inclusive o etanol de milho, uma eficiência energética maior que de outros fornecedores” comentou.

Ainda segundo o Itamaraty, o Brasil deve solicitar ao Japão que participe dos investimentos na chamada neoindustrialização brasileira, programa do governo federal criado para aumentar a participação da Indústria na economia, e também no novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], programa de infraestrutura que depende de investimentos privados.

O primeiro ministro Kishida será recebido pelo presidente Lula nesta sexta, às 9h30, no Palácio do Planalto. Ele vem acompanhado por uma comitiva de 35 líderes empresariais japoneses. Em Brasília, estão previstas assinaturas de acordos nas áreas de cibersegurança, ciência e tecnologia, industrial e de cooperação em agricultura e meio ambiente.

Após o almoço no Itamaraty, o chefe do governo do Japão segue para o Paraguai. No sábado, Fumio Kishida retorna ao Brasil para uma agenda com empresários e a comunidade japonesa em São Paulo, que deve contar com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, Geraldo Alckmin.

Questões ambientais

O governo brasileiro acredita que o Brasil pode ajudar o Japão em sua transição energética. A ideia é que o país asiático invista em energia renovável no Brasil para que o país possa exportar energia limpa para o Japão.

“80% ou mais da energia consumida no Japão é importada e, boa parte dela, é de fontes não renováveis. Então, o Japão também possui capacidade de investir, de apostar na ampliação da energia renovável no Brasil, para que nós possamos também ampliar a nossa vocação de potência de energia renovável”, destacou Eduardo Paes Saboia, secretário do Itamaraty para Ásia e Pacífico.

Além disso, um acordo entre Brasil e Japão deve ser assinado para o país asiático financiar o programa brasileiro de recuperação de áreas degradadas do Cerrado. Outro tema será o investimento para o Fundo Amazônia, que desenvolve projetos para proteção do bioma. O Japão foi o primeiro país asiático a investir no Fundo com um total de U$S 14 milhões. “Mas nós queremos mais, eu acho que é muito pouco”, comentou Saboia.

Geopolítica

O representante do MRE destacou ainda que o governo brasileiro deve aproveitar a visita do primeiro ministro japonês para reforçar as agendas políticas comuns aos dois países, como o pleito para reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

“São também países que têm essa aspiração de ocuparem um assento permanente no Conselho de Segurança ampliado e há valores comuns que serão objeto das conversas entre os dois líderes”, disse Saboia.

O embaixador acrescentou que todos os grandes temas internacionais podem estar na mesa de discussão, uma vez que Brasil e Japão são membros do G20, grupo das 20 maiores econômicas do mundo, incluindo a União Europeia e a União Africana.

Financiamento climático para enfrentar as mudanças do clima, combate global à fome e as guerras em curso estão entre os temas possíveis de discussão. “Engajar o Japão na aliança global no combate à fome é algo que certamente estará entre os chamados do lado brasileiro à parte japonesa”, completou.

Relações históricas

O Japão é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na Ásia, atrás apenas da China, e o 9º principal parceiro comercial do Brasil no mundo. O fluxo comercial entre os dois países é de US$ 11,7 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 1,4 bilhão. O Japão ocupa a posição de 8º maior investidor externo no Brasil, com estoque de cerca de US$ 28,5 bilhões.

O Brasil exporta, principalmente, ferro, frango, café, alumínio e milho e importa do Japão, principalmente, produtos manufaturados, como autopeças, compostos químicos, instrumentos de medição e circuitos integrados.

O Brasil ainda tem a maior população nipodescendente fora do Japão, estimada em mais de dois milhões de pessoas. Já o Japão abriga a 5ª maior comunidade brasileira no exterior, com cerca de 221 mil nacionais.