Com aporte da Moriah Asset, empresa muda o nome, quer se tornar referência no segmento e projeta aumentar as vendas de energéticos em 10x até o final do ano
Bruno Rohlfs, cofundador e CEO da Push, idealizadora do produto, batizado como Pow (Crédito: Divulgação)
Ser referência no segmento de energéticos e ganhar escala com a venda da bebida em latas. É assim que a Push & Pow – antiga Push Matcha -, empresa que criou o primeiro energético natural, à base de matcha, voltado para as novas gerações, quer ser reconhecida. Para isso, a empresa acaba de receber um aporte de R$ 4 milhões, liderado pela Moriah Asset e por Georgios Frangulis, da Oakberry, com meta de aumentar em 10x a quantidade de energéticos vendidos até o final do ano. Além da captação, a companhia anuncia seu processo de rebranding com novo nome, Push & Pow, com objetivo de dar mais destaque e crescimento para o energético, que agora é o seu produto principal. Push Matcha continuará existindo, mas como produto.
Este movimento não apenas atende a uma demanda crescente por produtos energéticos mais saudáveis, mas também representa um passo significativo na diversificação do mercado de bebidas energéticas. “No Brasil, nunca existiu uma marca ou produto que fosse posicionado para a criação de um energético natural que atenda de fato as demandas de comportamento das novas gerações e das mulheres. Queremos nos estabelecer como marca de lifestyle saudável e atingir a galera mais jovem para ser a número 1 em energéticos saudáveis na América do Sul, antes de ganhar o mundo”, diz Bruno Rohlfs, cofundador e CEO da Push, idealizadora do produto, batizado como Pow.
O energético saudável da marca é zero açúcar, de baixa caloria, não contém taurina e além da cafeína do matcha, é rico em vitaminas e fibras e com ação antioxidante. Em 2023, o Pow ganhou o prêmio de 2ª melhor bebida natural da América Latina pela NaturalTech, a maior feira do segmento na região.
A decisão de direcionar o produto no público “Gen Z” e feminino surgiu das interações estabelecidas pela marca com micro e nano influenciadoras, principalmente no TikTok, onde a presença feminina predominou por um longo período. Além disso, considerando que aproximadamente 70% do mercado de produtos saudáveis no Brasil é composto por mulheres, a estratégia de comunicação da marca sempre esteve alinhada a esse perfil, em contraste com outras marcas que optam por abordagens distintas.
Segundo Rohlfs, o dinheiro será usado para ampliar a produção da bebida dos lotes atuais, de 40 mil unidades, para lotes de meio milhão. “Passaremos a trabalhar com um distribuidor de grande porte, para aumentar a nossa presença em grandes pontos de venda e potencializar os resultados de ações de marketing”, afirma ele.
Em paralelo, o número de sabores vai crescer, já com a nova embalagem que segue a estratégia de rebranding. Hoje são dois: sour pink lemonade e lemon boost, vendidos em embalagens rosa e verde fluorescente, com tipologia “viva e descolada. “Em 2025, será lançada a versão de tangerina e, depois, mais uma ou duas por ano”, comemora Rohlfs.
Em 2023, quando o Pow foi lançado, a empresa vendeu cerca de 100 mil latas e faturou R$ 1,8 milhão, conta o empresário. Com o aporte, a meta para os próximos anos é bem mais ambiciosa. Em 2024, a expectativa é alcançar 1 milhão de latas comercializadas e faturamento de R$ 8 milhões. “Em 2026, queremos atingir nosso ambicioso objetivo, vender 1 milhão de latas por mês em mais de 10 mil pontos de vendas”, afirma Rohlfs.
Para Fabiano Zettel, CEO da Moriah Asset, empresa de investimento focada nos segmentos de mídia, saúde e bem-estar, esta é uma proposta inovadora, em um segmento com alto potencial de crescimento, alinhada às principais tendências em consumo de bebidas e alimentos no mundo. “Faz todo sentido dentro do nosso portfólio de empresas investidas, não só pela lucratividade potencial, mas também pela possibilidade de uma série de sinergias”, aponta.
Marketing de influência
Para dar vazão ao crescimento da produção, a Push & Pow pretende dar continuidade à sua estratégia de marketing, fortemente baseada em influenciadores e criação de comunidade por meio de experiências físicas e conteúdo digital orgânico e autêntico. Além disso, quer criar e expandir eventos e ações de relacionamento em pontos de venda estratégicos.
“Vamos colocar o produto em pontos de venda âncora, para gerar demanda, como grandes escritórios, centros comerciais, faculdades e academias, onde podemos atingir público jovem e também influenciar aqueles que já têm o comportamento de consumir energéticos tradicionais. Assim, atingimos o público em um local onde as pessoas demandam energia e foco”, afirma Rohlfs.
Segundo o empresário, a empresa já comercializa em escritórios de grandes companhias financeiras e de tecnologia, localizadas na região da avenida Faria Lima. Também quer ampliar o número de pontos de venda, levando junto iniciativas de marketing para criar conexão e um senso de comunidade com os clientes, como um clube de corrida da marca. “São empresas nas quais o RH faz movimentos para que os colaboradores adotem hábitos mais saudáveis e nós temos um produto que atende a essa demanda”, diz o CEO.
Um dos principais diferenciais do Pow é o elemento base de sua composição. O produto é feito a partir do matcha, concentrado em pó do milenar chá-verde japonês que, apesar de ter mais cafeína que um expresso, tem liberação gradual da substância, de forma mais lenta, evitando picos de euforia e ansiedade. Também é famoso por ajudar a regular o intestino, acelerar o metabolismo e ter outras substâncias, como a L-Teanina, que relaxa a musculatura. “É uma bebida que te dá energia de forma equilibrada. É ideal para trabalhar, estudar e fazer esportes”, afirma Rohlfs.
Em 2021, quando foi criada, a Push divulgava os benefícios do produto, então vendido apenas em pó, em vídeos no Tiktok pelos de micro e nano influenciadores jovens, que já conheciam o matcha por outros produtores de conteúdo, principalmente dos Estados Unidos. Chegou a trabalhar com mais de 1 mil, e a ter 250 ao mesmo tempo. Mas Rohlfs diz que com a criação da versão em lata, para facilitar e expandir o consumo, reduziu para 60, com a intenção de dar mais atenção e criar conteúdo cada vez mais autêntico com o propósito da marca, de superação de limite. A estratégia vem alinhada com a demanda do público por influenciadores ou atletas que realmente gostam da marca e do produto que estão divulgando.
Para chegar à formulação atual do produto, o empresário conta que gastou quase R$ 1 milhão em pesquisa e desenvolvimento. Na composição, em fase de registro de patente, além do matcha que vem direto do melhor produtor do mundo, no Japão, entram guaraná da Amazônia e outros ingredientes brasileiros, que formam a base à qual são adicionados os sabores. A empresa ainda vende a versão em pó do matcha, que hoje não é mais a linha principal de receita, mas ainda é muito importante para a educação do público sobre a iguaria japonesa e como tomar ela em diversos momentos e formas.
Momento de virada
Rohlfs conta que conheceu o matcha pela namorada, em um período difícil no trabalho. Formado em economia pelo Insper, o empresário havia conseguido o “emprego dos sonhos” no mercado financeiro, mas tinha uma rotina muito pesada. Trabalhava até de madrugada e, para aguentar, tomava mais de 10 cápsulas de café ao dia. “Ficava muito ansioso, tinha refluxo e produtividade muito baixa. Sem tempo pra fazer exercícios, cheguei aos 123 quilos”, diz.
A virada veio com um ultimato de sua parceira e a sugestão para que trocasse o café pela matcha, que ela já tomava. Depois de ver os benefícios do produto, Rohlfs ficou curioso para saber porque não havia ninguém vendendo no Brasil. Pesquisou referência nos Estados Unidos, encontrou um fornecedor no Japão e decidiu empreender. Com o apoio de outros amigos que já haviam seguido caminho semelhante, “pediu as contas”, se juntou a um designer como sócio e lançou a Push, em fevereiro de 2021.
Hoje, além da Moriah e de Georgios, a empresa conta com um grupo smart money de investidores anjos que entraram no começo da marca e têm papel estratégico de networking e conhecimento. Entre eles, estão Juliana Felmanas Marques, da família dona da Cimed; Alexandre Liuzzi, co-fundador da Remessa Online; Rodrigo Bezerra e a GBM Investimentos; João Pedro Pentagna Guimarães, do Banco BS2; Juliana Bechara, do Bioma Food Hub; João Jonk, fundador da Trela; Stefano Masini, da Hubla; Rodrigo Marsili, da SaudaBe; Roger Rohlfs, da ARM Holding; João Pedro Perpetuo, do grupo Hyperlocal; entre outros empreendedores, executivos e famílias.
“No longo prazo, não queremos fornecer para as pessoas só energia, mas também dar suporte ao pós-energia, para que possam dormir melhor, por exemplo, tudo com a intenção de ajudar as pessoas a superar mais os limites do dia a dia. Para isso, precisamos de bons sócios, como a Moriah e o Georgios, que além de investir contribuem com conhecimento, fortes sinergias e pontes importantes no mercado”, finaliza o empreendedor.
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