Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
O
Rio Grande do Sul terá mais três hospitais de campanha montados pelo
Ministério da Saúde (MS). Com isso, já somam cinco as unidades montadas
pela pasta nesta semana, auxiliando o estado a enfrentar os problemas
decorrentes das enchentes que atingem o estado desde o fim de abril.
Segundo
o ministério, as estruturas começam a ser montadas neste sábado (11) em
Porto Alegre, devendo ser concluídas em até dois dias. Uma delas será
instalada no município de São Leopoldo, localizado a 40 quilômetros da
capital gaúcha.
“Os
insumos e suprimentos para as unidades, como medicamentos, serão
disponibilizados pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias estadual e
municipais de Saúde”, informou o ministério. De acordo com a pasta, na
sexta-feira (10) foram entregues, ao estado, mais 30 kits emergenciais
com medicamentos e insumos. Cada um deles com capacidade para atender
1,5 mil pessoas por um mês.
Ao todo, já foram disponibilizados 50
kits de emergência, desde o início da situação de emergência no estado, o
que poderá auxiliar no atendimento de cerca de 75 mil pessoas até o fim
do mês. Outros 50 kits já foram solicitados e já estão sendo preparados
para envio.
Segundo o diretor do Departamento de Emergências em
Saúde Pública do MS, Márcio Garcia, os três hospitais de campanha
resultarão em uma “grande ampliação de atendimentos” para a população,
após várias unidades de saúde de referência terem sido danificadas.
Rede está presente em 20 estados e no Distrito Federal (Crédito: Divulgação/ Outback)
Bruno Pavani
A
Blooming Brands, dona da rede Outback, está analisando vender a
operação no Brasil. Mesmo o país sendo responsável por cerca de 80% do
faturamento internacional da companhia, o grupo anunciou que está
estudando alternativas, incluindo a venda da operação no Brasil.
A
avaliação de uma possível saída do brasil foi divulgada no relatório
dos resultados financeiros do primeiro trimestre de 2024, que mostrou
uma queda no faturamento global. O
grupo somou US$ 1,2 bilhões em receitas totais nos três primeiros meses
do ano, com queda de 4% sobre o mesmo período de 2023. Também houve
queda na margem operacional da companhia de 9,7% para 6,4%.
Em
2023 a companhia, que também é dona das marcas Abraccio e Aussie Grill,
apresentou um aumento de 5,5% nas vendas no Brasil. No entanto, os
números do primeiro trimestre de 2024 mostraram uma queda de 0,7% nas
vendas no país.
De acordo com reportagem do Valor Econômico, a Bloomin’ Brands vem avaliando a venda das operações da rede no país desde 2022. A necessidade de acelerar o crescimento da rede também motivou a buscar de novos sócios.
Procurada pela IstoÉ Dinheiro,
a companhia confirmou que está avaliando uma possível venda da operação
no Brasil, mas destacou o compromisso com as marcas no país. “A
Bloomin’ Brands confirma que está explorando alternativas estratégicas
para os restaurantes no Brasil, incluindo, mas não se limitando, à uma
possível venda. Reafirmamos o nosso compromisso com nossos negócios e
marcas em território brasileiro que possuem grande potencial de
crescimento”, afirmou, em nota.
Outback está no Brasil desde 1997
A informação que circulava no mercado dois anos atrás, segundo reportagem do Valor, era de Peter Rodenbeck, hoje com 84 anos, estaria buscando uma saída do negócio. Fundos
estrangeiros foram sondados no ano passado, quando os negócios vinham
numa recuperação, após a queda nas vendas até 2021.
Foi Rodenbeck quem trouxe a rede para o Brasil em 1997. Na década de 1970 ele também foi o responsável por trazer o McDonald’s para o país.
Em
nota, a Bloomin’ Brands Brasil esclareceu, no entanto, que Rodenbeck
não tem mais nenhum envolvimento com a marca “há muito tempo”.
O
economista e investidor da Corano Capital, Bruno Corano, entende que o
posicionamento da companhia dá margem para muitas interpretações
. “Embora no último trimestre a empresa tenha dado prejuízo, eu não acho
que essa é a motivação. O negócio é bem parrudo, muito sólido. Nos
últimos anos, em razão da pandemia, surgiram novos desafios, e isso
remete justamente ao ponto da gestão, que às vezes, depois de tantos
anos tocando um negócio, quando você precisa mais uma vez se reinventar,
às vezes prefere jogar a toalha. Mas o Brasil não vai deixar de contar
com o Outback”, afirmou.
Outback virou fenômeno no país
Apesar
dos números mostrarem dificuldades, o Outback é um sucesso em várias
partes do país. A churrascaria de estilo australiana já foi eleita o
restaurante mais popular do Rio de Janeiro e o restaurante de shopping
mais popular em São Paulo por cinco anos consecutivos.
A rede tem mais de 150 restaurantes no país e investiu R$ 20 milhões em expansão em 2023. O
Outback está presente no Brasil desde 1997, quando inaugurou o primeiro
restaurante no Rio de Janeiro. Hoje, presença em 20 Estados e no
Distrito Federal.
A popularidade do Outback no Brasil foi assunto
internacional no ano passado. Uma reportagem publicada pelo Washington
Post deixou americanos chocados com o sucesso da rede os brasileiros.
Outback se tornou um “marco cultural” para os brasileiros, destacou o
jornalista, acrescentando que muita gente nem sequer sabe da origem
americana por trás da comida com toque australiano.
Marcelo
Toledo, professor de marketing do curso de Administração da ESPM,
explica que o ‘hype’ em volta do Outback tem a ver com atendimento,
preço e ambiente diferenciado.
“Uma
boa experiência do cliente, com um ambiente diferenciado e um cardápio
que não se encontra em outros restaurantes, por um valor acessível a seu
público. Dentro deste segmento, podemos falar que é um luxo acessível
para aqueles que desejam ir a um restaurante diferente e com uma boa
comida”, contou.
Na
quarta-feira, 8, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
anunciou que médicos registrados no Conselho Regional de Medicina do Rio
Grande do Sul (Cremers) estão autorizados, em caráter temporário, a
disponibilizar receitas online de medicamentos de uso controlado, como
entorpecentes e psicotrópicos, para a população do RS, que há duas
semanas vivencia uma das suas piores tragédias climáticas e limitações
em relação ao acesso aos serviços de saúde.
O processo deve
ser realizado por meio de plataforma digital criada pelos Conselhos
Regionais de Medicina do Brasil em abril de 2020, durante a pandemia de
covid-19, e já conta com 5 milhões de documentos emitidos. Agora, com o
respaldo da secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, o Cremers agiu
para promover o uso da ferramenta, visando garantir maior facilidade de
acesso àqueles que fazem uso de medicamentos controlados, além do
controle da prescrição e rastreabilidade dos medicamentos dispensados.
A
ferramenta digital do Cremers poderá ser utilizada para auxiliar
pessoas que estão em áreas isoladas ou com difícil deslocamento. Dessa
forma, aqueles que precisarem de medicamentos que só poderiam ser
prescritos nas notificações de receita azul e amarela, que englobam
entorpecentes e psicotrópicos, poderão solicitar aos seus médicos que
prescrevam as medicações por meio da plataforma digital.
“A
emissão de receitas para medicamentos de controle especial vai
beneficiar principalmente aqueles pacientes psiquiátricos e oncológicos
que foram afetados pelas enchentes”, declarou o presidente do Cremers,
Eduardo Neubarth Trindade, em comunicado.
A ferramenta já
está disponível para uso dos médicos gaúchos registrados no Cremers.
Para utilizar, basta acessar o ‘Espaço Médico’, no site do Conselho
Regional. Em breve, a emissão das receitas digitais também estará
disponível por meio do aplicativo do Conselho de Medicina.
A
Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias
do Rio Grande do Sul (Fiergs) apresentaram à Secretaria de Comércio
Exterior (Secex) e à Câmara de Comércio Exterior (Camex) propostas para
adoção de medidas emergenciais e temporárias que facilitem o comércio
exterior e auxílio adicional à população do Estado do Rio Grande do Sul,
em calamidade pública por causa das fortes chuvas. A indústria defende
que a inspeção de cargas importadas com bens de ajuda humanitária,
suprimentos essenciais e produtos perecíveis, como alimento e
medicamentos, seja acelerada.
“As medidas são particularmente
relevantes para viabilizar ajuda, mas também porque o Rio Grande do Sul é
o segundo Estado com maior concentração de empresas exportadoras do
Brasil, com 11,1%. São quase três mil exportadores, mais de 50% de médio
e grande portes”, destaca a CNI em nota.
As
entidades afirmam que, neste momento, é preciso agilizar a liberação de
cargas, com foco em insumos para indústria e a população; e autorizar o
reconhecimento tanto físico como digital de documentos e certificados
para acelerar a liberação de produtos importados e exportados. Essas
medidas, segundo a CNI, ajudariam a minimizar os impactos das enchentes
no Estado, garantindo acesso tempestivo da população gaúcha a itens
essenciais, criando ambiente favorável à retomada da atividade econômica
e a reconstrução do Estado.
“O Rio Grande do Sul é extremamente
importante para o setor industrial brasileiro, dada a relevância e a
diversidade do tecido empresarial gaúcho. Precisamos agora olhar
tempestivamente, com ações paliativas de curto prazo, como a
simplificação de processos aduaneiros que acelerem as operações de
apoio, e de longo prazo, com medidas mais estruturantes de fomento ao
comércio exterior. As propostas foram muito bem recebidas pelo
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)”,
diz o presidente da CNI, Ricardo Alban.
O setor industrial defende
ainda que o governo estabeleça mecanismo de financiamento emergencial,
carência e renegociação voltado ao capital de giro, para ajudar na
retomada das atividades das empresas exportadoras que foram afetadas
pelo desastre natural.
Outra proposta apresentada é a
desburocratização dos procedimentos para importação e exportação e
facilitação das operações, adiando prazos de pagamento de encargos e
taxas aduaneiras. CNI e Fiergs ainda pedem a ampliação do prazo máximo
entre a contratação e liquidação do contrato de câmbio de exportação de
750 dias para 1,5 mil dias após o embarque da mercadoria. Para os
financiamentos direcionados ao comércio exterior, como o Proex, as
entidades defendem carência para os pagamentos.
“A
situação que estamos vivendo é diferente do que enfrentamos durante a
pandemia de covid-19. Há uma perda permanente de capital, danos
significativos à infraestrutura e problemas logísticos que afetam
diretamente a capacidade de recuperação econômica. O processo de
reconstrução exigirá medidas extraordinárias”, afirma o presidente em
exercício da Fiergs, Arildo Bennech Oliveira.
Aeroportos regionais em Santa Catarina e no Paraná ampliam oferta tendo como destino a Base Aérea de Canoas
O
Ministério de Portos e Aeroportos anunciou na quinta-feira (9), em
Brasília, a disponibilização de uma malha aérea emergencial com 116 voos
comerciais semanais para atender a população do Rio Grande do Sul,
afetada por fortes chuvas e enchentes, que obrigaram o fechamento, por
tempo indeterminado, do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto
Alegre, que permanece com pista, pátio e saguão completamente alagados.
Antes do fechamento, o aeroporto da capital gaúcha estava entre os dez
mais movimentados do país e representava quase 90% do volume de
passageiros transportados em todo o estado.
Segundo o
ministro Sílvio Costa Filho, dos doze aeroportos existentes hoje no Rio
Grande do Sul, seis terminais farão parte do plano emergencial, com
ampliação de voos e número de passageiros, além da Base Aérea de Canoas,
na região metropolitana, que se tornou o principal centro logístico
para a chegada de cargas e operações de resgate, e que poderá receber
cinco voos comerciais diários e até 35 por semana. Ao todo, segundo o
governo, serão 53 voos semanais operando nos aeroportos de Caxias do
Sul, Santo Ângelo, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria e Uruguaiana, no
interior do estado. Além disso, os aeroportos de Florianópolis, Chapecó e
Jaguaruna, em Santa Catarina, também farão parte do plano para apoio à
população do Rio Grande do Sul, com ampliação de frequências e número de
assentos.
Os aeroportos regionais gaúchos e catarinenses estão
operacionais e as principais companhias aéreas estão disponibilizando a
venda de bilhetes para os novos voos. As principais ligações aéreas,
nessa primeira fase, serão os aeroportos de Guarulhos, na Grande São
Paulo, e Viracopos, em Campinas (SP), além do aeroporto Afonso Pena, em
Curitiba. O Ministério de Portos e Aeroportos explicou que a malha aérea
emergencial amplia de 7 mil para 13 mil os assentos semanais em voos
para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O volume representa uma
fração do que o Aeroporto de Porto Alegre ofertava quando estava em
funcionamento, transportando 100 mil passageiros por semana. "Vamos
avançar na aviação regional. Naturalmente, conforme a demanda da
população, a gente vai ampliando o número de voos regionais, para que a
sociedade brasileira, sobretudo o povo do Sul, possa ter acesso aos voos
que são tão importantes para o estado", afirmou Costa Filho.
Base Aérea de Canoas
O início dos voos comerciais para a Base Aérea de Canoas ainda não tem
data marcada e deve levar, pelo menos, alguns dias. A operação será toda
coordenada pela Fraport, a concessionária que administra o aeroporto de
Porto Alegre. "A Fraport assumiu a operação, está estruturando o
aeroporto [de Canoas], o que vocês sabem
que leva alguns dias. E a gente espera que a Fraport possa o quanto
antes iniciar os cinco voos diários", explicou o ministro. A
estruturação inclui montagem da logística, adaptação do terminal de
passageiros, montagem de equipamentos de raio-X, escadaria de acesso a
aeronaves, segurança e logística de bagagens, entre outros serviços
essenciais para a aviação civil.
A Associação Brasileira das
Empresas Aéreas (Abear), que atuou na construção do plano emergencial,
informou que as principais companhias áreas do país estão interessadas e
envolvidas na operação da nova malha aérea. "Todas as empresas aéreas,
como Gol, Latam e Voepass, operam nessas seis bases [aeroportos regionais]
que foram apresentadas, e têm interesse de operar, também, dentro da
viabilidade operacional de segurança, na base área de Canoas, quando
isso estiver regularizado para operação regular", afirmou Jurema
Monteiro, presidente da entidade que representa as aéreas. Veja como
fica a malha aérea emergencial no Rio Grande do Sul e Santa Catarina a
seguir.
Aeroporto de Caixas do Sul (RS) | 25 voos semanais Aeroporto de Santo Ângelo (RS) | 2 voos semanais Aeroporto de Passo Fundo (RS) | 16 voos semanais Aeroporto de Pelotas (RS) | 5 voos semanais Aeroporto de Santa Maria (RS) | 2 voos semanais Aeroporto de Uruguaiana (RS) | 3 voos semanais Base aérea de Canoas (RS) | 35 voos semanais Aeroporto de Florianópolis (SC) | 21 voos semanais Aeroporto de Jaguaruna (SC) | 7 voos semanais Aeroporto de Chapecó (SC) | aumento de capacidade da aeronave
Com
foco no crescimento do comércio exterior entre Brasil, Argentina e
Paraguai, empresa de logística integrada vai construir o maior porto
seco da América Latina
"O novo terminal terá uma operação integrada entre as Receitas do
Brasil Paraguai e Argentina, que tende a diminuir tempo, desburocratizar
e simplificar processos”, diz Djalma Vilela, CEO da Multilog
(Crédito:Divulgação)
editora3i
A cerimônia de lançamento do Novo Porto Seco de Foz do Iguaçú, em 2 de maio, é mais um marco na história da Multilog, uma das maiores operadoras de logística integrada do Brasil.
O projeto ousado, cujo tamanho será três vezes maior do que o porto
seco atual, vai receber investimento de R$ 500 milhões e deixar a
companhia entre as gigantes do Brasil. As obras terão início nos
próximos meses e o porto começará a operar até o final de 2025.
Fundada há 30 anos, em Itajaí (SC), a Multilog vive seu melhor momento. • Em termos de expansão, a empresa cresceu mais de 10 vezes na última década, superando R$ 1 bilhão de faturamento em 2023. • Na área de unidades alfandegadas, a companhia já opera 13 unidades, contra três do segundo player neste mercado. •Para
2024, a projeção é crescer mais 10% de forma orgânica. A companhia
ainda estuda realizar abertura de capital na Bolsa em 2025 para
impulsionar a expansão via aquisições.
O porto seco de Foz do Iguaçu será o maior da América Latina.
Para quem não está acostumado com o termo, porto seco é uma estação
aduaneira, um terminal intermodal conectado por rodovias ou ferrovias,
operando como transbordo de carga, onde são realizadas inspeções pelos
órgãos federais do País na importação, como Receita Federal, Ministério da Agricultura, Ibama, entre outros.
Instalado
às margens da rodovia BR-277 (que liga Foz do Iguaçu ao Porto de
Paranaguá, no Paraná), fora da área urbana da cidade, o projeto vai aprimorar e alavancar as movimentações de cargas na região de tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, além de gerar mais de 3 mil empregos diretos e indiretos, em sua área de 550 mil metros quadrados.
Segundo os dados da
Receita Federal do Brasil, de cada 10 caminhões que atravessam a
tríplice fronteira, sete passam pelo atual porto seco (que será
desativado quando o novo for inaugurado).
O presidente da Multilog, Djalma Vivela,
afirmou à DINHEIRO que o novo porto seco vai transformar a realidade do
transporte de cargas. Além de maior e mais moderno, vai contar com a
atuação dos órgãos federais do Brasil, Paraguai e Argentina trabalhando
de forma integrada, reduzindo a burocracia e acelerando os processos de
importação e exportação.
O atual posto de inspeção de Foz do Iguaçu já é o maior da América Latina em termos de movimentações de cargas terrestres.
Também é operado pela Multilog desde 2016. Ele tem a capacidade de
atender até 1 mil caminhões de uma vez. Movimentou em 2022 mais de US$
6,5 bilhões em cargas transportadas por 201,2 mil caminhões, segundo a
Receita Federal.
Segundo os estudos encomendados para aprovar a
construção, as movimentações de carga podem triplicar a partir de 2025
com a nova infraestrutura integrada. Além disso, por se localizar fora
do perímetro urbano, as operações não irão impactar o trânsito da
cidade, que vai receber uma nova avenida Perimetral Leste, duplicação de
avenidas e uma nova ponte de ligação com o Paraguai, a Ponte da
Integração, obras que serão inauguradas junto com o porto seco.
A expectativa da Multilog para a Tríplice Fronteira passa pelo escoamento da produção agrícola dos três países.
Com a perspectiva de melhora da economia na Argentina, de o Paraguai
seguir crescendo e também de incremento do escoamento da produção
agrícola do Paraná, essa região vai se beneficiar de uma estrutura
adequada para atender o aumento da movimentação de mercadorias pelo
porto.
O governador do Paraná, Ratinho Junior,
disse que o empreendimento é um momento histórico para alavancar o
desenvolvimento econômico da região, do estado e dos países da tríplice
fronteira, e pode transformar o Paraná no maior hub logístico da América
do Sul. “Temos uma posição geográfica privilegiada, mas era necessário
dar um salto de qualidade para sermos um centro logístico”, afirmou o
governador, ao destacar os recursos de R$ 300 milhões que o estado está
investindo em infraestrutura na região.
ESTRUTURA
• A
estrutura inclui a área de pátio de 197 mil metros quadrados destinada
aos caminhões, uma área de armazenagem e vistoria de 7,2 mil metros
quadrados de área coberta fechada, incluindo mais de 600 metros
quadrados de câmara fria, com três docas exclusivas para o armazenamento
de produtos que necessitam de temperaturas controladas. •A estrutura será equipada com balanças de elevada precisão e scanners. •
O complexo contará também com uma área de 1,9 mil metros quadrados
destinada aos motoristas, dividida em oito espaços distintos, sendo sete
deles internos ao porto seco, e um externo, localizado no bolsão de
acesso, com sanitários e áreas para descanso e permanência.
O prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro,
disse que a conclusão do empreendimento vai permitir à cidade ser uma
das mais desenvolvidas do País, tanto sob o ponto de vista logístico
quanto da geração de empregos, do fortalecimento da economia e da
criação de novas áreas de desenvolvimento comercial, além de desafogar o
tráfego de caminhões que hoje circulam pela cidade para acessar o atual
porto seco. “Já estamos planejando abrir novas ruas e avenidas e transfererir a sede da Prefeitura para a região de Três Lagoas”, afirmou.
A
Multilog tem hoje mais de 2,8 mil funcionários preparados para atender
demandas de modelos logísticos simples e complexos e conta com 35 unidades distribuídas nos principais corredores de importação e exportação do Brasil, nos seguintes estados: • Bahia (Salvador), • São Paulo (Barueri, Campinas, Santos, São Paulo e Sumaré), • Paraná (Curitiba, Foz do Iguaçu e São José dos Pinhais), • Santa Catarina (Dionísio Cerqueira, Itajaí e Joinville), • e Rio Grande do Sul (Jaguarão, Santana do Livramento e Uruguaiana).
Entrevista Djalma Vilela – CEO da Multilog
“O ipo vai acontecer quando houver ambiente para isso”
A projeção de crescimento de 10% em 2024 será impulsionada por qual segmento? E qual é a projeção para os próximos anos?
Estamos trabalhando muito com commodities agrícolas, granel, muita
importação de milho do Paraguai, pois no Brasil ainda há um déficit de
insumos que precisam ser importados. Para os próximos anos, trabalhamos
com expectativa de crescer entre 5% e 10%, sempre acima da inflação, e
essa obra aqui em Foz prevê dobrar esse nível, por isso nós compramos o
terreno de 550 mil metros quadrados, projetando esse crescimento da
tríplice fronteira.
Qual será o impacto do novo Porto Seco nos resultados da Multilog e na logística da região da Tríplice Fronteira? Nos resultados da Multilog, o impacto será expressivo. Falando
de volume, no mês de abril, processamos 36 mil caminhões nas operações
de fronteiras, o melhor mês da história da companhia. Só
em Foz do Iguaçu, foram processados 16 mil caminhões, onde teremos a
capacidade triplicada. Sobre a logística da região, a gente trabalha com
a questão da integração. Hoje, em nosso porto, o da Argentina e o do
Paraguai, no novo terminal vai haver uma operação integrada, que tende a
diminuir tempo, desburocratizar e simplificar processos. A Receita
Federal do Brasil, do Paraguai e da Argentina vão trabalhar no mesmo
terminal.
A Multilog planeja fazer um IPO? Qual expectativa de captação?
Estamos estruturando esse movimento estratégico. Não há uma janela para
IPO neste momento, no ano passado não teve, nem neste atual, mas
estamos atentos e conversando com os faria-limers, para quem sabe no ano
que vem (2025). A gente trabalha na expectativa de captar de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão, dinheiro que será investido em expansão.
Compramos quatro empresas nos últimos três anos, mas entendo que temos
um caminho grande de consolidação, temos uma importância interessante no
mercado, mas que pode avançar mais, Hoje o Brasil tem mais de 1 mil
operadores logísticos e o maior player não chega a 5% de market share.
A
S&P Global informou que as enchentes no Rio Grande do Sul não têm,
por ora, impacto nos ratings de empresas afetadas pelo desastre
ambiental. Entretanto, a agência de classificação de risco pondera que
haverá no curto prazo perdas de estoques, produção e vendas.
Já no
médio prazo podem persistir pressões inflacionárias maiores do que se
antecipava e gargalos logísticos. Em paralelo, os danos às operações de
algumas companhias serão permanentes.
A S&P Global observa, no entanto, que a visibilidade da extensão dos estragos causados pela tragédia é hoje limitada.
A catástrofe natural deve ter implicações fiscais severas ao governo do Rio Grande do Sul, que não tem notas da S&P Global.
Em paralelo, o socorro do governo federal ao Estado deve exacerbar a sua dificuldade em equilibrar as contas públicas primárias.
Em relação à inflação e ao crescimento econômico do País neste ano, a avaliação é de que o impacto será marginal ou moderado.
Segundo
relatório sobre as enchentes no Rio Grande do Sul, que não representa
uma ação de rating, muitas das empresas do Estado avaliadas pela agência
retomaram as operações, após dias de paralisação.
As notas do
Banrisul foram colocadas pela S&P em observação negativa, dada a
perspectiva de perdas com seguros e do governo gaúcho, principal
acionista do banco, enfraquecerem a qualidade de crédito.