Rede está presente em 20 estados e no Distrito Federal (Crédito: Divulgação/ Outback)
A Blooming Brands, dona da rede Outback, está analisando vender a operação no Brasil. Mesmo o país sendo responsável por cerca de 80% do faturamento internacional da companhia, o grupo anunciou que está estudando alternativas, incluindo a venda da operação no Brasil.
A avaliação de uma possível saída do brasil foi divulgada no relatório dos resultados financeiros do primeiro trimestre de 2024, que mostrou uma queda no faturamento global. O grupo somou US$ 1,2 bilhões em receitas totais nos três primeiros meses do ano, com queda de 4% sobre o mesmo período de 2023. Também houve queda na margem operacional da companhia de 9,7% para 6,4%.
Em 2023 a companhia, que também é dona das marcas Abraccio e Aussie Grill, apresentou um aumento de 5,5% nas vendas no Brasil. No entanto, os números do primeiro trimestre de 2024 mostraram uma queda de 0,7% nas vendas no país.
De acordo com reportagem do Valor Econômico, a Bloomin’ Brands vem avaliando a venda das operações da rede no país desde 2022. A necessidade de acelerar o crescimento da rede também motivou a buscar de novos sócios.
Procurada pela IstoÉ Dinheiro, a companhia confirmou que está avaliando uma possível venda da operação no Brasil, mas destacou o compromisso com as marcas no país. “A Bloomin’ Brands confirma que está explorando alternativas estratégicas para os restaurantes no Brasil, incluindo, mas não se limitando, à uma possível venda. Reafirmamos o nosso compromisso com nossos negócios e marcas em território brasileiro que possuem grande potencial de crescimento”, afirmou, em nota.
Outback está no Brasil desde 1997
A informação que circulava no mercado dois anos atrás, segundo reportagem do Valor, era de Peter Rodenbeck, hoje com 84 anos, estaria buscando uma saída do negócio. Fundos estrangeiros foram sondados no ano passado, quando os negócios vinham numa recuperação, após a queda nas vendas até 2021.
Foi Rodenbeck quem trouxe a rede para o Brasil em 1997. Na década de 1970 ele também foi o responsável por trazer o McDonald’s para o país.
Em nota, a Bloomin’ Brands Brasil esclareceu, no entanto, que Rodenbeck não tem mais nenhum envolvimento com a marca “há muito tempo”.
O economista e investidor da Corano Capital, Bruno Corano, entende que o posicionamento da companhia dá margem para muitas interpretações . “Embora no último trimestre a empresa tenha dado prejuízo, eu não acho que essa é a motivação. O negócio é bem parrudo, muito sólido. Nos últimos anos, em razão da pandemia, surgiram novos desafios, e isso remete justamente ao ponto da gestão, que às vezes, depois de tantos anos tocando um negócio, quando você precisa mais uma vez se reinventar, às vezes prefere jogar a toalha. Mas o Brasil não vai deixar de contar com o Outback”, afirmou.
Outback virou fenômeno no país
Apesar dos números mostrarem dificuldades, o Outback é um sucesso em várias partes do país. A churrascaria de estilo australiana já foi eleita o restaurante mais popular do Rio de Janeiro e o restaurante de shopping mais popular em São Paulo por cinco anos consecutivos.
A rede tem mais de 150 restaurantes no país e investiu R$ 20 milhões em expansão em 2023. O Outback está presente no Brasil desde 1997, quando inaugurou o primeiro restaurante no Rio de Janeiro. Hoje, presença em 20 Estados e no Distrito Federal.
A popularidade do Outback no Brasil foi assunto internacional no ano passado. Uma reportagem publicada pelo Washington Post deixou americanos chocados com o sucesso da rede os brasileiros. Outback se tornou um “marco cultural” para os brasileiros, destacou o jornalista, acrescentando que muita gente nem sequer sabe da origem americana por trás da comida com toque australiano.
Marcelo Toledo, professor de marketing do curso de Administração da ESPM, explica que o ‘hype’ em volta do Outback tem a ver com atendimento, preço e ambiente diferenciado.
“Uma boa experiência do cliente, com um ambiente diferenciado e um cardápio que não se encontra em outros restaurantes, por um valor acessível a seu público. Dentro deste segmento, podemos falar que é um luxo acessível para aqueles que desejam ir a um restaurante diferente e com uma boa comida”, contou.
https://istoedinheiro.com.br/entenda-por-que-a-dona-do-outback-quer-vender-operacoes-e-sair-do-brasil/
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