quarta-feira, 15 de maio de 2024

Quem é a empresa francesa que quer investir US$ 3 bilhões em hidrogênio verde no Ceará

 


Complexo do Pecém tem seis pré-contratos assinados para produção do vetor energético 

 

Escrito por Redação 

foto de planta de energia solar da empresa Voltalia do Brasil
Legenda: Líder do setor energético, Voltalia do Brasil aposta na produção de hidrogênio verde no Complexo do Pecém
Foto: Divulgação 
 

O Ceará teve o sexto pré-contrato para a produção de hidrogênio verde assinado na última terça-feira (9). O acordo firmado prevê a instalação de um empreendimento da empresa francesa Voltalia no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). 

O investimento previsto é de US$ 3 bilhões de dólares - aproximadamente R$ 15 bilhões. Na fase de implantação do empreendimento, devem ser gerados 5 mil empregos. Com a assinatura do pré-contrato, a Voltalia garantiu área no Setor 2 Zona de Processamento de Exportação (ZPE) Ceará.

A Voltalia do Brasil, subsidiária do grupo francês, está presente no País desde 2006, dedicada à produção de energia por fontes renováveis. São mais de 1500 MW em operação em parques eólicos e solares, instalados principalmente na região Nordeste.

Em 2023, a empresa aumentou sua operação em 795 MW, sendo que mais da metade do volume adicional está em geração no Brasil. Um dos projetos que entrou em operação no ano passado é a usina solar SSM3-6, no Rio Grande do Norte, com 260 MW de capacidade.

Também há um complexo eólico instalado no interior da Bahia, nas cidades de Canudos, Jeremoabo e Euclides da Cunha. Recentemente, a Voltalia começou a atuar no mercado de operação e manutenção de parques energéticos sustentáveis.  

Fundada em Paris em 2006, a Voltalia está presente em 20 países, espalhados em três continentes, com mais de 1.850 funcionários. A companhia atua focada na geração de energia a partir das fontes eólica, solar, hídrica e de biomassa. A empresa teve crescimento do resultado líquido em 29,6 milhões de euros no ano passado. 

HIDROGÊNIO VERDE 

Acompanhando os concorrentes, a Voltalia aposta na produção de hidrogênio verde para diversificar o portfólio energético. Além do pré-contrato com o Pecém, a companhia planejar instalada uma planta para produzir o hidrogênio de baixo carbono no porto de Suape, em Pernambuco. 

O diretor da empresa para a América Latina, Robert Klein, destacou a importância do equipamento portuário cearense neste momento de transformação da produção energética. “Acreditamos firmemente que o Porto de Pecém pode ser um vetor para o sucesso deste novo mercado, podendo proporcionar uma infraestrutura e logística favoráveis para o desenvolvimento dessa indústria promissora”, afirmou. 

O Complexo do Pecém é um dos principais polos avaliados para a instalação de plantas de hidrogênio verde no Brasil.

Além da Voltalia, cinco empresas assinaram pré-contratos para produção e exportação do vetor no equipamento: AES, Casa dos Ventos, Cactus Energia, Fortescue e outra empresa que não teve o nome divulgado.

O primeiro pré-contrato foi assinado com a Fortescue, líder da indústria de minério de ferro, com investimento de R$ 9,7 bilhões. Já a Casa dos Ventos formalizou proposta de construir uma planta de 60 hectares, com capacidade de evitar a emissão de até 430 mil toneladas de CO2 por mês. 

No caso da Cactus, o projeto deve ter investimento na ordem de R$ 10 bilhões, com capacidade para fabricar 190 quilotons de hidrogênio renovável. A AES também prevê investimento no mesmo valor, a fim instalar planta de 80 hectares. 

Há ainda 36 Memorandos de Entendimento (MoU) assinados com empresas que buscam produzir e também exportar hidrogênio verde no Complexo do Pecém.

Segundo o presidente da ZPE, Hélio Winston Leitão, a implementação dos projetos depende agora da obtenção de licenças. A produção e distribuição do vetor energético no Brasil está passando pelo processo de regulamentação, que deve ocorrer pelo Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), desenvolvido pelo Governo Federal.


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