Tramontina deu férias coletivas e fechou duas fábricas em decorrência das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul (Crédito: Divulgação)
A Tramontina retoma nesta quinta-feira, 16, as operações de duas fábricas na cidade de Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul, após 10 dias de suspensão das atividades em decorrência das chuvas que atingiram o estado.
A reabertura marca a volta de 4 mil funcionários, que correspondem a quase metade da força de trabalho da empresa (10 mil empregados no total). As unidades paradas são responsáveis pelas atividades de funilaria e tecnologia e pesquisa. Além delas, a Tramontina tem outras 7 fábricas no país, sendo cinco no Rio Grande do Sul, uma em Belém (PA) e outra em Recife (PE).
A decisão de fechar as fábricas foi para dar segurança aos funcionários que moram em outras cidades. “Como tivemos estradas muito afetadas, nos dava muita insegurança trazer esses funcionários para a empresa”, conta o diretor Executivo, José Paulo Medeiros.
A companhia optou por utilizar 10 dias de férias coletivas acumuladas no ano passado.
Segundo o diretor, a parada foi estratégica também do ponto de vista logístico porque, com as estradas comprometidas, a empresa não conseguiu receber insumos e matérias-primas necessárias para o funcionamento das fábricas, como gases para os fornos.
Apesar de não ter tido danos materiais e de infraestrutura por estar localizada em um município alto, a Tramontina prevê atrasos na operação logística nos próximos dias.
“Nossas maiores dificuldades hoje são a chegada de matéria-prima e insumos, que são feitos principalmente por meio rodoviário, e o escoamento, feito por via rodoviária e marítima”, diz o diretor executivo da Tramontina, José Paulo Medeiros.
Prejuízo ainda não foi contabilizado
O estabelecimento de vias alternativas no estado vai ajudar no transporte de mercadorias, mas a empresa prevê que as entregas levem um dia mais do que o que normalmente levavam antes das enchentes se não houver ocorrência de novos eventos extremos. Com a estimativa de mais chuvas e a água “que demora a baixar”, é difícil ter uma estimativa precisa, ressalta o diretor.
A contabilidade dos prejuízos só vai ser feita no fechamento do mês, diz Medeiros, uma vez que a empresa ainda não sabe como será o ritmo de produção após a retomada. “Teremos um impacto tanto financeiro quanto de produção, mas ainda não conseguimos dimensionar”, diz.
‘Prioridade é manter empregos’
Segundo o diretor, durante os dias de paralisação, a empresa manteve um grupo estudando como minimizar os desafios logísticos para que o nível das atividades volte ao ritmo anterior. “A prioridade é manter os empregos”, disse Medeiros.
Até o momento, a empresa doou 65 toneladas para o Banco de Alimentos de Porto Alegre e o Centro Regional de Doações de Garibaldi, 130 mil litros de água para o Banco de Alimentos e o Hospital Santa Casa de Misericórdia, 40 mil ferramentas para limpeza das regiões afetadas e móveis plásticos para os pontos de acolhimento e abrigo de desalojados.
Segundo a empresa, os funcionários do estado também receberam auxílio financeiro, cestas básicas, produtos de higiene e limpeza.
Na visão do porta-voz, a recuperação do estado vai precisar de ajuda nacional no investimento em obras, uma vez que “o Rio Grande do Sul não vai conseguir suportar sozinho” essa conta.
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