terça-feira, 17 de setembro de 2024

Desafio do Brasil é fazer o que for preciso para crescer independentemente do custo, diz Lula

 Ficheiro:Foto oficial de Luiz Inácio Lula da Silva (rosto ...


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta terça-feira, 17, que o desafio do Brasil é fazer o que é preciso para o País crescer independentemente do custo. Ele deu a declaração a representantes de setores da economia no Palácio do Planalto.

Lula também defendeu a política de aumento do salário mínimo de acordo com o crescimento do PIB. “A palavra mágica é transformar as pessoas em pequenos consumidores”, disse o presidente.

Segundo ele, isso sustenta a produção industrial do País. “O dinheiro tem que circular, não pode ficar parado na mão de pouca gente”, declarou o presidente da República.

Modelo de substituição de importações se esgotou tem muito tempo, diz Haddad

 


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 17, que o Brasil sempre pensou em produção voltada para o mercado interno, durante reunião no Palácio do Planalto para anúncios de novos projetos da ApexBrasil. “Só que esse modelo de substituição de importações se esgotou faz muito tempo”, salientou.

Haddad afirmou que é preciso transformar o País numa plataforma de exportação, principalmente em função das novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas e a necessidade de uma transição ecológica.

“É muito desafiador o que está colocado. Nós precisamos, portanto, nos repensar e olhar para fora, olhar mais para fora, e sem esse tripé é muito difícil competir”, comentou o ministro, mencionando novamente tributo, crédito e seguro como fundamentais para as vendas externas.

Ao citar a aprovação do marco de garantias, Haddad comentou que o mercado de venda de bens duráveis registrou aumento de dois dígitos e que o crescimento chega a 12%, 14% dependendo do setor.

“Então, se a gente fizer o mesmo com as exportações, nós não vamos estar pensando em 200 milhões de consumidores, nós vamos estar pensando em 8 bilhões de consumidores”, comparou o ministro, mencionando que é esse pensamento que têm países como a Coreia, Alemanha e China.

Midea Group, gigante da China de eletrodomésticos, confirma maior IPO do ano em Hong Kong

 Midea investe em nova fábrica de refrigeradores no Brasil ...

As ações da Midea Group, gigante chinesa de eletrodomésticos, subiram em sua estreia em Hong Kong e confirmaram o maior IPO do ano, o que levantou esperanças de que o sentimento por novas ofertas de ações pode estar melhorando. O apetite dos investidores pela Midea também acontece pela introdução de um programa da China de incentivo a atualização de equipamentos, incluindo eletrodomésticos, para impulsionar o consumo do país.

“O IPO ‘jumbo’ bem-sucedido provavelmente melhorará o sentimento do mercado e trará mais mega negócios nos mercados de Hong Kong no futuro”, disse a chefe de Pesquisa de Varejo da MIB Securities HK, Sonija Li, em nota.Nesta terça-feira, 17, os papéis do grupo chegaram a subir cerca de 9%.

A listagem de US$ 3,98 bilhões da Midea ultrapassou a oferta pública inicial de US$ 315 milhões da Sichuan Baicha Baidao Industrial, gigante chinesa de lojas de chá, em abril. O tamanho da oferta pode aumentar para US$ 4,58 bilhões. 

 

Fonte: Dow Jones Newswires

Bets terão regulamentação de tudo, como endividamento e uso do cartão de crédito, diz Haddad

 


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 17, que a portaria publicada mais cedo sobre o funcionamento das empresas de apostas de quota fixa no Brasil é só um primeiro passo de ampla regulamentação das bets, diante da preocupação crescente sobre a dependência que as pessoas podem criar em relação a essa atividade.

Além do aspecto relacionado a saúde, Haddad citou questões sobre endividamento e uso de cartão de crédito – pontos que já entraram no radar dos bancos.

“Estamos começando hoje com essa primeira medida, mas eu já determinei que tudo isso seja regulamentado adequadamente. A questão do endividamento com a finalidade do jogo, a questão do uso do cartão de crédito, a questão da publicidade, do patrocínio, também tem chegado até nós a questão do fiado para jogar… Tudo isso vai passar agora nessas próximas semanas por um pente fino bastante rigoroso, porque o objetivo da lei é fazer o que não foi feito nos quatro anos do governo anterior”, afirmou Haddad a jornalistas, segundo quem também será pedido o apoio da sociedade civil para enfrentar o problema.

Na portaria publicada nesta terça-feira, a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda dá prazo até 1º de outubro para o fim do funcionamento no país das empresas de apostas de quota fixa que ainda não iniciaram sua regularização junto ao governo.

Há um prazo adicional até 10 de outubro para o levantamento dos depósitos dos apostadores e, a partir de 11 de outubro, o órgão solicitará o bloqueio dos sites e a exclusão dos aplicativos das casas irregulares.

“O nosso objetivo aqui é tratar desse assunto com a cautela devida. A distância entre entretenimento e a dependência nesses casos é muito tênue. O mundo está aprendendo a lidar com isso, o Brasil até saiu na frente do ponto de vista da regulamentação e nós vamos antecipar as ações governamentais com o amparo da lei que foi aprovada pelo Congresso”, comentou.

Haddad classificou o que está acontecendo em relação as bets como “uma pandemia” que precisa do enfrentamento do Estado. Ele descartou que a medida publicada nesta terça tenha relação com a arrecadação do governo.

“Isso tem a ver com a pandemia que está instalada no país e que nós temos que começar a enfrentar, que é essa questão da dependência psicológica dos jogos”, disse, citando o envolvimento que o Ministério da Saúde também terá sobre o assunto.

“O objetivo da regulamentação é esse, né, criar as condições para que nós possamos dar amparo. Está começando hoje uma ação governamental para passar isso tudo a limpo”, afirmou.

Na semana passada, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, voltou a defender a antecipação da proibição do uso de cartões de crédito para o pagamento de apostas esportivas eletrônicas, feitas nas chamadas bets. De acordo com ele, os bancos estão preocupados com o comprometimento da renda das famílias que esse uso pode trazer.

Reunião do Copom começa com aposta majoritária de alta da Selic e com ‘dois presidentes’

 


Copom

A decisão do Copom será divulgada nesta quarta-feira, 18 (Crédito: Divulgação/ Banco Central)

 

Começa nesta terça-feira, 17, a primeira parte da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deve iniciar um ciclo de aperto dos juros. Pelo levantamento feito pelo Projeções Broadcast, 53 de 61 instituições financeiras consultadas projetam uma elevação da Selic para 10,75% ao ano, ou seja, uma alta de 0,25 ponto porcentual.

O descolamento das expectativas de inflação em relação à meta tem sido apontado como o principal fator para o aumento da taxa, já que até os porta-vozes do BC têm dito que estão desconfortáveis com esse movimento – que não retrocede. Para piorar, os agentes têm se mostrado ainda mais desconfiados em relação à questão fiscal, que, se por um lado pode ter ajudado o crescimento surpreendente do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, de outro é visto como um redutor da eficiência da política monetária.

Nesta segunda, 16, a pesquisa Focus revelou que a mediana das estimativas para a Selic no fim do ano seguiu em 11,25% aa, mas que subiu de 10,25% para 10,50% aa no encerramento de 2025. O mesmo relatório mostrou que a projeção suavizada para o IPCA de 12 meses à frente ultrapassou a marca dos 4,00% e que a relação entre déficit primário e PIB seguiu em 0,6% para o fim de 2024 e em 0,75% em dezembro do ano que vem.

As previsões para a alta do juro em setembro chegaram a ser maiores, lambendo, inclusive, aumentos de 0,75 pp, depois que o Copom escreveu em sua ata que tudo estaria em aberto até a reunião de hoje e quarta-feira, inclusive uma elevação da taxa. Com as falas intensas dos diretores e do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, as estimativas foram aparadas. Vale ressaltar que, além de se dizer altamente dependente dos dados macroeconômicos recentes para tomar a decisão, a cúpula do BC fez questão de frisar a importância do que apontam os resultados de seus modelos em relação à inflação e à meta.

Dois presidentes

Além da grande expectativa pela confirmação do início de um novo ciclo de aperto, a reunião que se encerra nesta quarta-feira, 18, contará com “dois presidentes” do BC. Além do oficial, vem ganhando cada vez mais lupa a comunicação feita pelo atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, que foi indicado no fim de agosto pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, como o novo comandante do BC a partir de 2025.

Galípolo tomará posse do cargo em janeiro se for aprovado em sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, marcada para 8 de outubro. Nas últimas semanas, o postulante percorreu gabinetes da Casa para se reapresentar aos parlamentares. Ele contou também com a ajuda de Campos Neto. Esta é a primeira vez que ocorre uma transição deste tipo por causa da lei de autonomia operacional do BC, de 2021.

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Operação contra o desmatamento da Mata Atlântica começa em 17 estados

 Mata Atlântica sofre com queimadas e números superam os de 2019


Realizada anualmente, a maior ação de combate ao desmatamento na Mata Atlântica teve início nesta segunda-feira (16) em 17 estados. Chamada de Operação Mata Atlântica em Pé, a iniciativa é coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa).

A operação ocorre simultaneamente em todos os estados em que o bioma está presente: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

Resultado de uma ação conjunta entre os ministérios públicos estaduais e os órgãos ambientais relacionados, a ação tem quatro fases. Na primeira, são levantadas as áreas desmatadas com base em informações da Fundação SOS Mata Atlântica e do Mapbiomas Alerta. Em seguida, os proprietários são identificados pelos ministérios públicos, e as áreas são fiscalizadas pelos órgãos públicos e pelas polícias ambientais. Se detectado o desmatamento, os responsáveis são autuados e podem responder judicialmente nas esferas cível e criminal.

Mata Atlântica

De 2022 para 2023, o desmatamento no bioma teve uma diminuição de 27%, passando de 20.075 hectares para 14.697. Os dados são do Atlas da Mata Atlântica, coordenado pela SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que também mostram a queda do desmatamento em 13 dos 17 estados com cobertura do bioma — Piauí, Ceará, Mato Grosso do Sul e Pernambuco foram as exceções. No último ano, também foi identificada a retirada ilegal de 17.931 hectares de vegetação nativa de Mata Atlântica pela Operação Nacional conduzida pelos ministérios públicos.

Em nota, o promotor de justiça do Ministério Público do Paraná e presidente da Abrampa, Alexandre Gaio. defendeu que a operação consolidou uma cultura de fiscalização do desmatamento ilegal no bioma, por meio da utilização de inteligência e contínuo engajamento dos Ministérios Públicos e órgãos de fiscalização ambiental, “o que também tem contribuído para a redução dos índices de supressão ilegal e enfrentamento às mudanças climáticas”.

O resultado da edição da operação deste ano será apresentado ao final das ações de fiscalização, em 27 de setembro, com transmissão on-line e ao vivo pelo Ministério Público de Minas Gerais.

*Estagiária sob supervisão de Vinícius Lisboa

Fazenda aumenta para 3,2% estimativa para o PIB no ano

 


Previsão oficial de inflação passou para 4,25% 
 
 
O cenário de bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica no final do ano contribuiu para o crescimento das estimativas para a inflação

 

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda aumentou, de 2,5% para 3,2%, a estimativa de crescimento da economia brasileira neste ano. A previsão consta do Boletim Macrofiscal, divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda. Em relação à inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o documento aumentou de 3,9% para 4,25% a projeção para 2024. Em relação ao desempenho da economia, a projeção para o PIB foi revisada após a divulgação do crescimento de 1,4% no indicador no segundo trimestre.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha informado que a equipe econômica revisaria para mais de 3% a previsão de crescimento para o PIB em 2024. Apesar de ter elevado a previsão de crescimento para o PIB, a SPE prevê desaceleração no segundo semestre. Para o terceiro trimestre (julho a setembro), o documento prevê expansão de 0,6% do PIB, contra 1,4% registrado no trimestre anterior. Para 2025, a estimativa de crescimento caiu de 2,6% para 2,5%. A SPE atribui o menor crescimento no próximo ano à perspectiva de um novo ciclo de aumentos na Taxa Selic (juros básicos da economia).

A projeção para o IPCA está próxima do teto da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%. Para 2025, a estimativa avançou de 3,2% para 3,3%. Segundo a SPE, contribuíram para o crescimento das estimativas para a inflação os impactos da alta do dólar, o reajuste no piso mínimo para os preços de cigarro e o cenário de bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica no final do ano. Desde o fim de agosto, a bandeira tarifária para a energia está vermelha, por causa da estiagem em boa parte do país.

 

Rio Grande do Sul

 
Na edição anterior, em julho, o Boletim Macrofiscal tinha informado que as enchentes no Rio Grande do Sul impactariam o PIB em 0,25 ponto percentual em 2024. O número não foi revisado, mas a SPE detalhou que a menor contribuição das políticas de auxílio ao estado contribuirá para a desaceleração da economia no terceiro trimestre. Os números do Boletim Macrofiscal são usados no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado no próximo dia 20. Publicado a cada dois meses, o relatório traz previsões para a execução do orçamento com base no desempenho das receitas e da previsão de gastos do governo, com o PIB e a inflação entrando em alguns cálculos. Com base no cumprimento da meta de déficit primário e do limite de gastos do novo arcabouço fiscal, o governo bloqueia alguns gastos não obrigatórios.

Com ABR