segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Governo aguardará decisão oficial dos EUA sobre tarifas para se manifestar, diz Haddad

 

BRASÍLIA (Reuters) – O governo Luiz Inácio Lula da Silva vai aguardar a eventual oficialização de novas medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na área tarifária para posteriormente se manifestar, disse nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“O governo tomou a decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados, revistos”, disse Haddad em entrevista a jornalistas.

Trump disse no domingo que introduzirá novas tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os EUA, em outra grande escalada de sua reforma da política comercial do país. O Brasil é um dos principais fornecedores de aço para os EUA.

(Por Bernardo Caram)

Petrobras assina contrato de R$ 707 milhões para ampliar produção em terra na Bahia

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A Petrobras informou que assinou contratos no valor de R$ 707 milhões para novas sondas de perfuração terrestres com foco na ampliação da produção onshore (em terra) de óleo e gás na Bahia. A licitação havia sido lançada em abril do ano passado.

Os contratos foram assinados com as empresas EBS e Conterp, disse a estatal.

Em uma rede social, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, declarou que com as novas sondas, “a empresa vai multiplicar a produção na Bahia, de forma rentável e ampliando o potencial de novas descobertas. Lucratividade, emprego e renda na nossa Bahia , estado berço do petróleo no Brasil”.

Segundo a Petrobras, as contratações podem chegar a 65% de realização de conteúdo local, considerando o histórico para a prestação deste tipo de serviço, e podem proporcionar a geração/manutenção de 530 empregos diretos e indiretos durante a vigência, conforme projeção informada pelas empresas.

“As sondas contratadas participarão da próxima campanha de perfuração terrestre, prevista para o período de setembro de 2025 a junho de 2029. A empresa EBS Perfurações prestará serviços de perfuração de poços terrestres com profundidade de até 5 mil metros, enquanto a empresa Conterp será responsável pela perfuração de poços com profundidade de até 4 mil metros”, informou a estatal.

Haddad no X: não é correta informação de que governo deve taxar techs se EUA impuser tarifa

 Fernando Haddad – Wikipédia, a enciclopédia livre

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta segunda-feira, 10, que o governo brasileiro tenha a intenção de taxar empresas de tecnologia, caso os Estados Unidos decidam impor tarifas aos produtos brasileiros. A declaração foi feita em publicação na rede social X, na qual Haddad reforçou que o Executivo só irá se manifestar com base em “decisões concretas”.

“Para não deixar dúvida, não é correta a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil. No mais, o governo brasileiro tomou a decisão sensata de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. Vamos aguardar a orientação do presidente”, disse Haddad.

Nesta segunda, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que o governo taxaria plataformas digitais norte-americanas caso Donald Trump oficialize o anúncio de elevar em até 25% as tarifas para o aço e o alumínio de todos os países.

Mais cedo, a jornalistas, Haddad já havia afirmado que o governo tomou a decisão de só se manifestar “oportunamente”, com base em decisões concretas, e não em anúncios que, na avaliação do ministro, podem ser mal interpretados ou revistos. “Então o governo vai aguardar decisão oficialmente antes de qualquer manifestação”, disse a jornalistas.

A regulamentação econômica das big techs é um tema que já estava na agenda do Ministério da Fazenda antes da posse de Donald Trump e das ameaças de sobretaxas do presidente americano. O tema foi apresentado inclusive no documento de prioridades da Fazenda ao novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). A proposta ainda não foi enviada ao Congresso e está em elaboração pelo Executivo.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) no início do ano, há uma avaliação no governo, de acordo com fontes, de que o debate para a tributação das big techs já estaria maduro e alinhado às discussões no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

BC informa instabilidade no Pix por problemas na rede do SFN; situação retorna à normalidade

 Fotos Pagamento Pix | Freepik


O Banco Central informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que instabilidades no sistema Pix registradas por algumas instituições nesta sexta-feira, 7, foram provocadas por problemas na rede do Sistema Financeiro Nacional (SFN) ao acessar sistemas da autoridade monetária. A situação já está retornando à normalidade.

“Os sistemas do BC funcionam normalmente. Alguns participantes enfrentaram dificuldades de acesso aos sistemas do BC por conta de problemas na Rede do Sistema Financeiro Nacional. Os planos de contingência de rede foram acionados. A situação já está retornando à normalidade”, informou o BC.

Balança comercial de janeiro tem saldo positivo de US$ 2,1 bilhões, mas cai em relação a 2024

 


Balança Comercial

Foto: Freepik

 

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou na tarde desta sexta-feira, 7, o saldo da balança comercial do mês de janeiro de 2025. As exportações somaram US$ 25,18 bilhões e as importações, US$ 23,016 bilhões, com saldo positivo de US$ 2,164 bilhões. 

Na comparação com janeiro de 2024, houve queda de 5,7% nas exportações totais, passando de US$ 26,7 bilhões para US$ 25,18 bilhões. Em relação às importações houve crescimento de 12,2% na comparação entre o mês de Janeiro de 2025 (US$ 23,02 bilhões) com o mês de Janeiro de 2024 (US$ 20,51 bilhões). Isso significou uma queda do superávit na comparação com janeiro de 2024 de 65%, de US$ 6,2 bilhões para US$ 2,1 bilhões.

Também na comparação entre janeiro de 2025 e 2024, o desempenho dos setores que mais exportaram foi o seguinte: queda de US$ -0,43 bilhões (-10,1%) em Agropecuária; queda de US$ -1,12 bilhões (-13,6%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 0,01 bilhões ( 0,1%) em produtos da Indústria de Transformação.

A queda de exportação no agro foi puxada pela soja ( -70,1% com queda de US$ -1,02 bilhões); Milho não moído, exceto milho doce ( -29,9% com queda de US$ -0,33 bilhões) e Trigo e centeio, não moídos ( -39,0% com queda de US$ -0,08 bilhões).

Já na importação, os dados são: crescimento de US$ 0,1 bi ( 20,3%) em Agropecuária; queda de US$ -0,11 bi ( -9,1%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 2,49 bilhões ( 13,4%) em produtos da Indústria de Transformação.

Trump diz que anunciará tarifas sobre muitos países na próxima semana

 


Presidente dos EUA, Donald Trump

O presidente Donald Trump disse nesta sexta-feira, 7, que planeja anunciar tarifas recíprocas sobre muitos países na próxima semana, acrescentando que os impostos adicionais poderiam ajudar a reduzir o déficit orçamentário do país.

A medida cumpriria uma promessa de campanha de Trump de impor tarifas “recíprocas” sobre as importações norte-americanas – iguais às taxas que os parceiros comerciais impõem às exportações norte-americanas. Não ficou imediatamente claro quais países seriam afetados.

Trump disse a parlamentares republicanos sobre seus planos durante as discussões orçamentárias na Casa Branca na quinta-feira, três fontes familiares com o plano disseram à Reuters. Trump e seus principais assessores têm dito que planejam usar tarifas mais altas sobre as importações para ajudar a pagar a extensão dos cortes de impostos de 2017 de Trump.

O aumento das tarifas poderia compensar parte desse custo, embora elas tenham representado apenas cerca de 2% das receitas anuais nos últimos anos.

Trump anunciou tarifas de 25% sobre o Canadá e o México no sábado, mas adiou a aplicação delas após uma reação negativa dos investidores. Os dois maiores parceiros comerciais dos EUA concordaram em aumentar os esforços de fiscalização na fronteira, uma das principais prioridades de Trump.

Wall Street ampliou as perdas nesta sexta-feira após a notícia da Reuters sobre a discussão de Trump com os parlamentares.

STF retoma julgamento de R$ 22 bi sobre tributação de lucros da Vale no exterior

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O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta sexta-feira, 7, o julgamento que discute a incidência de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre os lucros obtidos no exterior por controladas e coligadas de empresas brasileiras. O caso concreto, que trata das controladas da Vale na Dinamarca, na Bélgica e em Luxemburgo, disputa R$ 22 bilhões, de acordo com estimativa da Receita Federal.

O valor contempla um ano de não recolhimento e a devolução de tributos relativos aos últimos cinco anos.

Até o momento, o placar está empatado em 1 a 1. A análise será feita no plenário virtual e a conclusão está prevista para a próxima sexta, 14, se não houver pedido de vista ou destaque.

A ação não tem repercussão geral, ou seja, o resultado não deverá ser seguido automaticamente pelas instâncias inferiores em processos semelhantes. Mas o caso preocupa a União porque pode alterar a jurisprudência do Supremo, que é favorável à União desde 2013.

O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que tramitam cerca de 40 ações na Justiça sobre o tema.

De acordo com nota da Receita de fevereiro de 2023, os desdobramentos desse julgamento podem causar um impacto da ordem de R$ 142,5 bilhões, levando em consideração os anos de 2017 a 2021, e de R$ 28,5 bilhões anuais futuros.

A Corte discute se o artigo 7º de tratados firmados pelo Brasil com outros países para evitar a bitributação impede a Receita Federal de cobrar IRPJ e CSLL sobre lucros auferidos por controladas de empresas brasileiras localizadas em território estrangeiro.

Os tratados estabelecem que os lucros devem ser tributados no país de localização da controlada, exceto se houver um estabelecimento permanente no Brasil.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) defende que o lucro é da empresa controladora com sede no Brasil, independentemente de os valores terem sido distribuídos, e não da controlada no exterior. Por isso, de acordo com a União, a regra do tratado internacional não se aplica.

A discussão tem gerado posições controversas na Justiça desde uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, segundo a PGFN, contrariou precedentes do STF favoráveis à tributação dos lucros de controladas no exterior.

Parte da Justiça Federal têm aplicado a posição do STJ como um precedente válido. Já no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), a União tem vencido por voto de qualidade.

O julgamento do caso que envolve a Vale no STF começou em maio. O relator, André Mendonça, entendeu que a discussão é infraconstitucional e que a palavra final, portanto, deve ser do STJ. Para Mendonça, os precedentes citados pela União são distintos porque não foram debatidos à luz dos tratados internacionais.

Já o ministro Gilmar Mendes acolheu o argumento da União. “Quem está sendo tributado é a empresa investidora brasileira, relativamente aos rendimentos auferidos por meio de um investimento no exterior”, afirmou em seu voto.

Para o ministro, os tratados internacionais não se aplicam na situação da Vale. “No caso brasileiro, o sistema tributário adota o critério da residência para fins de tributação universal corporativa. Sendo assim, uma pessoa jurídica residente no Brasil deve reportar ao Brasil todo o seu rendimento auferido mundialmente.”

Transação negociou R$ 1,9 bilhão

Em 2023, o governo lançou transação sobre a tributação de lucros no exterior com a expectativa de encerrar processos que discutem o tema e, em contrapartida, oferecer melhores condições de pagamento da dívida.

Na época, a Receita Federal identificou cerca de 150 processos no Judiciário que poderiam chegar a R$ 54 bilhões, e outras 50 disputas administrativas no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), de até R$ 14 bilhões.

A oferta de acordo, contudo, não animou contribuintes, que têm obtido decisões favoráveis na Justiça devido ao precedente do STJ. A PGFN disse ao Broadcast que foram negociados R$ 1,9 bilhão, mas afirmou que ainda não tem os dados dos valores efetivamente recuperados.