quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

BC tomará o tempo necessário para ter certeza de que novos dados são tendência, diz Galípolo

 Quem é Gabriel Galípolo, novo diretor de Política Monetária ...

Ao comentar nesta quarta-feira, 12, os dados do setor de serviços de dezembro de 2024, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou crescimento em relação a igual mês em 2023 com quatro das cinco atividades de serviços registrando avanços, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, deixou claro que a autoridade monetária “vai tomar o tempo necessário para ter certeza de que os novos dados são uma tendência”.

Galípolo fez a afirmação durante seminário sobre Política Monetária Brasileira, promovido pelo Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (IEPE/CdG), no Rio de Janeiro.

De acordo com Galípolo, no curto prazo, a inflação ficará fora da meta. Ele disse que poderá ocorrer uma desaceleração da economia e que o BC deve ser mais parcimonioso quando faz um movimento do juro para baixo.

“Temos assistido, e é normal que a partir de agora, todos os agentes de mercado passem a dar mais atenção para olhar os dados de atividade econômica, absolutamente normal. Mas como a gente comentou já na comunicação oficial, até porque esses dados são dados de alta frequência, eles apresentam uma certa volatilidade. Algumas vezes sensações de que aquilo estava representando uma tendência que depois não se confirmaram”, observou o banqueiro central. “Cabe agora o Banco Central ter a devida parcimônia e serenidade na observação desses dados, para que a gente tenha tempo suficiente para observar que qualquer tipo de situação que a gente tem acompanhado”, disse o presidente do BC.

Ainda sobre os dados dos Serviços divulgados nesta quarta, ele emendou que está sendo analisada a composição para que se possa fazer uma discussão absolutamente pertinente sobre a composição deles. “O Banco Central vai tomar o tempo necessário para ter a certeza de que os dados que estão chegando são dados que confirmam uma tendência e não simplesmente volatilidade de dados de alta frequência. Então, acho que essa é a perspectiva que a gente tem”, reforçou.

Hiato do produto, horizonte relevante… Entenda 10 termos usados pelo Copom

 

Quem quer entender as decisões sobre a Selic tomadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) pode se deparar com uma barreira: a linguagem. As atas e comunicados muitas vezes são cheias de termos técnicos e difíceis de entender.

“Sou crítico da forma como a ata é feita. Ela deveria ter linguagem acessível para a população, para que as pessoas entendam”, diz o professor Arnóbio Durães, da FIA Business School. Por isso, o Bora Investir reuniu alguns dos termos que mais causam dúvidas na ata do Copom e traz explicações.

Confira as principais expressões do Copom

Horizonte relevante

Para entender o que é horizonte relevante, é preciso saber que o nível atual de taxa de juros demora a ter um total efeito na economia, na prática. Ou seja, se o Copom eleva a Selic, o impacto dessa alta só será sentido mais à frente. Horizonte relevante é esse período futuro em que as decisões terão efeito significativo na economia e na inflação, explica Durães.

Desancoragem das expectativas

Um dos elementos que o comitê observa para projetar a inflação à frente é como estão as expectativas de qual será a inflação no futuro. Esse “termômetro” é sentido, em especial, pelo boletim Focus, que coleta as projeções do mercado sobre a inflação no futuro. Quando alguém diz que as expectativas estão desancoradas, significa que as expectativas para a inflação no horizonte relevante estão acima da meta estabelecida.

Um dos problemas dessa desancoragem é que quando as expectativas apontam para uma aceleração da inflação à frente, isso pode se refletir em uma aceleração da inflação hoje, num círculo vicioso. “No cenário atual do Brasil, temos uma desancoragem das expectativas da inflação, que estão subindo e se afastando da meta determinada, o que impacta as decisões de reajuste de preços e pode resultar no aumento da inflação corrente”, explica Maria Giulia, analista de research da Rico.

Convergência das expectativas

Quando o Banco Central fala sobre a convergência das expectativas, se refere a uma aproximação da expectativa de inflação com a meta de inflação. Se as expectativas estão convergindo para a meta, isso significa que o cenário está se encaminhando para a ancoragem das expectativas – um dos objetivos do BC para entregar a inflação mais próxima da meta.

Hiato do produto

“Esse conceito se refere à diferença entre o Produto Interno Bruto (PIB) real – aquilo que é efetivamente produzido pela economia – e o produto potencial, que é o nível máximo de produção que a economia pode sustentar sem gerar pressões inflacionárias”, diz Durães.

Se o hiato é positivo, significa que a economia “está operando acima de sua capacidade máxima, representando uma economia aquecida e indicando pressão inflacionária adiante”, explica Giulia. Por isso que o BC fica de olho nessa medida.

“Por outro lado, quando o hiato do produto é negativo, quer dizer que nem todo o potencial da economia está sendo utilizado, por exemplo, em um cenário em que há um alto desemprego e a demanda por produtos é baixa”.

Também vale dizer que, enquanto o PIB é uma variável que pode ser medida (e é calculada trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB potencial não é uma variável observável, mas é fruto de uma estimativa.

IPCA cheio/índice cheio

É comum ler esse termo em análises sobre a inflação, ou, mais especificamente, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a medida oficial de inflação do Brasil. Quando alguém fala em “IPCA cheio”, está se referindo ao número total do IPCA, ou seja, o resultado geral do indicador. É o número que aparece quando as manchetes dizem: IPCA em novembro sobe 0,39%.

Fala-se em “IPCA cheio” porque o próprio índice é composto por algumas divisões em grupos, como Alimentação e Bebidas, Habitação, Transportes, Vestuário, Educação, Comunicação. Há também a possibilidade de fazer outros recortes no índice geral, como estimar a inflação de serviços, por exemplo.

Inflação subjacente/núcleo de inflação

A inflação subjacente, ou núcleo de inflação, é uma medida que busca excluir do índice cheio os preços de produtos que são muito voláteis por alterações sazonais ou eventos climáticos, como alimentos in natural.

Isso é feito para entender a tendência dos preços que são mais afetados pela política monetária. “Dessa forma, ao olhar para o núcleo de inflação, o Banco Central consegue ter uma visão mais clara sobre as alterações dos preços mais relacionadas ao ciclo econômico, tendo clareza quanto às tendências de inflação da economia, possibilitando tomar melhores decisões de política monetária em busca do equilíbrio dos preços e da inflação”, explica Giulia.

Ela lembra, entretanto, que o Banco Central não utiliza o núcleo de inflação para apuração da meta, e sim a inflação cheia.

Curva de juros futura

A Selic, que é determinada pelo Copom, é uma taxa de juros de curto prazo. Para determinar as taxas cobradas em empréstimos mais longos, no entanto, as instituições financeiras olham para a expectativa do mercado com relação à taxa de juros no futuro. Essas expectativas formam um gráfico – chamado de curva de juros, ou curva DI – e representa a taxa média em que os agentes estão dispostos a emprestar seu dinheiro em diferentes prazos.

Assim, quando o Copom altera a Selic, ele está mexendo no “ponto de partida” dessa curva de juros. As expectativas nos prazos mais longos, então, são ajustadas de acordo com essa mudança. Além da Selic atual, a estrutura da curva de juros depende de fatores como expectativas de inflação, expectativas quanto às próximas decisões do Copom, fatores macroeconômicos, e a confiança do mercado nos membros do próprio Copom.

“É muito importante acompanhar a curva de juros, pois ela permite que os investidores tenham uma noção do rendimento que eles podem esperar em determinadas aplicações no futuro”, completa.

Cenário de referência

O cenário de referência é o cenário utilizado por economistas para fazer projeções futuras, considerando as situações que pensam ser mais prováveis de acontecer. Para hipóteses de um cenário mais otimista ou pessimista, utiliza-se o termo “cenário alternativo”.

Assimetria altista/baixista no balanço de riscos

Quando o Copom vai tomar sua decisão sobre qual será a taxa de juros, seus membros fazem um balanço de riscos. Ou seja, elencam quais são os riscos que podem fazer a inflação subir ou cair no horizonte relevante.

Quando os comunicados falam em assimetria, isso quer dizer que um desses dois lados (de alta ou de baixa da inflação) está “pesando mais”.

“Por exemplo, quando temos um cenário de inflação com assimetria altista, isso quer dizer que as chances de a inflação ficar mais pressionada são maiores do que ela se manter no patamar atual. No cenário oposto, a assimetria baixista indica que há mais riscos de baixa para a inflação”, diz Giulia.

Política monetária contracionista/expansionista e taxa neutra

“Política monetária é o nome dado ao conjunto de ações determinadas e implementadas pelo Banco Central para gerenciar a ‘quantidade de dinheiro’ em circulação na economia e o custo do dinheiro (taxa de juros)”, explica a analista da Rico. No Brasil, o principal instrumento de política monetária que o Banco Central utiliza é a taxa Selic.

Quando alguém diz que a política monetária está expansionista, quer dizer que o nível de juros está baixo, com o objetivo de estimular a economia. Por outro lado, quando a política monetária é contracionista, seu objetivo é desaquecer a economia e reduzir o ritmo de alta de preços.

Além disso, há a possibilidade de uma política monetária neutra, “quando se busca manter a estabilidade dos preços, sem aquecer ou desaquecer a economia”, diz Giulia.

A taxa de juros neutra pode ser estimada de acordo com algumas características de cada economia. Assim como o PIB potencial, no entanto, é uma medida estimada.

PlatôBR: Nem o PSB faz questão de manter o presidente do Ibama, e Lula fala de ‘lenga-lenga’

 

Aos olhos do seu partido, o PSB, o presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo Agostinho, é visto como um ambientalista mais radical que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Segundo membros da legenda, a permanência dele no órgão na reforma ministerial que se avizinha não é um ponto que o partido reclamará com o presidente Lula.

Membros da cúpula da sigla consideram estratégica a exploração de petróleo da margem equatorial pela Petrobras e não endossarão qualquer resistência à prospecção.

Além disso, a chegada de Agostinho ao Ibama no início do governo é tratada mais como resultado de uma articulação dele com a ministra do que com o partido e, por isso, o PSB não fará movimentos para mantê-lo no cargo se houver uma decisão do presidente de demiti-lo.

“Lenga-lenga”

Nesta quarta-feira, 12, Lula fez questão de demonstrar descontentamento com a demora do Ibama em analisar o projeto da Petrobras. O presidente falou em “lenga-lenga” do órgão sob a gestão de Agostinho.

Um detalhe chama atenção: na entrevista concedida a rádio Diário FM, de Macapá, Lula não chegou a ser questionado sobre a exploração na foz do Amazonas. Ele próprio tomou a iniciativa de defender a exploração. “Não é que eu vou mandar explorar, eu quero que ele seja explorado”, disse. “Agora, antes de explorar, nós temos que pesquisar”, ressalvou. “O que não dá é para a gente ficar nesse ‘lenga-lenga’. O Ibama é um órgão do governo, parecendo que é um órgão contra o governo”, atacou Lula, antes de começar a defender a Petrobras. “É uma empresa responsável, tem a maior experiência de exploração em águas profundas, vamos cumprir todos os ritos necessários para que não cause nenhum estrago na natureza”.

A exploração de petróleo na margem equatorial é um dos principais planos da estatal, que prevê o investimento de US$ 3,1 bilhões para a perfuração de 16 poços na área que se estende pela costa do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. A exploração é também uma defesa do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que pediu apoio a Lula para deslanchar o projeto. Lula se comprometeu a pressionar para que saia a licença.

A proposta apresentada pela Petrobras no fim do ano passado já contém modificações em relação ao projeto inicial para atender a condicionantes impostas pelo órgão ambiental. Uma delas é a instalação de uma base de atendimento a animais em caso de acidentes a 120 quilômetros do local de exploração. Antes, a base de socorro mais próxima ficava a cerca de 800 quilômetros da área de prospecção.

Há cerca de um mês, Lula chamou Agostinho ao Palácio do Planalto e cobrou as licenças, tanto para a exploração da Petrobras quanto para cerca de 90 obras de infraestrutura de transportes que se encontram paradas por falta de uma decisão do Ibama. O presidente do Ibama respondeu que os estudos estavam sob análise de técnicos do órgão e que uma decisão sobre cada processo de licenciamento não dependeria dele.

O PlatôBR tentou falar com Agostinho sobre o assunto, no entanto, não recebeu retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

Leia mais em PlatôBR.

Alckmin diz que Brasil vai dialogar com EUA para buscar solução para tarifas de Trump

 

O governo brasileiro vai procurar o governo dos Estados Unidos para encontrar uma solução para a tarifa de 25% imposta pelos EUA sobre as importações de aço e alumínio, disse nesta quarta-feira, 12, o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.

Ele defendeu um sistema de cotas de exportação sem a sobretaxa, como ocorreu em 2018 no primeiro mandato de Donald Trump como presidente dos EUA, quando ele também impôs tarifas sobre produtos siderúrgicos.

Alckmin disse, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, que conversou na véspera com a embaixadora brasileira em Washington para que seja realizado um encontro com o governo norte-americano em busca de uma solução para as tarifas, que têm impacto direto sobre as exportações do Brasil.

“Cotas são um mecanismo inteligente, se você aumenta a tarifa aumenta o custo para a cadeia norte-americana”, afirmou.

Produtores de aço do Brasil defenderam na véspera a continuidade de um acordo comercial estabelecido em 2018 com os EUA que criou cotas de exportação de produtos siderúrgicos do país para os EUA.

Setor de serviços recua em dezembro, mas fecha 2024 com crescimento de 3,1%

 

O setor de serviços, que possui o maior peso na economia brasileira, teve queda de 0,5% em dezembro de 2024, ante novembro. Já na comparação com dezembro de 2023, o volume de serviços cresceu 2,4%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quarta-feira, 12, pelo IBGE.

Apesar do recuo na reta final do ano, o setor de serviços fechou 2024 com uma alta acumulada de 3,1%, quarto ano seguido de crescimento. Em 2023, a expansão tinha sido menor, de 2,9%. Segundo o IBGE, entre 2021 e 2024 o setor acumulou ganhos de 27,4%.

No entanto, os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de avanços de 0,1% na comparação mensal e de 3,5% na base anua

O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, destacou que é a primeira vez na série histórica que o setor registrou quatro anos consecutivos de taxas anuais positivas. Com o recuo em dezembro, o setor se encontra 15,6% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica (outubro de 2024).

Os fornecedores de serviços foram favorecidos ao longo do ano passado pela robustez do mercado de trabalho e aumento da renda, dando contribuição positiva para a expansão do PIB, mas também gerando preocupações com o impacto inflacionário.

Entretanto, somente nos dois últimos meses de 2024 o volume de serviços acumulou perdas de 1,9%, o que pode indicar alguma fraqueza em sintonia com a esperada desaceleração da economia, em meio a uma política monetária restritiva com a taxa básica de juros Selic em 13,25% e perspectiva de mais elevação.

Evolução do desemprenho do setor de serviços (Crédito:Divulgação/IBGE)

Destaques do ano

Os destaques de crescimento em 2024 foram os serviços de informação e comunicação (6,2%) e profissionais, administrativos e complementares (6,2%). No primeiro ramo, destacaram-se telecomunicações e serviços de TI.

“Já em serviços profissionais, administrativos e complementares, os destaques ficaram com os avanços de receita vindos de agenciamento de espaços de publicidade, devido à propaganda nas plataformas digitais, atividades jurídicas, com aumento do recebimento de precatórios, e intermediação de negócios em geral por meio de aplicativos e plataformas de e-commerce”, afirma o pesquisador.

No campo negativo, o destaque foi para o setor de transportes, pressionado pela menor receita auferida pelo transporte rodoviário de cargas, visto que a menor safra em 2024 gerou menores fretes.

Turismo cresce 2,8% em dezembro e 3,5% em 2024

O índice de atividades turísticas teve alta de 2,8% frente a novembro, renovando o ápice da sua série histórica.

Na comparação entre dezembro de 2024 e dezembro de 2023, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresentou expansão de 9,5%, sétimo resultado positivo seguido.

No acumulado do ano, mostrou expansão de 3,5% frente a igual período do ano anterior. Regionalmente, onze dos 17 locais investigados também registraram taxas positivas, em que sobressaíram os ganhos vindos de São Paulo (3,7%) e Rio de Janeiro (6,3%), seguidos por Bahia (8,4%), Minas Gerais (4,5%), Paraná (7,2%) e Santa Catarina (9%).

*Com informações da Reuters

Tribunal da Holanda aprova compra de ações da Cnova pelo grupo Casino

 

Um tribunal da Holanda aprovou a compra de ações da multinacional de varejo Cnova pelo grupo Casino Guichard-Perrachon, dando vitória para o gigante varejista francês em um processo contra os investidores da holandesa para adquirir o negócio.

A decisão judicial determinou que o pagamento de 0,09 euros por ação é um “preço de aquisição justo” e ordenou que todos os investidores transfiram seus papéis da Cnova para o Casino, em troca do pagamento em dinheiro, segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira, 12.

“O Casino anunciará em breve as modalidades e outros detalhes para a transferência voluntária, que deve ficar aberta por um período de dez semanas”, diz a nota.

O Casino – que também é o maior acionista do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no Brasil – executará a sentença da Câmara Empresarial da Holanda contra todos os acionistas que não participaram da transferência voluntária, pagando o preço total de aquisição das ações restantes da Cnova ao fundo de consignação do Ministério das Finanças holandês, como resultado do qual tais ações serão transferidas ao Casino sem ônus e por força de lei.

MDIC: Defesa terá investimento de R$ 112,9 bi e Embraer assinará acordo com Finep e BNDES

 

O governo Lula divulgou nesta quarta-feira, 12, que há R$ 112,9 bilhões em investimentos, sendo R$ 79,8 bilhões públicos e R$ 33,1 bilhões privados, previstos para as políticas de desenvolvimento da indústria da defesa. Os valores serão destinados à chamada “Missão 6” da Nova Indústria Brasil (NIB), focada em tecnologias estratégicas para a soberania e defesa nacionais.

O Planalto promoveu nesta quarta uma cerimônia para divulgar esses números e comemorar um ano de lançamento da NIB, com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

De acordo com o MDIC, o evento também marca a assinatura da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de contrato com a Embraer para projetos de inovação no setor.

A pasta informou que, de recursos públicos, são R$ 31,4 bilhões do PAC Defesa voltados para projetos como o caça Gripen, o avião cargueiro KC-390, viaturas blindadas, fragatas e submarinos.

A Finep também investe em projetos estratégicos, como o reator multipropósito brasileiro e o foguete de decolagem para veículos hipersônicos, com R$ 4,2 bilhões já colocados e previsão de mais R$ 331 milhões.

Já o BNDES e o Banco do Brasil apoiaram as exportações do setor com mais de R$ 23,75 bilhões até o momento, e o BNDES projeta mais R$ 20 bilhões até 2026.

De investimentos privados, os R$ 33,1 bilhões são divididos entre os setores aeroespacial e defesa (R$ 23,7 bilhões), nuclear (R$ 8,6 bilhões) e segurança e outros (R$ 787 milhões).

A prioridade da Missão 6 é o fortalecimento de três cadeias prioritárias, de satélites, veículos lançadores e radares.

“Esses setores foram definidos com base na existência de capacidades locais construídas, potencial de geração de exportações de alta intensidade tecnológica e de geração de empregos qualificados”, disse o MDIC.

De metas, o objetivo é alcançar 55% de domínio das tecnologias críticas para a defesa até 2026, e 75% até 2033. Atualmente, o Brasil domina 42,7% das tecnologias críticas, definidas a partir de lista de 39 projetos estratégicos de PD&I de tecnologias críticas estabelecidos pelo MDIC, os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Finep e a Agência Espacial Brasileira.

O MDIC contabiliza que, no total, a indústria brasileira dispõe de uma previsão de R$ 3,4 trilhões em investimentos públicos e privados.

O investimento público é de R$ 1,1 trilhão, incluindo recursos do Plano Mais Produção (P+P), braço financeiro da NIB, e de programação relacionados, como o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica. Já o setor produtivo anunciou R$ 2,24 trilhões no fortalecimento da produção nacional nos próximos anos, afirmou a pasta.