Da redação com Estadão Conteúdoi
O relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 17, aponta para um IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor-Amplo) de 2025 de caiu de 5,66%, ante
5,68% da semana anterior. Agora, está 1,16 ponto porcentual acima do
teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, estava em 5,60%. O documento desta
semana também traz uma projeção de crescimento do Pib (Produto Interno Bruto) um pouco abaixo do anterior, de 2,01% para 1,99%, após quatro semanas de estabilidade.
A partir deste ano, a meta de inflação passa a ser contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.
Na
ata da sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom)
afirmou que o cenário para a inflação de curto prazo é adverso, com
destaque para a alta dos preços de alimentos, influenciados pela
estiagem e o ciclo do boi e com tendência de propagação. Os bens
industriais são pressionados pelo câmbio.
“Em
se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação
acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo
de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos”, disse o
Copom.
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2026 subiu de
4,40% para 4,48%, após duas semanas de estabilidade. Um mês antes,
estava em 4,35%. Considerando apenas as 113 estimativas atualizadas nos
últimos cinco dias úteis, passou de 4,26% para 4,50%.
O Copom aumentou a taxa Selic de 12,25% para 13,25% em janeiro e sinalizou uma alta de mesma magnitude na reunião desta quarta-feira, 19.
O
horizonte relevante do BC é o terceiro trimestre de 2026, quando o
Copom espera uma inflação de 4,0%, considerando o cenário de referência.
A
mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela quarta
semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 subiu de 3,75% para
3,78%. Um mês antes, era de 3,80%.
Pib
O Pib brasileiro
cresceu 0,2% no quarto trimestre do ano passado – abaixo da mediana da
pesquisa Projeções Broadcast, de 0,4%. No acumulado de 2024, a economia
teve alta de 3,4%. O carrego estatístico para 2025 é positivo em 0,8%.
A
maioria dos indicadores de atividade de alta frequência compilados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve desempenho
abaixo do esperado em janeiro. A produção industrial teve variação zero,
enquanto o mercado previa alta de 0,4%. O volume de serviços caiu 0,5%,
ante mediana de alta de 0,1%.
Em contrapartida, as vendas do varejo ampliado cresceram 2,3%, acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 1,7%.
A
estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia
brasileira em 2026 caiu de 1,70% para 1,60%, após quatro semanas de
estabilidade. Considerando só as 70 projeções atualizadas nos últimos
cinco dias úteis, caiu de 1,70% para 1,56%.
A mediana para o
crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0%. Um mês antes, era de
1,98%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela
53ª semana seguida.
O Banco Central espera que a economia
brasileira cresça 2,10% este ano, conforme o mais recente Relatório
Trimestral de Inflação (RTI).