segunda-feira, 17 de março de 2025

Ibovespa toca importante marca psicológica de 130 mil pontos, após 3 meses

 Ibovespa: o que é, como funciona e para que serve

O Ibovespa tocou há pouco a importante marca psicológica dos 130 mil pontos, vista pela última vez no final do ano passado. A força de ações ligadas a commodities é o que direciona o indicador, em boa medida.

Segundo o estrategista-chefe do Grupo Laatus, o avanço deve-se a questões externas, sobretudo ligadas à China. “Não é por motivos internos”, diz.

Além de o gigante asiático ter divulgado uma série de dados com resultados acima do esperado, anunciou um plano para aumentar consumo interno e promover crescimento de renda salarial.

“As medidas chinesas tendem a aumentar a demanda e o Brasil está amarrado no para-choque da China. Se o país acelerar, estimula aqui, mas há muita incertezas sobre as tarifas dos Estados Unidos. O mercado não tem um horizonte. Não dá só para ficar em cima só do fator China, é muito pouco. Incerteza é a palavra da vez”, acrescenta Laatus.

Às 11h54, o Ibovespa subia 0,78%, aos 129.921,04 pontos, ante alta de 0,84%, na máxima aos 130.040,28 pontos. Vale subia 0,83%, Petrobras avançava entre 1,46% (PN) e 1,59% (ON) e papéis de grandes bancos tinham ganhos de até 1,95% (Itaú Unibanco PN).

Visa e MDS assinam convênio para promover educação financeira e empreendedorismo

 Senador Wellington Dias - Senado Federal

A Visa e o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) assinam nesta segunda-feira, 17, um convênio voltado à promoção conjunta de ações de educação financeira e empreendedorismo. O foco será o público do Cadastro Único (CadÚnico), que inclui 40 milhões de famílias e cerca de 54 milhões de pessoas.

O acordo de cooperação técnica inclui a capacitação de 200 mil inscritos no sistema, e um programa de treinamento e capacitação para 130 mulheres empreendedoras em parceria com o Instituto Rede Mulher Empreendedora, que dará capital semente de R$ 1.200 para 20 selecionadas ao final. Há ainda acesso a um portal focado em finanças.

Dentro do acordo, também será desenvolvida uma plataforma online de educação financeira para empreenderes, além de apresentações de uma peça teatral focada no tema.

O acordo acontece em um contexto em que a Visa lançou uma área de negócio voltada ao atendimento a entes de governo, com foco em eficiência, transparência e ampliação de alcance de soluções.

“A parceria com o Ministério se alinha ao compromisso da Visa de gerar impactos positivos na sociedade, usando a educação financeira como ferramenta para inclusão social e econômica”, diz em nota o presidente da Visa no Brasil, Nuno Lopes Alves. “O setor privado tem um papel essencial nesse ecossistema, apoiando a digitalização e contribuindo para a construção de um futuro mais próspero para a população brasileira.”

“Nós queremos dar oportunidade a quem precisa, a quem quer trabalhar, crescer. O povo do Bolsa Família, do Cadastro Único quer trabalhar”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, que acrescentou que além de tirar as pessoas da pobreza, é preciso promover o empreendedorismo e gerar empregos.

Mercado reduz projeções para inflação e Pib de 2025 em semana de decisão sobre juros

 

O relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 17, aponta para um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor-Amplo) de 2025 de caiu de 5,66%, ante 5,68% da semana anterior. Agora, está 1,16 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, estava em 5,60%. O documento desta semana também traz uma projeção de crescimento do Pib (Produto Interno Bruto) um pouco abaixo do anterior, de 2,01% para 1,99%, após quatro semanas de estabilidade.

A partir deste ano, a meta de inflação passa a ser contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.

Na ata da sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que o cenário para a inflação de curto prazo é adverso, com destaque para a alta dos preços de alimentos, influenciados pela estiagem e o ciclo do boi e com tendência de propagação. Os bens industriais são pressionados pelo câmbio.

“Em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos”, disse o Copom.

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2026 subiu de 4,40% para 4,48%, após duas semanas de estabilidade. Um mês antes, estava em 4,35%. Considerando apenas as 113 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 4,26% para 4,50%.

O Copom aumentou a taxa Selic de 12,25% para 13,25% em janeiro e sinalizou uma alta de mesma magnitude na reunião desta quarta-feira, 19.

O horizonte relevante do BC é o terceiro trimestre de 2026, quando o Copom espera uma inflação de 4,0%, considerando o cenário de referência.

A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela quarta semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 subiu de 3,75% para 3,78%. Um mês antes, era de 3,80%.

Pib

O Pib brasileiro cresceu 0,2% no quarto trimestre do ano passado – abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,4%. No acumulado de 2024, a economia teve alta de 3,4%. O carrego estatístico para 2025 é positivo em 0,8%.

A maioria dos indicadores de atividade de alta frequência compilados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve desempenho abaixo do esperado em janeiro. A produção industrial teve variação zero, enquanto o mercado previa alta de 0,4%. O volume de serviços caiu 0,5%, ante mediana de alta de 0,1%.

Em contrapartida, as vendas do varejo ampliado cresceram 2,3%, acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 1,7%.

A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 caiu de 1,70% para 1,60%, após quatro semanas de estabilidade. Considerando só as 70 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, caiu de 1,70% para 1,56%.

A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0%. Um mês antes, era de 1,98%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela 53ª semana seguida.

O Banco Central espera que a economia brasileira cresça 2,10% este ano, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

sexta-feira, 14 de março de 2025

Para a Fiesp, negociação com Trump é caminho mais seguro para o Brasil

 

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) defendeu nesta sexta-feira, 14, o diálogo, e não a retaliação como o “caminho mais seguro” para o Brasil diante das tarifas que estão sendo anunciadas pelo governo dos Estados Unidos. A entidade diz que está acompanhando a política comercial do presidente Donald Trump com preocupação, citando possíveis impactos negativos na produção e no emprego no Brasil, além de prejuízos para os próprios consumidores americanos.

“Neste momento de crescente incerteza a Fiesp apoia a opção adotada pelo governo brasileiro de priorizar o diálogo, com vistas à construção de alternativas negociadas para essa situação que prejudica ambos os países”, disse a Fiesp em nota oficial.

O contexto atual, emenda a entidade, pede serenidade e engajamento constante entre os setores público e privado, em prol do relacionamento econômico e comercial entre Brasil e Estados Unidos.

A Fiesp lembra que no primeiro mandato de Trump os países foram capazes de encontrar, via negociação, soluções mutuamente benéficas. “O Brasil reúne as condições necessárias de alcançar um bom termo novamente, por meio de diálogo e cooperação permanentes”, conclui a federação da indústria paulista.

Tesla diz a governo Trump que tarifas podem prejudicar negócios

 

Em carta não assinada, empresa do bilionário Elon Musk – conselheiro do presidente Donald Trump – alerta que sobretaxas podem desencadear retaliação de países fornecedores e aumentar custos da indústria dos EUA.A Tesla, montadora de carros elétricos do bilionário Elon Musk, reclamou da política de tarifas de importação impostas pelo governo de Donald Trump numa carta enviada a uma agência federal do governo americano de fomento ao comércio exterior.

A empresa afirma que ela e outros grandes exportadores correm o risco de ser prejudicadas por medidas retaliatórias, o que pode aumentar o custo de fabricação de carros no país.

A mensagem foi enviada ao chefe do escritório do representante de comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer. A agência é responsável por desenvolver e promover políticas americanas de comércio exterior.

No texto, a Tesla, que também mantém fábricas na China e na Alemanha, diz reconhecer e apoiar “a importância do comércio justo”, mas que “os exportadores americanos estão naturalmente expostos a impactos desproporcionais quando outros países reagem às ações comerciais dos EUA”.

A montadora afirma estar fazendo mudanças em suas cadeias de suprimentos para encontrar o maior número possível de fornecedores locais para seus carros e baterias, mas adverte que “certas cadeias de suprimentos ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento”.

A empresa sugere ainda estar preocupada com um impacto sobre as vendas da montadora fora dos EUA. “Por exemplo, no passado, ações dos Estados Unidos resultaram em reações imediatas pelos países visados, incluindo aumento de tarifas sobre veículos elétricos importados por esses países.”

O documento foi enviado após uma sequência de políticas comerciais criticadas pelo mercado devido a preocupações com uma potencial guerra comercial e pressão inflacionária.

No início de março, por exemplo, Trump implementou tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá, utilizando o combate ao tráfico de fentanil como justificativa. Essa medida rompeu o tratado comercial entre os três países, afetando cadeias de suprimentos.

Após a província canadense de Ontário reagir com uma sobretaxa de 25% à eletricidade que exporta para os EUA, Trump subiu para 50% das tarifas sobre produtos de aço e alumínio vindos do Canadá. Ambos os lados recuaram das medidas no início desta semana.

Queda nas vendas e vandalismo

Apesar de não ser assinada, a carta da Tesla causou estranhamento por vir de uma empresa comandada por um aliado de primeira hora de Trump e consultor para os cortes de gastos em curso no seu governo. Não está claro se Musk estava a par do comunicado.

A carta tem a data do dia em que Trump organizou um evento na Casa Branca no qual prometeu comprar um Tesla, numa demonstração de apoio a Musk.

O alinhamento do empresário com a administração do republicano tem sido associado, contudo, à queda nas ações e nas vendas de carros da companhia. Uma onda de vandalismo contra carros, estações de recarga e concessionárias da marca tem se alastrado, inclusive na Alemanha, onde Musk declarou apoio ao controverso partido de ultradireita Alternativa para Alemanha (AfD).

sf/ra (Reuters, dpa, ots)

Azzas derrete mais de 9% com rumores de ‘divórcio’ entre sócios; entenda

 

Em um dia que varejistas sobem no Ibovespa, as ações da Azzas 2154 despencam 9,4% por volta das 15h. O motivo está atrelado a rumores de ‘divórcio’ entre os sócios da empresa, resultado da fusão entre a Arezzo&Co e o Grupo Soma.

A fusão foi consolidada há cerca de oito meses atrás e, agora, circulam notícias de que os sócios Alexandre Birman e Roberto Jatahy estão negociando uma separação, uma divisão do negócio. Segundo informações do site Pipeline, ambos os sócios da Azzas já contrataram assessoria legal e financeira para tentar realizar essa divisão.

Birman, que é CEO da Azzas, tem sido assessorado pelo Morgan Stanley e pelo escritório Spinelli Advogados, ao passo que Jatahy tem G5 e Barbosa Mussnich lhe assessorando.

Na rotina da empresa, Jatahy – que chefia a operação de moda feminina da Azzas – deixou de reportar ao CEO, Birman, e passou a responder diretamente ao Conselho de Administração – atitude que teria desagradado o chefe da empresa.  Nesse contexto, a proposta de Birman é para comprar a fatia societária de Jatahy na Azzas, fazendo com que o fundador do Grupo Soma deixe por completo a operação da empresa, segundo a reportagem do Pipeline.

Procurada pela IstoÉ Dinheiro, a Azzas não retornou o contato até a publicação da última atualização desta reportagem.

Quanto os sócios da Azzas tem da empresa?

Atualmente, juntos, Jatahy e Birman são donos de cerca de 33,7% do capital social total da gigante do varejo de vestuário. A informação, aliás, deixou de ser pública há pouco.

No site de Relação com Investidores (RI) da Azzas não é exibido mais o percentual de quanto cada sócio possui. A página contém somente a mensagem “O conteúdo será disponibilizado em breve”. A Instrução CVM 480/2009 (atualmente incorporada na Resolução CVM 80/2022) prevê obrigatoriedade na transparência desses dados, levando em consideração as normas que tratam da transparência e governança corporativa de empresas públicas, de capital aberto.

Figurinha de WhatsApp

Dado o contexto de dificuldades de integração entre Arezzo e Soma, começaram a circular nas redes sociais e grupos de WhatsApp do mercado financeiro memes do possível divórcio e uma figurinha do empresário Alexandre Birman com o texto ‘Azzas R$ 21,54’ – em referência ao nome da empresa, citando que as quedas provocadas pelos problemas internos poderiam fazer os papéis chegarem a R$ 21,54.

Nesta sexta-feira, as ações da Azzas são negociadas perto de R$ 21,60.

Mudanças na casa

Ainda antes dos rumores do ‘divórcio‘ virem à tona, a companhia ocupou o noticiário com fatos que mostravam dificuldades na integração e poucas sinergias após a fusão.

Há poucos dias a empresa mostrou um balanço referente ao quarto trimestre de 2024 que desagradou o mercado. O lucro líquido recorrente do período foi de R$ 168,9 milhões, registrando uma redução de 35,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A receita líquida saltou 13% – para R$ 3,4 bilhões – mas a rentabilidade mostrou impactos, com influência de fatores como ajustes de estoque e maiores descontos em marcas descontinuadas.

O mercado reagiu negativamente aos números, com retração de 13% nas ações da empresa no pregão que sucedeu o resultado.

Nesse contexto a Azzas anunciou uma reestruturação do portfólio de marcas, decidindo descontinuar algumas marcas e linhas de produtos, como Alme, Dzarm, Simples e a linha feminina da Reserva.

Em 2024 a empresa também contou com a saída de executivos-chave. Em meados de agosto, Rony Meisler, fundador da marca Reserva e acionista relevante da Azzas, anunciou sua saída da empresa. Além dele, outros três fundadores da Reserva, que ocupavam posições executivas importantes na AR&Co (unidade de vestuário masculino da companhia), também deixaram seus cargos.

Lula anunciará medida que amplia isenção de IR na próxima terça, véspera de Copom

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira, 14, que vai anunciar na próxima terça-feira, 18 de março, a medida que isenta a população que ganha até R$ 5 mil de Imposto de Renda (IR). “O governo quer salvar o povo trabalhador de pagar IR enquanto muita gente rica sonega”, disse.

“Quem ganha muito inventa sempre uma mutreta para não pagar imposto”, continuou o presidente da República. “Pessoas mais ricas não precisam do Estado, quem precisa, são os pobres. […] Tem gente que fica nervoso dizendo que só quero cuidar de pobre.”

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já vinham reiterando que o anúncio da ampliação da insenção estava próximo. Meses atrás, Haddad anunciou a medida na televisão aberta.

Juros devem subir para 14,25%

O anúncio ocorrerá na semana de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que anunciará na quarta-feira, 19, a nova taxa de juros da economia brasileira. No final de janeiro, o Banco Central elevou a Selic a 13,25% e já apontou a tendência de novo aumento de 1 ponto percentual.

Os efeitos defasados do aperto monetário e a perspectiva de que os juros básicos se mantenham em patamar elevado já começam a se refletir na economia, impactando segmentos mais dependentes de crédito. O IBGE mostrou nesta sexta-feira que o setor de serviços caiu em janeiro, marcado o terceiro mês consecutivo de retração.

Promessa de campanha

Na campanha em que foi eleito para um terceiro mandato, Lula prometeu a isenção do imposto de renda para quem ganha salário de até R$ 5 mil mensais.

O governo tem repetidamente afirmado que as mudanças no IR serão fiscalmente neutras e compensadas com aumento da tributação para os que ganham mais.

A declaração de Lula foi feita durante evento de anúncio de investimento de R$ 243 milhões em novas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, no pátio da empresa Flash Engenharia em Sorocaba (SP).

Também estavam presentes, entre outras autoridades, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o ministro da Saúde recém-nomeado, Alexandre Padilha.

Veja a tabela atual do Imposto de Renda

Tabela do Imposto de Renda

Pela regra vigente, o contribuinte com rendimentos de até R$ 2.824 mensais é beneficiado com a isenção porque, dessa renda, subtrai-se o desconto simplificado, de R$ 564,80, resultando em uma base cálculo mensal de R$ 2.259,20, ou seja, exatamente o limite máximo da faixa.

Como o piso nacional foi reajustado em 2025 de R$ 1.412 para R$ 1.518, se o governo quiser manter a isenção para as pessoas que recebem até dois salários em 2025, precisará ampliar a faixa de isenção para renda mensal de R$ 3.036.

Segundo Haddad, o governo aguarda a aprovação do Orçamento de 2025 para bater o martelo em relação à ampliação da faixa de isenção do IR em 2025.

Importante destacar as mudanças que vierem a ser feitas em nada muda a declaração de Imposto de Renda 2025 a ser feita neste ano no prazo entre 17 de março e 30 de maio.