sexta-feira, 4 de abril de 2025

Trump prorroga em 75 dias prazo para venda do TikTok

 

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 4, que estará assinando uma ordem executiva para manter o TikTok em funcionamento por mais 75 dias. Segundo ele, o governo americano já fez um “tremendo” progresso em relação as negociações, mas o acordo exige mais trabalho para garantir que “todas as aprovações necessárias sejam assinadas”.

O prazo para a empresa vender seus ativos a um proprietário não chinês nos EUA venceria amanhã, 5 de abril.

“Esperamos continuar trabalhando de boa fé com a China, que, pelo que sei, não está muito satisfeita com nossas tarifas recíprocas (necessárias para um comércio justo e equilibrado entre a China e os EUA!). Isso prova que as tarifas são a ferramenta econômica mais poderosa e muito importante para nossa segurança nacional!”, acrescentou ele em post no Truth Social.

O republicano disse estar ansioso para trabalhar com a TikTok e a China para fechar o acordo.

Petróleo cai 7% e atinge mínima de mais de 3 anos com tarifas retaliatórias da China

 

Os preços do petróleo fecharam em queda de 7% nesta sexta-feira, atingindo o menor valor em mais de três anos, com a China aumentando as tarifas sobre os produtos dos Estados Unidos, o que intensificou uma guerra comercial global que deixou os investidores preocupados com uma recessão.

A China anunciou que imporá tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos dos EUA a partir de 10 de abril. Países de todo o mundo prepararam uma retaliação depois que Trump elevou as barreiras tarifárias ao seu nível mais alto em mais de um século.

As commodities, incluindo gás natural, soja e ouro, também despencaram, enquanto os mercados acionários globais caíram. O banco de investimentos JPMorgan disse que agora vê 60% de chance de uma recessão econômica global até o final do ano, em comparação com 40% anteriormente.

Os contratos futuros do Brent caíram US$4,56, ou 6,5%, a US$65,58 por barril, enquanto os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA caíram US$4,96, ou 7,4%, a US$61,99.

Petróleo Brent chegou a valor mais baixo em quatro anos

Na mínima da sessão, o Brent caiu para US$64,03 e o WTI atingiu US$60,45, o valor mais baixo em quatro anos. O Brent registrou suas maiores perdas semanais em termos percentuais em um ano e meio, enquanto o WTI registrou a maior queda em dois anos.

“Para mim, esse é provavelmente um valor próximo do justo para o petróleo até que tenhamos algum tipo de indicação de quanto a demanda foi realmente reduzida”, disse Scott Shelton, especialista em energia da United ICAP.

“Minha opinião é que provavelmente acabaremos na casa dos US$50 no curto prazo para o WTI, de forma muito violenta”, disse Shelton, alertando que a demanda sofreria com as atuais circunstâncias do mercado.

As novas tarifas de Trump são ‘maiores do que o esperado’ e as consequências econômicas, incluindo inflação mais alta e crescimento mais lento, provavelmente também serão, disse o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta sexta-feira, em comentários que apontaram para o conjunto de decisões potencialmente difíceis que o banco central dos EUA tem pela frente.

BRAZIL JOURNAL: Nem as blusinhas escaparam. Trump acaba com a brecha tarifária “de minimis”

 

Os itens de baixo valor agregado importados de sites chineses como Shein e Temu vão ficar mais caros nos Estados Unidos depois que o Presidente Trump assinou essa semana uma ordem executiva fechando a brecha tarifária de minimis – a isenção de impostos para remessas do exterior enviadas diretamente para o destinatário final e avaliadas em até US$ 800 — para encomendas provenientes da China e de Hong Kong.

A partir de 2 de maio, os produtos com remetentes destes países estarão sujeitos a um imposto de 30% do seu valor ou a uma taxa de US$ 25 por item, que aumentará para US$ 50 por item em 1º de junho.

Nos últimos anos, as plataformas de e-commerce chinesas estavam dividindo os pedidos de clientes americanos em vários pacotes pequenos para conseguir a isenção e alcançar preços ainda mais competitivos.

A utilização da brecha estava crescendo rapidamente — cerca de 1,4 bilhão de pacotes do tipo chegaram aos EUA em 2024 -, o que provocou uma pressão bipartidária pelo fim do mecanismo ainda durante o Governo Biden.

Leia a reportagem completa no Brazil Journal

Presidentes da América Latina se reúnem em Honduras em meio à guerra comercial de Trump

 

Uma dezena de presidentes da América Latina e do Caribe, entre eles os do Brasil, Colômbia e México, se reunirão na próxima quarta-feira em Honduras, em meio à guerra comercial promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A IX Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), composta por 33 países, debaterá várias iniciativas, incluindo uma proposta brasileira para impulsionar a candidatura de uma mulher para o cargo de secretária-geral da ONU.

Até o momento, vários governantes de esquerda confirmaram presença e poderão também debater sobre as deportações de migrantes dos Estados Unidos e as ameaças de Trump de retomar o Canal do Panamá.

“Muitos líderes estarão aqui […] para lutar pelos grandes desafios que temos”, disse a presidente hondurenha Xiomara Castro na quinta-feira na rede social X.

As tarifas alfandegárias anunciadas por Trump na quarta-feira, mais duras do que o esperado, abalaram os mercados e provocaram temores em muitos países.

Trump introduziu tarifas de 10% sobre as importações do Brasil, assim como da Colômbia, Argentina, Chile, Peru, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Guatemala, Honduras e El Salvador. Para a Venezuela, serão de 15%, e para a Nicarágua, 18%.

O México não foi incluído nesta lista, mas enfrenta uma taxação de 25% no setor automotivo e tarifas para o aço e o alumínio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva promove a candidatura de uma mulher latino-americana para a ONU.

“Nunca houve uma mulher como secretária-geral da ONU. Temos candidatas de grande peso, político, intelectual, liderança”, declarou a embaixadora Gisela Maria Figuereido, secretária para a América Latina e o Caribe do Ministério das Relações Exteriores, em um comunicado.

“Vários países […] têm este enfoque de privilegiar uma candidatura de uma mulher. Agora, também há outros que não, então essa negociação ocorrerá” na cúpula, acrescentou.

Enquanto isso, o presidente colombiano, Gustavo Petro, que assumirá a presidência rotativa da Celac ao final da cúpula, propôs “iniciar uma nova fase de respeito ao Canal do Panamá”.

À frente da Celac, a Colômbia buscará um “relacionamento estratégico com parceiros extrarregionais como a União Europeia, China e a União Africana”, segundo o ministério das Relações Exteriores colombiano.

Além de Lula, Petro e a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, confirmaram presença os presidentes da Bolívia, Uruguai, Cuba e Haiti, e os primeiros-ministros da Guiana e de São Vicente e Granadinas. Outros países serão representados por chanceleres ou vice-chanceleres, como Chile e Paraguai.

A cúpula ocorrerá na sede do Banco Central de Honduras, um dos edifícios mais modernos de Tegucigalpa.

Criada em 2011 por impulso do presidente venezuelano Hugo Chávez (1999-2013), a Celac perdeu força devido a disputas ideológicas entre os países. Nas primeiras cúpulas, participaram cerca de 30 líderes.

Balança comercial: Brasil tem superávit de US$ 8,2 bi em março com exportações saltando 5%

 

A balança comercial brasileira fechou o mês de março no campo positivo, com superávit de US$ 8,2 bilhões, crescimento de 13,8% ante igual etapa do ano anterior. Trata-se do melhor saldo para um mês de março já registrado na série histórica. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta sexta-feira, 4.

O resultado da balança comercial é saldo de US$ 29,2 bilhões em exportações e US$ 21 bilhões em importações.

Em termos de volume, tanto exportações quanto importações tiveram crescimento na base anual, de 5% e 4,2%, respectivamente. Olhando para preço, as exportações tiveram aumento de 0,4%, ao passo que as importações apresentaram recuo de 1,5%.

Em se tratando dos setores, a agropecuária teve a maior alta no valor, com variação de 16% na base anual, para US$ 8,2 bilhões:

  • Agropecuária: US$ 8,2 bilhões (+16% em valor e +10,8% em volume)
  • Indústria Extrativa: US$ 5,5 bilhões (-15,3% em valor e -10,6% em volume)
  • Indústria de transformação: US$ 15,3 bilhões (+10,1% em valor e +9% em volume)

Olhando para os produtos, foram US$ 5,73 bilhões exportados em soja, ante US$ 5,35 bilhões em igual etapa do ano anterior. O produto representou 19,6% das exportações em março deste ano.

No caso do café foram US$ 1,42 bilhão, alta de 92% na base anual e representando 4,9% das exportações.

Óleos brutos tiveram queda de 20%, para US$ 2,8 bilhões e representaram 10% das exportações em março de 2025. Minério de ferro, por sua vez, teve queda de 16,5% para US$ 2 bilhões neste ano, representando uma fatia de 7% das exportações da balança comercial brasileira.

Projeções para 2025

O MDIC estima um superávit comercial de US$ 70,2 bilhões para este ano. Com essa cifra, o superávit apresentaria um recuo ante o resultado do ano anterior, que foi de um superávit de US$ 74,2 bilhões.

A estimativa para as exportações é de US$ 353,1 bilhões, ante US$ 337 bilhões registrados no ano anterior.

Por fim, a projeção para as importações é de US$ 282,9 bilhões, ao passo que em 2024 foram US$ 262,9 bilhões.

Brasil x EUA

Sobre um eventual impacto da política de tarifas dos EUA, especialistas da pasta destacaram que ‘não comentam’ o tema pois os dados dessa divulgação ainda não contemplam os efeitos das novas diretrizes do governo Trump.

O diretor do Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, comenta que sequer as tarifas no aço, implementadas há algumas semanas, tiveram impacto nos dados referentes a março.

“Temos o que chamamos de embarque antecipado: as empresas embarcam os bens e depois declaram. Operações de commodities estão atrasadas em relação ao calendário. Aço semimanufaturado, o aço bruto que é o mais exportado para os EUA, foi US$ 372 milhões, ou seja teve inclusive um crescimento de 23,9%.”

Todavia, o crescimento pode ter tido impacto pelos anúncios de Trump.

Indagado sobre esse impacto, Brandão comenta: “Não posso fazer essa afirmação, mas é um comportamento comum no comércio internacional quando se anuncia alguma medida. Vemos isso quando o Brasil vai aplicar um antidumping, uma medida de sobretaxar algum setor, vemos um grande aumento [de importações] antes de entrar em vigor”.

Nos dados da balança referentes à março, as principais quedas de exportação para os EUA foram óleos brutos de petróleo, com queda de 90%, instalações e equipamentos de engenharia (-62%) e aeronaves e outros equipamentos (-21,7%).

De importações, foram motores e máquinas, um crescimento de 42%, óleos brutos de petrleo, crescimento de 78%, maquina de processamento automático e dados, 94% de crescimento.

Balança comercial reverteu déficit

Com o resultado, foi revertido o déficit de fevereiro, quando foi registrado saldo negativo de US$ 324 milhões, calculado a partir de US$ 22,929 bilhões em exportações e US$ 23,253 bilhões em importações.

Foi o primeiro déficit registrado pela balança comercial desde janeiro de 2022, quando foi registrado saldo negativo de US$ 59 milhões. O resultado em questão foi impactado por uma queda de 1,8% no valor exportado em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Latam amplia voos domésticos em 11% no Brasil em abril ante março

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A Latam vai ampliar em 11% o volume de voos domésticos no Brasil neste mês de abril. O crescimento em relação ao mês anterior reflete o total de 2 mil novos voos mensais criados pela companhia aérea.

A maior parte dos incrementos está concentrada nos aeroportos de Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza e Goiânia. Na região Sul, a Latam está inaugurando as rotas Congonhas-Joinville (sete voos por semana) e Guarulhos-Pelotas (até três voos por semana).

Serão 398 mil novos assentos inseridos pela companhia no mercado aéreo nacional em abril, na comparação com o mês anterior, segundo a diretora de Vendas e Marketing da Latam Brasil, Aline Mafra. “Nos últimos dois anos, criamos 1,8 milhões de novos assentos para os brasileiros, o que reforça ainda mais o nosso compromisso de ampliar a conectividade e o acesso ao avião em um país de dimensões continentais”, afirma.

Incrementos

Os maiores incrementos da Latam a partir de abril virão das rotas Brasília-Guarulhos (de 47 para 57 voos por semana), Galeão-Vitória (de 18 para 28 voos por semana), Fortaleza-Guarulhos (de 43 para 52 voos por semana) e Guarulhos-Goiânia (de 27 para 35 voos por semana).

A lista inclui também Congonhas-Fortaleza (de 20 para 27 voos por semana), Florianópolis-Guarulhos (de 35 para 42 voos por semana), Fortaleza-Galeão (de 14 para 21 voos por semana), Fortaleza-Manaus (de 7 para 14 voos por semana), Guarulhos-Salvador (de 40 para 47 voos por semana), além das rotas internacionais Bogotá-Guarulhos (de 7 para 14 voos por semana) e Guarulhos-Lima (de 21 para 28 voos por semana).

Dólar dispara a R$ 5,82 após China retaliar tarifas dos EUA; Ibovespa cai mais de 3%

 

O dólar é negociado em forte alta nesta sexta-feira, 4, revertendo as perdas da sessão anterior, à medida que cresciam os temores de uma guerra comercial global após a China retaliar as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Por volta das 14h01, o dólar à vista subia 3,22%, a R$ 5,820 na venda. Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 3%, a 127.208.79 pontos. Veja cotações.

Na quinta-feira, 3, o dólar à vista fechou em baixa de 1,18%, a R$ 5,6290 — menor cotação de fechamento desde 16 de outubro do ano passado.

A China anunciou nesta sexta-feira medidas retaliatórias às tarifas impostas pelo presidente dos EUA, incluindo taxas adicionais de 34% sobre todos os produtos norte-americanos e restrições à exportação de algumas terras raras. O Ministério das Finanças da China afirmou que as tarifas adicionais serão adotadas a partir de 10 de abril.

Trump havia anunciado na quarta-feira uma tarifa de 34% sobre a China, além dos 20% que ele já havia adotado neste ano, elevando o total de novas taxas para 54%. Ele apresentou uma taxa mínima de 10% sobre todas as importações dos EUA, com tarifas mais altas para determinados parceiros.

“A resposta da China às novas tarifas dos EUA aumentou as preocupações do mercado. Não apenas com o impacto econômico direto dessas tarifas… A preocupação é que a medida possa levar a uma possível escalada adicional da guerra comercial pelo lado norte-americano”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

Diante da perspectiva de que as tensões comerciais possam escalar ainda mais, à medida que outros parceiros dos EUA, como a União Europeia, também preparam suas respostas às tarifas de Trump, os investidores voltavam a fugir de ativos mais arriscados em busca da segurança.

No cenário doméstico, as atenções estão voltadas para a resposta brasileira às tarifas de Trump.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou na quinta-feira que a tarifa de importação imposta pelos EUA ao Brasil é ruim, apesar de ter ficado no nível mínimo de 10%, e que os dois países terão uma nova rodada de negociações na próxima semana.

Temor de recessão

O dólar também avançava frente a outras moedas emergentes em meio ao tombo de mais de 7% do petróleo e o movimento de fuga de ativos de risco após a retaliação chinesa.

O mercado adiantou a previsão para o início dos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) neste ano e passou a precificar redução uma acumulada de 125 pontos-base (pb) ou mais como probabilidade majoritária até dezembro, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group.