sexta-feira, 4 de abril de 2025

Dólar dispara a R$ 5,82 após China retaliar tarifas dos EUA; Ibovespa cai mais de 3%

 

O dólar é negociado em forte alta nesta sexta-feira, 4, revertendo as perdas da sessão anterior, à medida que cresciam os temores de uma guerra comercial global após a China retaliar as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Por volta das 14h01, o dólar à vista subia 3,22%, a R$ 5,820 na venda. Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 3%, a 127.208.79 pontos. Veja cotações.

Na quinta-feira, 3, o dólar à vista fechou em baixa de 1,18%, a R$ 5,6290 — menor cotação de fechamento desde 16 de outubro do ano passado.

A China anunciou nesta sexta-feira medidas retaliatórias às tarifas impostas pelo presidente dos EUA, incluindo taxas adicionais de 34% sobre todos os produtos norte-americanos e restrições à exportação de algumas terras raras. O Ministério das Finanças da China afirmou que as tarifas adicionais serão adotadas a partir de 10 de abril.

Trump havia anunciado na quarta-feira uma tarifa de 34% sobre a China, além dos 20% que ele já havia adotado neste ano, elevando o total de novas taxas para 54%. Ele apresentou uma taxa mínima de 10% sobre todas as importações dos EUA, com tarifas mais altas para determinados parceiros.

“A resposta da China às novas tarifas dos EUA aumentou as preocupações do mercado. Não apenas com o impacto econômico direto dessas tarifas… A preocupação é que a medida possa levar a uma possível escalada adicional da guerra comercial pelo lado norte-americano”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

Diante da perspectiva de que as tensões comerciais possam escalar ainda mais, à medida que outros parceiros dos EUA, como a União Europeia, também preparam suas respostas às tarifas de Trump, os investidores voltavam a fugir de ativos mais arriscados em busca da segurança.

No cenário doméstico, as atenções estão voltadas para a resposta brasileira às tarifas de Trump.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou na quinta-feira que a tarifa de importação imposta pelos EUA ao Brasil é ruim, apesar de ter ficado no nível mínimo de 10%, e que os dois países terão uma nova rodada de negociações na próxima semana.

Temor de recessão

O dólar também avançava frente a outras moedas emergentes em meio ao tombo de mais de 7% do petróleo e o movimento de fuga de ativos de risco após a retaliação chinesa.

O mercado adiantou a previsão para o início dos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) neste ano e passou a precificar redução uma acumulada de 125 pontos-base (pb) ou mais como probabilidade majoritária até dezembro, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group.

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