segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Alessandro Vieira: ‘Tendo a rejeitar sugestão de Ciro Nogueira para blindar crime de opinião’

 Otto designa Alessandro Vieira para relatoria da PEC da ...


“São discursos e narrativas para tentar esconder o que está muito claro e muito óbvio. É uma PEC que foi desenhada para proteger bandido. Para proteger parlamentar que está sendo investigado, porque roubou dinheiro público ou cometeu outros crimes mais graves. Ela não fazia e não faz nenhum tipo de exceção. Para tratar apenas do crime contra a honra, ou que seja para liberdade de expressão que o parlamentar deve ter, para exercer seu mandato, a Constituição já faz isso”, declarou, em entrevista à GloboNews, nesta segunda-feira, 22.

Vieira disse, no entanto, que analisará o texto substitutivo que será apresentado por Ciro. O relator argumenta que a lei brasileira não traz a definição de “crime de opinião”. “Primeiro, não existe crime de opinião. A legislação penal brasileira não tem esse tipo. Imagino que talvez ele esteja falando de crimes contra a honra: calúnia, difamação, injúria. Mas, para ser parlamentar, você não precisa fazer isso. Não precisa ofender ninguém, não precisa fazer nada parecido”, avaliou.

Vieira afirmou também que a “busca por impunidade é uma constante” no Congresso e que foi o “medo da cadeia” que levou os deputados a incluírem os presidentes de partidos no projeto aprovado pela Câmara. “Hoje, os presidentes de partido manipulam valores astronômicos e você tem, pelo menos, dois ou três presidentes de partido que são alvo de investigações com boa base probatória, me parece”, declarou.


Se o Senado achar que a PEC da Blindagem não é interessante, que arquive, diz Motta

 

Conheça Hugo Motta, o novo presidente da Câmara dos ...

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que houve uma distorção da discussão sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem e que, caso o Senado considere que o projeto não deve prosperar, que o arquive.

“Ver toda essa discussão ser distorcida, PEC da Blindagem, PEC disso e daquilo, não é correto. Enquanto presidente da Câmara, respeito a posição que o Senado vai ter em relação à PEC. É um dever do Senado. Se o Senado achar que a PEC não é interessante, que vote contra, arquive”, declarou durante a conferência Macro Day, realizada pelo banco BTG Pactual, nesta segunda-feira, 22, em São Paulo.

Motta disse que há um “avanço” do Judiciário nos mandatos dos congressistas e citou que há deputados processados por crimes de opinião, pelo uso das redes sociais e por discursos na tribuna da Câmara. Segundo ele, a Câmara apenas retomou regras previstas na Constituição de 1988 e das quais o Legislativo abriu mão. Para ele, a proposta não tem o objetivo de blindar parlamentares, mas proteger seus mandatos de “absurdos”.

“Desde a aprovação da Constituição, em 1988, nenhum Poder, a não ser o Legislativo, abriu mão de suas prerrogativas. Nem o Poder Executivo nem o Judiciário abriram mão. Com razão. O Poder Legislativo abriu mão, sim, do texto constitucional originário, por um fato pontual, foi ali no ano de 2001, que decidiu mudar o modelo de autorização para sustação da ação penal”, falou.

A Câmara aprovou na semana passada a “PEC da Blindagem”, sob a relatoria do deputado Cláudio Cajado (PP-BA). Votaram 353 votos favoráveis e 134 contrários no primeiro turno da votação e 344 favoráveis e 133 contrários no segundo. Eram necessários 308 votos.

A PEC resgata a “licença prévia”, dispositivo que dava ao Congresso Nacional a possibilidade de barrar a abertura de processos criminais contra seus membros. O mecanismo constava na Constituição de 1988 e foi retirado em 2001.

Com a “PEC da Blindagem”, o Congresso volta a ter a prerrogativa de autorizar ou não, por meio de votação secreta, não a abertura de um processo ou uma ordem de prisão.

Haddad sobre manifestações: Brasil é uma democracia e ninguém é censurado

 Fernando Haddad – Wikipédia, a enciclopédia livre


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 22, que o Brasil é uma democracia e que ninguém é censurado, citando com protestos da direita e da esquerda na Avenida Paulista. Ele participou de um evento do banco BTG Pactual, em São Paulo.

Haddad afirmou que para haver uma eleição “decente” em 2026, é preciso se debruçar sobre os “números reais” da economia brasileira.

Antes, ele criticou despesas contratadas por governos anteriores e impactam o resultado primário do governo atualmente.

No mesmo evento do BTG Pactual, o ministro da Fazenda disse que o Brasil terá o melhor Produto Interno Bruto (PIB) médio dos últimos 12 anos e a menor inflação em um mandato.

“Acredito que em quatro anos teremos o melhor crescimento médio dos últimos 12 anos ou mais; a menor inflação de um mandato desde o Plano Real”, afirmou Haddad.

Momento de tirar da frente todas essas pautas tóxicas’, afirma Hugo Motta

 



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Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) afirmou que é o “momento de tirar da frente todas essas pautas tóxicas”. A declaração ocorreu durante um evento do mercado financeiro promovido pelo banco BTG Pactual, em São Paulo, nesta segunda-feira, .

“É chegado o momento de tirarmos da frente todas essas pautas tóxicas. Talvez a Câmara dos Deputados tenha tido, na semana passada, a semana mais difícil e mais desafiadora. Mas este presidente que vos fala.. nós decidimos que vamos tirar essas pautas tóxicas porque ninguém aguenta mais essa discussão”, pontou.

A fala ocorre um dia depois que ocorreram manifestações nas capitais brasileiras contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 3/2021, conhecida como “PEC da Blindagem, aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados, que visa estabelecer, principalmente, que o Supremo Tribunal Federal só poderá abrir ação processual contra congressistas após aprovação da Câmara ou do Senado Federal.

Motta ainda destacou que, para ele, o “Brasil tem que olhar pra frente, tem que discutir aquilo que realmente importa, que é uma reforma administrativa, questão do imposto de renda, da segurança pública”.

Indagado sobre os atos no domingo, 21, o presidente da Câmara disse que isso demonstra que a democracia brasileira “está mais viva do que nunca”, visto que no dia 7 de setembro também houve manifestações em favor da anistia.

“Isso demonstra que a nossa população está nas ruas defendendo aquilo que acredito, e eu tenho um respeito muito grande pelas manifestações populares”, emendou.

Em outro momento, Motta ponderou que, como presidente da Câmara, precisar agir com “cautela” e destacou que, apesar do Brasil enfrentar um “momento desafiador”, o Parlamento tem conseguido aprovar matérias importantes.

Por fim, o republicano defendeu que é preciso “olhar pra frente nessa nova perspectiva de inaugurar uma agenda que saia dessa dicotomia que nada serve ao país.

EUA sancionam esposa do ministro Alexandre de Moraes com a Lei Magnitsky

 



REUTERS/Adriano Machado
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministro do STF Alexandre de Moraes e a esposa do magistrado, Viviane Barci  
 
 
 
 
 
 
Foto: REUTERS/Adriano Machado
 
 

O governo de Donald Trump sancionou nesta segunda-feira, 22, a esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Viviane Barci, com a Lei Magnitsky, utilizada para punir estrangeiros. A decisão foi publicada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro norte-americano.

Com a determinação, todos os bens da esposa do ministro em solos estadunidenses estão bloqueados, assim como qualquer empresa que esteja ligada a ela. No dia 30 de julho, o próprio ministro foi alvo de sanções americanas. Com isso, nem o magistrado e a esposa podem realizar transações com cidadãos estadunidenses — usando cartões de crédito com bandeira americana.Além disso, também foi colocada na lista de sanção a empresa do ministro,  Lex – Instituto De Estudos Juridicos LTDA.

Essa ação compõe a estratégia dos EUA de retaliar o ministro da Suprema Corte brasileira, que foi relator do caso que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Na época da sanção a Moraes, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, chamou o magistrado de “um violador de direitos humanos” e “responsável por uma campanha opressiva de censura”, sem apresentar provas.

No dia 18 de julho, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou a revogação de vistos americanos aos ministros do STF e seus familiares, mencionando nominalmente Moraes.

Durante audiência na Câmara estadunidense, em maio, o secretário chegou a ser questionado por um parlamentar trumpista se o governo considerava aplicar sanções contra o ministro Moraes com base na Lei Magnitsky.

“Isso está sendo analisado neste momento, e há uma grande, grande possibilidade de que aconteça”, afirmou Rubio, à época.

A legislação permite que os EUA apliquem sanções contra cidadão estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos ou de corrupção em larga escala.


Apenas STF pode autorizar buscas nas dependências do Congresso, decidem ministros da Corte

 Confira os destaques da pauta de setembro do Plenário do STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta segunda-feira, 22, no plenário virtual, para proibir juízes de instâncias inferiores de autorizar busca e apreensão nas dependências do Congresso e em apartamentos funcionais de parlamentares. Segundo a decisão, apenas o STF pode determinar essas operações, ainda que o deputado ou senador não seja alvo direto da investigação.

Até o momento, os ministros Cristiano Zanin (relator), Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Flávio Dino, Dias Toffoli e Cármen Lúcia se manifestaram, formando a maioria. A votação fica aberta no plenário virtual do STF até a próxima sexta, 26.

Os ministros também definiram que, nesses casos, o STF não precisa pedir autorização do presidente da Câmara ou do Senado antes de autorizar as buscas.

O processo é movido pela Mesa do Senado Federal e tramita no Supremo desde outubro de 2016. O julgamento ocorre no contexto da PEC da Blindagem, que busca dar ao Congresso o poder de autorizar ou não a abertura de processos criminais sobre parlamentares.

Repercussão no mandato

O ministro Cristiano Zanin, relator do processo, justificou que, ainda que a investigação não tenha como alvo direto o parlamentar, a apreensão de documentos ou computadores no gabinete ou no imóvel funcional “repercute, mesmo que indiretamente, sobre o desempenho da atividade parlamentar e, consequentemente, sobre o próprio exercício do mandato”, o que na avaliação dele atrai a competência do Supremo Tribunal Federal.

“É inverossímil imaginar que uma busca e apreensão efetuada no gabinete de um Senador – ainda que voltada à apuração da conduta de um assessor – não acabe por alcançar informações, documentos e dados diretamente relacionados ao desempenho da atividade parlamentar”, diz um trecho do voto.

Para o ministro, ao assegurar que certas medidas investigativas sejam supervisionadas pelo STF, o tribunal busca “proteger não a pessoa em si, mas a função pública que ela exerce”.

“E é evidente que o exercício livre da função está, prima facie, intrinsecamente atrelado aos espaços do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) em que o parlamentar exerce suas atividades ou nos imóveis funcionais de residência”, acrescentou Zanin.

O ministro Alexandre de Moraes foi o único, além de Zanin, que apresentou voto escrito – nas sessões virtuais os ministros não são obrigados a justificar seu posicionamento, exceto o relator. Moraes defendeu que o cumprimento de medidas probatórias nas dependências das Casas Legislativas pode afetar os parlamentares “sem que essa circunstância possa ser tida por fortuita ou acidental”.

“Não se pretende o estabelecimento de prerrogativa de foro em favor de locais ou bens determinados, mas tão somente o absoluto respeito ao princípio do juízo natural e ao devido processo legal, que determinam a supervisão judicial sobre investigações pelo órgão constitucionalmente competente”, explicou Moraes.

Mercado passa a ver Selic a 12,25% ao final de 2026, aponta Focus

 

O mercado continua projetando corte na taxa básica de juros somente a partir de 2026, mas passou a ver que a terminará 2026 em 12,25%, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 22, pelo Banco Central.

A pesquisa semanal anterior já havia mostrado redução da expectativa para a Selic a 12,38% na mediana das projeções, após 32 semanas de manutenção em 12,50%.

Para este ano, segue a expectativa de que a taxa de juros terminará nos atuais 15%, depois de o BC ter decidido pela manutenção na semana passada, destacando que o ambiente incerto demanda cautela e que seguirá avaliando se manter os juros nesse patamar por período bastante prolongado será suficiente para levar a inflação à meta.

Reprodução/Instagram

Inflação e PIB

O levantamento com uma centena de economistas mostrou ainda que a expectativa para a alta do IPCA em 2025 segue em 4,83%, com um ligeiro ajuste para baixo de 0,01 ponto percentual na conta para 2026, a 4,29%. Para 2027, a expectativa segue em 3,90%.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas de crescimento foram mantidas em 2,16% este ano e em 1,80% no próximo.

Dólar

As projeções para o dólar não sofreram alterações, e seguem em R$ 5,50 para o fim de 2025 e em R$ 5,60  ao final de 2026.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

Déficit primário

A mediana para o déficit primário do setor público consolidado em 2025 passou de 0,52% para 0,51% do PIB. Um mês antes, era de 0,53%. A meta fiscal é de déficit zero nas contas do governo central este ano, com tolerância de 0,25 ponto porcentual do PIB para mais ou para menos.

A estimativa intermediária para o déficit primário do setor público em 2026 continuou em 0,60% do PIB. Um mês antes, também era de 0,60%. O alvo do ano que vem é de um superávit de 0,25% do PIB para o governo central, também com tolerância de 0,25 ponto para mais ou para menos.

Repercussão

“O horizonte relevante para a autoridade monetária está lá no início de 2027 e por isso todos olham para as projeções deste ano pelo relatório Focus. Contudo, apesar da desaceleração recente das projeções de 2025 e 26, a projeção para 2027 não recuou no relatório de hoje. Isso impede que o COPOM inicie um corte antes do fim desse ano e assim a Selic fica estável até fim de 2025 em 15%”, avaliou o economista André Perfeito.

Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo